Nunca Sonhei escrita por Miller


Capítulo 1
Garotos populares e suas peculiaridades.


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores, tudo bem?
Então, como sabem, MF está em fase final e, por conta disto, decidi postar meu novo projeto aqui.
É Jily, totalmente PoV Lily, diferente de MF, será narrada em primeira pessoa.

Comédia Romântica (como sempre, afinal, cofcof é da Miller), com muitas doses de humor e piadinhas idiota, Lily sarcástica, James apaixonante e muita, muita confusão.

Espero que gostem, amores ♥



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Minha vida é uma monotonia total. Nunca nada acontece. Sempre a mesma coisa, as mesmas pessoas... Toda a minha vida foi baseada em fatos extremamente comuns e sem sal. Eu nunca fui popular na escola, eu nunca viajei para algum país diferente, nunca tive uma mochila de rodinhas ou até mesmo uma boneca da moda. Minhas roupas eram comuns e sem graça, eu nunca tive um namorado e eu também nunca tinha sido sequestrada por alienígenas nem nada tão excitante quanto.

Minha vida era um grande amontoado de... Nada, absolutamente nada.

Não que eu estivesse reclamando da minha família ou que eu não tivesse amigos, porque minha família era o máximo e meus (poucos) amigos também eram o máximo. Eu só não tinha nada de novo, nada pelo que esperar, nada pelo que sonhar. A única esperança que eu tinha era concluir logo a escola e ir fazer minha tão esperada faculdade de Relações Internacionais em Harvard nos EUA (sim, meu sonho era sair da Inglaterra) e, quem sabe, ter um futuro brilhante e uma vida mais movimentada.

Minha cidade, Hogsmead, era pacata e completamente monótona. Assim como eu. Era raro ter novidades. Para falar a verdade era raríssimo.

As poucas festas que aconteciam geralmente eram produzidas pelas garotas e garotos populares e riquinhos da cidade. O que tecnicamente significava: eu jamais era convidada. Minha vida social era um lixo. Assim como minha vida amorosa e minha vida familiar (por que por mais que meus pais fossem os amores da minha vida, minha irmã infernizava minha existência). Em suma, minha vida toda era um lixo!

Agora você deve estar se perguntando: "Ela é emo?". Não, eu não sou emo. Só não tenho mais nenhuma perspectiva de vida. Ou nenhuma realmente excitante.

A escola de Hogwarts, uma das mais renomadas do país para falar a verdade, dividia seus alunos em casas: Grifinória, a casa dos corajosos; Corvinal, a casa dos inteligentes; Lufa-Lufa, a casa dos leais e Sonserina, a casa dos astuciosos. Eu fazia parte dos grifinórios o que havia sido uma surpresa pois, quando você é uma garota quieta, na sua e não possuí nenhuma perspectiva (excitante) de vida, ser chamada para uma casa onde se entra só quem é corajoso é um baque e tanto. Para ser escolhido para alguma casa você passa por uma série de testes, tanto psicológicos quanto físicos, sempre com um responsável acompanhando e depois de algum tempo eles mandam o resultado com a casa onde você vai ficar.

Estranho né? Isso porque você não viu o diretor da escola, Albus Dumbledore era realmente uma figura.

Eu realmente gostaria de saber onde a minha “coragem de grifinória” tinha ido parar, pois além dos meus amigos, eu não falava com ninguém em toda a escola. Mas não pensem vocês que eu era o tipo de garota ignorada. Nãão! Quando você é estranha e tem cabelos ruivos que te fazem parecer com a mula sem cabeça com fogo saindo das ventas, ser ignorada não é uma coisa admissível. Eu era a chacota da escola, todos os quais eram populares eram “obrigados” a rirem de mim. E eu não podia fazer nada em relação à isso - ou, pelo menos, não achava que valesse a pena. Minhas amigas até tentavam me defender, contudo não adiantava.

Marlene e Dorcas eram minhas amigas desde a terceira série, quando Lucia McVann e sua gang tinham tentado me bater na saída da escola. As duas vieram em minha defesa e desde então — embora elas não tenham impedido Lucia de me bater, para falar a verdade elas até apanharam junto — nós somos amigas.

Se eu não as tivesse, eu tenho certeza que já teria arranjado um jeito de me suicidar.

Tá legal, eu não seria louca o suficiente para isso, entretanto minha vida seria muito mais mais deprimente sem elas.

Depois desse "Monólogo da Miserável Vida de Lily Evans", eu acho que já posso voltar para minha vidinha sem sal.

X--X

— Hey, Evans, cuidado para não chegar perto das cortinas para não por fogo em tudo! — Eu não disse que eu era a piada?

Pois é, e assim começa meu lindo e glamoroso ano de aula. Haha. Lindo e glamoroso? Meu sarcasmo tem andado nas alturas ultimamente, pois eu tinha certeza que essas eram às últimas palavras às quais meu ano em Hogwarts iria ser.

Com toda a certeza do mundo, a garota mais popular e vadia da escola inteira era Lucia McVann e ela namorava com James Potter - o capitão do time de futebol da Grifinória e também o cara mais popular e pegador de toda a escola. Eu não fazia ideia de como podia caber tanto corneamento em uma relação. Sério, os dois poderiam virar alces pelo tamanho da galhada que cada um carregava na cabeça. Digam oi para meu sarcasmo novamente. "Oi sarcasmo da Lily!". Ok, parei.

Eu senti alguém esbarrar em mim e derrubar algo molhado em minha camisa.

— Ah, me desculpe! — disse uma voz irritantemente familiar. - Para falar a verdade - Lucia McVann encarava-me com sua expressão de asco habitual — Não me desculpe nada. — E dizendo isso ela saiu. Assim, sem mais nem menos. E o que eu fiz?

Aqui está o que gostaria de ter feito: "sai correndo atrás dela e a derrubei no chão, peguei a faca que havia em meu bolso interno das vestes e a mutilei em pedacinhos".

Mas, como nem tudo são flores e, fala sério, minha imaginação é bastante fértil. Oi? Eu não tenho uma faca guardada no meu bolso interno e jamais mataria Lucia em um corredor lotado de gente, onde todos poderiam ver claramente quem havia sido a assassina dela. Eu faria algo bem melhor planejado.

Ok, depois desses pensamentos assassinos, eu fui para o banheiro e peguei a outra camisa que tinha dentro da minha mochila para me trocar. E porque eu tinha outra camisa dentro da minha mochila? Fala sério, vocês não acham mesmo que depois de 10 anos estudando em Hogwarts e sendo colega de Lucia que eu não estaria preparada para esse tipo de coisa? Poupem-me.

Sai do banheiro e dei de cara (felizmente) com Marlene e Dorcas as quais, aparentemente estavam furiosas com a atitude de Lucia. Não fazia ideia do porquê de elas ainda se importarem.

— Cara, aquela garota é uma estúpida total. Lily, você devia falar com o diretor, não é justo que todos os dias de todos os anos letivos essa garota te humilhe publicamente — dizia Lene.

— Lene, olha só. Eu não me importo, sério — eu falei quando a vi que iria começar a argumentar. — A única coisa a qual eu quero é acabar essa escola e fazer minha faculdade longe de todas essas pessoas, sem mais nenhum problema além dos que eu já tenho.

Lene apenas revirou os olhos. Ela não entendia.

Não era como se eu gostasse do que faziam comigo — tinha que ser um masoquista para gostar de ser humilhado — entretanto, eu não queria mais nenhuma incomodação. Eu já as tinha demais na minha vida. Arranjar problema com os populares não iria ser uma coisa muito boa.

Nós fomos para nossas primeiras aulas do dia: Álgebra, Literatura, Inglês, Inglês e depois o almoço.

— Cara eu estou morrendo de fome — exclamou Dorcas no instante em que saímos do período duplo de Inglês.

— Quando você não tá com fome Dorquinhas? — eu a perguntei.

— Sei lá, quando eu durmo? — ela respondeu enquanto escolhia a sua comida - seu monte de comida.

— Não Dorcas, toda a vez que você dorme lá em casa eu ouço você resmungar toda a noite: “mais um pedaço de lasanha, por favor!” — falou Lene fazendo com que ríssemos.

Depois de nos servimos fomos para uma mesa vazia em um canto da cantina a qual estava lotada.

Nós começamos a comer, conversar coisas fúteis e sem sentido até ouvir uma voz muito conhecida, porém muito inesperada chamar meu nome.

— Evans?

Eu me virei e não pude esconder a surpresa que deveria estar estampada em meu rosto ao ver James Potter, o tal galinha sobre o qual falei em meu monólogo, ali olhando para mim esperando eu responder.

— Hmm? — foi à única coisa que a minha mente super avançada conseguiu me fazer proferir.

— Posso falar com você? — ele questionou apontando para a porta que levava para o pátio.

Ãhn? Como assim falar comigo? O que ele poderia querer? Tudo bem que ele nunca havia rido da minha cara, nem feito nenhuma brincadeirinha a meu respeito em todos esses anos — o que era uma plausível exceção, junto com seus outros dois amigos Remus e Sirius — mas ele vir falar comigo? Eu estava tendo alucinações, francamente.

— Evans? Você vai falar comigo? — Potter, arrancando-me de meus devaneios, perguntou após alguns instantes de silêncio.

Senti-me corar.

— Ah, sim, ok — eu falei enquanto me levantava e lançava um olhar “meus deuses” para minhas amigas que encaravam Potter incrédulas.

Nós dois fomos em silêncio até o pátio onde ele parou em frente a uma árvore perto do lago. Eu parei também.

Encarei-o curiosa. Afinal, não era todo o dia que um cara lindo e popular como James Potter pedia para falar comigo. Não que eu me importasse com aquilo. Na verdade eu odiava populares. E ter um pedindo para falar comigo parecia ainda pior do que se ele fizesse piada de mim pela escola.

— Eu, hmm, queria te pedir desculpas pelo que a Lucia fez. Sabe, eu não gosto quando ela faz esse tipo de brincadeira com você — desculpou-se sério.

Precisei me segurar para não soltar um riso incrédulo. Ok, Jesus me abana. James Potter tinha me chamado até o pátio para pedir desculpas pelo comportamento de sua namorada altamente vadia e dissimulada?

Ele não podia estar falando sério. Não mesmo.

Bufei.

— Tá legal, Potter, eu não sei o que você quer, mas tenho certeza de que não foi por isso que você me chamou aqui — eu disse erguendo uma sobrancelha.

— Por que não?

— Fala sério, você não iria chamar uma garota como eu para falar a sós apenas para pedir desculpas por algo o qual você não fez — eu retruquei.

— Uma garota como você? E por qual motivo eu a chamaria então? — James indagou parecendo achar graça em meu jeito.

Rolei os olhos. Não era óbvio?

— Para fazer alguma brincadeirinha sem graça daquelas que seus amigos adoram fazer comigo? — eu argumentei sentindo-me corar ainda mais.

— É claro que não. Eu não acabei de dizer que eu não gosto dessas brincadeiras? — Potter respondeu parecendo indignado.

— Então por qual motivo você me chamou aqui? — eu perguntei ficando irritada.

— Para fazer exatamente o que eu fiz — ele respondeu parecendo arrependido de ter me chamado até ali.

Eu apenas ergui minhas sobrancelhas e disse.

— Era só isso? — eu questionei.

James fez que sim com a cabeça.

Eu dei as costas e fui em direção ao castelo.

— Evans! — James me chamou novamente. Eu me virei para olha-lo.

James parecia querer me dizer alguma coisa. Era quase como se ele estivesse lutando com as palavras.

— Quê? — eu indaguei.

James me encarou por um momento e revelou simplesmente:

— Seus tênis estão desatados.

E em seguida foi para dentro da escola.

Cara, esses garotos populares eram realmente estranhos.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Comentem e me digam o que estão achando, amores!
Beijinhos ♥

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Atualização: [30/04/15] Capítulo betado pela diva linda Miss Grey do Perfect Design :))