Tanya Denali escrita por AnnaJoyCMS


Capítulo 21
Capítulo 20. Esportes Radicais


Notas iniciais do capítulo

N/A: Oi, gente! Antes da leitura gostaria de agradecer os reviews super fofos da Ana Paula Souza e da bella_alice_3! Que tbm recomendaram minha fic! Obrigada amores...
Sem esquecer, é claro, da review da marytza para o cap. 12 e da Bonecaneia para o 16! Obrigada a todas!
Boa leitura e divirtam-se! ;**



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20. ESPORTES RADICAIS

Quando cheguei à sala da casa, havia lá dez esculturas de gelo. Eike passou por mim e encontrando-se lá fora com Karl, escutei quando ele disse ao colega:

– Venha. Vamos dar uma volta. Parece que será uma reunião de família. – algo irônico.

 Olhei para minha família me aguardando em visível estresse e forcei um suspiro para me acalmar. Jasper relaxou, seguido por Alice. Busquei o olhar de Kate e tentei, ao máximo, modular minha voz ao falar:

– O que foi aquilo? – perguntei.

– Algum incentivo... – respondeu ela vagamente. Fechei os olhos e suspirei novamente.

– Kate... Já não há mais confusão, minha irmã. Agora eu já sei o que sinto... – informei controlando meu tom. – Sei da sua opinião. Não vou pedir que você entenda; só que você respeite.

– Posso entender e respeitar, mas não me peça para aceitar. – aquilo me feriu mais do que se ela tivesse me dado o seu choque mais potente, de altíssima voltagem. Simplesmente assenti.

No entanto, Kate pareceu ter lido a dor em meus olhos e perguntou retoricamente, com a voz menos dura, um tanto arrependida.

– Quem me garante que você não vai sair de tudo isso extremamente magoada...? Destruída? – não havia o que responder. Quem poderia saber?!... Além disso, com essa pergunta, ela demonstrava que não se tratava somente de preconceito contra lobisomens. Ela estava realmente preocupada comigo, e eu podia perfeitamente ter empatia com este sentimento, porque já o experimentara uma vez.

– Não posso te dar garantias, Kate. – foi Edward quem interveio, descendo as escadas de mãos dadas com Bella, em um instante. – Porque o futuro tem muitas facetas. Mas, posso te dizer que sua irmã é verdadeiramente amada. – Kate vacilou. Não havia como discutir com Edward. Ele sorriu torto e continuou, agora olhando para mim. – E... Corresponde, de fato este amor.

Sorri para ele de volta, agradecendo. Eu sabia bem o significado do sorriso e da intervenção dele. Ele percebia exatamente a diferença entre o desejo, misturado com capricho e orgulho ferido que eu sentia por ele, e o amor verdadeiro que sinto agora por Lucca. Ele assentiu para mim, em concordância e assinalou por fim:

– O vampiro que você aprova e auxilia não traz a pureza de sentimentos que o Filho da Lua traz... Veio até aqui não somente nos procurar; também estava curioso quanto à lenda das succubi de Denali. Desejava conhecer vocês intimamente... – Edward se interrompeu sugestivamente, não querendo ser indiscreto, mas já tendo esclarecido o bastante. Garret o olhou chocado, Edward deu de ombros.

Kate, agora hesitante e com os grandes olhos dourados brilhantes:

– Alice? – perguntou buscando o olhar da baixinha.

– A minha visão todos já sabem!... – respondeu ela, divertida. E, tentando quebrar de vez o clima tenso. – Eu não encomendei aquele vestido, Tanya! Não sei de onde ele vai surgir... Apenas desenhei você usando um vestido de noiva de frente para um espelho, no seu quarto. Aliás, isso me deixou muito magoada...! Como é que você planeja comprar ou encomendar seu vestido de noiva sem a minha participação?!

Todos rimos. Kate, porém ainda estava séria, a testa franzida. No fundo, ela sabia que Alice já não poderia prever nada com precisão, porque se tratava de uma decisão minha.

Carlisle levantou-se de onde estava e veio colocar sua mão no ombro de Kate, paternalmente.

– Entendo sua preocupação, minha querida. Mas tente separá-la do preconceito...

– Não, Carlisle. Você não entende... – disse ela. A voz embargada, o rosto distorcendo-se sem lágrimas. – Não posso perdê-la também... Eu não suportaria. – Garret, que estava como sempre, ao seu lado; abraçou-a de encontro ao peito, afagando seus cabelos loiros ansiosamente.

– Por outro lado, Tanya... – Carlisle agora se virou para mim – ...Também acredito que você precisa tomar cuidado. Não sabemos como ele ficará durante a lua cheia. Sempre ouvi falar que Filhos da Lua, uma vez transformados ficam muito hostis e arredios.

Eu assenti. Eu sabia que precisaria tomar cuidado, mas uma certeza aqui dentro me dizia que Lucca jamais me machucaria.

Fez-se silêncio por um minuto, até que Emmett perguntou, a voz alterada com a lembrança:

– Tanya, Kate, a “galeria de gelo” ainda existe?

– Houve uma avalanche lá perto há alguns anos, logo que vocês mudaram daqui para Forks. – eu o respondi. – Na época, Irina e eu tentamos retirar o excesso de neve, mas sem vocês aqui, não tínhamos com quem usar, então, nunca mais voltamos lá desde então.

– O que é a “galeria de gelo”? – perguntou Bella curiosa.

– Uma gruta enorme e totalmente inexplorada, que descobrimos ao norte daqui, há alguns anos. Por fora dela formou-se uma grande geleira, com muita neve acumulada. – foi Edward quem respondeu, abraçando-a por trás.

– Nós íamos muito lá. – disse Emmett, à sua cunhada. – Construímos uma pista de gelo para descida no trenó olímpico. – e virando de repente para mim. – Onde estão os trenós?

– Na garagem. – respondeu Kate, agora mais calma.

Então, Emmett começou a animar a todos com a ideia de uma visita à antiga “galeria” para ver como ela estava e fazer os reparos necessários para algumas horas de diversão na pista de gelo. Jasper interveio falando sobre levar os esquis e as pranchas de snowboard para algumas “descidas” por fora da gruta, na radical montanha de neve que se acumula por fora da geleira. É claro, que assim como os patins que usamos na patinação artística, esses materiais esportivos eram feitos sob encomenda para nós. Pois, os comuns, usados por pessoas que praticam estes esportes no gelo, não resistiriam às manobras inumanas que somos capazes de realizar.

Eu, imediatamente, me desliguei dos planos deles e comecei a pensar em outro assunto mais premente: meu ‘encontro’ com Lucca...

Acontece que na gruta, existe um labirinto de corredores de gelo que dão acesso às verdadeiras galerias totalmente isoladas, inabitadas, inexploradas e... Lindas! Ideais para um encontro romântico entre uma vampira e um lobisomem...!

Alice, então, para minha surpresa, afastou-se do restante do grupo e veio cochichar em meu ouvido, baixo demais para que qualquer um deles escutasse:

– Faço questão de decorar a galeria principal especialmente para vocês...

É claro que Alice viu o que eu pretendia e ficou mais do que animada em tornar o lugar ainda mais romântico para nós... Eu sorri para ela e sussurrei:

– Obrigada! – Jasper nos olhou especulativamente com uma sobrancelha arqueada.

– Não se preocupe com nada! – completou Alice. – Eu cuido de tudo. Será uma surpresa para vocês dois e será perfeito...!

E eu tive certeza que seria...! Agora com Alice no jogo. Eu a conhecia bem o suficiente para saber que seria uma super produção!

– Ok! Mas não exagere... – eu sibilei elevando minhas sobrancelhas.

Ela apertou os olhos com uma expressão calculista:

– O que você chama de exagero? – perguntou, divertida, sorrindo muito animada.

– Humm... Músicos tocando violino ao vivo!? – minha resposta saiu muito mais como uma pergunta. Seu rosto desmoronou imediatamente. Sim, ela planejava levar um quarteto clássico de cordas para dentro de uma geleira.

– Não viaje Alice! Lembre-se: estaremos em uma galeria isolada no interior de uma geleira no Alasca. Eu sou uma vampira e ele um lobisomem. Use sua criatividade... – eu ria.

– Não vou te decepcionar. – prometeu ela.

Assim, enquanto nossas famílias puseram-se em atividade para ver o que precisaria de reparo na pista de trenó, levando também, o material esportivo para a geleira. Alice e Bella pegaram o Volvo de Edward para uma pequena viagem à Anchorage.

Carmem, Esme e eu ficaríamos com Nessie.

Busquei a solidão da varanda e olhei o céu. A noite era estrelada e a lua começava a crescer promissoramente.

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Quando clareou o dia, Nessie quicou escada abaixo, onde eu a esperava. Dei-lhe as costas e bati com minha mão direita no alto do meu ombro esquerdo, indicando a ela; que imediatamente compreendeu e saltou do alto de alguns degraus, encaixando-se facilmente em minhas costas e envolvendo minha cintura com as pernas. Seus braços quentinhos envolveram meu pescoço por trás e a mão veio direto para o meu rosto. Imagens de Edward e Bella invadiram minha mente e eu a respondi:

– Seu pai está na geleira com os outros, preparando sua próxima diversão. – respondi enquanto a levava para a cozinha. O cheiro de seu café da manhã preparado por Esme invadia a sala. – Sua mãe foi a Anchorage com Alice. Elas já devem estar chegando. – exatamente quando eu acabei de falar, ouvimos um carro saindo da estrada principal e pegando o caminho até o chalé.

Sentei Nessie em sua cadeira, ela beijou sua avó enquanto esta a servia com omelete. Pela janela da cozinha, vi que a barraca de Lucca estava aberta. Meus pés, agindo involuntariamente, me levaram até a porta; mas, assim que cheguei lá fora, ele já saía da barraca com algumas roupas e uma toalha na mão. Veio até mim sorrindo e eu ofeguei, ainda que sem necessidade. Era essa reação que ele causava em mim... Eu perdia o fôlego que não precisava ter. Incoerente.

– Oi. – disse ele antes de me beijar. Olhando sugestivamente para meu cabelo molhado do banho que eu tomara antes de Nessie acordar.

– Oi. – respondi sem me impedir de sorrir para ele. E olhando suas roupas, perguntei. – Humm... Você precisa de um banho, não é? – ele balançou a cabeça afirmativamente, eu completei. – Pode subir e usar meu quarto.

– Ok! – respondeu sorrindo e entrou cumprimentando Nessie e Esme. Eu o segui.

Neste momento, Alice e Bella entravam no chalé e nos ouvindo vieram diretamente ao nosso encontro. Nessie encheu as duas de perguntas, mas Alice não querendo responder na minha frente, para não estragar a surpresa, apenas sacudiu a cabeça. Por isso, fui obrigada a seguir Lucca até meu quarto.

– O que as duas estão aprontando? – perguntou ele.

– Uma surpresa para nós. – respondi. Ele sorriu do jeito que eu amava, seus olhos brilhavam. E perguntou.

– É o nosso encontro?

– Sim. – respondi sorrindo, mas não entrei em detalhes sobre o lugar.

Enquanto Lucca usava meu banheiro, vi que os outros chegavam da geleira e pelo que eu podia ouvir das conversas na cozinha, a pista de trenó estava pronta e nós iríamos assim que Nessie e Lucca estivessem prontos.

Eike e Karl estiveram lá, com eles, o tempo todo.

Depois seguimos todos para o extremo norte do Parque Nacional de Denali. Fomos correndo. Alice e Bella haviam partido na frente, pois iriam diretamente para as galerias da gruta, preparar minha surpresa. Edward carregava Nessie e eu retardei meu passo para acompanhar Lucca. Ele dizia que já se sentia bem mais forte hoje, sua velocidade voltava. À noite já teríamos lua crescente...

Quando Lucca e eu chegamos à gruta, todos já levavam seus trenós para o alto do enorme e sinuoso túnel de gelo. Alice e Bella ainda não estavam lá. Lucca soltou um sonoro assovio olhando toda a extensão da pista, sua cabeça levantando lentamente, enquanto ele analisava cada detalhe, por fim, ele concluiu:

– Uau! Essa pista é alucinante. Seria impossível para um atleta de trenó olímpico humano descer isso aí! – constatou exclamando.

– Sim, eu sei... Nem mesmo os medalhistas.

Jasper foi o primeiro a descer. Ele preferia descer sozinho usando o trenó individual de Luge. A pista era extensa e alta, a força descomunal do nosso impulso era o segredo para alcançarmos a velocidade inumana na descida. Descíamos em milésimos de segundos, mas era muito excitante e divertido. Então, em um segundo Jasper era um borrão na pista; no segundo seguinte, o trenó de Bobsled passou zunindo com Emmet, Rose, Carlisle e Esme; com um segundo de intervalo Edward desceu sozinho em um átimo. Parecia que deslizavam pela pista descontroladamente, principalmente aos olhos humanos; mas para nós, era possível ver cada manobra, cada movimento e a forma como eles dominavam o trenó com perfeição.

Os sons das descidas eram altos e guturais ao ecoarem pela gigantesca galeria da gruta. Nessie olhava tudo extasiada. Após sua descida sozinho, Edward usou um trenó de Bobsled duplo para descer com ela. Ele não deu tanto impulso na saída e eles desceram em uma velocidade aceitável para os padrões humanos, mas ainda assim, muito rápido para uma criança humana descer. Crianças metade humana, metade vampira eram outra história...!

E ela estava visivelmente se divertindo muito...! Gritava e erguia os braços como se estivesse em uma montanha russa.

Todos tiveram suas chances de se divertir. Garret também não conhecia ainda a galeria e desceu com Kate primeiro, para depois descer sozinho.

Nessie era a única que usava o capacete protetor, mas ao contrário, todos nós usávamos as botas próprias, com exceção dela. Pois Edward dava o impulso no trenó sozinho, com ela já acomodada lá dentro.

Eu e Lucca usamos primeiro um trenó desse duplo para descermos juntos. Foi mais uma prova da nossa sincronia e cumplicidade. Fazíamos cada movimento, cada manobra, juntos e concentrados. Depois descemos separados usando os trenós individuais de Luge. A velocidade de Lucca não perdia em nada para a nossa. Ele era atrevido e chegou a fazer um lupping deitado no ar, com trenó e tudo, na pior curva da pista, que arrancou um assovio de aprovação de Jasper.

Os nômades também experimentaram algumas descidas, sozinhos e em grupos. Karl insistiu que eu descesse com ele no trenó duplo ao menos uma vez e eu, educadamente, o fiz. Lucca arqueou uma sobrancelha, mas pareceu não se importar, acredito que somente agora ele tenha notado o suposto interesse de Karl por mim. E a prova disso, foi que quando estacionamos lá em baixo, Lucca veio ao meu encontro, me ajudando a sair do trenó, como um cavalheiro, e me puxando para o círculo dos seus braços quentes. Eu sorri internamente de satisfação com este gesto territorialista dele, acendeu a corrente elétrica do meu desejo. Voltei a me perguntar onde estariam Alice e Bella...

Gastamos a manhã toda ali. Após todos terem experimentado descer sozinhos, em duplas e em grupos, com exceção de Nessie que só desceu com seu pai, várias vezes; resolvemos sair para usar os esquis e pranchas de snowboard na montanha de neve da geleira que envolve a gruta pelo lado de fora. Foi quando ouvimos suas vozes de sinos de vento perguntar em uníssono.

– Vocês não iam esperar por nós?

Eram Alice e Bella que vinham do interior obscuro da gruta, inspirei profundamente e misturado ao cheiro natural delas, era possível identificar o perfume de flores de laranjeira, lilases, frésias e rosas. Edward e Jasper dispararam na direção delas; Jasper apenas puxou a baixinha para o trenó imediatamente, enquanto Edward cobriu o rosto de Bella com beijos apaixonados. Nessie também correu:

– Mamãe, venha! Eu quero descer só com você! – saltitou ela envolta dos pais, Edward não parecia muito certo disso...

Então, após Jasper descer com Alice como um raio; Edward, Bella e Nessie usaram o trenó triplo uma vez. Depois disso, Bella, já tendo memorizado o trajeto, desceu sozinha com sua filha.

Assim, saímos todos reunidos da gruta e subimos a enorme montanha. Obviamente que não precisávamos do teleférico como os humanos; subimos correndo. Por um momento temi que aquilo fosse demais para Lucca, mas o observei e ele parecia perfeitamente bem.

O céu não era mais aquele azul límpido de ontem, mas também não estava carregado demais, o que para esta época do ano, era uma tremenda sorte.

Uma vez lá encima cada um colocou seu equipamento preferido.

Ainda lá no alto, Lucca e Nessie comeram o lanche que trouxemos para eles. Carlisle, Esme, Carmem e Eleazar desceram de esqui. Todos os outros, inclusive Lucca e eu, descemos na prancha de surf na neve. Partimos todos ao mesmo tempo, os quatro com esqui eram mais clássicos e somente apostavam corrida, em velocidade impossível, é claro. Nós, com o snowboard descemos fazendo luppings no ar, duplos e triplos mortais esticados e carpados. Nossas rotas cruzavam-se mortalmente. Nós gargalhávamos e gritávamos “Wows” e “U-huls” com a excitação. Edward e Bella se deixaram retardar para acompanhar Nessie, indo cada um de um lado dela, mãos dadas e fazendo um trajeto bastante sinuoso, mas que diminuía a velocidade. Em determinado momento, Kate gritou para mim:

Tanya! – e eu já sabia o que ela queria. Nós nos demos às mãos e giramos insanamente, uma impulsionando a outra; quase decolávamos voo quando fazíamos este movimento. Depois soltávamos as mãos girando um triplo mortal para trás e caindo perfeitamente de pé com as pranchas novamente na descida desenfreada.

Garret, que vinha logo atrás, gritou e aplaudiu em aprovação. Lucca assoviou e eu olhei para ele sorrindo. Nós descíamos juntos, em sincronia.

Quando já estávamos na metade da montanha, notei que Karl foi cruzar a rota de Lucca propositalmente na intenção de acertá-lo. Eles se trombaram violentamente, produzindo um estrondo de trovão, e rolaram alguns metros se embolando na neve.

No momento em que Karl ia se levantar na prancha novamente – em um movimento ágil e que só um vampiro conseguiria nesta velocidade e após tal queda – Lucca o puxou pelo tornozelo. Karl caiu novamente. Todos ficaram pasmos com a força de Lucca para conseguir isso e em súbito estresse com a hostilidade que explodiu entre ambos, ainda que sem cessar o movimento desvairado de descida.

Jasper, Emmet e Eike foram à direção deles imediatamente, e os separaram ainda em movimento para baixo. Ambos rosnavam agachados no snowboard, enquanto continuavam a descer. Não era possível parar a descida, neste ponto quase atingíamos a velocidade da luz; a pista da montanha era muito íngreme.

As brincadeiras e os gritos cessaram e a descida seguiu tensa até o final.

Quando chegamos lá embaixo, os quatro que desceram de esqui já nos aguardavam paralisados, como estátuas de neve. Um vento gélido começou a soprar, o que somente piorava o clima de tensão. Eu me livrei da prancha e avancei como uma felina para cima de Karl:

O que foi aquilo? – gritei ferozmente. Eleazar, livrando-se das pranchas de esquis, adiantou-se velozmente para o meu lado e completou:

– Não fomos suficientemente claros quando vocês chegaram aqui? Não toleraríamos qualquer hostilidade aos nossos convidados.

Karl abaixou a cabeça pesaroso e levantando as mãos em rendimento declarou:

– Eu sinto muito... Não sei o que houve comigo. – desculpou-se. Depois virando para Lucca. – Por favor, me perdoe. – agora não tão sincero, escondendo emoções disciplinadamente contidas. Orgulho. Raiva.

Lucca não disse nada, apenas assentiu nobremente.

Se eu era a pivô deste desentendimento, trataria de deixar as coisas muito claras para Karl agora mesmo. Busquei o olhar de Alice e ela assentiu concordando. Andei firmemente até Lucca e o beijei rápido, depois perguntei:

– Você está bem?

– Sim. – disse ele sorrindo e moldando meu rosto em suas mãos.

– Então, vamos. – o puxei, retirando uma de suas mãos do meu rosto e o puxando. Ele se deixou puxar por um momento e perguntou:

– Aonde vamos? – me virei para olhá-lo ao responder e tive um vislumbre de relance das expressões: furiosa de Karl, maliciosa de alguns, encantada de outras e preocupada de Kate. Ignorei todas. Apenas respondi Lucca em um sorriso sussurrado, revirando os olhos:

– Vamos ter um encontro romântico!... – ele me devolveu o sorriso e nós voltamos para dentro da gruta.


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Notas finais do capítulo

N/A: Luge e Bobsled são modalidades de esportes olímpicos de inverno. O Luge é aquele trenó que o atleta desce bem deitadinho e o Bobsled é aquele trenó grande tipo daquele filme "Jamaica abaixo de Zero".
Não sei se já comentei isso aqui, mas vcs notaram que o desenho da Alice é capa da fic??? Foi um amigo meu que fez...! Bem, me ignorem se eu já tiver falado...! ahsuahsuahs
Alguém arrisca algum palpite sobre a origem do vestido que a Alice desenhou??? Hummm... Pretendo surpreender! hahahaha
O próximo capítulo sai no sábado! Agora, vão em frente e me deixem saber o que acharam deste! Deixe um review! Fico toda boba!!! ahsuahsuahsAté sábado! Bjokas!