Innocenza escrita por medusa


Capítulo 11
Eu devo ir.


Notas iniciais do capítulo

Desta fez confesso que a demora não foi tanto por causa do tempo. Foi por causa da falta de criatividade! hahahahah Acreditem quando falo que nem eu sei o que vai acontecer na história. hahahah
Mas agora já tenho um raciocínio pra seguir, e a história vai ficar mais interessante.
Beijos!



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Beatriz colocou todos os seus pertences em uma caixa de acrílico que havia lá. Andou mais alguns passos e foi revistada por uma policial. Depois chegou ao que parecia ser um pátio.

Havia vários jovens andando por lá. Todos com uma calça de moletom branca e uma camiseta qualquer, quase todas sem nenhum tipo de estampa.

Nesse momento, ela só rezava para que conseguisse encontrar Felipe e que sua mãe não desconfiasse que ela não estivesse no shopping com suas amigas.

Deu alguns passos, observando cada canto do lugar. Jovens brincando, alguns conversando, outros estudando. Havia um garoto com camiseta lilás sentado em um banco, em uma parte mais afastada do resto dos internados. Ela chegou mais perto, e ele olhou para ela.

– Felipe? – Ela disse, reconhecendo-o.

– Sim. – Ele tentou segurar o sorriso, mas não conseguiu.

– Ai meu Deus! – Beatriz andou em sua direção e deu-lhe um abraço quando ele ficou de pé. – Você está bem?

– Acho que sim.

Eles se sentaram.

– Foi tão difícil chegar até aqui. Tive sorte ao descobrir onde você está, e minha mãe acha que estou no shopping. Se ela descobrir que menti para ela, estou morta.

Ela sorriu. Sorriu pela sua situação e pela felicidade de vê-lo tão saudável, tão bem e tão... Bonito, é claro. O cabelo dele estava um pouco maior, e às vezes uma mecha caía em seus olhos.

– Mas então – ela falou, para quebrar o silêncio – o que aconteceu para você vir aqui?

– Bem, eu... Saí por aí com o Rodrigão, e estava rolando uma briga no meio da rua. O Tiago estava devendo dinheiro para um traficante. Ou não estava, não sei direito, foi tudo muito rápido. Só sei que a polícia chegou e todos correram. O traficante tentou atirar no Tiago, mas acabou acertando o Rodrigão. Eu tentei socorrer ele, mas então a polícia chegou e me pegou com drogas no bolso.

– Mas peraí... O Rodrigão? Ele está bem?

– Não. Ele morreu. – Felipe olhou para baixo.

– Eu... Sinto muito. Mesmo. Vocês eram realmente companheiros, né?

– Sim.

– Mas, enfim, – disse Beatriz, depois de um pigarro – como está sendo seu tempo aqui na fundação? Aqui é bom? Te tratam bem?

– Isso daqui é bom mesmo. Eles têm horários rígidos, nos fazem estudar bastante, nos dão consultas a psicólogos. Não que eu ame estudar mas... Às vezes eu olho para esse pátio cheio de crianças que deveriam ser inocentes... Entende? Foram introduzidas em um mundo tão violento, quando na verdade deveriam estar brincando com seus carrinhos. Acho que essa fundação aqui resgata um pouco disso neles.

De repente Felipe se lembrou daquele dia em que ela viu as pedras no quarto dele. Ela estava tão certa sobre ficar decepcionada por ele. Ela deveria esquecê-lo, e ele fazer o mesmo. Ela não merecia se preocupar com ele.

– Por que você veio? – Ele franziu as sobrancelhas. Beatriz desmanchou seu sorriso imediatamente.

– Porque estou preocupada. Ou melhor, estava. Vejo que você esta ótimo. Eu só queria saber se você estava bem, saber o que aconteceu, o que está sentindo.

– Você deveria ir.

Beatriz não compreendeu.

– O que? Como assim eu devo ir?

– Você não deveria estar aqui, deveria estar no shopping. Não deveria nem se preocupar comigo. Deveria cuidar da sua vida, dos seus estudos. Eu não sou exemplo para você. Me esquece.

Ela se paralisou, complexada. Como assim depois de fazer um super sacrifício para vê-lo, ele ia simplesmente dispensá-la desse jeito?

Resolveu não lutar contra ele. Respirou fundo e ficou de pé.

–Também acho que é melhor eu ir. Quer saber? Não se preocupe comigo, eu não dou a mínima para o que você faz da sua vida. E eu também não estava pensando em você quando escrevi isto – ela tirou um papel dobrado do bolso da calça e jogou no colo dele. Deu as costas e andou para longe dele.

Ele olhou o papel. Colocou-o em um bolso da calça e andou rapidamente até encontrar Beatriz.

– Espere. – Ele disse, e puxou-a pelo braço. Ela se virou para ele, que puxou-a para um abraço. Um abraço demorado. Felipe queria simplesmente senti-la uma última vez. – Eu te amo – falou, quando se afastaram. Ela segurou as lágrimas.

– Eu devo ir.

E se foi.

Beatriz desceu do ônibus e andou até o shopping. Deu uma olhada em uma loja de roupas, depois em uma loja de sapatos. Pegou uma nota de cinco reais na carteira e foi comprar um sorvete.

Sentou-se em um banco, entretida olhando os brinquedos de uma loja que estava à sua frente.

– Eu imaginava que depois de algum tempo você iria mudar fisicamente – falou alguém que sentou ao seu lado – mas não que ia ficar ainda mais bonita.

Beatriz olhou para o lado e constatou: era o Dan. Seu ex-namorado, que estava sumido desde dois anos atrás.

Epa.


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Notas finais do capítulo

O Dan voltou? Quem é Dan? Por que ele foi pro shopping? AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA :O