The Oc: Pecados no Paraíso escrita por The Escapist


Capítulo 24
Capítulo 24:REVOLUTIONS




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Os panfletos ofensivos contra Lindsay continuaram circulando pelo colégio mesmo com a proibição da diretora. O autor ainda era desconhecido, mas a maioria suspeitava da mesma pessoa, Lana, principalmente por que a capitã das líderes de torcida não perdia uma oportunidade de agredir verbalmente a colega. Lindsay aguentou o máximo que pôde, se esforçou ao máximo para fingir que não se importava, mas chegou um momento que ela não pôde mais olhar para Lana e ficar calma.
    Estavam no intervalo das aulas, Lindsay, como a maioria dos colegas estava sentada numa das mesas do pátio com o notebook, quando Lana, Diana e Rachel passaram perto dando seus risinhos estúpidos. Rachel deixou cair um panfleto na mesa onde Lindsay estava; a garota procurou não dar atenção, mas viu de relance o que estava escrito no papel: LINDSAY SUJA, LIVRE A HARBOR DA SUA PRESENÇA. Ela fechou o notebook e guardou na mochila, queria como sempre correr para algum lugar seguro o mais longe possível de todos, mas de repente sentiu vários pares de olhos fixos nela, e os cochichos reverberavam como se fossem gritos. Lindsay deixou a mochila cair na mesa, arrebatou um dos panfletos, amassou e atirou na cara de Lana.
- Vadia. – sibilou a garota, olhando com ar de superioridade; os cochichos e risinhos aumentaram, Lindsay teve a sensação de estar perdendo a consciência, como se o chão de repente desaparecesse sob seus pés; como se não desse conta do que estava fazendo, ela avançou para cima de Lana, puxando os cabelos loiros, sem dar chance da outra se defender, enquanto as outras garotas gritavam e tentavam apartar a briga.
- Nunca mais se atreva a falar de mim. – Lindsay deu um empurrão que derrubou Lana, e a teria chutado se nesse instante Zach Stephens não tivesse aparecido e segurado-a pelo braço. – Me larga, Zach.
- Calma, Lindsay, não vale a pena.
- Você vai se arrepender disso, Wheeler, pode apostar que vai. – Lana levantou-se com a ajuda das amigas, e novamente Zach teve que segurar Lindsay para que ela não voltasse a avançar contra Lana. Enquanto os colegas dispersavam-se pelo pátio, comentando a briga, Lindsay pegou a mochila e foi embora, sem mais força para encarar aquelas pessoas.
- O que foi que deu em você, Zach? Se metendo no meio da briga de duas mulheres? – Luke perguntou, ele e Oliver deram um risinho sarcástico.
- Vocês podem até achar engraçado o que está acontecendo com a Lindsay Wheeler, mas eu não acho.
- Por que você está tomando as dores da Wheeler?
- Não estou tomando as dores de ninguém, Oliver. Só que, não é justo o que estão fazendo com a Lindsay, quer dizer, só por que ela está doente, enfim, você deve saber do que eu estou falando. A gente se vê. – Zach deixou os amigos e foi para a aula, encontrou Summer no caminho da sala. – Você estava no pátio?
- Estava, e achei muito bacana o que você fez, Zach.
- A Lana está começando a passar dos limites, e, mesmo que ela realmente merecesse aqueles tapas, bom, acho que a Lindsay já está bastante exposta.
- Eu nunca imaginei que as pessoas pudessem ser tão preconceituosas. Os mesmos caras que saiam com ela gora ficam apontando e julgando, como se ela tivesse feito alguma coisa sozinha.
- Nessas horas eu fico envergonhado dos meus amigos.
- Mas você acha que foi a Lana quem fez os panfletos?
- A Lana parece ser a pior pessoa, mas eu não acho que ela tenha cérebro para bolar os panfletos. – Zach disse e Summer riu. – Mas quem fez deve agradeça-la por se tornar a principal suspeita, e por se declarar publicamente “anti-Lindsay” assim a atenção ficou nela e não no culpado pelas ofensas.
- Para você ter uma ideia de como a Lana é burra. Eu queria saber quem fez esses panfletos. – Zach não respondeu; os dois sentaram à mesa, e ele ficou pensando sobre o assunto, imaginando quem poderia ter distribuído aqueles panfletos, e a ideia que lhe veio à cabeça não foi nada agradável.
***
- Eu não acredito que você fez isso, qual é o seu problema, Oliver?
- Qual é o seu problema, Zach? Do que você tá falando, cara? – Oliver fez a maior cara de desentendido, parecendo até mesmo dissimulado, levando Zach a questionar-se o motivo de serem amigos.
- Estou falando disso aqui. – disse Zach e abriu a porta do armário de Oliver tirando um maço de folhas de dentro. Eram os panfletos contra Lindsay. Oliver ficou em silêncio um instante, mas não alterou sua atitude dissimulada.
- Bom, você descobriu, vai fazer o que agora? Contar para todo mundo?
- Oliver, o que uma amizade significa para você, cara? Para mim significa muito, sabe, e ver meus amigos pisando na bola desse jeito me irrita. Eu sei que você está mal, cara, mas, isso que você fez, não se justifica, a Lindsay não passou o vírus para você de propósito. Ela nem teria transado com você se você não tivesse insistido, certo? Bom, pensa nisso e reflete um pouco sobre suas atitudes, Oliver. – Zach guardou as folhas no armário de Oliver e bateu as porta, dando as costas ao amigo. Nobreza deveria ser o nome do meio de Zach, pensou Oliver, incapaz de não sentir vergonha de si mesmo e do seu comportamento. A verdade era que Zach estava certo, Lindsay não era culpada, afinal, mas Oliver ainda estava revoltado desde que recebeu o resultado do teste do HIV, não queria acreditar que tinha acontecido com ele.
    Oliver não voltou a distribuir os panfletos, e Lana depois da surra que levou, embora tenha prometido se vingar de Lindsay, ficou muito mais quieta; parecia que as coisas voltariam ao normal, mas não era verdade e Lindsay sabia disso muito bem, simplesmente não conseguia ter sua vida de volta; ainda não entendera por que tudo deu errado para ela; talvez tivesse cometido alguns erros, ficar com vários garotos, mas muitas meninas faziam isso, por que só ela merecia ter ficado doente? E mesmo que aceitasse o fato de conviver com o vírus da AIDS, por que as pessoas a trataram daquele jeito, como se com uma simples respiração fossem ser contaminados? Será que ela teria que passar o resto da vida andando de cabeça baixa sem poder encarar as pessoas que cochichavam e faziam julgamentos a seu respeito?
- Claro que isso não vai durar para sempre, Lindsay. – dizia sua mãe, que apesar de toda a revolução que tinha virado sua vida ainda estava sendo muito compreensiva, e Lindsay tinha que admitir, não estaria aguentando a pressão sem o apoio dela. – Daqui a pouco o ano acaba, você vai para a faculdade, vai poder recomeçar a sua vida, filha. – Foi unicamente a esta esperança que Lindsay se apegou, que logo chegariam as férias e ela estaria livre da Harbor e de todas aquelas pessoas.
***
    Cal sabia que deveria estar agradecido pelo advogado ter conseguido transformar a sua pena em trabalho voluntário, afinal não era seu sonho passar alguns meses atrás das grades, mesmo assim não deixou de reclamar – reclamar talvez fosse sua marca registrada – e muito menos de evitar o máximo que pôde o dia de começar a cumprir a pena alternativa, usando a perna engessada como desculpa. Quando todos os seus argumentos acabaram, ele teve que começar a trabalhar como voluntário numa instituição de caridade de Newport, mesmo que ainda precisasse da companhia de Madonna e Lady Gaga.
- Não se preocupe, você não vai precisar fazer muito esforço, Sr. Nichol. – disse a Sra. Sommers, a administradora da instituição. – Pelo menos por enquanto. – Acrescentou a mulher, olhando para Cal por cima dos óculos, e ao mirar-se dentro daqueles olhos que demonstravam muita experiência de vida, Cal quase pensou que talvez aquilo não fosse mesmo ser moleza.
- Ok, certo, e o que tenho que fazer? – a Sra. Sommers balançou a cabeça e deu um suspiro.
- Espere um instante. – disse ela e se virou para uma garota. – Taylor? Vem aqui, por favor. – Cal não evitou abrir a boca quando viu sua colega da Harbor, que declaradamente não ia com a sua cara, se virar para ele atender o chamado da Sra. Sommers. – Você está precisando de alguém para ajudar com as crianças?
- Ahm, sim, mas...
- Ok, o Sr. Nichol vai ficar conosco por um tempo.
- Sra. Sommers, obviamente a senhora não está sugerindo que o Caleb Nichol cuide de crianças, não é? – Cal sentiu a Sra. Sommers bastante inclinada a concordar com Taylor.
- Taylor, infelizmente, nós não estamos em condições de rejeitar ajuda, de ninguém. O Sr. Nichol é sua responsabilidade. – antes que Cal ou Taylor pudessem fazer algum protesto, a mulher foi chamada e deixou os dois.
- Então, o que faço?
- Por que você não aceitou a pena mesmo? Quer dizer, a cadeia combinaria mais com a sua personalidade, não é?
- Ei, ahm, Taylor, por que você tem raiva de mim?
- Quem disse que eu tenho raiva de você?
- Você meio que deixa bem claro no modo como me olha, como se quisesse me ver morto, ou pelo menos na cadeia. Quer dizer, eu não te fiz mal nenhum, não é? A gente nem se conhece.
- É, você tem razão, a gente nem se conhece, e, eu não tenho raiva de você, só do sistema, e você, bem, você é o próprio sistema, eu diria que em sua versão mais medíocre.
- Você não pode falar assim comigo, garota.
- Pobre menino rico, ok, eu não venho aqui para conversar ou fazer amizade; há trabalho para ser feito; estas crianças precisam de atenção, cuidado e orientação.
- O que elas têm? Quer dizer, por que elas estão todas aqui? – Taylor fez aquela cara de sarcasmo.
- O que você acha que elas têm?
- Será que custa muito caro ser mais simpática, Taylor, sabe, não vai ter matar sorrir um pouco.
- Bom, como você ainda não percebeu, Caleb Nichol, essas crianças têm câncer, elas estão no meio do tratamento, não podem ir para a escola, e os pais precisam trabalhar, alguém precisa cuidar da educação delas, e algum juiz achou que você poderia ajudar. Então, mexa-se, meu caro.
***
- Estou tão orgulhosa de você, Cal!
- Muito obrigada, Summer, mas eu não mereço o seu orgulho. – Cal respondeu, com os olhos grudados na tela do computador. Estava estudando história com Summer e tinham feito uma pausa para um lanche, ele aproveitou para checar os e-mails e acabou vendo “Miss Vixen” on line no Facebook.
- Como não, você está se comportando muito bem, parou de beber, está estudando e até fazendo trabalho voluntário.
- Eu adoraria ficar com o credito, mas nós sabemos que eu não mereço; estou me comportando por que não posso fazer nada com essas muletas e sem carro, estou estudando por que você invadiu a minha casa e se recusa a ir embora, e trabalho voluntariamente obrigado. Não há nada de nobre nisso.
- Você adora se fazer de vítima; já falou sobre isso com o psicólogo? Será que admitir que mudou vai doer alguma coisa? Você mudou para melhor, Cal, isso é ótimo, é algo de que se orgulhar.
- A Taylor Towsend discordaria um bocado de você.
- Você está mesmo preocupado com a opinião da Taylor Towsend? A diversão dela é ter raiva do mundo, e colocar a culpa por todas as coisas erradas em pessoas ricas como você, Cal, fazendo isso ela acha que está sendo diferente, quando na verdade, está fazendo o que a maioria das pessoas fazem, quem é julgar os outros.
- Eu vou dizer isso para ela.
- Ótimo, agora deixa esse computador ai e vamos continuar estudando. – Summer olhou para Cal e viu que ele estava sorrindo. – Agora você também fala com o computador!
- Você a última pessoa que pode me criticar por isso, ou será que já esqueceu o Dwight?
- O Dwight existe, para o seu governo ele é um grande amigo.
- É sério, eu realmente sinto falta de quando minha amiga se importava comigo. – Marissa falou, encostada na porta.
- Coop! Você não estava em casa quando eu cheguei.
- Eu estava com o Ryan; mas eu não vou atrapalhar, afinal, não é todo dia que a gente vê o Cal tão bem comportado estudando, certo? Estou orgulhosa de você, maninho!
- Esse é o perigo de dar liberdade as pessoas. – Cal resmungou e sentou ao lado de Summer. – Você deveria ter ficado com o Ryan, e você, deveria estar com o Seth.
- Posso usar o seu computador, Cal? O meu está quebrado, agora que eu lembrei que preciso consertar. – Marissa não esperou pela resposta de Cal, sentou a mesa de frente ao computador que ele deixara ligado. – Oh! Oh! – Marissa arregalou os olhos ao ver as fotos na tela do computador. – Não sabia que você tinha esse tipo de fetiche, Caleb.
- Marissa, existe uma razão para os computadores serem pessoais. – Cal disse, mas não se incomodou que Marissa usasse o computador, na verdade estava gostando daquele jeito fraternal como estavam se tratando, nada parecia mais com irmãos do que um mexendo nas coisas do outro.


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