Tanya Denali escrita por AnnaJoyCMS


Capítulo 11
Capítulo 10. O Jardim


Notas iniciais do capítulo

N/A: Nossa! Décimo cap já?! :OO
Bom, queridas! Aqui está!
espero que gostem! Boa leitura! ;*



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13. O JARDIM

Circundávamos uma colina lentamente, eu acompanhava seus passos. A trilha parecia ter sido aberta há muito tempo, e ainda estava malcuidada e cheia de neve. Simeonini tinha alguma dificuldade, mas estava determinado a ver o lugar isolado onde nasceu e cresceu, conhecendo a história de sua família e as tradições etruscas. Nós saímos de sua casa no início da tarde. Ele usou uma picape especial para vir para as colinas. De Sluderno era possível vê-las ao longe. Cobertas de neve, misteriosas. Nunca imaginei que elas escondessem um recanto desses tão isolado, onde ninguém – além dos clãs etruscos que migraram para cá há um milênio – jamais havia explorado.

Tratava-se de uma ampla baixada encravada entre dois dos maiores picos. Segundo Simeonini, as rotas de aventureiros e alpinistas são mais comuns nos picos suíços. Eles consideravam a parte italiana mais traiçoeira e após algumas mortes em décadas passadas, toda esta região passou a ser evitada. Ou seja, o local perfeito para um lobisomem refugiar-se.

O próprio Simeonini não vinha pra cá há muito tempo e seu pai, obviamente, não tinha dificuldade com as trilhas cada vez mais fechadas, impossibilitando o acesso para outras pessoas.

A caminhada, é claro, não me oferecia qualquer esforço.

Eu e minhas irmãs conhecemos os Alpes há alguns séculos, porém somente o lado suíço. Visitávamos um mosteiro beneditino por lá...

Mas nunca viemos tão alto.

Simeonini e eu continuávamos conversando. Ele parecia relutante em me perguntar algo:

– Er... A senhorita a... Conhece? Quer dizer... Hã... Athenodora?

– Já a vi mais de uma vez. Sempre em situações muito tensas e difíceis para mim, então não pude observá-la como gostaria. É muito misteriosa e parece claro que ela esconde muitas emoções contidas e disciplinadas. – ele assentiu e partiu para outra pergunta, ainda constrangido.

– Bom, Ms Phelps... Er... Desculpe-me pela indiscrição,... Mas não reconheço seu nome... – ele explicou-se rapidamente, a voz um pouco alterada pelo embaraço, eu percebi onde ele queria chegar – Quero dizer, tenho lido a respeito há algum tempo... Não as lendas superficiais que encontramos, facilmente, na internet. Mas livros raros, documentos muito antigos. Como curador histórico, acabo tendo algumas regalias neste sentido. Como, por exemplo, acesso a biblioteca restrita do Vaticano, e posso dizer que consegui elaborar um mapeamento muito seguro dos clãs mais antigos...

– Já entendi Sr. Simeonini... – interrompi rindo para deixá-lo à vontade. Já era hora de dizer a verdade. – Desculpe-me por isso, mas era mais para sua segurança. Não imaginei que o senhor tivesse tanto conhecimento sobre o meu mundo. – olhei para ele e sorri, fazendo uma pausa dramática, depois continuei. – Meu verdadeiro nome é Tanya, minha irmã que foi injustamente julgada e assassinada pelos Volturi chamava-se Irina e minha outra irmã, que espera por mim em nossa casa, na região dos Denali, no Alasca, é Katrina, ou Kate para nós. Vivemos lá há três séculos somente, mas foi o suficiente para que ficássemos conhecidas como as irmãs Denali, ou o clã de Denali. – ele registrava e ponderava a minha informação freneticamente, tentando se lembrar.

Fiz uma pausa deixando que ele processasse a informação e testando-o em seu conhecimento. Ele não me decepcionou:

– Denali... – balbuciou, fazendo uma pausa na caminhada, o que me forçou a parar também dois passos a sua frente, me virando automaticamente para fitá-lo. – Mas não é em Denali que... Madonna mia! – exclamou Simeonini estupefato, levando a mão direita à boca entreaberta. – Tenho uma succubus bem à minha frente! – sussurrou pasmo, mais para si mesmo.

Eu gargalhei alto, como há muito não fazia e disse:

– A original!

Andamos por mais uma hora, quando ele me anunciou que agora estávamos próximos. Precisei ajudá-lo a descer uma encosta muito íngreme, em direção ao pequeno vale de sua infância. A encosta circundava o pico de uma montanha e ao seu final era possível ver a parte de trás de uma pequena propriedade escondida da civilização, e protegida da neve por um paredão de neve e gelo que se projetava à frente, num ângulo totalmente fora do eixo.

Ao entrarmos, ele imediatamente pegou alguma lenha, já cortada em um canto da pequena cozinha, e acendeu a lareira e o fogão. Era um chalé muito pequeno, sequer tinha divisão entre os cômodos. De fato, um refúgio. Um refúgio coberto de neve.

Lá fora já escurecia e Marconi preparou um chocolate quente para si e comeu pão.

Conversamos quase toda a noite. Ele me explicou tudo sobre lobisomens Filhos da Lua. Traçamos as comparações entre eles e os metamorfos quileutes. E eu compreendi que, embora, os Filhos da Lua tenham a desvantagem de se transformar somente na fase da lua cheia, são mais vigorosos e mais fortes do que os lobisomens de La Push.

Somente um lobisomem Filho da Lua, quando transformado, pode cuidar sozinho de dois vampiros, coisa que os quileutes, definitivamente, não podem fazer. Além disso, eles quando transformados, não ficam com o aspecto tão semelhante quanto o animal, o lobo.

Crescem vários centímetros na estatura, ficam de pé sobre os membros inferiores e utilizam os membros superiores e as mãos, que ganham força descomunal. Também não perdem a oposição do dedo polegar aos outros, o que é uma vantagem muito importante. Mas, ainda guardam outras semelhanças fortes da espécie animal, como os pêlos que crescem por todo o corpo; o focinho canino projetado à frente, e os dentes enormes e afiadíssimos, capazes de desmembrar e destruir vampiros.

Por fim, Marconi dormiu.

Entediada, resolvi aproveitar aquele tempo para sair e conhecer o local, deixando meu novo amigo repousar por algumas horas.

Mais adiante na baixada do chalé, havia um sereno lago, que congelado em uma fina camada, começava a ficar prateado pelos primeiros raios da aurora.

Ao lado ainda havia pendurado no tronco de uma grande árvore, um balanço bem rústico feito com corda e madeira. Imaginei o quanto ele tenha se divertido ali em sua infância.

O silêncio era inacreditável, lembrou-me de casa.

Considerei que já era hora de voltar.

Finalmente encontrei o que vinha procurando pelos últimos meses. Não esperaria por ele. Marconi o colocaria a par de tudo e estaria em suas mãos ir ao meu encontro ou não.

Eu não corria, caminhava montanha acima em direção ao pico de gelo.

Já havia subido a encosta que escondia a casa e toda a baixada onde ela ficava encravada, quando senti um perfume muitíssimo peculiar.

Não era humano com certeza. Nem tampouco se tratava de algum da minha espécie.

Na verdade não me parecia que fosse um ser vivo, ou a esta distância eu já teria ouvido a pulsação.

Não. Era algo especial e diferente de qualquer fragrância que eu já tivesse conhecido. Mais peculiar até do que o cheiro da Nessie.

Fui levada na direção deste perfume sem nem me dar conta. Não corria, mas também não sentia meus pés tocarem o chão.

À medida que me aproximava sentia o perfume delicioso aumentar, quando, de repente, do outro lado da montanha onde Marconi dormia; no ponto de encontro exato entre esta colina e uma terceira, havia um pequeno vale tão coberto de neve como tudo aqui, mas salpicado de pequenos pontos de luz.

O amanhecer de um novo dia começou naquele lugar mágico, que parecia que desapareceria se eu, ao menos, piscasse.

O tempo havia melhorado e as nuvens eram como algodão bem estirado, mostrando o azul do céu que ainda haveria de clarear por completo.

Mais próxima, para minha surpresa, percebi não só que os pontos de luz na neve eram a fonte do perfume inebriante, como também não eram, exatamente, pontos de luz, embora resplandecessem.

Eram... Flores? Flores de... Gelo? Não. Flores de vidro?! Não. Ainda não era isso. Pareciam flores de cristal! Vermelhas, amarelas, laranja, lilases, azuis. Não eram muitas, mas assim pareciam profusas. Porque brilhavam. Refletiam o sol que já surgia nos Alpes.

Refletiam o brilho da minha própria pele. E perfumavam... Parecia que até meu cabelo brilhava.

Ouvi os passos de Marconi vindo ao meu encontro, mas não consegui coragem para tirar meus olhos do jardim. Tive medo de que ele desaparecesse.

– Vejo que você encontrou o Jardim dos Obsidiniuns, Tanya! – exclamou ele antes mesmo de me avistar, enquanto descia com dificuldade a encosta de uma das montanhas.

Quando ele fez a curva, porém, e entrou no jardim, Marconi parou abruptamente.

– Oh! – ele arfou. Por me ver ali? Desviei meus olhos relutantemente das flores, para ver o que o assustou.

– Marconi? – ele apenas levantou a mão direita, sinalizando para que eu não me mexesse.

Per favore, não se mexa, cara mia! – eu paralisei imediatamente. A marca da espécie!

– Eu... Eu... Jamais... – ele parecia procurar as palavras, mas continuou – Vi este jardim tão... Deslumbrante! Tão reluzente!

– Sim, e... – eu instiguei.

– É a sua presença, Tanya! Elas gostam de você! – exclamou ele, se aproximando de onde eu estava.

– Marconi, esse lugar é... Mágico! Como vocês têm conseguido mantê-lo escondido há tantas gerações?

– Nós não temos. Sequer tentamos. Elas já estavam aqui quando as famílias etruscas vieram para as encostas lá de baixo, por onde passamos ontem. São flores muito, muito raras. Bom, você viu como Athenodora as cita em seu manuscrito. Estes são os obsidiniuns! – disse ele cheio de orgulho e exaltação. – Os últimos do mundo inteiro.

Enquanto falávamos, voltamos a caminhar e nos aproximávamos mais do belíssimo e raro jardim.

– Eu posso tocar uma delas? – pedi, ele aquiesceu. – Parecem que são de cristal. Um delicado, raro, fino e colorido cristal. – me agachei bem próxima de um dos obsidiniuns que brilhava entre a neve do chão. Toquei suavemente e, surpresa, arfei. – É macia, Marconi! – sibilei tocando e apertando delicadamente a flor, que cintilava com os movimentos. Senti a textura, era inacreditavelmente tão macia quanto qualquer outra flor, só parecia delicada demais. Quebrável. Ao mesmo tempo em que não era. Que ilusão de ótica é essa? Capaz de enganar até mesmo um vampiro? Marconi riu satisfeito.

– Sim! São especiais!

– Parecem orquídeas de cristal, que exalam este perfume único e refletem a luz. – eu ainda não acreditava.

– Hoje elas estão ainda mais especiais, pois estão refletindo a explosão de diamantes de sua pele, Tanya...

Ainda agachada junto ao obsidinium, levantei a cabeça, olhei para Marconi e sorri.

Até o meu sorriso reluziu...

~~~~~~~~~~~~~~

Uma semana depois de ter conhecido o lugar mais lindo e sentido o perfume mais perfeito que eu jamais imaginei em um milênio, estava eu aqui voando de volta ao Alasca.

Despedi-me de Marconi em Sluderno e providenciei minha volta após receber uma ligação muito preocupada de Eleazar, com novidades não muito animadoras. No entanto, como eu já pretendia retornar mesmo, ele resolveu que me contaria tudo pessoalmente, quando fosse me encontrar no aeroporto.

Desembarquei em uma manhã muito nebulosa. Meu vôo havia atrasado muito em Nova York devido ao mau tempo no Alasca. Peguei minha bagagem e fui ao encontro de Eleazar e Carmem que já aguardavam. Ela me abraçou primeiro, aliviada: 

– Tanya! Como é bom vê-la, de volta a casa, mi querida!

– Olá Carmem! É bom vê-la também...

Eleazar me abraçou sério; estava tenso também.

– O que há meu amigo? O que é tão urgente? – ele fez uma pausa, olhando bem nos meus olhos e respondeu grave.

– Carlisle ligou. Alice a cada dia tem mais dificuldade de ‘ver’ os Volturi. Ela acredita que seja por causa da criança híbrida a qual Gianna já deve ter dado à luz. Mas, mesmo assim, ela conseguiu ver uma decisão deles que fora tomada. Parece que a perseguição às testemunhas, que eles mesmos trouxeram naquele dia do julgamento dos Cullen, em Forks, vai iniciar em breve. Somente alguns meses.

“Achamos que o golpe no orgulho Volturi tinha sido muito forte e que eles não iriam querer relembrar este dia tão recentemente, mas parece que nos enganamos...”


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Notas finais do capítulo

N/A: Então?... O que acharam? Me contem por review, ok?!
bjokas e até amanhã! *.*