Summer soltou uma exclamação assim que viu Marissa, e elogiou sinceramente o visual da amiga, a seguir fez uma cara envergonhada, como se se desculpasse pelo próprio visual, mas Marissa não achou que ela tivesse errado, embora estivesse usando o vestido azul com mangas ao invés do branco decotado; Summer estava linda e Marissa queria muito que a amiga acreditasse nisso porque Summer em geral se achava menos bonita que qualquer outra garota.

            A decoração da festa dava a impressão de que estavam em algum país da Europa onde fizesse muito frio, e não na Califórnia; neve cenográfica caía pelo salão e até pinguins decoravam o ambiente. Ryan, cansado de perder a festa, tirou Marissa pra dançar imediatamente. Depois que ficou sozinha, Summer até desejou mesmo que Seth estivesse lá, só assim os dois poderiam rir dos outros e fazer piadas juntos. Todos os caras mais perfeitos da escola estavam no baile, pensou Summer; Zach Stephen, Luke Carlson e Oliver Trask e Ryan Cohen, mas todos eles tinham um grande problema, e no caso de Ryan, o problema era sua melhor amiga. Afinal, porque todo homem bonito e sexy tinha que ter uma namorada?

            Summer viu Zach, aquele jogador de pólo aquático, pele branca e cabelo preto liso, comprido, quase batendo nos ombros; ele sorriu, mas antes que ela pudesse se iludir e achar que era pra ela, viu Holly e mais uma vez não tinha como entender o que um príncipe como Zach poderia querer com Holly, ou talvez entendesse, Holly não era uma garota difícil por assim dizer, ela é, de certa forma, o sonho de qualquer cara, loira, peituda e muito a favor de relacionamentos se compromisso.

- Uma vaca!

- Essa é a sua ideia de diversão, Summer?

- Cohen? O que você tá fazendo aqui? – Seth deu de ombros.

- Então, você disse que conheceu um cara perfeito e que estaria com ele hoje. Cadê?

- Eu não acredito que você veio aqui pra me humilhar, Cohen.

- Apoiar é a palavra mais adequada, Summer.

- Apoiar? Ham, e porque eu precisaria do seu apoio?

- Amigos apóiam amigas quando elas ficam sozinhas no baile.

- Cohen! – Seth foi salvo de levar uma surra de bolsa de Summer quando Cal se aproximou.

- Ei, cara! – Seth apertou a mão de Cal, pra total surpresa de Summer.

- Seth, Summer. – ele sorriu pra garota, deixando-a ainda mais “abobalhada”.

- Você lembra o meu nome.

- Eu deveria esquecer?

- Com certeza, não.

- Você quer dançar, Summer?

- Oh, você tá me chamando pra dançar?

- Bom, se você não estiver ocupada.

- Você quer mesmo dançar comigo?

- Eu adoraria?

- Sério? – Seth e Summer disseram ao mesmo tempo; Cal não estava entendendo nada.

- Ok, eu vou deixar vocês...

- Não, espera. Você me convidou pra dançar. Eu aceito. – Summer pegou a mão de Cal e o arrastou para a pista de dança; olhou pra trás deu uma piscadela pra Seth.

            Seth foi pegar uma bebida, ficou tomando o refrigerante, com uma das mãos no bolso, observando Summer dançar com Cal. Ela parecia ainda mais pequenina perto daquele cara enorme, e tinha o sorriso tão lindo, e aquele jeito de agitar as mãos enquanto falava. E pensar que essa mulher linda e sexy era a mesma garota que prendia o cabelo em duas tranças e ia com ele à loja de gibi e sabia tudo sobre o homem aranha. A garota que sabia resolver os exercícios de física de olhos fechados e passava a maior parte do tempo com Seth, mas era sua amiga e nada mais. Seth sorriu tristemente, talvez pudesse lidar com a perda de Summer, a vida tem dessas coisas e a derrota faz parte, mas o que seria pior era perdê-la para alguém que não fosse capaz de dar o que ela merece, alguém como Cal, por exemplo. A vontade de Seth era ir até lá e reclamar seu direito de ser o escolhido de Summer, porque afinal, era ele quem gostava daquela garota desde que ela usava aparelho nos dentes, enquanto aquele loiro sarado com cara de modelo não sabia nada sobre ela e com certeza só estava interessado m sua beleza.

- Eu acho que eu poderia competir de igual pra igual com o tal Apollo.

- Quem é Apollo, Seth? – Seth se virou, Marissa e Ryan estavam lá.

- Ele é maluco, Marissa, eu já te disse.

- Hey, você viu a Summer? – Seth apenas acenou, mostrando a garota.

- Oh!

- Bom, a Summer está bem ocupada, a gente pode se divertir agora? Obrigado. – Ryan levou Marissa pra sentar junto com os amigos dele, os garotos do time de pólo aquático;

Luke e Oliver estavam falando de Zach que tinha desaparecido da festa e tal, mas Marissa não deu nenhuma atenção a conversa, estava mais ocupada em observar Summer e Cal; os dois dançavam e conversavam e riam como se fossem velhos conhecidos, e depois do que ele tinha dito e feito mais cedo era irritante, imaginar que aquele garoto podia estar usando Summer só pra se divertir. Marissa conhecia Summer muito bem, é claro que a amiga sabia se cuidar, mas ela também não era de ferro e Cal era muito lindo com certeza sabia como impressionar uma garota, se não, Summer não estaria com aquela cara de boba. Mas isso não era justo, Summer não merece que ninguém brinque com ela.

- Marissa? O que você tá... – Ryan seguiu a direção pra onde Marissa olhava. – Qual é o problema?

- Ham?

- Você está estranha.

- Não é nada, Ryan.

- Ah, bom. – Ryan deu um sorriso e voltou a olhar pra Summer e Cal. – Que bom que a Summer está se divertindo, não é?

- É. – Marissa respondeu maquinalmente.

- Finalmente alguém pra conseguir calar aquela boca.

- Ryan!

- Que? Aquilo tá com cara de que vai acabar num motel.

- Ryan, não fala assim da Summer.

- Desculpe, amor, só estava brincando. – Ryan voltou a dar atenção aos amigos; depois de uns minutos Marissa saiu pra ir ao banheiro, precisava pensar num jeito de acabar com aquilo sem magoar Summer; obviamente não seria fácil, já que tinha resolvido não falar pra ninguém sobre o que tinha acontecido à tarde na casa de Cal. Quando voltou do banheiro, ainda sem encontrar uma solução, viu que Cal estava sozinho, resolveu na hora ir falar com ele.

- Marissa, oi!

- Cadê a Summer?

- Foi buscar uma bebida, eu acho. E você, veio cobrar o seu beijo?

- Porque você não fica longe dela?

- Desculpe? – Cal fez uma cara de desentendido que deixou Marissa ainda mais irritada.

- Qual é o seu problema, cara? A Summer é uma garota muito legal.

- Marissa, não é o que você tá pensando.

- Ridículo.

- Você tem razão, Marissa, tem razão, claro, seria realmente ridículo se eu te beijasse.

- Você acha isso divertido?

- Não precisa ficar com ciúme, Marissa.

- A Summer é minha amiga, eu não admito que você a magoe.

- Magoar, a Summer? Eu?

- Idiota.

- Oh, alguém aqui está nervosinha? – Cal riu zombeteiro e se aproximou de Marissa, tocou seu rosto, Marissa tentou se afastar, mas ele a segurou pela cintura com a outra mão.

- Me solta. – ela deu um tapa no ombro dele, mas Cal apertou o abraço, encostando o rosto no dela.

- Marissa! – Marissa ficou apavorada quando ouviu a voz de Ryan e empurrou Cal com mais força, conseguindo finalmente impedi-lo de lhe beijar, mas àquela hora o estrago já tinha sido feito.

- Ryan, calma.

- Calma? Esse cara estava te agarrando. – Marissa teve que se colocar na frente de Ryan para impedi-lo de atacar Cal.

- Ryan, por favor.

- Que está acontecendo? – Summer apareceu com dois copos de refrigerante, Cal fez de novo a cara de desentendido e sorriu pra ela.

- Summer, um pequeno mal entendido; acho que a Marissa e o namorado precisam conversar. Vamos dar uma volta? Obrigado. – disse aceitando o copo de refrigerante e saiu, Summer o acompanhou ainda sem entender nada, mas pela cara de Ryan, ele e Marissa precisavam mesmo conversar.

- Ryan, espera, por favor.

- Eu não sou palhaço, Marissa.

- Você viu o que aconteceu...

- Todo mundo viu! – Marissa conseguiu passar à frente de Ryan e encará-lo.

- Você confia em mim, não é? – ele piscou os olhos, atordoado.

- Claro, claro, eu confio em você, Marissa. Aquele cara...

- Ele é um idiota.

- Porque você foi falar com ele?

- Por causa da Summer. – Ryan balançou a cabeça impacientemente.

- Qual é, Marissa, a Summer não é criança. Olha pra mim. Chega, eu vou embora.

- Ryan, espera.

- Você pode vir, Marissa, ou pode ficar com a Summer e o seu novo amigo. – Marissa achou que Ryan estava exagerando, como sempre; mas, por outro lado, ele também tinha dado importância demais a Cal; preferiu ir embora com ele e acalmar os ânimos do namorado.

            Eles conversaram no caminho até a casa do pai de Marissa e ela pensou ter deixado tudo resolvido e Ryan calmo, mas ele tinha visto um cara praticamente beijando a sua namorada, e isso não era o tipo de coisa que ele esqueceria de uma hora pra outra, como se não fosse nada. Por isso, despediu-se de Marissa e voltou para a festa, encontrou os amigos Luke e Oliver e perguntou se eles tinham visto o tal cara novo.

- O que foi que aconteceu, Ryan? – Luke perguntou, embora já imaginasse o motivo da aparente raiva do amigo.

- Ele beijou a Marissa.

- Sério? – Oliver perguntou; o que eles tinham visto não foi exatamente um beijo, mas se Ryan estava dizendo. – E o que a gente vai fazer? – perguntou; era a cumplicidade masculina que se manifestava sempre que alguém se metia com a namorada de algum deles.

- Encontrar o cara. – Ryan disse decididamente, e embora os amigos tenham se empenhado em procurar Cal pela festa, não tiveram sucesso. – Ele deve estar com a burrinha da Summer.

- A Summer foi embora com o seu irmão mais cedo. – disse Luke, e os três decidiram ir embora também. Quando Luke chegou perto do seu carro, encostado no seu Porsche, falando ao celular. – Ryan. – chamou o amigo; Ryan e Oliver estavam do outro lado do estacionamento, correram até lá. Cal levantou a cabeça e não entendeu nada quando viu os três parados ali, de frente pra ele, com cara de poucos amigos; fingindo que não estava vendo-os, despediu-se da pessoa com quem falava, desligou o telefone, pegou as chaves do carro no bolso, mas não chegou a entrar.

***

Newport definitivamente era o inferno, pensou Cal olhando-se no espelho e vendo a mancha roxa no olho de seu reflexo; era inacreditável que tivesse levado uma surra daqueles três idiotas.

- Eles com certeza praticam judô. – disse consigo mesmo, ainda sentindo dores nas costelas.

Pegou o boné dos Nova Iorque Nicks e a mochila e desceu a escada de dois em dois degraus; embora estivesse disposto a não pisar na escola, pra falar a verdade estava decidido a não ir mais nenhuma vez àquela escola, não ia importar o que seu pai dissesse. Entrou na sala de jantar e ele estava sentado à mesa tomando café. Assim que viu o filho, Caleb fez uma careta, não uma cara de espanto ou preocupação, uma careta; Cal deu um pequeno gemido ao sentar.

- Eu não acredito que você já se meteu numa confusão.

- O seu carinho me comove.

- Como você conseguiu em tão pouco tempo, Caleb?

- Quando eu vou poder voltar pra San Francisco? – Cal disse, se servindo de café com leite.

- Você não vai voltar pra San Francisco, Cal, aliás, nem a sua tia quer mais você na casa dela. – Cal fitou o pai, admirado com a sua capacidade de ser frio. – Eu sugiro que você comece a fazer novos amigos, amigos adequados a alguém como você. – o garoto fez de conta que não ouviu nada, aquele era um péssimo momento para que seu pai sugerisse que ele fizesse novos amigos. – Você vai ter a oportunidade de conhecer alguns dos nossos melhores jovens na sua festa de aniversário.

- Desculpe?

- É claro que, considerando os recentes acontecimentos, você não mereceria uma festa de aniversário, mas será uma oportunidade de introduzi-lo na sociedade de Newport. – Cal riu sarcasticamente.

- Eu agradeço, mas obrigado, eu não estou interessado em ser interessado na sociedade de Newport. Você sabe muito bem que eu não comemoro o meu aniversário, se você quer me dar um presente, me deixa voltar pra San Francisco. – Caleb encarou o filho por um instante, pensando em todos os problemas que ele tinha causado nos últimos meses e imaginou se realmente não tinha ficado muito ausente da vida do filho, deveria ter dado mais apoio a Caleb.

- Faz cinco anos que a sua mãe morreu, Cal, nós podemos superar isso.

- Você pode superar a minha mãe, mas eu não. – Cal se levantou da mesa, pegou a mochila e saiu; ir pra escola, de repente parecia ser uma boa ideia, não poderia ficar em casa e ouvir aquela baboseira que seu pai falava. Era demais ele querer fazer uma festa de aniversário, será que ele não lembrava que era também o aniversário de morte de sua mãe?

Summer e Marissa chegaram juntas à escola; desde que passou na casa da amiga, Marissa buscava um jeito de falar sobre o baile, mas ainda não tocara no assunto.

- Summer.

- Coop... Ok, fala você.

- Não, fala você.

- Ok. Aconteceu alguma coisa? É que você parece estranha, sabe?

- Não, eh, bem, eu e o Ryan, a gente discutiu, mas já passou.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Ok.

- E, o que você achou do baile? Eu nem tive tempo de perguntar ontem.

- Ah, foi ótimo, muito bom. – Marissa reparou no modo abobalhado como Summer estava falando, ela parecia mesmo “no mundo da lua”.

- E você e o Cal?

- Perfeito. Marissa, ele é incrível...

- Sum...

- Engraçado, inteligente, divertido, um verdadeiro gentleman.

- Acho que ele não é tudo isso, Summer. – Marissa falou cautelosamente.

- O que? Porque você tá falando isso?

- Porque... bom, primeiro me conta o que aconteceu entre vocês.

- Nada.

- Como assim, nada?

- É, ele tem namorada, e é completamente apaixonado por ela, ficou falando da Anabelle o tempo todo.

- Não é possível. Summer, ele tentou me beijar, duas vezes!

- O que? Do que você tá falando, Marissa?

- Lembra que eu te falei do enteado da minha mãe? – Summer balançou a cabeça. – Ele é o Cal.

- O que?!

- Ontem eu fui na casa da minha mãe, e o encontrei lá, ele é metido e tentou me beijar, e à noite no baile de novo. Por isso eu e o Ryan discutimos.

- Isso é impossível, Marissa, o Cal não...

- Você acha que eu estou mentindo?

- Não, não, claro que não, mas, não, ele parecia tão sincero. – Summer fez uma cara triste.

- Ele não presta, Summer, eu sinto muito.

- Não faz sentido... – Summer viu Cal sentado de cabeça baixa lendo uma revista e tomou a direção de ir até ele.

- Summer, onde você vai?

- Perguntar porque ele tentou te agarrar.

- Summer, não, espera... – Marissa seguiu Summer, que parou de frente a Cal, mas ele não levantou a cabeça, e ainda puxou o boné.

- Oi, Cal. – disse Summer, batendo o pé.

- Oi, Summer. – ele respondeu ainda de cabeça baixa.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Tecnicamente você acabou de perguntar.

- Não quero saber de gracinhas, quero saber porque você tentou agarrar a Marissa.

- Como é que é?! – Cal levantou a cabeça e as meninas viram o seu olho roxo; ele aprecia irritado. – Eu tentei te agarrar? Foi isso que você disse para o seu namorado? – ele quase gritou.

- Ah, meu Deus, o que aconteceu com o seu rosto?

- Pergunta pro namorado da Marissa.

- O Ryan te fez isso? – Cal não respondeu, pegou a mochila e guardou a revista. – Cal?

- Eu não tentei te agarrar, eu estava brincando, você foi quem levou a sério. Tchau. – Cal não quis mais conversar e foi direto para o vestiário se trocar para a aula de Educação Física; Seth também estava lá e depois de vestir o uniforme, os dois foram juntos pra aula.

- Essa é a pior aula de todas.

- Eu vou pedir pro professor me dispensar, pelo menos hoje.

- Duvido que você consiga cara, você vai precisar de mais que um olho roxo para o treinador dispensar uma aula.

- Eu tenho meus meios, pode acreditar.

- Ok. Ahm, nós somos amigos? – Seth perguntou quando eles passaram pelo alambrado para o campo de futebol onde alguns alunos já estavam.

- Como assim?

- Bom, nós conversamos, e curtimos a mesma banda, e você me viu de cueca no vestiário, o que é totalmente constrangedor...

- E você é praticamente a única pessoa com quem eu falo?

- É. Então?

- Acho que nós somos quase amigos.

- Quase amigos, ok, totalmente compreensível. Então, ahm, como quase seu amigo, eu posso perguntar como você conseguiu essa maquiagem no olho?

- Oh, ahm, isso aqui, foi, ahm...

- Eram cinco caras fortões? Talvez...

- Bem, eram três, eles com certeza lutam judô e eu não estava esperando. Bom, eu vou ali falar com o professor. – Cal saiu pra falar com o professor e Seth começou a se alongar pra aula; o resto da turma já tinha chegado, inclusive seu irmão Ryan. Pelo visto, a resposta do professor a Cal não tinha sido boa, porque ele voltou reclamando e se alongando.

- Bela maquiagem. – Ryan disse quando Cal passou por ele, e pelo sorriso diabólico de seu irmão, Seth tinha certeza que tinha o dedo, ou melhor, a mão toda de Ryan naquele olho roxo de Cal.

            Não ser dispensado da aula não significou que Cal tinha resolvido participar dela, ele fez o alongamento, mas depois ficou no meio do campo andando para o mais longe possível da bola e deu de ombros cada vez que o treinador berrava “qual é o seu problema?”. Ele não era o único, Seth também parecia correr da bola e nisso, os dois quase amigos estavam se divertindo em deixar o professor irritado.

- Eu vou colocar vocês dois pra pagar cinquenta flexões! – berrou o professor, com a cara vermelha, Cal estava com a bola e Ryan, que jogava no time adversário achou que deveria disputar, mesmo que o outro estivesse apenas chutando a bola sem nenhum interesse; Ryan deu um pisão no pé de Cal, que soltou um grito; o professor apitou marcando falta, mas Cal continuou reclamando. – Para de choramingar feito uma menina!

- Eu odeio futebol. Eu odeio futebol. – Cal repetia enquanto se preparava pra cobrar a falta. – Se abaixa, Seth. – pediu e, embora realmente detestasse futebol, tinha uma boa mira; chutou a bola direto na cara de Ryan.

- Você fez isso de propósito?! – esbravejou o treinador enquanto Ryan levava as mãos ao olho.

- Eu disse que não sei jogar, Senhor. – Cal respondeu fazendo a melhor cara de inocente. – Agora estamos quites. – acrescentou só pra Ryan ouvir e foi embora sem se preocupar se a aula tinha ou não acabado.