‘May! May, cadê você?’ Drew gritava em vão, pois, aparentemente, só as árvores o escutavam.

Drew procurou May por vinte longos minutos e não viu ou ouviu coisa alguma. Desesperado, começou a correr sem rumo pela floresta.

‘May, eu preciso te encontrar! Eu preciso de uma rival para o Grande Festival!’ Sabia que era mentira. Nem pensava no Grande Festival. Apenas desejava que May estivesse bem. ‘É tudo mentira!’ Gritou, na esperança de que ela respondesse. ‘Eu não te acho uma amadora’ Continuou, sem resposta. ‘Eu não te acho perdedora, nem idiota, nem criança!’ Ninguém respondeu. Drew lutou, mas não conseguiu evitar as lágrimas que escorreram automaticamente pelo seu rosto.

‘Por que não me apaixonei por uma fã?’ Pensou Drew. ‘Está louco, Drew? Você não gosta daquela perdedora.’ ‘Sim, Drew, você é louco por aquela perdedora.’ ‘Não, Drew, você não sabe o que diz. Você tem centenas de fãs lindas, não precisa daquela tonta que só fica rindo como um Sunflora inútil!’ ‘Não adianta mais negar, Drew. Estou tão louco por aquela carinha de Teddiursa que estou falando sozinho!’

‘May, apareça logo!’ Drew gritava, cada vez mais desesperado. Não sabia mais por onde procurar quando viu uma poeira dourada tomando o ar e bloqueando sua visão. ‘Essa, não. Pó do sono.’ Pensou enquanto tampava o nariz. ‘Roselia, vai! Use a Dança de Pétalas’ O gracioso ataque do pokemon dispersou o pó do sono.

Então o coordenador olhou para o chão. Viu o rosto que mais desejava ver. Sabia que ela havia sido atingida por aquele pó do sono, mas não quis acordá-la. Ficou ali durante alguns minutos, velando pelo sono de May. Mas esse momento durou pouco.

Quando Drew olhou para o horizonte, viu que estava cercado de shroomish selvagens. ‘Encontrei a origem daquele pó do sono’ Pensou. Os shroomish não pareciam muito amigáveis e avançavam cada vez mais para Drew e May.

‘Masquerain, use Bolhas e Ventania!’ Gritou Drew, antes mesmo de seu pokemon sair da pokebola. A incrível combinação de ataques, além de criar um efeito incrivelmente bonito, assustou o bando de shroomish selvagens que se dispersaram pela floresta.

May P.O.V.

A última coisa de que me lembro foi eu ter comentado com Max que iria sair para colher algumas grape fruits. Depois vi um shroomish selvagem passando. Então percebi uma dúzia de shroomish e quis fugir, mas então caiu um pó dourado em mim que me derrubou. Não sei mais onde estou. Sonhei que Drew estava me chamando. Como eu queria que fosse verdade. Cheguei a ouvi-lo dizer que não me acha uma amadora nem idiota. Talvez o pó do sono dos shroomish cause alucinações, mas eu não quero parar. Quero continuar tendo alucinações com Drew. Por um momento, achei que ele viria me salvar dos shroomish. Achei que ele estava perto, mas ainda não acordei. Estou sonhando e não quero acordar.

May P.O.V. off

Drew se abaixou e encarou May. Teve receio de acordá-la, apenas se ajoelhou e apoiou com cuidado a cabeça da garota em suas pernas. Passou os dedos bem de leve na testa de May, e esta abriu os olhos.

‘An?’ May parecia confusa. ‘Estou dormindo ainda?’

‘May! Você acordou! Você está bem?’ Drew não se importava mais em fingir.

‘Drew?’ May perguntou esforçando-se para manter os olhos abertos.

‘Sim, eu estou aqui.’

‘Então ainda estou sonhando.’ May disse já com os olhos fechados.

Drew ficou um pouco confuso, mas logo entendeu o que mais queria entender. Abriu um sorriso tão grande que mal cabia na face.

‘Hey, May. Acorde rapidinho.’

May abriu novamente os olhos. Drew ainda estava lá. ‘Então eu não devia estar sonhando, afinal.’ Pensou. Agora Drew e May disputavam não um concurso pokemon, mas uma competição para ver quem tinha o maior sorriso. May se levantou devagar, apoiando-se nos braços de Drew.

Drew olhou no fundo dos olhos da coordenadora e acariciou seu rosto. May corou tanto que realmente ficou parecida com um Teddiursa. Drew aproximou seu rosto do de sua rival. ‘Ele não vai...’ O pensamento de May foi interrompido quando seus lábios se tocaram. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha e se entregou à explosão de sentimentos que veio em seguida. 'Sim, ele vai.'

Quando seus rostos se afastaram, Drew olhou profundamente para May e beijou-lhe a testa. Estava tão feliz que nem a peste do Max poderia estragar.

‘Vamos, minha prenda? Os outros já devem estar em Rustboro uma hora dessas.’ Drew deu uma risadinha.

De repente tudo voltou ao seu estado natural. Por vários minutos, May esquecera onde estava, o que estava fazendo e para onde estava indo. Só sabia que se encontrava em um nível de felicidade nunca sentido.

Sem pressa alguma, May e Drew caminharam rumo à clareira onde seus amigos se encontravam. Drew desejou que esse momento nunca acabasse.