Aurora Boreal escrita por Leeh


Capítulo 2
Os Irmãos Cullen


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!

Enjoy...



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Os Irmãos Cullen

POV – Bella

Acabei não esperando Marie voltar para casa e dormi muito cedo, estava muito cansada. No dia seguinte, acordei antes do necessário e percebi que era segunda-feira. Dia de escola, que ótimo.

Levantei um tanto letárgica, fiz minha higiene matinal, troquei de roupa e desci pra tomar café. Charlie me desejou boa sorte no primeiro dia e saiu para a delegacia. Quando busquei por comida nos armários notei que precisaria ir ao mercado com urgência! Ainda assim fritei alguns poucos ovos e fiz torradas com o pão de ontem; estava enchendo um copo de suco de laranja quando Marie apareceu na cozinha, desarrumada e sonolenta.

- Bom d-dia – ela disse em meio a bocejos.

- Bom dia, luz do dia. Quer ovos com torrada? – sorrindo, ela disse que sim e comemos conversando agradavelmente. – Bem, confesso que estou um tanto nervosa para o primeiro dia, gêmea...

- Ah, relaxe, gêmea, você é inteligente e um doce de pessoa. As pessoas vão gostar de você. Imagino que você não tenha um carro, certo?

- Certo, por quê?

- Se importa de ir de carona comigo e Edward? – engoli em seco, subitamente nervosa.

- Ahn, não, claro que não... – uma buzina soou do lado de fora e Marie se desesperou.

- Droga, ele chegou! Bells, vai lá e enrola ele que eu vou me arrumar rapidinho!

Peguei minha mochila e, rindo da minha irmã, saí para encontrar com o cunhado que me ama. Enquanto me arrumava, decidi que não vou aceitar esse jeito patético dele de me tratar.

- Bom dia, Edward, tudo bem? – cheguei como quem não quer nada e dei um beijo em seu rosto. Surpreso, ele gaguejou:

- S-sim, e v-você? Vai de carona conosco, Isabella?

- Vou sim e você pode me chamar de Bella. Marie está se “arrumando rapidinho”, vem em um minuto. Você quer entrar, ou prefere ficar aqui?

- Ah, vamos entrar, está um pouco frio aqui... - O curto trajeto da entrada de carros até a porta da frente foi um dos momentos mais hilários da minha vida, com Edward se contorcendo de desconforto.

Marie ainda levou vinte minutos para descer, de modo que chegamos atrasados ao colégio e eu me atrasei ainda mais por ter de comparecer à Secretaria, já que era aluna nova.

Fui atendida por uma senhora muito simpática que me deu a certeza de que as novidades não eram muitas por aqui. Incrivelmente, me perdi para chegar à minha primeira aula e o professor me obrigou a parar no meio do caminho pra que eu me apresentasse. Ótimo.

Fiz algumas amizades, principalmente com um garoto chamado Mike Newton, que me acompanhou a todas as minhas aulas e até mesmo na hora do almoço, quando me encontrei com Marie e, juntas seguimos para uma mesa.

- E então, como foram suas primeiras aulas? – ela perguntou, toda animada.

- Ah, foi tudo bem, tirando o fato de eu ter me perdido e ter um garoto me seguindo a todo o lugar que eu vou.

- Mike está no seu pé?

- Sim. Ele te perseguiu também? – ela acenou com uma cara de nojo e começamos a rir. Então um par de braços enlaçou Marie pela cintura.

- Do que estamos rindo? – perguntou Edward, dando um beijo na testa de sua namorada, o que me deixou um tanto sem graça.

- Mike Newton, ele também está perseguindo a Bella.

- Hm. Sabe, Bella, posso dar um “chega-pra-lá” nele por você também. Interessada? – estaquei em meu lugar. Ele estava sendo, como é mesmo?, gentil comigo? Droga, estragou minha brincadeira.

- Não se preocupe, Edward, posso me virar. – disse, sorrindo. Caminhamos juntos e chegamos à mesa com seus outros irmãos. E que irmãos! Eram dois morenos e dois louros.

A morena era pequenina e frágil, parecendo muito com uma fada; seus cabelos eram curtos e espevitados nas pontas e davam-lhe um jeito meigo e fofo. Seus belos olhos azuis brilhavam de ansiedade enquanto ela olhava para mim

O moreno era grande feito um armário, parecia um atleta e tinha uma expressão risonha e brincalhona no rosto. Me fez pensar naquele tipo de gente que só tem tamanho, mas por dentro são crianções.

O louro era bem retraído, seu rosto era fino e ele trazia uma expressão um tanto felina e perigosa. Não parecia ser o tipo de pessoa que falava muito, mas tinha um jeito educado e recatado.

A loura me tirou o fôlego. Tudo no seu rosto era harmonioso; quando alguém idealizava beleza, devia pensar nela, mas seus grandes olhos amendoados me encaravam com raiva.

Só as leves risadas de Edward e Marie me acordaram do transe e, totalmente corada, me sentei entre a menina fada e minha irmã. Alice, a irmã fada adotiva de Edward adorou-me e não parou de falar, o que me lembrou um pouco minha irmã. Emmett, o irmão atleta, achou que meu problema de corar por tudo era hilário e não perdia a chance de fazer piadas sobre isso. O que piorava se eu corasse a cada piada feita.

Jasper, o irmão felino, era como eu pensei: retraído e quieto; só me cumprimentou e não disse mais nada, ficando o tempo todo de mãos dadas com Alice. Quanto à Rosalie, a “beleza pura”, não se dignou a dirigir-me o olhar.

Senti-me muito bem perto deles, inclusive de Rosalie, e foi uma pena o sinal do almoço ter soado, mas ele trouxe uma nova surpresa ao meu primeiro dia:

- Vamos, Bella, também tenho aula de biologia agora, te faço companhia. Para tirar o Newton do seu pé. – aceitei a oferta, um tanto surpresa, e fomos à aula juntos. – E então, está gostando da escola?

- Claro, claro. Todos são muito... Hospitaleiros; alguns até demais. – ele riu. – Seus irmãos também são muito legais; Emmett e Alice principalmente!

- É, sinto muito pelas piadas e pelo falatório.

- Não se preocupe, já lidei com coisas piores... - o caminho, assim como a aula em si, foi tranquilo; o professor foi gentil e Edward me ajudou, embora eu não precisasse realmente de ajuda.

O único desgosto real que tive foi descobrir a aula de Educação Física era a minha última do dia. Que jeito perfeito de se terminar as aulas: suada e provavelmente contundida. Jogamos vôlei, mas saí dali felicíssima por não ter acertado ninguém, incluindo mim mesma!

Voltamos para casa com Edward, mas não foi a mesma coisa; dessa vez nós conversamos sobre algumas coisas e demos risada do treinador Clapp e de Mike Newton.

Era como se fôssemos velhos amigos curtindo um tempo juntos...

POV – Edward

Quando Bella me deu um beijo no rosto eu fiquei estupefato, mas quando vi seu olhar zombeteiro e um leve sorriso romper seus lábios ao entrarmos em sua casa, entendi que ela estava, como é?, tirando sarro da minha cara. Então resolvi entrar na brincadeira.

Edward, quando Marie nos apresentará à Bella?, era a pergunta que Alice adorava fazer. Verbalmente ou não, e isso estava começando a me dar nos nervos. Não importava quantas vezes eu repetisse que só a conheceriam no almoço, cinco minutos depois lá estava ela perguntando-me a mesma coisa.

Ao ouvir Marie dizer que Mike Newton estava perseguindo a irmã, senti uma quase incontrolável vontade de quebrar a cara daquele abusado e não entendi nada, estranhando esse impulso.

Contudo, me preocupei um pouco quando ela conheceu meus irmãos, mas me surpreendi como ela lidou com o falatório incansável de Alice e as piadas patéticas de Emmett. Ela tem mais a oferecer do que mostra, isso é certeza!

Ainda que seu cheiro me arrebentasse os músculos da garganta, consegui me controlar, distraído com minha curiosidade súbita por conhecer essa incomum garota de Phoenix, tão parecida e tão diferente da irmã.

O caminho de volta foi incontáveis vezes mais agradável que a ida, onde nós três conversamos e brincamos alegremente em todo o trajeto. Bella podia ser tímida, mas tinha estórias cômicas sobre suas aventuras com a mãe, no Arizona.

Cheguei em casa e, mal saí da garagem, Alice empoleirou-se em minhas costas, tagarelando rápido demais pra que até mesmo eu pudesse entender. Tirei-a de cima de mim e segurei-a no chão pra que parasse de saltitar, fazendo-a me encarar e disse:

- Alice, mais devagar senão ninguém te entende!

- Ah, tá bem, desculpe. É que eu estava pensando, será muito cedo para chamar Bella para fazer compras comigo e Marie neste sábado?

- Baixinha, você precisa perguntar a ela e não a mim.

- É verdade. Por que vim falar com você primeiro? Ah, porque você adora ser um estraga-prazeres. – então me deu um beijo no rosto e saiu.

Incrédulo, entrei em casa pensando como ela pode processar tanta coisa ao mesmo tempo, quando comecei a ouvir uma bela melodia. Procurei a origem do cálido som, mas não era a televisão, nem o rádio e nem o computador.

- Tudo bem, Edward? – perguntou Esme, que estava sentada na frente de um dos computadores terminando um projeto.

- Sim, mãe, mas você consegue ouvir este som?

Ela parou e prestou atenção ao ambiente, aproximando o ouvido da caixa de som do computador para checar se não estava saindo nada dali e, vendo que não, balançou a cabeça. Intrigado, passei os olhos pelo aposento, até que encontrei meu velho piano.

Aí caiu a ficha. Só eu ouvia a música porque ela estava na minha mente! Sentei-me na banqueta em frente ao instrumento e passei os dedos suavemente pelas teclas. Quando identifiquei as notas em minha mente, comecei a tocar.

A melodia fluiu calma e sonolenta, como uma canção de ninar. Quando terminei de tocar, fiquei olhando por um tempo para minhas mãos nas teclas e pensando em como elas pareciam suaves ali; como se pertencessem àquele instrumento e me perguntando por que eu parara de tocar.

Quando finalmente decidi levantar, vi que minha família se juntara e me ouvira. Alice tinha um sorriso enorme nos lábios, junto com Jasper que se apresentava muito satisfeito; Emmett ria com seu jeito zombeteiro de ser, enquanto Rose sorria com contentamento; Carlisle estava emocionado e orgulhoso por me ver levantar do piano, enquanto Esme chorava aberta e silenciosamente.

Encabulado, desci os degraus do pequenino tablado e fui arrebatado por um caloroso abraço de minha mãe e me permiti chorar algumas lágrimas.

- Ah, Edward! Isso foi... Lindo, querido, muito lindo!

Senti uma mão apertar-me o ombro então levantei minimamente a cabeça para ver a quem pertencia e dei de cara com o par de bondosos e gentis olhos azuis do meu pai.

- Estou feliz por você, meu filho. – o orgulho em sua voz quando ele pronunciou as palavras meu filho me encheram de emoção e abracei-o também.

Não sei quanto tempo ficamos abraçados, mas quando nos soltamos, sentíamos um pouco de cãibras. Olhei para meus irmãos e todos eles tinham lágrimas nos olhos. Sorri e eles respiraram e relaxaram imediatamente.

- Vai encarnar o Beethoven de novo, Ed? – perguntou Emmett, fazendo-nos rir e juntarmos num abraço grupal e irmos todos ver televisão.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Sabem como fazer uma autora feliz: REVIEWS! *-*

Baci fiores