Amor ou Poder escrita por MateusGomez


Capítulo 2
Capítulo 2




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- Ah, prazer, Tom. Eu sou Menkaré. Nefer Menkaré. – Sorriu a menina e saiu com os livros e o caldeirão com os frascos de vidro dentro. A menina saiu e foi encontrar as duas amigas. Ao sair da sala, deu um último e amigável sorriso a Tom. Tom estremeceu.

Tom passou o resto do dia como se tivesse um dragão bafejando em sua coluna vertebral, a sensação esquisita que sentira depois que a menina egípcia o tocara. O rapaz foi para a hora do almoço. Este era o momento em que Tom costumava treinar legilimência: enquanto comia, escolhia um ou outro aluno da mesa para ler sua mente. Riddle sentou-se a grande mesa da Sonserina, perto de seus "súditos": alunos que eram contra os "sangues-ruins", que viam em Tom um futuro promissor ou simplesmente o temiam. Apesar da proximidade, o garoto pouco conversava durante o almoço.

Tom pôs em seu prato alguns pedaços de abóbora e umas fatias de coxa de javali. Não tocou na comida, apenas lançava olhares a alguns alunos da mesa. Lia a mente de cada um. "Nossa, esse javali está ótimo!" pensava um garoto do quinto ano que estava próximo a ele, ainda na mesa da Sonserina. Tom desviou o olhar para uma menina ainda na mesma casa, que se olhava ao espelho, como se apreciasse a própria imagem: "nossa, eu estou horrível, gorda!". Nada interessante.

A mesa ao lado era a da Corvinal. Tom desviou o olhar para próxima mesa e deparou-se com Nefer. Agora, o dragão que bafejava em suas costas, parecia estar cuspindo fogo. O rapaz paralisou o olhar. Acompanhava a jovem sentar-se ao lado de duas garotas. "Bem, vou ler a mente dela...", pensou Tom. Não conseguiu. A garota parecia não deixar ele entrar em sua mente. "Mas como é possível? Ela está executando algum feitiço?". Não. O problema estava nele mesmo. Não conseguiu se concentrar para executar o feitiço. Irritado, o rapaz enfiou três pedaços da coxa de javali, jogou sua bolsa nas costas e saiu correndo para a biblioteca.

O menino tirou da bolsa um livro grande e pesado, quase que com dificuldade. Tinha a capa preta e uma caveira em alto relevo na capa. Tom abriu o livro e começou a fazer anotações. Era assim que Tom gastava as suas tardes, estudando magia negra.

Passadas quatro horas de estudo, Tom já havia lido 600 páginas do livro e feito anotações em 5 metros de pergaminho. A biblioteca estava vazia, apenas uma garota estava sentada, lendo um livro no outro lado da biblioteca, que Tom não havia identificado, devido a escuridão que havia entre eles. O rapaz continuou lendo o livro:

"Embora não haja provas de que Lady Anne Boleyn tenha executado magia negra para casar-se com o Rei Henrique VIII, acusação que a levou a morte por decapitação, especula-se que ela possa ter executado algum feitiço antigo. Textos antigos afirmam que a Família Boleyn era mestre em poções do amor, supostamente criaram a Amortetia, apesar de não ser considerado uma poção da arte das trevas. Outro feitiço ao qual atribuem-se aos Boleyn é o Trocarignis. Faz com que uma pessoa mantenha seu sentimento, mas muda a pessoa. No caso, Lady Boleyn passou o amor do rei pela Rainha Catarina para sua irmã, Mary Boleyn e, em seguida, para ela mesma. Anne executou o feitiço de duplicação antes de morrer, a Duplicatia, duplicando a si mesma. No dia da execução, Anne Boleyn enviou sua cópia e conseguira fugir com ajuda de sua irmã. Mary abandonou a bruxaria e viveu como trouxa. Já Anne, escondida, casou-se com Edward Yaxley, e deram a linhagem Bruxa dos Boleyn. Diz-se que até hoje entendem e muito bem das artes das trevas."

Era o que Tom precisava para seus planos, uma família inteira dedicada as artes das trevas.

A garota do outro lado levantou-se, arrumou os livros e saiu da sala, caminhando oscilando os quadris, quase desfilando. Ao passar por Tom, a menina balançou a longa cabeleira castanha escura deixando ver seu belo rosto. Tom reconhecera. Era amiga de Nefer. Eva Boleyn.

Tom estava na cama, pensando em seus planos. Sexta feira, após a aulas, iria para a Borkin, a loja de artigos das trevas trabalhar durante todo o final de semana. Estava pensando nos objetos que havia conseguido até ali: a Taça de Hufflepuff, o Medalhão de Slytherin, Nefer Menkauré... Nefer? Por que estaria pensando na garota egípcia? Tentou retornar aos seus pensamentos, mas incrivelmente, a imagem da menina de pela escura e longos cabelos negros e cacheados retornava.

A primeira aula do dia seguinte era Defesa Contra Artes das Trevas, curiosamente a matéria preferida de Tom Riddle. Pela primeira vez, o garoto sentia uma sensação de vazia após o café da manhã. Parecia que algo estava faltando, ou nele, ou na sala de aula. O professor ainda não havia chegado, mas isso nunca fora problema para ele. Alguns alunos já estavam na masmorra, conversando, alguns ainda tiravam um cochilo. A cada ruído que a porta do cômodo fazia, o garoto olhava para saber quem entrava. "Ora , por que eu estou me preocupando com quem está entrando... Que estupidez!", pensava, mas qualquer barulho que a porta fizesse, por mais que tentasse não se importar, seu rosto, como se tivesse vontade própria, tornava a olhar para a porta.

Entram duas meninas, conversando em voz baixa, Nefer e Vivian. O olhar de Tom fixou-se na menina de olhos escuros faiscantes. O dragão que estava montado em suas costas desde a manhã anterior voltava a cuspir fogo em sua espinha. Seu estômago mais uma vez congelara. "Claro, é uma garota muito inteligente, pode ter muito a me oferecer!" tentou enganar-se o jovem Tom, que tinha grande facilidade de extrair informações das pessoas que lhe interessavam. Curiosamente, não conseguia se aproximar de Nefer. Mas por que? Que sensação é essa que ela sentia ao olhar para garota? Seria algum tipo de bruxaria que Nefer havia lançado nele? Tom sabia como descobrir.

Durante a aula, o professor fez com que os alunos se organizassem em duplas, para que treinassem algumas contra-azarações, mas fez questão de lembrar:

- Não quero que duelem com amigos íntimos, então, é bom irem se separando. Bem, como vocês estão em número ímpar, pedirei ao senhor Riddle que duele comigo, afinal, creio que seja o mais experiente – e sorriu para os alunos.

Os estudantes estavam lançando uns feitiços, enquanto o outro, defendia-se. O problema é que alguns alunos aproveitava da aula para acertarem algumas contas. Dois rapazes, um da Lufa-Lufa e outro da Sonserina aproveitavam quando o professor não estivesse olhando para duelarem... com as mãos. Nefer acabou duelando com Edward Wyatt, um garoto muito sério da Grifinória. O duelo entre os dois estava calmo, até a jovem não conseguir se proteger de um feitiço estuporante de Wyatt. A luz vermelha correu a sala rapidamente acertando em cheio o peito de Nefer. Um grito ecoou pela sala e junto a menina foi atirada para longe. Tom viu a cena. O dragão que estava montado em suas costas fundiu-se a ele. Uma fúria imensa tomou conta do seu corpo em um segundo e sua reação foi imediata: "Torcerarms" falou o rapaz em sua mente, com rápido aceno de sua varinha para Edward.

Wyatt também gritou e caiu no chão de dor. Enquanto a menina estava no chão, um pouco zonza, Edward estava no chão gritando de dor. Seu braço estava inteiramente contorcido. Parte do seu osso estava exposta, o que faz um grupo de meninas da sala gritarem, outros meninos saírem da sala. O sangue escorria da parte em que era possível se ver uma parte do osso surgindo na pele. O garoto parou de gritar. Agora estava desacordado.

Nefer foi dispensada da ala hospitalar logo no início da noite, diferente de Wyatt, que ficaria dois dias em observação até que os remédios fizessem efeito e seu braço fosse reconstituído. A menina foi para a sala comunal na Corvinal ao encontro de suas duas amigas aflitas sentadas em cima de uma mesa.

- Nossa, já estávamos ficando preocupadas, amiga! – disse Eva aflita, após um abraço apertado na amiga.

-Pois é! – completou Vivian, oferecendo a amiga um docinho que estava sobre a mesa.

- Ah, eu ia ficar bem, né... – disse Nefer, confortando as amigas e levando um pedaço do doce a boca – mas o que foi aquilo que aconteceu com o Wyatt?

- Não sabíamos que você sabia executar um feitiço daquele tipo – respondeu brincando Eva – na verdade o professor até disse que você deve ter feito algum tipo de magia egípcia e...

- Mas não fui eu! – respondeu Nefer, desesperada.

- Eu já falei para Eva que não podia ter sido você, não fazia sentido nenhum, já que você estava estuporada, quando ele teve... aquele... problema – disse Vivian, evitando comentar o acontecido.

- Olha, pelo menos o professor defendeu você, disse que você talvez tenha citado o feitiço de forma errada – Disse Eva, tentando confortar a amiga.

- Nossa, é demais para a minha cabeça! – Vou dormir, tenho aula amanhã!

A manhã seguinte chegou e os alunos se dirigiram para a primeira aula: Transfiguração. Era o professor favorito das três garotas e o que Tom Riddle não gostava.

O rapaz, resolveu evitar olhar para as garotas e, para isso, sentou-se junto aos seus companheiros da Sonserina, todos apaixonados por artes Artes das Trevas. A conversa entre eles fez o garoto não perceber quando alguém entrava na sala. Para seu desgosto, exatamente na hora em que Nefer, Eva e Vivian entravam na sala o garoto virou-se para a porta. As três belas garotas entravam sorrindo. Como tornou-se de praxe, Tom encarava os olhos singelos de Nefer, que conversa animada com as amigas. Por um instante, o rapaz desviou o olhar para Eva Boleyn. "É claro! Ela é descendente dos Boleyn, e provavelmente tem muito a me oferecer! O que a egípcia tem?". Observando um pouco mais a menina, percebeu em seu pescoço um colar de pérolas com uma medalha com a letra "B" com três pérolas em forma de gotas ao pé da letra. Vira um idêntico no livro em que estava lendo, havia uma figura de Lady Anne Boleyn, e esta portava a mesma jóia.

O professor Dumbledore entrou na sala com um rosto amigável e dando um simpático "bom dia" aos alunos.

Os alunos dessa aula, executavam feitiços para multiplicar objetos. Parecia um feitiço bobo, mas, além de Tom Riddle, apenas Eva Boleyn executou o feitiço corretamente na primeira tentativa. Alguns alunos dividiam o objeto ao meio. Outros, triplicavam ( o que não era correto, já que a multiplicação precisa ser feita em potência de dois). O jovem Tom lembrou-se da ancestral de Eva, que duplicou a si mesma e livrou-se da morte. Era esta garota tinha potencial para segui-lo em seus planos, não a Egípcia.

Medea Moursey, uma menina da Sonserina, vendo que Eva executara bem seus feitiços fez um comentário, sem fazer questão que a menina não ouvisse:

- Ela adora aparecer!

Eva dirigiu-se a Nefer, mas as palavras não se dirigiam a ela:

- Nefer, você conhece algum amuleto egípcio contra inveja? To sentindo que tem gente muita gente invejosa nessa sala...

- Inveja? de você? – ironizou Medea, a menina magricela de óculos.

- Querida, você presta atenção quando falar comigo, eu não me dirigi a você! E, para você, eu sou Senhorita Boleyn. – respondeu a menina, jogando para suas costas a enorme cascata de cabelos castanhos e olhando a outra por cima dos ombros com olhar de desprezo.

"Que isso, duas belas jovens discutindo em minha aula? Isso não é nada bonito...", disse Dumbledore, tentando interromper a briga. Mas Eva não interrompeu.

- Professor, o senhor disse bela? Aquilo é bela? – a menina apontou para outra com um olhar de quem ia vomitar. A outra imediatamente estendeu a varinha, tão rapidamente que o professor, não prevendo até onde iria a discussão, não interferiu.

Eva levantou-se da cadeira furiosa e partiu para cima de Medea. Está, percebendo a reação da garota, não abaixou a varinha, mas começou a tremer. Todos pensaram que Eva levantaria também a sua, mas, inesperadamente, a garota apenas arrancou o instrumento da mão da outra, arremessou longe e pegou nos cabelos sebosos de Medea, que começou a gritar. Esta, revidou com um tapa na rosto que, no máximo, acertou o ombro de Eva. "Briga de mulher!" gritou algum aluno da sala, mas, antes que as duas arrancassem suas roupas e rolassem no chão, o professor Dumbldedore empunhou sua varinha e apontou para as duas jovens. Imediatamente, as duas foram jogadas, uma ao oposto da outra.

- As duas mocinhas hoje, na minha sala, as seis da tarde! Vamos ter uma longa conversa! – disse o professor, sem parecer se abalar com a briga.

"Esta garota é ideal para os meus planos! Ela tem garra, é corajosa, entende de artes das trevas e..." o pensamento de Tom foi interrompido quando, sem querer, eu olhar encontrou Nefer.

O dia passou e, como sempre, Tom foi para a biblioteca estudar. Desta vez, estava com livros sobre relíquias mágicas. Surpreendeu-se quando, mais uma vez, leu algo sobre os Boleyn:

"O Colar de Boleyn é uma relíquia pouco citada, mas muito famosa. É pouco citada, uma vez que poucas pessoas sabem de suas propriedades mágicas, e famosa quando todos os que viram os famosos retratos de Lady Anne Boleyn já se depararam com ela. Está no pescoço da Rainha em quase todos os seus retratos. O colar está sob a posse da família Boleyn e suas propriedades são de tornar quem a usa irresistível. Quem o usa dificilmente receberá um 'não' como resposta e torna-se uma pessoa incrivelmente atraente, em todos os sentidos."

A primeira impressão do rapaz foi de que deveria conseguir este objeto a qualquer custo. Sabia que vira o colar no pescoço de Eva. Por sorte, viu a menina adentrando a biblioteca, como sempre, a cascata de cabelos castanhos balançando, quase acompanhando o movimento de seus quadris. A menina estava usando o colar. Sentou em uma mesa afastada da de Tom, mastigando algo que parecia goma de mascar, e logo abriu o livro. Aquela era a hora do rapaz agir. Já conseguira persuadir outras pessoas, era algo muito fácil.

- Oi, não sei se você lembra de mim – disse Tom com um ar galanteador – mas sou da sua sala de Transfiguação. Eu esqueci o meu livro no dormitório, você teria um para me emprestar?

Ana olhou o garoto intrigada, ao mesmo tempo achando graça: "Gente, ele ta na biblioteca, por que não procura um?", pensou.

- Ah, desculpe, eu estou estudando Runas Antigas, não trouxe o meu – disse amigavelmente – mas talvez você ache um ali naquela ala – sorriu.

- Ah, obrigado... – o se virou, mas retornou para a garota – seu nome, como é mesmo?

- Eva Boleyn! – mais uma vez respondeu a moça, sempre com um sorriso amigável.

- Nossa, esse sobrenome... Você por um acaso é...

- Descendente de Anne Boleyn? – interrompeu – sou sim!

- Nossa, bonita como sua ancestral!

Eva deu um largo e tímido sorriso.

- Obrigada

- É verdade, ainda mais usando o colar dela.

- Ah, este? – Eva segurou o colar e mostrou para o rapaz – não é o verdadeiro, não... – deu mais um sorriso tímido – é uma réplica, de pérolas e ouro também, é claro. O original está guardado na minha casa, meu pai só vai me entregar quando eu me casar.

- Nossa, uma garota como você provavelmente em breve casa – disse Tom, com um olhar penetrante a Eva. A garota estremeceu.

- É, meu pai quer que eu me forme esse ano já com um noivo, né... – agora, a menina estava muito vermelha.

Tom sentou-se ao lado da garota e os dois conversavam. Eva parecia rir bastante, pois, uma vez ou outra, a bibliotecária vinha pedir-lhe silêncio. Os dois saíram juntos da biblioteca e se dirigiram a sala dos professores.

- Bem, Tom, eu vou ter que ir agora para a detenção do Dumbledore – disse a garota com as mãos escondidas para trás e olhando para o chão, com o rosto corado.

- Tudo bem, eu tenho que ir para a sala do Slughorn, agora. A gente se vê amanhã.

Eva estendeu, olhou nos olhos negros de Tom e encostou levemente seus lábios na bochecha do rapaz, deixando que seu colo encostasse no tórax do rapaz. A menina sorriu e se dirigiu a sala do professor de Transfiguração, em passos largos e rebolando.


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