-Oi. - disse ele divertido, com um sorriso lindo no rosto. 

   O coração de Alice derreteu como sorvete. 

   Agora ele vestia uma regata preta lisa, e uma bermuda branca com detalhes azuis. Seus cabelos estavam úmidos, e, olhando para os seus olhos e seu sorriso, Alice achou realmente que ele parecia um bebê. 

   -Garoto da prancha é um Johnson's baby - disse para si mesma, baixinho. 

   -O que disse?

   -Ahn, nada, não é nada não. Eu não disse nada....mas só porque eu não disse nada não quer dizer que eu não queira conversar com você, tá? Eu quero sim! Adoraria conversar. E...você disse oi, não é? Bem...oi. - e abriu um sorriso, nervosa. 

   "Ótimo. Agi como uma idiota. Quando sair daqui, ele vai morrer de rir da minha cara. Você não acerta uma?".

   Ele soltou uma gargalhada.

   -Tudo bem, eu também adoraria conversar. - respondeu ele, amável. - Posso me sentar?

   -Se-sentar? Aqui? Ahn, claro que pode! Assim a gente conversa. - e enquanto o "garoto da prancha" pegava uma cadeira, ela tentou se acalmar. - Desculpe, eu pareço uma imbecil. Gaguejando e comendo um monte de batatas.

   -Ahh, não, tudo bem, você não me parece imbecil. - ele disse, rindo. - Desculpa, eu ainda não sei seu nome.

   -Alice.

   -Oh, sim. Então, agora vou tentar fazer do jeito certo. - ele pegou em uma de suas mãos, e Alice sentiu seu coração disparar. - Foi mal por aquela hora. Não te vi, e acabei acertando a prancha em você. Eu fiquei meio desesperado pra entrar no mar por causa de uma aposta com uns amigos. Nem me desculpei direito, ficava olhando pra você o tempo todo do mar, pra ver se você já tinha ido embora. Queria me desculpar, mas quando eu saí do mar pra falar com você, um menino foi falar contigo e depois você foi embora. 

   "OH MEU DEUS, ELE IA FALAR COMIGO!", pensou Alice, vibrando por dentro. "Até quando o Ricardo não faz nada, ele só atrapalha. Argh". 

   -Ahh, aquela hora? Não foi nada não, tudo bem. Pode me acertar quando quiser, adoraria encontrar com você de novo na praia. - ela disse sorrindo. Mas depois se deu conta do que disse. - Ahh, mas por acaso, é claro. Não sou dessas que ficam procurando as pessoas, sabe. Na verdade, quando eu sentei aqui, eu só queria comer batatas. Nada de mais. Não fiquei te procurando, não se preocupe. - disse, gaguejando. E outra vez, se deu conta do que dissera. Ficou vermelha, mas achou que dessa vez não deveria concertar a burrada. Ficou com medo de piorar a situação mais ainda.

   "Se disser mais uma frase imbecil, eu enterro sua cabeça na areia!" pensou ela, numa forma de repreender a si mesma. 

   O "garoto da prancha" riu mais uma vez, parecendo se divertir com o jeito de Alice. 

   -Oh, não, eu não achei que estivesse me procurando. - disse ele, sorrindo. - Bom, eu sou o Pedro. Muito prazer, Alice.