O Cativeiro escrita por Paola_B_B


Capítulo 2
I.


Notas iniciais do capítulo

Olá :D Percebi uma boa aceitação da fic por aqui ^^ Espero que gostem e continuem me acompanhando. Tentarei postar pelo menos uma vez na semana.

Aí vai o primeiro capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/124655/chapter/2

I.

Acordou como todos os dias as 06h00min da manhã, sentiu seu corpo pesado e dolorido resultado do dia e noite de trabalho pesado de ontem.

Concluíra mais uma missão bem sucedida, prendera uma quadrilha que traficava craque pelas escolas do país.

Espreguiçou-se e gemeu um “Au” sentindo seus músculos contraídos. Coçou os olhos e seguiu cambaleante para o banheiro, nada melhor de que um bom banho quente para relaxar o corpo.

Deixou que a água escorresse por suas costas o que fez seus hematomas adormecerem, os mesmos foram causados por um dos bandidos que insistira em fugir. Não foi surpresa para o agente Masen ver seus colegas “ocupados” correndo atrás dos viciados - já que eram todos magros e aparentemente fáceis de abater - deixando o pequeno brutamonte para ele cuidar.

- Cambada de Judas! – bufou ele fechando o chuveiro e secando seu corpo.

Enrolou a toalha em sua cintura e seguiu para seu quarto. O celular em cima da mesa de cabeceira estava vibrando, com isso foi se deslocando até a beirada e quando o homem reparou o aparelho já estava ao chão. Soltou um muxoxo e levou o telefone a orelha.

- Fala Edwzinho!

- O que quer Emmett?

- Porque o mau humor mano? Nós salvamos a pátria novamente!

O agente revirou os olhos com as palavras do grande amigo e parceiro. Conheceu Emmett ainda quando estavam no colegial, os dois sempre compartilharam do mesmo sonho de entrar no FBI e a partir daí tornaram-se grandes amigos, grandes irmãos como diziam. Hoje eram parceiros em seu trabalho, os dois melhores agentes dos EUA.

- Mano? Você é um belo de um filho da mãe Emmett, tive que cuidar daquele gigante sozinho, em quanto você dava em cima da agente Denali! Belo irmão que você é!

Edward estava realmente muito irritado, seu parceiro era um cara inteligente e muito focado no trabalho... Até surgir um rabo de saia. Não foram poucas as vezes que Emmett se envolveu com uma das “bandidas”.

A risada foi estrondosa do outro lado da linha em quanto Edward colocava o celular no viva-voz para poder colocar sua roupa.

- Qual é Edward, leva a mal não. Eu estava prestes a ir te ajudar quando a Tânia veio toda indefesa para mim pedir uma caneta emprestada e daí sabe como é né?

- Não vou nem te responder!

Emmett riu novamente levando Edward a fazer negativo com a cabeça e terminar de por sua roupa.

Vestiu uma calça jeans escura e uma camiseta preta - a cor mais presente em seu armário – colocou o tênis nos pés e andou pelo seu quarto secando os cabelos com a toalha.

- E aí preparado para a reuniãozinha na casa do chefe?

Em resposta Edward gemeu descontente, esquecera completamente disso e não estava nem um pouco a fim de ir. Emmett sabia o porquê e não pode evitar rir.

- Cara o que custa conhecer a filha dele?

- O que custa? Porra Emmett você sabe que eu odeio patricinhas mimadas!

- Você nem a conhece, como pode dizer isso?

- “Minha filha é uma mulher caprichosa, todo lugar que ela vai deixa mais bonito, ela sabe conseguir o que quer.” Qual é Emm, você sabe o que isso significa: Patricinha queridinha do papai!

Emmett estava entrando na cafeteria gargalhando com o celular na orelha depois da imitação descabida da voz do chefe feita por seu amigo, deu um breve aceno para Joe que estava atendendo um freguês no fundo do estabelecimento. O dono do local acenou sorrindo para o antigo cliente e amigo que acabara de entrar, ele agradecia todos os dias por um homem como o agente McCarty freqüentar seu local de trabalho, Emmett é o tipo de cara que mete medo em qualquer um mesmo que não veja sua arma e distintivo na cinta de sua calça. Alto e musculoso do tipo bombado, cabelos curtos e uma feição intimidante quando sério – coisa que só acontecia quando ele estava concentrado no trabalho – as mulheres não conseguiam evitar olhá-lo, já os homens se sentiam minúsculos perto daquele gigante musculoso, o que era muito bom para a segurança do estabelecimento.

- Talvez ela seja caprichosa em seu trabalho e quando ele diz que ela deixa os lugares mais bonitos é porque a mulher é paisagista Edward, e ela consegue o que quer porque talvez ela tenha uma personalidade forte... Cara você está completamente paranóico.

- E não é pra ficar, sendo que seu chefe a todo o momento tenta jogar sua filha para cima de você?!

E mais uma vez a gargalhada do agente ecoou pela cafeteria.

- Ok mano, eu não vou discutir isso novamente com você, mas acho que hoje à noite você não vai poder fugir.

Edward soltou mais um muxoxo com as palavras de seu amigo. Emmett estava certo ele não poderia escapar desta vez. Despediu-se rapidamente de seu parceiro e colocou o celular e distintivo no bolso da calça. Vestiu seu coldre e pôs o casaco preto por cima. Iria tomar seu café da manhã como todos os dias na cafeteria do Joe... Bem, nunca fora grande cozinheiro, os fast foods o salvavam de passar fome nos dias que sua mãe não lhe mandava o jantar.

Trancou a porta de seu apartamento e seguiu a pé até onde seu parceiro estava. O local não era perto, porém sua moto sofrera com a última perseguição e teve que ir para o hospital se recuperar de rodas tortas e amassos laterais.

Edward Antony Masen, um nome não muito comum para alguém no século XXI, porém o nome antigo combinava com seu charme. Um homem do qual é impossível uma mulher não notar, por mais tímida que essa mulher seja. E Isabella não foi uma exceção.

*/*/*

O barulho infernal de seu despertador a assustou em meio de um sonho, sua tendência a ser estabanada não a abandonou e a morena caiu de sua cama embolada nas cobertas.

Soltou um rosnado de raiva e saiu - com muita dificuldade - do bolo de cobertas que a prendiam como amarras feitas de algodão e poliéster. O despertador ainda tocava estridente e o mau-humor da mulher só aumentou fazendo-a pegar o pequeno relógio que comprara na lojinha 1,99 e jogá-lo na parede mais próxima transformando o aparelho em dezenas de pedaços de plástico ao chão.

- Volte para o inferno que é seu lugar! – disse ela sorrindo ao perceber que o barulho irritante havia cessado.

Nada irritava mais Isabella Marie Swan do que acordar cedo, normalmente levantava depois das dez. Escolhera o turno da tarde e noite em seu trabalho justamente por seu pequeno problema com despertadores. Mas hoje era necessário acordar cedo, caso contrário seria obrigada a conhecer o Mister Chato.

Bufou contrariada, não agüentava mais seu pai falando daquele nerd. Qual era o problema de uma mulher não querer namorar sério? De dar prioridades de se estabilizar financeiramente antes de correr atrás de homem? Afinal, ainda era jovem, mal completara 25 anos. Quem em sã consciência casaria antes dos 30? Meus pais. Sim seus pais casaram aos 18 anos após sua mãe engravidar. Isabella fora fruto de uma paixão louca de dois adolescentes. Eles não são exemplos de pessoas conscientes! Então não contam!

A jovem era de certa forma traumatizada em relação a relacionamentos, todos os seus namoros não duraram mais de duas semanas... Talvez pelo fato de que todos os seus ex-namorados foram apresentados a ela por alguém com a intenção de fazer um novo casal. Seus amigos eram péssimos cupidos, pensavam que estavam fazendo um grande bem, porém Isabella simplesmente odiava. Ninguém acertava o tipo de cara que ela gostava e por conta disso não conseguia aturar por muito tempo seus pretendentes.

Então se seus amigos não apresentavam pessoas decentes a ela, o que seu pai poderia apresentar? No mínimo um pau mandado, daqueles que seguem regras, óculos fundo de garrafa, monoselha daquelas que parecem uma taturana grudada na testa, com o rosto infestado de acnes, tipicamente nerd.

A moça não tinha culpa de pensar desta forma, já que seu pai adorava exaltar as qualidades intelectuais de seu melhor agente e esqueceu-se de contar sobre as qualidades físicas também, não que ele entendesse muito sobre o que era uma barriguinha sexy.

Andou apressada, seu salto fazendo toc-toc pelas calçadas desalinhadas da cidade, o vento frio do outono soprava em seu rosto fazendo-a encolher-se dentro de seu sobretudo.

Seus cabelos castanhos voavam para todas as direções o que a fez bufar ainda mais mau-humorada.

- É por causa desse tipo de coisa que eu não acordo cedo, tudo dá errado antes das dez horas.

Mal sabia ela que logo essa afirmação não faria mais tanto sentido em sua vida.

Em breve chegaria a cede do FBI, daria uma desculpa qualquer ao seu pai pedindo perdão por mais uma vez não poder estar presente em suas reuniões. Quando chegasse em sua casa aproveitaria o resto de seu sábado, se é que comer comida japonesa em quanto assiste a filmes melosos na frente da televisão é aproveitar um dia.

Em quanto a morena imaginava o seu dia tranqüilo, andando no sentido contrário a ela o agente Masen xingava baixo por não ter uma desculpa convincente para faltar o jantar.

Seus passos largos pela calçada, sua postura rígida como um bom policial e seu maxilar travado imaginando como seria a patricinha filha de seu chefe e como seria irritante ouvi-la a noite inteira.

Ele olhava para frente, mas nada enxergava, estava tão perdido em seus devaneios que seguia pelo caminho automaticamente.

Ela olhava para frente, um leve sorriso em seus lábios pelo futuro triunfo em escapar do maldito jantar que o pai inventara.

*/*/*

Você acredita em amor a primeira vista? Não? Então como explica o sentimento de uma mãe ao ver pela primeira vez seu filho recém-nascido? Como explica o porquê do coração de uma adolescente acelerar ao ver seu primeiro amor? Olhos nos olhos, aquele brilho intenso, a boca seca, as mãos tremulas e aquele frio na barriga incontrolável. Talvez você me diga que amor de mãe é diferente, ela já ama seu filho antes mesmo de nascer. Concordo com isso. No caso da adolescente, bem, ela é uma adolescente e adolescentes vivem se apaixonando, algo totalmente passageiro. Concordo também.

Porém, qual a probabilidade de duas pessoas, duas almas distintas que de algum modo estão ligadas por aqueles a sua volta, que não querem se encontrar mesmo que não se conheçam, que possuem hábitos completamente diferentes, que trabalham em meios opostos, que agem de formas desiguais, se apaixonarem com apenas uma troca de olhar?

Impossível? Não quando o destino está envolvido. Apesar de toda a luta de Isabella para não conhecer Edward e vice-versa, eles irão se conhecer, irão se apaixonar, irão se amar. Talvez não o amor mais intenso, o amor mais romântico ou carnal. Não será um amor épico nem de contos de fadas. Mas eles construirão uma história juntos, mesmo que eles não conheçam se quer o rosto um do outro, comprovarão que sim o amor a primeira vista existe e que sim cada um tem a sua metade e que não importa o quanto insista em afastá-la, em algum momento da vida os caminhos se cruzarão mostrando o quão forte o amor pode ser a ponto de levar um jovem agente bem sucedido a lutar pela vida da filha de seu chefe a qual mudará completamente sua vida com apenas um olhar.

*/*/*

O vento mais uma vez soprou forte fazendo até mesmo o robusto agente Masen se encolher, mas quando o fez ele viu. Olhos verdes, grandes e intensos olhos verdes. Sentiu-se de volta aos seus 14 anos antes de seu primeiro beijo. Aquela sensação gostosa de que algo está congelando em seu estômago. A respiração acelera, o coração bate forte e o efeito é tão bom que é impossível não sorrir.

Ao mesmo tempo a jovem garota encontra dois oceanos azuis esverdeados, subitamente teve vontade de mergulhar naqueles grandes orbes. Sentia como se o mundo tivesse parado, não escutava os carros buzinando na movimentada avenida, não escutava o cachorro latindo do outro lado da rua e muito menos enxergava os pássaros ao alto voando para o sul. Tudo o que sentia era seu corpo martelar juntamente com seu coração que batia forte.

Os dois só perceberam que não pararam de andar quando tiveram que virar seus rostos para conseguirem se observar. Um sorriso singelo apareceu nos lábios da morena quando ela olhou para baixo envergonhada e então voltou seu olhar para frente seguindo seu caminho. O rapaz sentiu-se entorpecido e tentava acalmar sua respiração em quanto seguia até a cafeteria do Joe.

Não importa que eles não tenham trocado uma simples palavra. Estava feito! O destino cruzou seus caminhos pela primeira vez e a partir de agora as duas almas iriam seguir o fluxo de seus corações que foram marcados com o intenso olhar do verdadeiro amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?