Aurora Boreal escrita por Leeh


Capítulo 11
Uma Sentença, Um Café e Vários Cigarros


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, como vão? Espero que não estejam querendo me matar!
Desculpem pela demora tão grande, eu realmente tenho andado sem tempo! A escola e o trabalho vêm me consumindo demais, mas eis-me aqui com um capítulo fresquinho! o/
Bem, peço de coração que você escutem às músicas daqui, elas são importantes para dar ao capítulo o clima que eu imaginei para ele, ok?
Baci, fiore!



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Uma Sentença, Um Café e Vários Cigarros

POV – Edward

Março passou despercebido. Continuava claro de dia; ainda escurecia à noite; a escola ainda oferecia as mesmas matérias insuportáveis com os mesmos professores entediantes. Eu parara de contar o tempo depois daquele fatídico domingo...

Flashback ON:

Terminara de contar sobre Jordan, lágrimas grossas ameaçavam cair de meus olhos e, imperceptivelmente, sequei-os. Olhei para frente, percebi que Marie me encarava; seus olhos verdes estavam escuros pelas lágrimas que não caíam, mas sua expressão era impassível.

Eu entendo, Edward, mas o caixão já está lacrado..., pensou. Suspirei pesadamente, levantei-me e sentei no chão, frente a frente com ela.

- Sei que nada do que eu disser a fará mudar de ideia, Marie. – ela se surpreendeu quando falei. Óbvio, ela ainda não sabia de meus poderes – Saiba que eu realmente sinto muito por tudo! Queria poder voltar no tempo, mas isso eu não posso fazer...

As íris verdes me encaravam, indagadoras, mas sua boca não se abriu e sua voz não foi ouvida. Ela mordeu o lábio inferior, pegou minhas mãos entre as suas e as apertou gentilmente.

- Edward... – suspirou – Compreendo seus motivos, mas não posso! A única coisa que eu sempre te pedi foi que não mentisse para mim. Hoje descubro que foi a primeira atitude que tomou. – as lágrimas, antes reprimidas, escorriam livremente por seu rosto de marfim.

- Marie, eu... – calou-me com o dedo em meus lábios.

- Não, agora é a minha vez de falar. A mentira doeu e muito, mas não é por isso que tomei minha decisão. – Eu o amo..., pensou.

- Ora, como pode dizer que ama alguém que mal conhece? – perguntei, exasperando, levantando-me com as mãos para o alto. Não conseguia aceitar aquilo!

- Veja, não sei como faz isso, mas sabe que estou sendo sincera! – ela disse, pegando meu rosto entre as mãos e olhando em meus olhos – Eu não sei como, mas o amo! Sinto que sempre o amei e você sabe que é verdade!

Suspirei, derrotado, eu sempre soubera. Alice já me avisara sobre meu futuro incerto com Marie, eu que não dera ouvidos.

- Eu sinto muito, Edward. Minha escolha está feita.

Sem olhar em meus olhos e com um beijo em minha testa, Marie saiu de meu quarto, com meu coração morto nas mãos.

Flashback OFF

Enterrei a cabeça nas mãos pela milésima vez no dia, sentindo um nó na garganta. Parado na arquibancada do campo de futebol, de tão absorto só percebi Bella comigo quando seu cheiro me invadiu as narinas.

- Sabe, se ficar aqui mais tempo, vai ficar resfriado. – disse com sincera preocupação. – Ah, esqueci, você é o vampiro-todo-poderoso imune às doenças dos mortais, desculpe! – acrescentou com bom humor, sentando-se ao meu lado.

- Posso ser um vampiro, mas você não o é. Vá para casa, Bella.

- E deixar você aqui, todo cururu tomando chuva? Se é que se pode chamar isso de chuva, essa garoa não molha nem meu hamster!

- Você não tem um hamster, Bella. – olhei para ela, que me encarava divertida – Tem só aquele peixe estranho que não se mexe nunca!

- Lave a boca com sabão esfoliante para falar do Elvis! – gargalhei alto. Ultimamente, só Bella me fazia rir; era fácil sorrir com ela por perto.

- Sabe, nunca entendi por que você o chama de Elvis.

- Você já viu o topete que aquele peixe tem? Meu betta é tão estiloso quanto o rei do rock, querido! – retrucou, rindo – Vem, sai dessa chuva. – disse por fim, levantando-se e estendendo-me a mão.

Aceitei de bom grado e fomos caminhando pelo campo lamacento, em direção ao estacionamento. Vez por outra, eu a olhava, pensando como ela era incrível.

Bella tornara-se minha melhor amiga, principalmente depois do meu término com sua irmã, animando-me quando me sentia melancólico e ralhando comigo quando passava dos limites.

- Então, o pessoal estava marcando para ir ao Paintball de Port Angeles esse sábado, quer ir? – perguntou, mordendo o lábio.

- Olha, Bella, eu não sei não. Não estou com muita vontade de sair, ultimamente...

- Ah, pelo amor de Deus, Edward! Vire homem! Há um mês nós não saímos com o pessoal porque você “não está com muita vontade de sair”. – falou, imitando minha voz grotescamente. Sorri fraco.

- Eu nunca te impedi de ir.

- E eu realmente poderia me divertir muito, pensando que você estava em casa planejando ir à Itália fazer uma visita cordial aos Volturi, não é? – rebateu, sarcástica.

Imediatamente, o embaraço me fez corar. Ela estava certa, eu estava miserável!

- Oh, meu Deus! Edward Cullen está corando, gente! – gritou, arrancando uma risada de mim.

- Você está certa; acho que eu poderia sair com vocês no sábado. Quem irá?

- Seus irmãos junto com Angela, Ben, Jessica, Mike, Lauren e Eric.

Angela Webber e seu namorado Ben eram alguns dos únicos alunos de toda FHS que não se sentiam mais intimidados conosco. Talvez por serem amigos das Swan e elas viverem junto a nós. Bem, pelo menos uma delas, pensei triste.

Marie não deixou de frequentar minha casa, mesmo com o término de nosso namoro, mas eu não conseguia ficar mais de dez minutos em sua presença. Ainda não. Por isso, quando ela ia com Bella fazer companhia à Alice e Rosalie em uma dessas noites do pijama, eu ficava em meu quarto compondo.

- Está bem, eu vou. – então, tive uma ideia repentina – Só se você aceitar ir ao baile comigo mês que vem.

- Edward! – gemeu, manhosa – Você sabe muito bem que eu não danço!

- A questão é quem conduz, Bella. Por favor, faça isso por mim! – pedi, olhando fundo em seus olhos.

- Seu tratante! Está certo, eu vou com você. – disse, de mau grado. Sorri, abraçando-lhe pela cintura e girando-lhe no ar. – Ah, solte-me, Cullen! – gargalhei, colocando-a de volta ao chão – Se bruto! Desse jeito não vou com você para lugar algum!

- Deixe de drama, pequena! – cutuquei-a com o ombro.

Ela revirou os olhos e parou quando chegamos à porta de sua picape, revirando as chaves nas mãos. Subiu seu olhar, que encontrou o meu, e encarou-me profundamente.

- Olhe, vá para casa, por favor. Não fique nessa chuva...

Terminou de falar, beijou-me a ponta do nariz, como costumava fazer, e entrou no carro, dando a partida. Ainda fiquei alguns bons segundos parado ali, sem entender essa intensidade vinda dela e só acordei com o barulho de um trovão.

Corri até o volvo e saí do estacionamento cantando pneu, mas não fui para casa. Antes, passei numa loja de conveniências e comprei um maço de cigarros e um isqueiro. Fazia muito tempo desde a última vez que eu fumara e há algumas semanas, vinha sentia falta disso. Passei por uma Starbucks e também comprei um café, puro e forte, sem açúcar.

Dirigi sem rumo certo, até parar no fim do asfalto. Rapidamente reconheci a estrada de terra e sabia aonde ela me levaria se eu tomasse a direção certa. Desci do carro com meu café e cigarros em mãos. Andei pela escura floresta, adentrando tanto na mata densa que já não sentia os pingos de chuva. Com dez minutos de caminhada, pude visualizar meu objetivo.

Passando por um véu de samambaias, a bela clareira se fez presente à minha frente, com suas flores silvestres e coloridas, um teto feito pelas copas das árvores que se encontravam e o som de um riacho ao fundo. Respirei fundo, deliciando-me com o aroma de natureza e me sentei, sentindo-me um tanto culpado ao acender um cigarro e dar a primeira tragada.

A nicotina penetrou meu sistema, não me dando aquela sensação forte de prazer como quando humanos fumavam, mas dava para o gasto. Senti meu celular vibrando no bolso da calça, mas não queria ouvir ninguém. Muito menos Alice, que adorava encher meu saco quando eu fumava. Quando parou de vibrar, eu o desliguei.

Lentamente, a tarde foi passando e a noite se aproximando; meu maço já estava no fim e meu café acabara, mais ou menos, depois do sexto cigarro. Avaliei tudo o que acontecera nesse último mês:

Meu namoro, definitivamente terminou. Até mesmo porque Marie não tardou a assumir seu romance com Jacob e eles já estavam usando uma bonita aliança de compromisso.

Construí com Bella uma amizade gigantesca, ela me conhecia melhor do que qualquer um. Às vezes chego a pensar que ela me conhece melhor do que eu próprio.

Estava sozinho. Não sozinho, exatamente, mas só; sem a mulher que tanto amo. Sozinho. Minha sentença era esta e eu a aceitara décadas atrás, quando voltei para Carlisle e Esme. Sempre soube que não poderia ter alguém, fui estúpido demais por me deixar apaixonar.

Apaixonar-me por aqueles verdes e brilhantes olhos, bem mais claros do que qualquer outro que eu tenha visto; aquele jeito meigo e desprendido, tão irresponsável quanto maduro; aquela boca vermelha, tão mais bela quando aberta em um sorriso...

Bela... Bella...

Bella com seus olhos profundamente castanhos e compreensíveis. Bella com sua mente aberta, sincera e quieta. Bella com seu jeito de moleca que adora saias e salto, mas joga video games. Bella com seus sorriso e risada contagiantes. Bella, somente Bella.

Um calor esquisito começou a me esquentar, e nada tinha a ver com a chama acesa do isqueiro. Era algo que vinha do interior de meu coração, aquecendo-me da cabeça aos pés, fazendo-me ver o cenário de forma ainda mais colorida.

Assustado, repreendi essa estranha emoção e a tranquei bem no fundo me minh’alma. Guardei o cigarro que estava prestes a acender e voltei para o carro, dirigindo loucamente até minha casa. Ao passar pelo véu de galhos, vi Alice parada em pé na varanda, braços cruzados na altura do peito e o pé batendo no chão.

Seu grande idiota, eu vou arrancar seus braços!, pensou.

- Olá, chaveirinho. – falei, saindo e alarmando o carro. Ela voou até mim e ficou a um palmo de meu nariz.

- Como você se atreve, seu nojento?

- Me atrevo a quê, Alice? – perguntei, rolando os olhos e passando por ela, entrando em casa.

- Sumir assim, sem dar notícias e ainda fumar um maço inteiro de cigarros! Sabe que isso vai demorar anos para sair de seu sistema, não sabe? – Exagerada!, pensei. – E que, enquanto isso, você vai tossir a todo o momento, perdendo o fôlego, não sabe?

- Sim, Alice! – gritei, virando-me para ela. Já estávamos no pé da escada e ela não tinha desistido do sermão, mas calou-se quando gritei. – Eu tenho plena consciência do que pode acontecer e não me importo. Pode me deixar sozinho agora, pelo amor de Deus?

Encarou-me, magoada, seus grandes olhos azuis estavam marejados. Senti-me mal no mesmo instante, mas estava cansado demais para me importar com isso. De lábios franzidos, ela me deu as costas e foi em direção à cozinha.

- E, para a sua informação, ainda me sobraram sete cigarros. – murmurei, sabendo que ela me ouviria.

oOo

Sábado amanheceu com o céu claro e ensolarado, um dia perfeito para ir ao Paintball! E totalmente incomum para o pequeno estado do Oregon. Depois do almoço, fui até a casa de Bella para busca-la e, juntos, encontrarmos com o pessoal. Mas qual não foi a minha surpresa quando, ao bater na porta, ver que Jacob viera me atender.

- Ah, é você. – ele disse, seu sorriso desaparecendo assim que me viu.

- Sim, sou eu. Vim buscar a Bella, ela está pronta?

- Então é em cima dela que você está agora? Caraca, não tem jeito de você deixar essa família em paz, não é?

- Escute aqui... – comecei, mas fui interrompido por Marie:

- Jacob, pare de idiotice! Venha, Edward, entre. Bella está quase pronta.

Embasbacado por ela ter me defendido, entrei e sentei no sofá ao passo em que Jacob saía bufando para a cozinha. Tentei ignorar, mas minha audição vampiresca me mostrava que ele não ficou muito feliz com o comportamento dela e que ela estava menos feliz ainda com o comportamento dele! Sorri.

- Viu passarinho verde, Cullen? – olhei para frente e quase perdi o ar! Bella estava incrivelmente bonita e sexy! – O que é?

- Ahn – pigarreei – nada! Você vai jogar Paintball assim? – apesar de linda, sabia que ela se machucaria e muito por causa das pequeninas bolinhas de tinta revestidas com um acrílico estranho...

- Claro que não, bobo, estou levando uma mochila com calça e afins. – ela disse, virando-se e me mostrando a tal mochila.

- Enfim, vamos? Acho que estamos até atrasados.

- Relaxa, Cullen, o pessoal marcou de se encontrar em frente ao Mc Donald’s às duas e meia. Marie! – ela gritou – Estou saindo.

- Vai com Deus. – Marie gritou de volta.

Saímos.

[...]

- Ah, meu Deus, eu amo essa música! – disse Bella, aumentando o volume do rádio. Sorri levemente, curioso por ver que ela gostava de antigos musicais.

Para ouvir:

Anything You Can Do, I Can Do Better – Annie Get Your Gun

http://www.youtube.com/watch?v=tfHBPusZg6E

- Anything you can do, I can do better, I can do anything better than you! – ela cantou.

- No, you can't! – entrei na brincadeira e começamos a cantar juntos.

Vendo que a acompanhava, Bella alargou seu lindo sorriso e começou a fazer caras e bocas, se vangloriando.

Anything you can be, I can be greater.

Tudo o que você pode ser, eu posso ser melhor.

Sooner or later, I'm greater than you.

Cedo ou tarde, sou melhor que você.

No, you're not. Yes, I am. (3x)

Não, você não é. Sim, eu sou.

I can shoot a partridge with a single cartridge.

Eu posso atirar em uma perdiz com um só cartucho.

I can get a sparrow with a bow and arrow.

Eu posso matar um pardal com um arco e flecha.

I can live on bread and cheese!

Eu posso viver só de pão e queijo!

And only on that?

E só com isso?

Yep.

Sim.

So can a rat.

Um rato também pode.

A cara de Bella era ótima, cheia de caretas que me faziam rir e perder a entonação ou a letra da música.

Any note you can sing, I can go higher.

Toda nota que você canta, eu posso cantar mais alto.

I can sing any note higher than you.

Eu posso cantar qualquer nota mais alto que você.

No, you can't! Yes, I can!

Não, você não pode! Sim, eu posso!

How do you sing that high?

Como você canta tão alto?

I'm a girl.

Eu sou uma garota.

Com essa última frase, ela desceu as mãos pelo corpo, indicando que era uma garota. Sim, vestida dessa forma, mostrando suas curvas acentuadas desse jeito, era incontestável o fato de ela ser uma garota. E uma garota muito bonita.

Anything you can say, I can say softer.

Tudo o que você diz, eu posso dizer mais suavemente.

I can say anything softer than you!

Eu posso dizer qualquer coisa mais suavemente que você!

Paramos em um semáforo e, conforme Bella deixava sua linda voz de soprano mais suave, ela se aproximava do meu ouvido, deixando-me arrepiado. Podia sentir os pelos de minha nuca se eriçando e meu membro cada vez mais apertado na calça.

No, you can't. Yes, I can.

Não, você não pode. Sim, eu posso.

I can drink my liquor faster than a flicker!

Posso beber meu licor mais rápido que um piscar!

I can drink it quicker and get even sicker!

Eu posso beber mais rápido e passar mais mal!

I can open any safe!

Eu posso abrir qualquer cofre.

Without being caught?

Sem ser pego?

You bet!

Pode apostar!

That's what I thought, you crook!

É o que eu pensava, seu vigarista!

Any note you can hold, I can hold longer.

Toda nota que você segura, eu seguro por mais tempo.

I can hold any note longer than you.

Eu seguro qualquer nota por mais tempo que você.

No, you can't. Yes, I can. Yes, you can!

Não, você não pode. Sim, eu posso. Sim, você pode!

Surpreendentemente, Bella conseguiu mesmo segurar a nota pelo mesmo tempo que a cantora! Eu não dei tanta sorte, precisava prestar atenção na estrada.

Where do you keep all that air?

Onde você guarda todo esse ar?

Ugh. Oh.

Anything you can say, I can say faster!

Tudo o que você diz, eu posso dizer mais rápido!

I can say anything faster than you!

Eu posso dizer qualquer coisa mais rápido que você!

No, you can't. Yes, I can

Não, você não pode. Sim, eu posso!

I can jump a hurdle!

Eu posso saltar um obstáculo!

I can wear a girdle!

Eu posso usar um espartilho!

I can knit a sweater.

Eu posso tricotar um suéter.

I can fill it better.

Eu posso usá-lo melhor.

I can do most anything!

Eu posso fazer quase tudo!

Can you bake a pie?

Pode assar uma torta?

No.

Não.

Neither can I.

Nem eu.

Anything you can sing, I can sing sweeter.

Tudo o que você canta, eu canto de um jeito mais doce.

I can sing anything sweeter than you.

Eu canto qualquer coisa de um jeito mais doce que você.

No, you can't. Yes, I can.

Não, você não pode. Sim, eu posso.

Finalmente chegamos ao ponto de encontro. Todos estavam lá, com sacolas do Mc Donald's nas mãos comendo batata frita e tomando refrigerante. Nós saímos dando risada da brincadeira besta durante a viagem e eu abracei-a pelos ombros, beijando-lhe a testa.

- Ah, finalmente, Edward! – gritou Alice – Pensamos que não vinham mais!

- Desculpe, pix, eu que acabei atrasando tudo. Me enrolei com umas coisas...

- Ah, deixem isso para lá! – interrompeu Rosalie – Vamos logo jogar Paintball!

Fomos.

Chegamos ao Snipers Paintball Club, compramos 1200 bolinhas de tinta, cem para cada um, e pegamos nossos equipamentos de proteção e as armas. As meninas trocaram de roupa, colocando calças e jaquetas de moletom e fomos ao campo.

O jogo começou. Dividimo-nos em dois grupos: homens contra mulheres para um mata-mata. Não achamos justo no começo, mas assim que o jogo começou vimos que elas tinham uma estratégia melhor que a nossa. Cada casal ficou responsável por atirar em seu par, portanto sobrou para mim e Bella atirarmos um no outro.

Bella avançava devagar, atirando em tudo e em todos, enquanto eu permanecia no meu lugar, escutando a tudo atentamente. Eu conseguia ouvir seus pés pisando suavemente na terra seca, sua respiração ofegante, seu coração batendo rápido; podia sentir seu cheiro forte me queimar as narinas e a garganta.

Quando senti que ela estava exatamente atrás de mim, saí de meu esconderijo e ficamos assim: um apontando a arma para o outro. Ela, um pouco assustada, logo se refez e endureceu a postura.

- E agora, Cullen?

- E agora o quê, Swan?

- Quem vai atirar primeiro? Todos os outros já saíram e nos esperam lá fora, na lanchonete. Estamos empatados, quem atirar primeiro ganha.

Para ouvir:

Lucky – Jason Mraz feat. Colbie Caillat

http://www.youtube.com/watch?v=h8Hgp150Eno

Olhando diretamente em seus olhos protegidos pelo óculos, eu não conseguia pensar em mais nada a não ser nela. Em como aquela estranha sensação do dia anterior voltara, me aquecendo da cabeça aos pés. Sensação que nada tinha a ver com o sol, mas somente com Bella e sua presença adorável.

Num piscar de olhos e sem pensamento algum na cabeça além do que eu queria fazer, abaixei nossas armas e puxei Bella de encontro a mim, selando nossos lábios com um beijo. De olhos fechados, tirei nossos óculos e aprofundei nosso contato, preenchendo sua boca com minha língua.

Lucky I'm in love with my best friend

Sortudo por estar apaixonado por minha melhor amiga
Lucky to have been where I have been

Sortudo por estar aonde estive
Lucky to be coming home again

Sortudo por estar voltando para casa de novo

Ali tudo fez sentido. Eu não precisaria de mais nada e nem de ninguém se tivesse Bella comigo, transmitindo algo tão forte e diferente que eu não conseguia identificar o quê!

Nossas línguas se entrelaçavam docemente em uma dança sensual, suas mãos se embrenharam em meus cabelos, enquanto as minhas mãos passeavam por suas costas.

Depois de não sei quanto tempo, nos separamos, mas permanecemos de olhos fechados, encostando uma testa na outra. Ela ofegava, eu tentava respirar fundo. Pude ouvir quando seus lábios se abriram em um sorriso e, nesse momento, abri meus olhos.

Observei seu rosto que detinha uma expressão de tranquilidade e plenitude, seu pequeno sorriso era calmo e sua respiração estava compassada como se dormisse em um sonho bom. Coloquei um dedo embaixo de seu queixo, levantando seu rosto. Sorri.

- Edward... – coloquei um dedo em seus lábios, interrompendo-a.

- Acabei de encontrar o que eu procurava.

Eu acabara de assinar minha nova sentença!

Lucky I'm in love with my best friend

Sortudo por estar apaixonado por minha melhor amiga
Lucky to have been where I have been

Sortudo por estar aonde estive
Lucky to be coming home again

Sortudo por estar voltando para casa de novo


Lucky we're in love in every way

Sortudos por estarmos apaixonados de todas as formas
Lucky to have stayed where we have stayed

Sortudos por estarmos aonde estamos
Lucky to be comming home someday

Sortudos por voltarmos para casa algum dia


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Notas finais do capítulo

E então, meus amores, gostaram?
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Baci, fiore!



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