XXIII.

- Filho de uma puta!

- Traidor do Caralho! E agora? O que faremos?

- Como o que faremos?! Matamos os dois e caímos fora!

- Cada um por si então? Com que porra de dinheiro eu vou me manter escondido?

- Não é problema meu!

- Para você é fácil né?! Usa dinheiro até para limpar a bunda!

- Olha o respeito latino!

- Com que dinheiro vou pagar meus homens?!

- Não vão nos pagar?!

Era difícil entender o nexo da história com todos gritando ao mesmo tempo. Mas sabiam que estavam em uma grande piscina de merda. Cada um que se envolveu com o GTCCS levou consigo seus homens que obviamente eram pagos para fazer trabalhos sujos. Alguns estavam lá pela lealdade a gangue, outros somente pelo dinheiro. Então quando o fato de Marcus ter fugido com o dinheiro que serviria para pagar os "funcionários" e para ficar pelo menos uma semana escondido chegou aos ouvidos dos capangas tudo ficou ainda pior.

Vladimir não tinha problemas quanto a isso, afinal tinha dinheiro sobrando e seus homens eram leais. Portanto ele queria continuar com o plano.

Corin que estava completamente sozinho no meio daquele perigo planejava em sua cabeça como sair da casa sem ser visto por ninguém. Ele não era bandido, droga! Só queria se vingar. Mas tudo estava saindo de seu controle e o jeito era fugir antes que os homens armados lembrassem que estavam armados.

Amun que se juntara ao bando de James se mantinha em silêncio. Obviamente tinham que dar fim em tudo isso. Não duvidava que o FBI já soubesse onde eles estavam. James estava achando aquela discussão muito divertida, resolveu sair de fininho e fazer aquilo que melhoraria o seu lado. Foda-se o resto desse grupo de nome idiota, ele iria é pegar a garota e trocá-la por dinheiro.

Porém ele não foi o único a ter a mesma idéia.

Os trigêmeos que apesar de ter expressões de três caras idiotas e violentos não eram bem assim. Sabiam muito bem captar oportunidades e não foi diferente neste momento. Iriam pegar Isabella. Ela era a única chance de fuga.

O que eles não esperavam encontrar era Eleazar e Laurent com a chave da porta do cativeiro indo em direção aos prisioneiros.

- Eles tiveram a mesma idéia. - grunhiu Demetri tirando a arma da cinta e atirando em Laurent sem hesitar.

O homem caiu ao chão morto com o tiro certeiro que levou na cabeça.

Um momento de silêncio se instaurou no casarão. A discussão na sala de jantar parou completamente e então ao olharem para os lados perceberam que faltava muita gente naquele lugar. Um novo tiro fez com que todos se movimentassem. Os menos esperançosos correram para fora. Entre eles R. J. Fernandez que estava mais preocupado em salvar a própria vida a ceder a curiosidade de saber quem havia levado o tiro.

O latino correu até seu carro sendo encarado por muitos capangas que faziam a "segurança" do lugar. Mas novos tiros fizeram eles correrem para dentro empunhando suas armas.

Perto do quarto onde estava Isabella e Edward outro corpo caiu ao chão sem vida. Os trigêmeos mataram Eleazar.

James que observou a troca de tiros de perto resolveu usar sua inteligência e lábia.

- Hey! Calma! Não quero matá-los, quero me juntar a vocês. - ergueu os braços para o alto quando três revolveres eram apontados para a sua cabeça. - Pensem bem, tenho carros bons. Amun está comigo, podemos fugir daqui sem problemas. Depois refazemos um plano muito mais lucrativo. - sorriu convidativo.

Os três trocaram um olhar rápido e seguiram para o cativeiro. James foi logo atrás estampando um sorriso vitorioso.

Seu sorriso caiu assim que perceberam a porta entreaberta. Alec empurrou-a e fechou a cara não acreditando no que estava vendo.

- Mas que porra! - exclamou James.

Quem estava ali não era a filha do chefe Swan e muito menos o agente Masen. Mas sim Victória. A ruiva tinha os braços amarrados acima da cabeça nas grades da janela. O cúmulo da situação é que ela usava apenas calça jeans e sutiã. Sua blusa era o que amarrava seus pulsos. Sua expressão era um misto de humilhação e raiva.

- Me tirem daqui seus idiotas. - grunhiu entre dentes.

James gargalhou.

- Nem fodendo. Você deixou que eles fugissem, agora agüenta.

- Filho da puta! Você foi o pior de cama que eu já experimentei!

- Não foi isso que me disse ontem a noite. - riu sorrindo prepotente e dando as costas para a mulher que logo seria encontrada pelos agentes do FBI.

Os trigêmeos conversaram rapidamente. Não sabiam o que fazer. Procuravam a garota ou fugiam? Resolveram procurá-la. Afinal, a casa estava uma confusão só com gritos e discussões.

*/*/*

Isabella não conseguia acreditar no que Edward acabara de fazer. Por um momento pensou que ele a abandonaria. Por um momento sentiu grande decepção. Mas então quando ele voltou com um sorriso enorme e uma arma em punho, sentiu seu coração crescer. Ele não traíra a sua confiança, apenas agiu como um agente deveria agir. Pensou rápido, entrou no jogo e o virou a seu favor.

O que aconteceu foi o seguinte. Segundos após o primeiro tiro soar na casa Victória entrou no cativeiro. Estava com um fetiche pelo agente Masen dês do dia em que o viu pela primeira vez. Com a arma apontada para os dois sorriu maliciosa.

- Você não vai se importar se eu tirar seu agente por alguns minutinhos não é? - perguntou à morena que se agarrara com força a mão de Masen.

Edward olhava a ruiva de maneira incrédula. Mas logo teve uma idéia que os ajudaria com certeza a fugir. Apertou a mão de Isabella com o intuito de lhe passar confiança. Então a soltou dando um passo para frente.

A bandida sorriu largamente apontando a arma para o agente.

- Segue reto na primeira porta a direita.

E assim o agente o fez. Não virou a cabeça para trás, então não viu a desolação que Isabella ficou. Não viu a pobre garota se encolher abraçando seu próprio corpo e sentar ao chão.

Edward seguiu até onde foi indicado. Era um dos quartos. Ao contrário de onde estava a poucos segundos o lugar estava decorado com uma grande cama de casal, um grande armário e grossas cortinas impedindo a luz das primeiras horas do dia entrar.

Um pequeno abajur estava aceso permitindo que Masen enxergasse a sombra de Victória quando ela entrou no recinto. Virou-se para fitá-la e retribuiu seu sorriso malicioso. A ruiva praticamente gritou de expectativa em seus pensamentos.

- Não vamos precisar disso não é? - perguntou o agente com a voz rouca se aproximado como um felino da ruiva e abaixando lentamente a arma apontada para o seu peito.

- Pelo visto não. - ronronou ela colando seu corpo ao do agente.

Sem mais delongas Edward atacou o pescoço da ruiva com beijos molhados. Teria que ser rápido, tinha certeza que havia outros terroristas indo em direção ao cativeiro. Isabella estava sozinha lá.

Com esses pensamentos segurou a blusa da bandida e puxou fazendo os pequenos botões voarem longe. Completamente entregue e gemendo vulgarmente, Victória não percebeu que ao tirar sua camisa o agente havia ficado com ela em mãos. E a arma que ficou jogada ao seu pé fora chutada propositalmente por Masen.

Ao passar as mãos pelas costas da mulher sentiu outro revolver no cós da calça. Como uma jogada de xadrez Edward deu o cheque mate ao segurar os pulsos da ruiva contra a parede e amarrá-los com a blusa recém tirada.

Demorou alguns segundos para entender o que realmente estava acontecendo. Mas tudo clareou quando Masen tirou o revolver que estava escondido as suas costas e sorriu zombeteiro para ela apontando a arma em sua cabeça.

- Desculpe, eu prefiro as morenas. - disse o agente com um meio sorriso a fazendo grunhir então sua expressão fechou. - Se você berrar eu não hesitarei em apertar o gatilho.

A ruiva apenas bufou. Ela que não iria gritar por socorro. Já fora humilhada o suficiente pelo agente.

Edward abaixou-se para pegar a outra arma. Colocou-a na cinta e puxou Victória de volta para o cativeiro.

A surpresa de Isabella foi tão grande que o agente se perdeu por alguns segundos em seus grandes olhos verdes. Mas logo retornou a consciência ao escutar mais tiros. Tratou de amarrar a ruiva nas grades da janela.

Swan tinha seu coração batendo a mil. Mal se continha de medo e ansiedade. Conseguiu se acalmar quando Edward lhe estendeu a mão.

- Precisamos sair daqui. Agüente só mais um pouco. - falou suavemente.

Isabella assentiu segurando com o máximo de força que possuía a mão do agente. Ele a puxou ajudando-a a se levantar e seguiu andando a sua frente. Com a arma firmemente segura em sua mão direita seguiu para a porta.

Sorrateiramente os dois seqüestrados entraram em uma das portas ao ouvirem o som de conversas vindo em sua direção. Era um outro quarto decorado igualmente ao quarto de Victória.

Espiando pela fresta da porta Edward ainda pode ver os quatro homens passando pelo corredor. Não ficou inerte as armas em suas mãos, muito menos a respiração acelerada de Isabella que pressionava o rosto contra as costas do agente.

Masen se afastou da porta e segurou o rosto da morena entre suas mãos. Tentando passar o máximo de confiança possível sussurrou.

- Nós vamos sair daqui. Eu prometo que vou tirá-la daqui. Mas preciso da sua ajuda ok?

Ela assentiu com a respiração mais acelerada, mas desta vez não era de medo e sim por causa da proximidade com o rosto do agente.

Edward afastou-se se mantendo ereto e pegou a arma que estava em sua cinta. Isabella acompanhou o movimento apavorada com que o agente pudesse pedir a ela.

- Quero que segure. - entregou o revolver em suas pequenas mãos e as apertou delicadamente.

- Eu não... - gaguejou mas logo se calou quando viu o agente fazer negativo com a cabeça.

- Não quero que atire em ninguém, só quero que fique com ela. Mantenha apontada para baixo e me siga. Se caso ver alguém me avise e aponte a arma para ele. Vai assustar e fazer com que a pessoa não avance em nossa direção. Depois é só deixar comigo.

Isabella assentiu engolindo em seco.

- Estou com medo. - confessou.

- Você está indo muito bem. Muito melhor que qualquer outra vítima de seqüestro. Acredite em mim.

Edward assustou-se quando a morena atirou-se contra ele enlaçando a sua cintura e pressionando seu rosto contra seu peito. Suspirou e retribuiu o abraço apertado prometendo para si mesmo que nada que pudesse machucar Isabella chegaria perto.