Aurora Boreal escrita por Leeh


Capítulo 1
O Namorado


Notas iniciais do capítulo

Achei que "O Nascer da Aurora" estava muito fraca, então a reescrevi e foi nisso que deu! hehe'

Espero que gostem!

Have fun!



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O Namorado

POV – Bella

Eu ainda não me convencera direito de que a decisão tomada era a correta, mas ver minha mãe viver igual a uma morta-viva enquanto Phil viajava com o time de baseball já não era mais suportável. Então decidi passar um tempo de qualidade com meu pai.

Perto do estado de Washington, na Península de Olympic, tem uma cidadezinha mínima chamada Forks. É aquele tipo de lugar em que todo mundo se conhece e nenhum segredo permanece desconhecido por mais de uma hora. Ah, e também chove o ano todo...

Meu pai, Charlie, mora lá desde que nasceu e, há uns cinco anos, minha irmã mudou-se para junto dele. Eu não quis, chuva e molhadeira não combinam muito com a minha personalidade, mas é pra lá que estou indo agora.

De Phoenix à Port Angeles são duas viagens de avião e uma hora de carro para chegar à Forks, já que lá não tem aeroporto. Não me incomodo com o avião, mas acho que uma hora completa no carro com meu pai vai ser um pouco desconfortável. Assim como eu, papai não é muito bom nas demonstrações de afeto... Ou qualquer outra emoção.

Ao sair pelo portão, pude vê-lo com minha irmã do lado. Marie continuava a mesma, igualzinha a mim; Charlie também não mudara, a não ser por mais alguns fios grisalhos e algumas poucas rugas que se fizeram presentes ao redor dos olhos quando ele sorriu ao me ver.

- Bella! Bella, aqui! – minha irmã berrava, acenando para mim e me puxando para um apertado abraço quando me aproximei. – Estava morrendo de saudades de você, gêmea!

- Eu também, gêmea! Como você está? – perguntei, me soltando. Cheguei ao meu pai e puxei-o para um desajeitado abraço – Também estava com saudades de você, pai.

- Eu também, Bells. Você cresceu, menina! Está mais bonita. Como foi de viagem, querida?

- Foi tudo bem, graças a Deus. E por aqui, como andam as coisas?

Isso foi o estopim pra que minha irmã começasse a falar e não parasse mais. Me desliguei um pouco, sentando no banco de trás da viatura do meu pai e observando a paisagem de Port Angeles passar como um raio pela janela.

Marie não parou de falar até chegarmos em casa, descarregarmos minha bagagem e subirmos com tudo para o meu quarto.

- ... Meu namorado vai chegar daqui a pouco para te conhecer, Bells. – congelei no meu lugar.

- Namorado? Como assim? Desde quando? Por que você não me disse nada?

- Eu queria fazer uma surpresa, pra próxima vez que você viesse nos ver... – puxei-a pela mão e sentei-a na cama, ardendo de curiosidade.

- Quem ele é? Como ele é? Qual o nome dele? – ela riu, empolgada e começou a falar:

- Bem, o nome dele é Edward Cullen, ele está no mesmo ano que nós e mora aqui nos arredores de Forks com o pai, a mãe e os quatro irmãos.

- Quatro irmãos?

- É, todos são adotados, inclusive ele. Parece que Esme não pode engravidar, ou algo assim... – completou, um pouco pesarosa; mordi o lábio, um tanto sem graça e acenei com a cabeça. – Mas, enfim, daqui a pouco ele chega, então tira um pouco desse ar de avião do corpo e desce, papai pediu pizza de frango com catupiry!

Rindo, fechei a porta do quarto e me virei, avaliando-o. Nada realmente mudara. Minha cama continuava a mesma e encostada no mesmo canto da parede; a escrivaninha de mogno ainda estava bamba por causa do pé quebrado; as cortinas amarelas de renda, dos meus tempos de bebê, ainda cobriam a janela e cortavam parte da claridade. Suspirei e, revirando a mala, peguei uma muda de roupa e uns acessórios de banheiro e fui tomar banho.

A água quente do chuveiro me relaxou e desfez todos os nós das minhas costas, enquanto eu massageei meu coro cabeludo com meu shampoo de flores silvestres. Fiquei tão relaxada que quase dormi no banho.

Me sequei preguiçosamente e troquei de roupa com calma e, ao sair do banheiro, ouvi gente conversando e presumi que meu... Cunhado, chegara. No quarto, penteei o cabelo molhado, estendi a toalha no encosto da cadeira e desci.

Chegando à sala, encontrei meu pai sentado na poltrona, os olhos fixos na ESPN; minha irmã estava no sofá, e tinha a cabeça de alguém pousada em seu colo. Pigarreei para anunciar minha chegada e sentei ao lado de Marie, que me sorriu.

- Bella, até que enfim você desceu! Bom, Edward, esta é Isabella, minha irmã.

Feroz. Foi o que me veio à mente ao fitar pela primeira vez o rosto do namorado de Marie. Ele era lindo também, mas algo em seu olhar tornava sua beleza algo perigoso, como se fosse um anjo guerreiro.

Sua tez era clara e parecia muito macia; seu cabelo tinha um tom quente de cobre queimado que contrastava fortemente com suas expressões um tanto frias; seus olhos tinham um tom incomum de âmbar escuro e fosco. O nariz era reto, de uma perfeita angulosidade, e os lábios eram rosados e proporcionais.

Admito que fiquei deslumbrada com seu belíssimo rosto, mas a expressão em seus olhos acabou com o encanto. Ele me encarava com asco e até mesmo com ódio. Estranhando, ergui minha mão e disse:

- Muito prazer, Edward, Marie fala muito sobre você.

- O prazer é meu, Isabella. Também ouvi muito sobre você. – respondeu forçando um sorriso, deixando minha mão vagar até que eu a recolhi, sem graça.

- Bem, nós vamos para casa do Edward agora, Bells, quer vir?

Assim que Marie terminou de falar, achei ter visto Edward enrijecer, mas foi algo rápido demais pra que eu pudesse confirmar. Desgostosa com esse tratamento ridículo, respondi entre dentes:

- Não, muito obrigada, Marie. Estou cansada demais da viagem, vou ficar. Divirtam-se. - dito isso, virei-me e fui à cozinha comer um pedaço de pizza.

O que acabou de acontecer?

POV – Edward

Eu estava nervoso.

Por quê? Eu não sabia, mas vinha me sentindo assim há um bom tempo. Alice disse que vira uma reviravolta imensa em minha vida, mas não disse o que era e quando procurei em sua mente o que poderia ser, ela escondeu. Talvez por isso eu esteja nervoso.

Chegando perto da casa de Marie, comecei a ouvir certo rebuliço. A irmã dela deve ter chegado.

Estacionei o Volvo no meio fio, respirei fundo, saí e toquei a campainha. “Ele nunca se atrasa, não?”, pude ouvir Charlie perguntar dentro da casa, “Parece que não”, respondeu Marie, “Ainda bem que não”, pensou e veio atender a porta.

- Oi, amor! – cumprimentou-me com um leve beijo – Que bom que chegou.

- Tudo bem? – ela acenou e me puxou para dentro de sua casa. – Charlie, como vai?

- Bem, Edward, e você? – dei um aceno.

Ele sentou e começou a assistir televisão e, quando Marie sentou-se também, fui ao chão, descansando minha cabeça em seu colo, enquanto ela acariciava meus cabelos.

Subitamente, minha garganta começou a arder como se por ela passasse um rio de lava. Endureci um pouco, mas decidi não me mexer, já estava acostumado com isso. Aí, ouvi um pigarro.

- Bella, até que enfim você desceu! Bom, Edward, esta é Isabella, minha irmã.

Olhei para cima e foi como encarar Marie, mas o rosto era mais... Inocente e os olhos não eram verdes amendoados, mas chocolate. Então percebi que o aumento na intensidade do ardor em minha garganta era pelo cheiro dela!

O mesmo monstro que voltara a vida quando conheci Marie, rosnou hoje, gostando do cheiro de Isabella. Era algo próximo à frésias, ou lavandas, mas incontavelmente mais intenso e abrasador que o da irmã! Trinquei o maxilar e ela disse, numa voz de doce insegurança:

- Muito prazer, Edward, Marie fala muito sobre você. – ela estendeu a mão, mas disse apenas:

- O prazer é meu, Isabella. Também ouvi muito sobre você.

- Bem, nós vamos para casa do Edward agora, Bells, quer vir?

Enrijeci, rezando pra que ela dissesse não. Uma humana na minha casa era mais do que eu podia exigir que minha família suportasse. Felizmente, a sorte estava do meu lado!

- Não, muito obrigada, Marie. Estou cansada demais da viagem, vou ficar. Divirtam-se. – então saiu para a cozinha em silêncio.

Aí percebi que estava silenciosa demais. Por que eu não ouvia o que seus pensamentos sobre a minha reação a ela? Será que eu estava com algum problema? Ri com a ideia.

Marie e eu nos levantamos, despedimo-nos de Charlie e Marie gritou um adeus à Bella. Ao sairmos, agradeci internamente aos céus de Forks pela constante umidade que diluía o forte aroma de Marie e o tornava suportável, mas assim que entramos no carro, tudo voltou ao normal.

Ao chegarmos em casa, fui diretamente falar com Alice, com Carlisle nos meus calcanhares enquanto Marie se divertia com Esme e seus projetos de decoração.

- Alice, minha querida irmãzinha pequena e saltitante – comecei falsamente amoroso -, por que diabos você não me avisou sobre Isabella Swan? – preguntei sibilando.

- Edward, meu querido irmãozinho fechado e grosso, eu nada disse por que você tinha de conhecê-la despreparado. Ela vai ser uma grande reviravolta em sua vida, perderia totalmente a gra... – então ela congelou, seus olhos perdendo o foco.

Rapidamente vasculhei sua mente para ver o que ela previa, mas não gostei nada do que vi: Isabella, correndo velozmente de uma maneira tão leve que seus pés mal tocavam o chão, ela ria e sorria, seus olhos estavam num tom de vermelho vivo. De repente, eu apareci, totalmente embevecido com ela, tomava-a pelo braço e beijava-lhe a boca de um jeito cinematográfico.

Quando a visão terminou, eu segurava Alice com tanta força que seus braços estavam roxos.

- Edward! Você está me machucando! – ela gritou, puxando seus braços de meu aperto.

- Ah, desculpe, Allie. Você tem certeza dessa visão? Quem tomou uma decisão como essa pra que você visse isso?

- Ah, Edward, eu não sei. Mas alguém tomou.

Gemendo de frustração, me afastei dela, roubei minha inocente Marie de Esme e levei-a ao jardim dos fundos de casa. Ela me encarava indagadora, mas com um leve sorriso nos lábios.

- Edward, o quê?... – calei-a com um beijo sôfrego e urgente.

Eu queria apagar a visão de Alice de minha mente, tirando Isabella e colocando Marie em seu lugar, de onde ela nunca devia ter saído. Beijei-a com paixão e medo de que a visão se tornasse realidade. Quando a soltei, ambos estávamos ofegantes; tomei-a em um abraço e sussurrei em seu ouvido:

- Eu amo você e isso nunca vai mudar Marie, eu prometo!


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Notas finais do capítulo

Que tal?

Vcs sabem como deixar uma autora nas nuvens, certo? Então não poupem seus dedos e digam se gostaram, se não gostaram e se têm alguma sugestão pra melhorar a história; a fic é pra vocês! =D

Até mais, bubbleheads