Sim, aquela noite chuvosa lhe veio à mente, noite em que foi salvo por Yasmin. Como poderia se esquecer daquele sorriso que o tirou da escuridão?

- Sim, é isso que devo fazer: matá-lo. – Kanon pensava, naquela noite, um ano atrás.

- Ele está em coma, vulnerável, não há hora melhor. – e se dirigia até a mansão onde o irmão se encontrava, recuperando-se.

Entrou na mansão por uma janela entreaberta no andar de cima. Foi fácil para um cavaleiro. Ficou parado no final do corredor, pensando qual quarto seria de Saga. Eram muitos. Pensou que poderia espiar em todos, mas temeu ser descoberto. Depois pensou que se fosse descoberto, tanto fazia, mataria todos que se pusessem em seu caminho. Estava com muito ódio do irmão: - “Aquele desgraçado que me tomou tudo.” – pensava. Resolveu então caminhar pelo corredor para ver se sentia em qual deles estava o cosmo de Saga. Quando... Seus pensamentos são interrompidos. Uma dor aguda lhe vem ao coração. Mas ele resolve ignorar. Gosta de se lembrar dessa história, sempre que pode, afinal, está vivo graças a ela. Então continua a se lembrar. Quando resolveu caminhar pelo corredor, foi visto: “-Quem seria?” Não temeu, só pensou. Mas quase nem teve tempo de pensar. A menina pulou em seu colo, lhe deu um abraço tão cheio de amor. E como ela era linda. Um anjo.

- Que bom que você acordou, que bom. – dizia a garota.

Ele se lembra que sua única reação foi fugir. Como poderia enfrentar algo como aquilo? Poderia enfrentar até mesmo os deuses, mas um abraço como aquele, desmonta qualquer um, até mesmo um amaldiçoado como ele.

Aquele abraço mudou sua vida. Tão cheio de amor, espontâneo, caloroso. O salvou da escuridão de sua mente, alma e coração.

Novamente seus pensamentos são interrompidos. Novamente a dor aguda no coração: “Que dor é essa?” – pensa ele. “Yasmin, você fez tanto por mim. Por que não consigo fazer nada por você? Eu queria tanto acabar com seu sofrimento. Eu... te amo tanto.”