The Oc: Pecados no Paraíso escrita por The Escapist


Capítulo 16
Capítulo 16: Deep Down




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/123557/chapter/16

Sandy ainda estava se recuperando do fim do casamento, o que era definitivamente um processo lento; 20 anos casado com Kirsten, nunca tinha passado pela sua cabeça que ela fosse capaz de ter um caso, mas também nunca tinha parado para pensar que não fosse um bom marido, afinal, sempre fez tudo por ela e pelos garotos, eles reclamavam às vezes por sua falta de tempo para fazerem coisas juntos, mas ele fazia aquilo para que pudessem levar a vida confortável que levavam, não imaginava que isso poderia se tornar a ruína do casamento. É claro que ainda estava com raiva de Kirsten, e tinha dito muita coisa, algumas das quais se arrependeu, outras não, ela mereceu ouvir, mas precisava seguir a vida, os papeis do divórcio estavam em andamento, parecia-lhe ser a coisa certa a fazer, não podia mesmo obrigá-la a continuar casada e infeliz. Agora, mais do que nunca precisa do seu trabalho para manter a cabeça ocupada e não perder o foco. Analisou a planilha no computador, antes de ir falar com o chefe precisava ter certeza dos seus argumentos; uma das suas funções na empresa era cortar gastos desnecessários, e nada havia mais desnecessário do que gastar o tempo da diretoria analisando projetos inviáveis.

- Algum problema, Sandy?

- Ainda não, mas é provável que tenhamos no futuro. – Caleb ofereceu a cadeira a sua frente a Sandy, e esperou que ele continuasse. – É sobre o projeto Balboa.

- Ah, sim, a Julie tem trabalhado duro nesse projeto, ela vai apresentar à diretoria na próxima reunião.

- Seria melhor o senhor mandar a Julie desistir do projeto.

- Desistir por quê?

- Nós podemos não ter como financiar um projeto nessas proporções, senhor Nichol.

- Eu tenho certeza que a Julie pensou nisso, e certamente ela tem a solução para o financiamento do projeto do Shopping Balboa Heights.

- O senhor tem razão, a Julie tem trabalhado muito nesse projeto, ela está envolvida emocionalmente com isso, quer dizer...

- Você acha mesmo que não é viável economicamente?

- O terreno onde vai ser construído está no meio de um processo judicial, e é provável que demore mais de um ano para que isso se resolva, eu não conheço os detalhes do caso, mas, não é certo que nós ganhemos a causa. Eu sei que a diretoria deve analisar a proposta e aprovar ou não os projetos, mas, o senhor sabe, tempo é dinheiro.

- Bom, você quer que eu fale com a Julie e peça que ela desista do projeto? Isso não vai ser fácil, Sandy, quando a Julie coloca uma coisa na cabeça, ninguém consegue tirar. – Sandy tirou um documento da pasta e colocou na mesa de Caleb.

- É a planilha de custos que a Julie me enviou, custos iniciais, devo dizer. – Caleb analisou o papel e balançou a cabeça.

- Parece que você tem razão. Eu vou analisar isso aqui com mais calma e, falar com a Julie se for o caso.

- Muito obrigado, Senhor Nichol. Com licença.

***

            Caleb estava tomando café da manhã e lendo o jornal quando o filho entrou na sala, murmurou um “bom dia” debochado e se serviu de um copo de suco sem sentar à mesa.

- Cal, porque você não... oh... – Cal deu o mesmo copo a Alex e ela tomou o suco todo de uma vez. – Bom dia, Srta. McKuin.

- Bom dia, Sr. Nichol.

- Seus pais sabem que você... ahm...

- Francamente Sr. Nichol, o senhor acha que eles sabem? – Alex deu uma piscadela e pegou uma maçã. – Com licença, eu te espero lá fora. Tenha um bom dia, Sr. Nichol. – Alex deu um beijo de língua em Cal e saiu.

- Nós já falamos sobre você trazer namoradas pra dormir em casa, Caleb e eu realmente preferiria que você não...

- Ah, não se preocupe, a Alex não é minha namorada.

- O que isso significa, garoto?

- Pai, você já é bem grandinho, não me peça pra explicar essas coisas. – os passos de Julie ecoaram na sala e quando ela sentou sua cara não era das melhores. – Bom dia, Julie!

- Eu posso saber porque tinha uma garota desconhecida passeando de lingerie pela minha casa?

- Hora da escola. tenham um bom dia no trabalho, família.

- Cal... Caleb, espera. Esse garoto não tem jeito.

- Pelo visto eu não exagerei. Ele faz isso de propósito, pra me atingir.

- Julie, por favor, não começa com essa mania de perseguição.

- Seu filho me odeia, Caleb.

- Você não deu nenhuma chance a ele, Julie.

- Ele agarrou minha filha e agora traz uma vagabunda pra dormir em casa todo dia; pelo menos você dorme feito uma pedra e não escuta o que eu escuto. Francamente, Caleb, isso não é coisa que aconteça numa casa de família.

- Você está certa, eu vou falar com ele. – Julie revirou os olhos, não havia contas de quantas vezes Caleb falou com o filho; a verdade é que Caleb Junior era um caso perdido e ela sentia muito que o marido tivesse que passar por isso.

- Você não pode continuar colocando panos quentes, Caleb.

- Do que você está falando, Julie?

- Caleb, você pode não ouvir os gritos e gemidos durante a noite, mas você sabe que o seu filho está se drogando e não é de hoje que isso está acontecendo.

- Ele prometeu que ia parar, está frequentando a escola direito, tem amigos e sobre a garota, você tem razão, não é certo, eu vou falar com ele e não vai mais acontecer.

            Julie desistiu, não diria mais nada em relação ao enteado, se Caleb queria continuar fingindo que o filho dele era um bom garoto, tudo bem, alguma hora ele perceberia que estava errado e talvez fosse muito tarde para tomar uma atitude, mas ela não podia fazer mais nada. Quanto mais convivia com Caleb mais se dava conta de que havia uma ótima razão para ele ser o empresário bem sucedido que era, e o que diziam dele no escritório era verdade, ele era um fracasso como ser humano. É claro que nunca tinham tido nenhuma paixão avassaladora, mas quando se casou com ele, Julie pensou que poderia ter a vida que Jimmy não foi capaz de lhe dar, pensou que poderia dar um lar para Katilin e Marissa, mas agora o casamento não parecia mais que um negócio, talvez um modo rápido que encontrou de ser promovida.

- Como está o projeto do novo shopping? Julie?

- O que?

- Eu estava perguntando sobre o projeto do shopping.

- Eu vou apresentar o projeto na reunião, Cal.

- Eu sei, eu só queria conversar. O Sandy não está otimista em relação a esse projeto.

- O que você quer dizer, Caleb?

- Bem, ele não acha que o projeto seja realmente rentável, você sabe, é um investimento alto demais e o retorno é de longo prazo, então...

- Você quer dizer que o conselho vai barrar o projeto?

- A não ser que você nos convença a todos sobre a viabilidade do projeto.

            Julie sabia o que Caleb queria dizer, seria mais uma batalha com Sandy Cohen, CFO[1] do Newport Group; a questão era que a área de Julie, como diretora de criação, era sobre ideias e projetos, a área de Sandy era sobre números e quando ele dizia que um projeto não tinha viabilidade econômica, a diretoria não sentia em abandoná-lo; Sandy era perfeito no que fazia e desde que ele virou diretor financeiro do grupo, a empresa obteve resultados positivos. Mas, Julie também é ótima no que faz e certamente estava pronta para mostrar aos diretores que o projeto do Shopping Balboa Heights seria mais um sucesso, convenceria até Sandy com seus números e planilhas.

***

            Zach ficou o sábado inteiro no quarto, até faltou o treino de pólo, tudo pra tentar convencer seus pais que estava arrependido de ter fumado maconha e estava mesmo, porque aquilo tinha sido só uma brincadeira de Luke, uma daquelas apostas bobas que os caras costumam fazer. Porque, afinal, era difícil fazer sua mãe entender o quanto era complicado ser o “cara diferente” na turma. Ele sabia se virar com os amigos e não tinha vergonha de ser o que era, nem se importava de dizer que ia à igreja, mesmo que os amigos rissem dele por isso. Mas, às vezes também gostava de fazer parte do que eles faziam.

            Estava mexendo na câmera fotográfica profissional que ganhou no último aniversário; a fotografia, além de ser um ótimo passatempo, ainda permitia que ele ganhasse uma grana de vez em quando, e se acontecesse de ficar sem mesada, como era o caso no momento, isso era de grande ajuda. A porta do quarto estava aberta e Zach teve a impressão de ouvir vozes lá embaixo, mas os pais tinham saído pra jantar fora, então ele não deu importância, na certa alguém tinha esquecido a TV ligada, mas ouviu a porta bater e ficou assustado, o estomago dando voltas só de imaginar um ladrão invadindo a casa, mas pelo menos teria os pais na palma da mão quando salvasse a casa. Saiu devagar, mas voltou para procurar uma arma; a melhor que encontrou foi um taco de beisebol; andando nas pontas dos pés, espiou por cima da escada, andou mais um pouco e começou a descer; parou no meio, piscou duas vezes surpreso e se sentindo ridículo com aquele taco na mão.

- Abby, o que você está fazendo aqui? – ele perguntou no susto, afinal, sua irmã deveria estar em Rhode Island.

- Que recepção, Zachary. Você vai jogar beisebol?

- Eu, não, eu pensei que fossem ladrões invadindo a casa.

- E você pensou em combater um ladrão com um taco de beisebol?

- Que fofo, Abby, seu irmãozinho é muito corajoso. – Zach tinha certeza que estava vermelho, não era a primeira vez que uma amiga da irmã aparecia em casa, é claro e as amigas de Abigail sabiam como deixá-lo vermelho, fato. – Como você cresceu, Zachary!

- Lembra da Nikki?

- Claro. Oi, Nikki.  – Nikki Reed, a belíssima morena, estilo Megan Fox, amiga de Abigail desde o colégio interno, a garota que atormentou os difíceis anos de puberdade de Zach mesmo sem saber. – Porque vocês estão em casa? – Abby e Nikki se entreolharam, Zach imaginou a irmã metida em alguma encrenca.

- A gente tem uma semana sem aula.

- Por quê? O semestre começou há pouco tempo.

- Coisa de universidade, você não entende, Zach.

- Tá parecendo mais encrenca, Abby.

- Que encrenca, garoto?

- Não sei, mas nos filmes, quando duas garotas voltam da universidade no meio do semestre, tem alguma encrenca no meio. – Nikki e Abby riram e Abby apertou as bochechas do irmão.

- Fofinho. Uma garota não pode simplesmente estar com saudades de casa e aproveitar a semana livre para visitar a família? Onde estão papai e mamãe?

- Foram jantar fora.

- E você está em casa sozinho em pleno sábado à noite? Está de castigo, Zachary? – Zach sabia que já tinha se entregado ficando vermelho, por isso apenas balançou a cabeça. – O que foi que você fez, Zach?

- Longa história.

- Ok. Você se importa de arrumar o quarto de hóspedes para a Nikki? – antes que o irmão dissesse qualquer coisa, Abby subiu a escada e foi para o quarto; Zach acompanhou Nikki para o quarto de hospedes, pegou lençóis e toalhas.

- Obrigada, Zach, eu estou precisando mesmo de um bom banho.

- Então, fica à vontade, eu vou, deixar você à vontade. – Zach deu um passo, mas continuou olhando para o sorriso nos lábios carnudos de Nikki e bateu com as costas na porta, abriu-a desajeitadamente e voltou para o próprio quarto, se perguntando se poderia ser mais ridículo, agindo como se nunca tivesse visto uma garota na vida. O quarto de hóspedes ficava em frente ao seu e pela porta entreaberta ele viu Nikki se despindo; Zach engoliu em seco, não importa se era ridículo, o fato é que nunca tinha visto uma garota com tão pouca roupa e a uma distância tão curta. Se a sua mãe soubesse que ele estava espiando a amiga da irmã se trocar, todo seu esforço de sair do castigo teria sido em vão. – Calma, Zach, respira. – o garoto sentiu a pulsação acelerar quando viu Nikki colocar a mão na alça do sutiã preto com renda; ela tirou uma alça depois a outra e finalmente, abriu o fecho; Zach percebeu que estava mordendo o lábio com força. – Au! – passou o dedo e viu que tinha cortado; no mesmo instante, Nikki levantou a cabeça e descobriu que estava sendo observada; ela não pareceu brava, ou surpresa, ou mesmo constrangida, apenas sorriu e fechou a porta.

            Tal como acontecia quando tinha 13 anos, Zach acabou sonhando com Nikki e quando acordou molhado e arfando não sabia se sentia raiva ou se ria de si mesmo. Foi ao banheiro e jogou água fria no rosto. Se ele fosse algum desajeitado esquelético por quem nenhuma garota se interessa, havia um motivo pra agir daquele jeito, mas esse não era o caso; se ele ainda era virgem era por escolha, então porque não podia controlar o próprio corpo? Pior, não tinha com quem falar sobre o assunto; se falasse com os amigos, eles diriam para parar de frescura e transar de uma vez; com os pais jamais teria coragem de tocar no assunto; talvez Taylor fosse alguém com quem podia falar qualquer coisa, mas como ela certamente lhe mandaria procurar um padre. – Talvez um padre seja uma boa ideia.

            Ele foi para a igreja no dia seguinte, mas repensou a ideia, o Pe. Richter era velho demais pra compreender o que ele estava passando, estava mesmo sozinho com seus hormônios. Abigail e Nikki estavam na piscina e talvez fosse verdade que não havia encrenca, mas Zach estava achando a irmã estranha, ainda mais quando ela resolveu sair e deixá-lo sozinho com a amiga; Zach tentou fugir e se esconder no quarto, mas não conseguiu.

- Zach, será que você me faria um favor?

- Claro. Que favor?

- Passa bronzeador nas minhas costas. – Zach engoliu em seco, Nikki não lhe deu oportunidade de dizer não, deitou-se de bruços na cadeira e desamarrou a parte de cima do biquíni. Zach colocou um pouco de creme na mão, sentindo o suor na testa e começou a passar nas costas de Nikki, quase sem tocá-la. – Tudo bem, Zach, eu não mordo.

- Não, claro. – Zach olhou pra longe tentando se distrair, precisava se distrair. – Você sabe onde a Abby foi?

- Sim, mas eu não posso contar.

- Então tá rolando alguma coisa?

- Não é nada que você precise se preocupar, Zach. Mas é muito bonitinho você se preocupar com a sua irmã.

- É, eu sou bonitinho. Mas eu não consigo pensar na minha irmã encrencada com alguma coisa.

- Não tem encrenca nenhuma, é só um lance com o namorado dela.

- Hum.

- Não fala que eu contei, por favor.

- Tudo bem, se você contar.

- Você sabe aquele lance da sua irmã de não fazer sexo antes do casamento, o namorado dela não está muito de acordo com isso; eles tiveram uma briga feia, agora a Abby quer fazer as pazes; ele veio ficar essa semana livre em Newport com os tios.

- Só isso?

- Ela ama muito o Peter e... Ahm, espero que eles se entendam, a Abby fica meio insuportável quando briga com o Peter. – Zach não duvidava que Nikki estivesse falando a verdade, Abby era mesmo apaixonada o suficiente para vir de Rhode Island para tentar fazer as pazes com o namorado, pelo menos ela não estava encrencada. Pegou o vidro de protetor pra colocar mais na mão. – Zach, você ainda é virgem? – Zach espremeu o vidro e espirrou creme até nos cabelos de Nikki, ela se levantou, segurando o biquíni. – Me desculpa, Zach, eu não quis ser intrometida.

- Não, tudo bem, quer saber, eu precisava mesmo falar com alguém, Nikki.

- Ok, pode falar, Zach.

- Sempre me pareceu ser a coisa certa, você sabe, ainda parece ser a coisa certa, só que, está cada dia mais difícil me controlar... ok, esquece, deixa pra lá.

- Você é um garoto muito lindo pra ficar virgem até se casar, Zach. Olha, eu estou brincando com você, eu sempre brinco com a Abby, mas eu entendo a posição de vocês.

- Entende? Você não acha careta?

- Acho, é completamente careta, mas o que importa é o que você sente, Zach. É algo que você acredita? Vai em frente, parece uma coisa clichê de se falar, mas sexo com amor é muito melhor. Eu vou mergulhar. Você amarra pra mim? – Zach conseguiu amarrar o biquíni de Nikki sem tremer e ela foi cair na piscina; a conversa não serviu pra muita coisa, é verdade, mas de alguma forma, se sentiu mais leve.

***

            Kirsten xingou baixinho quando a porta emperrou de novo; ela estava odiando aquela porta e odiando o porteiro daquele prédio que não tinha consertado ainda a fechadura e talvez estivesse odiando um pouco Trey que não dava a mínima importância pra isso. Não evitou pensar na sua casa, grande, espaçosa, e sem problemas nas fechaduras; não queria deixar Trey pensar que de repente ela estava arrependida de morar com ele, mas detestava aquele apartamento minúsculo, e não era só por causa da porta emperrada.

- Ai, droga, droga! – Kirsten chutou e deu um soco na porta, que continuava fechada, e desistiu de tentar abrir, seria melhor chamar o porteiro; desceu até o saguão, mas não o encontrou em lugar nenhum. – Na verdade, o melhor seria ir embora desse prédio idiota. – ela deu mais um soco na porta, e na mesma hora a porta do elevador abriu, e Jimmy Cooper saiu.

- Precisa de ajuda?

- Ahm, sim, obrigada, acho que a porta emperrou.

- Elas emperram de vez em quando, às vezes é uma questão de jeito. – Jimmy pegou a chave e tentou abrir a porta, mas não obteve sucesso, e mais, ainda quebrou a chave dentro da fechadura. – Oh, oh!

- Quer saber, esquece, eu vou chamar um chaveiro, e trocar de uma vez. Ah, droga. – Kirsten procurou o telefone na bolsa, mas não o encontrou.

- Pode usar o meu telefone, se quiser.

- Obrigada. – Jimmy abriu a porta do próprio apartamento sem muito esforço, Kirsten usou o telefone para ligar para o chaveiro, e aproveitou para telefonar para Trey e avisar que trocaria a porcaria da fechadura, mas ele não atendeu o celular. Enquanto esperava o chaveiro chegar, ficou conversando com Jimmy; nunca poderia imaginar que voltariam a ser vizinhos, cada um com um novo relacionamento; talvez fosse a primeira vez que Kirsten se sentia à vontade para falar com alguém sobre, de alguma forma, sentia que Jimmy lhe entendia, talvez por que ele fosse gay tinha mais afinidade em entender uma mulher, enfim, ela não sabia, mas de repente estava tomando chá e conversando com ele como se fossem amigos de infância. – Eu já tentei convencer o Trey que posso comprar um apartamento, mas ele é teimoso demais.

- Você e o Matt se entenderiam muito bem, ele quer que eu me mude, mas eu não posso, assim, de repente, tenho a Marissa... E...

- E ainda não está pronto para encarar as outras pessoas?

- Acho que é isso, quer dizer, não é que eu não queira ficar com ele, ou que não o ame, é só, que...

- Precisa de um pouco de tempo, eu entendo, eu também preciso ir com calma, tem os garotos, e uma vida inteira deixada pra trás, não é fácil simplesmente largar tudo. Às vezes parece injusto com ele, sei lá, ele ainda é jovem e... – Jimmy suspirou, entendendo exatamente o que ela queria dizer, Trey, e Matt queriam curtir a vida, se divertir, construir uma carreira, ainda estavam começando a viver, enquanto ele e Kirsten já tinham muita bagagem.

- Como se já não fosse complicado demais, eles ainda são jovens!

- Ou será que nós somos velhos?

- Nossos filhos vão se formar esse ano!

- É verdade; falando em filhos, Jimmy, onde está a Marissa?

- Saiu para estudar, eu acho, com o Ryan, parece que eles são amigos agora.

- Como ela reagiu quando ficou sabendo sobre você e o Matt?

- Melhor do que eu esperava. A Marissa é uma ótima menina, sabe, ela tem sido tão compreensiva, e eu sei que é difícil para ela; foi difícil quando a Julie se casou com o Caleb Nichol; é por isso que eu quero ir devagar. E os seus filhos? – Kirsten balançou a cabeça.

- Ainda vai demorar um tempo para eles aceitarem. Bom, é melhor eu ir. – Kirsten olhou para o relógio, tinha passado mais de uma hora, o chaveiro já tinha ido consertar a fechadura, e eles não tinham se dado conta do tempo passar. – Obrigada, pelo chá, e pela conversa, Jimmy. 

- Quando precisar. – quando Kirsten saiu do apartamento de Jimmy, foi no mesmo instante que Trey saia do elevador; Jimmy o cumprimentou brevemente com um aceno, e voltou pra dentro de casa.

- Hey, o que aconteceu?

- Você não recebeu meu recado?

– Eu deixei o telefone desligado o dia todo, estava numa reunião importante, desculpe. Algum problema? – Trey pegou a chave no bolso, mas antes dele, Kirsten abriu a porta com a nova.

- Eu ia cuidar disso. – disse ele com um sorriso.

- Eu sei. Mas eu fiquei no lado de fora, então precisei tomar uma atitude drástica.

- Por que você estava na casa dos Cooper?

- Conversando. O Jimmy é meu ex-vizinho. Bom, agora ele é meu vizinho.

- Hum, e sobre o que vocês estavam falando? Velhos tempos? – Trey entrou para o quarto, desamarrou a gravata, e começou a desabotoar a camisa.

- Também. Ele também é pai da Marissa, ex-namorada do Ryan, agora ela é amiga do Ryan, enfim, a gente se conhece há bastante tempo.

- Que bom. – Trey falou, e Kirsten percebeu que ele estava sendo irônico, mas ela riu com o jeito do homem, ele estava com ciúme.

- Eu vou dormir me sentindo muito bem hoje, Trey, sinceramente eu fico lisonjeada por você ficar com ciúmes de mim, meu amor, mas, o Jimmy é gay.

- Desculpe, eu não queria fazer cena. Mas, sabe como eu tenho medo de te perder.

- Que bobagem é essa? – Kirsten ajudou Trey a tirar a camisa, e colocou as mãos em volta do pescoço.

- Eu passei o dia no trabalho, com o celular desligado, e se de repente você perceber que não quer mais ficar comigo?

- Isso não vai acontecer.

- Então, casa comigo. – Kirsten arregalou os olhos, e encarou o rapaz. – De verdade, eu quero dizer.

- Trey, eu não sei o que dizer.

- Que tal dizer que aceita ser minha esposa, Kirsten?

- Eu, ahm, Trey, eu ainda estou oficialmente casada, e... – Kirsten olhou no fundo dos olhos de Trey, não queria magoá-lo, não sabia como dizer que talvez eles não estivessem prontos para um casamento, talvez ela não estivesse pronta, já que nem tinha saído completamente de um, mas ver a sinceridade expressa naqueles olhos, e saber o quanto ele se importava com ela. – Nós vamos mudar de apartamento se a gente se casar? – Trey deu um sorriso, e abraçou Kirsten, puxando-a para cama, murmurando ao seu ouvido que lhe amava, e ela, embora tivesse certeza que também sentia o mesmo, sentiu um medo incontrolável de não estar fazendo a coisa certa, e se de algum modo magoasse Trey, será que conseguiria perdoar a si mesma se isso acontecesse? Se de repente os sonhos dele fossem frustrados, por sua causa; ele queria ser sincera, dizer que eles deveriam esperar mais tempo antes de pensar em casamento.

[1] Chief Financial Oficer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Oc: Pecados no Paraíso" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.