Capitulo 1 – Uma Semana para Hogwarts

  Mais um ano em Hogwarts, era só no que Harry podia pensar só no que ele queria pensar, mais um ano letivo se aproximava, mais um ano, talvez, cheio de aventuras e perigos que os aguardavam por de trás daqueles longos portões de ferro, o que os aguardava ao certo não sabiam, mas os aguardava.

 E alguém longe dali, longe de Harry, longe de seu quarto antes habitado pelos brinquedos quebrados de Duda, longe da rua dos alfineiros, longe de Little Whinging, sabia muito bem o que o aguardava, alguém que estava no mundo da magia, muito bem escondido por entre as árvores, por entre as trevas. Harry então abriu os olhos, ele tinha cochilado, e como sempre tivera o vislumbre de Voldemort, perto de mais de Hogwarts, em sua mente.

 -HARRY! – Era tia Petúnia, gritando como sempre. – Dessa daí, rápido!

 Harry já estava farto dos gritos de tia Petúnia, das provocações de Duda e das caras feias, gritos e castigos ridículos de tio Válter, ele mal podia esperar para voltar a Hogwarts, para sentir o cheiro dos campos de Quadribol, montar em sua vassoura e voar livre. Sem falar que ele estava com saudades de Rony e Hermione, mas ele não ficaria com saudades por muito mais tempo, afinal, em menos de dois minutos ele estaria a caminho da casa dos Weasley, para passar a última semana de férias, Hermione estaria lá também, iriam todos juntos para o metrô, e finalmente a espera acabaria e estariam a caminho de Hogwarts.

 Harry desceu as escadas correndo, não que ele estivesse com pressa de ver a cara enrugada de tia Petúnia, mas sim porque achava que Hermione estava lá, ele havia escutado sua voz lá de cima.

 -Harry!

 -Hermione!

 Como ele imaginara, lá estava ela, sentada no sofá tomando uma xícara de chá com os Dursley, ”espera ai, tomando chá? Com os Dursley?” Mas ele também notara que a cara dela não era nada boa, estava com medo ou assustada, mas assim que viu Harry um sorriso abriu em seu rosto e ela correu em sua direção, e abraçados eles perceberam que a recepção fora calorosa de mais! Eles se separaram e ficaram um tanto encabulados.

 -Bem, meus pais estão nos esperando no carro, eles vão nos levar até o Beco diagonal para nos encontrarmos com os Weasley.

 -Ah, ta bem, vou pegar minhas malas então, você espera aqui ou vai lá em cima comigo?

 Hermione deu uma boa olhada nos Dursley e em suas caras de repúdio para ela e Harry.

 -Vou subir com você, eu levo Edwiges para o carro. – Hermione deu uma piscadela para Harry como se estivesse querendo dizer que precisava de uma desculpa para sair da companhia desagradável dos tios de Harry. Quando finalmente ficaram a sós no quarto de Harry, Hermione voltou a falar. – Nem acredito que falta apenas uma semana, uma semana pra Hogwarts.

 -Nem eu, eu mal podia esperar por isso, e finalmente falta tão pouco!

 Os dois ficaram um tempo sem falar nada, estavam apenas sentados na cama pensando talvez.

 -É melhor irmos, meus pais estão lá fora.

 -Ah sim, vamos.

 Harry pegou a mala de Hogwarts e Hermione pegou Edwiges, os dois desceram as escadas e os Dursley nem se deram o trabalho de abrir a porta muito menos de dar tchau para eles, nem mesmo um sorriso torto, ao chegarem ao carro os pais de Hermione abriram o porta malas e eles guardaram a mala la dentro juntamente com a de Hermione, e Edwiges foi no banco de trás junto com Harry e Hermione.

 -Então Harry, animado para Hogwarts? – Os pais de Hermione eram muito simpáticos, e muito mais tagarelas do que a própria Hermione.

 -Sim, muito. Hogwarts é minha casa.

 -Hermione também estava bem animada, e falava o tempo todo: “não vejo a hora de ir para Hogwarts, de ir para os Weasley e ver Harry e Rony, estou com muita saudade.”

 -Mãe! – Hermione ficou vermelha e a partir daí não deixou mais os pais darem uma palavra, pois ela falava o tempo todo, coisas do tipo: - Nem acredito que estamos já no quinto ano, isso é tão, tão... A sei lá, é de mais.

 Harry apenas concordava com a cabeça já que toda vez que tentava falar Hermione falava ainda mais acelerado, ela nem se quer parava para respirar, Harry então aproveitou para se perder em pensamentos, pensamentos nada bons referentes a Voldemort.

 -Ah, Harry, tem tido noticias de Sirius?

 -Ele me mandou uma carta na semana passada, ele esta muito contente por eu ter conseguido sobreviver ao torneio tribruxo e a Você-sabe-quem, e também disse que sente muito por Cedrico.

 -E onde ele esta?

 -Escondido em uma floresta, no Brasil eu acho... Não tenho certeza, não me lembro muito bem, mas as aves que ele me manda as cartas são bem diferentes, são aves mágicas, mas acho que de espécies que só existem no Brasil.

 -Hmm... Sirius deve ter te mandado a Fênix Brasileira, ela era verde por um acaso?

 -Era sim.

 -São Fênix Brasileiras então, são as únicas aves mágicas verdes, pelo menos que temos o conhecimento.

 -Chegamos!

 Eles finalmente haviam chego ao Beco Diagonal, ou em algum lugar muito perto dali, Harry não reconhecia muito bem, ele sabia que não entrariam de carro la, mas esperava pelo menos reconhecer o lugar onde ficaria com Hermione, desceram do carro e foram sozinhos já que encontrariam os Weasley la dentro, os pais de Hermione se despediram com um enorme aceno e sorriso no rosto, Harry e Hermione desceram com suas malas e foram procurar pelos Weasley. Hermione foi guiando Harry e em menos de cinco minutos eles estavam no Beco Diagonal, o terceiro lugar favorito de Harry.

 -Espero que os encontremos rápido, não to com muito ânimo de ficar dando voltas por aqui com essa mala enorme, olha, lá estão Fred e Jorge, Rony e o resto dos Weasley não devem estar longe.

 Enquanto eles caminhavam em direção de Fred e Jorge Harry não pode deixar de notar uma garota loira que acabara de sair da loja de uniformes com a sacola de Hogwarts, ela parecia um pouco velha para o primeiro ano, ele tinha quase certeza de que ela deveria estar no mesmo ano que eles, mas nunca a viu na escola, ele se concentrou em seu rosto, ele era estranhamente parecida com a Hermione, talvez fosse só impressão, mas as duas poderiam ser primas, primas realmente muito próximas ou até talvez irmãs. Mas logo Harry se distraiu com os gritos de Hermione e perdera a garota de vista.

 -FRED! JORGE! AQUI! – Hermione acenava com as mãos e berrava para Fred e Jorge, eles se viraram e foram em direção a eles, Harry nunca notara como Hermione era intima dos Weasley, ela pulou no pescoço de Fred e Jorge. – Há quanto tempo hein, e ai, onde está Rony?

 Eles olharam para Hermione, depois para Harry e ai se olharam com malicia no olhar.

 -Ta interessada no Rony, Hermione? Você ta apaixonadinha ta?

 -Ai garotos, como são ridículos, LÓGICO que não, eu só quis saber, e afinal, não sou só eu que estou querendo saber dele, Harry também!

 -Ahum!

 Eles não acreditavam em Hermione, principalmente porque sua pele que sempre fora de um branco suave ficou vermelho tomate, e ela gagueja tentando “concertar” o que dissera. Eles se encaminharam até a loja de livros que os Weasley estavam, eles já haviam terminado suas comprar e foram para casa.

 -Sra. Weasley, precisa de ajuda com os muffins? – Hermione sempre foi muito educada na casa de estranhos, ela sempre foi educada em qualquer lugar.

 -Não preciso querida, eu tenho a ajuda da minha varinha, vá lá em cima com os garotos.

 Hermione subiu as escadas correndo para o quarto, quando entrou lá teve uma pequena surpresa...

 -Harry?!! O que esta fazendo? – Ela olhava apavorada para Harry que tinha todos em um circulo com uma garrafa no meio. – Esta ensinando o jogo da garrafa para eles?

 -Verdade ou conseqüência, e sim estou! Quer participar?

 -Não sei como você pode pensar nisso Harry, é... Estranho, mas tudo bem eu participo.

 Hermione se juntou aos amigos enquanto Harry ditava as regras do jogo, Harry então girou a garrafa verde e apontou:

 -Fred pergunta e Hermione responde.

 Hermione ficou mais branca do que normalmente, ela ficou com a boca seca e os olhos arregalados, Fred a olhou com maldade e com certeza já sabia o que ia perguntar se ela escolhesse verdade e qual seria a conseqüência se ela escolhesse conseqüência.

 -Hermione, Hermione, minha cara Granger. – Fred falava calmamente e ainda com aquele olhar. – O que vai ser? Verdade ou conseqüência?

 -Hmm... Eu... e-eu...éé... Verdade!

 Fred deu um sorriso malicioso e parecia que seus olhos brilhavam de tanta alegria, e já Hermione tinha ficado ainda mais pálida, e não conseguia parar de gaguejar.

 -É verdade que...

 -Que...

 -Que... A senhorita gosta no manão aqui? – Nesse instante Fred agarrou Rony pelo pescoço lhe dando uma chave de braço fraca e fazendo um cafuné na cabeça e olhando para Hermione com o olhar ainda pior, enquanto Hermione passava de um branco papel para um vermelho tomate.

 -E-e-eu? Gostar do... Rony? Desse Rony? – Ela apontou para o garoto que agora tinha o rosto do mesmo tom que os cabelos cor de fogo. – Pffft, claro que não quer dizer somos amigos então é obvio que eu gosto dele mas como amigo nada além disso nada nada nada! – Ela falou rápido, sem nem ao menos respirar. – Minha vez de girar a garrafa!

 Hermione se apoderou da garrafa e a girou.

 -E ai Jorge pronto? – Gina parecia querer se vingar do irmão por alguma coisa, mas ninguém tinha idéia do que era, ou talvez fosse somente coisa de irmãos mesmo.

 -Claro Jorge Weasley está sempre pronto, eu escolho... CONSEQUENCIA!

 -Bem, você vai ter que usar o feitiço Orchideous na mamãe!

 -O QUE? VOCÊ TA MALUCA GINA? NA MAMÃE?

 -Você pediu conseqüência, vai ter que cumprir Jorge! Regras são regras! E afinal, você que escolheu. – Gina fez cara de deboche, como se aquilo pudesse lembrar algo a Jorge

 -Tudo bem, eu faço, e se isso é por causa daquele dia realmente me desculpe!

 -Não tem volta Jorge, você tem que cumprir a conseqüência, e AGORA!

 Jorge desceu as escadas nervoso, com a varinha em punho, a mãe dele estava cortando aipos, tranqüila, cantarolando, e ele sabia que alguns segundos mais tarde ela não estaria assim tão feliz, ela lhe cortaria a cabeça, bem... Talvez não fosse pra tanto, mas ela provavelmente iria lhe dar um bom castigo.

 -Não posso fazer isso ela vai me matar! – Ele sussurrou olhando para atrás, todos estavam la, olhando, esperando o momento em que Jorge fizesse milhares de orquídeas nascerem pelo corpo de sua mãe.

 -Não interessa, vai, vai de uma vez Jorge Weasley, se não... – Gina parecia realmente muito brava, ela sussurrava e fazia gestos para ele seguir em frente, todos os outros faziam o mesmo e sussurravam “vai la”, “anda Jorge”, “eu sei que consegue”, “você é cruel Gina”.

 -Você falou igual à mamãe agora. – Rony parecia ainda mais assustado que Jorge, ele sabia que o irmão era capaz de perder a varinha por isso, mas não porque o ministério a tiraria dele, e sim porque a Sra. Weasley a partiria em milhões de pequenos pedacinhos.

 Jorge terminou de descer as escadas ficou parado a alguns metros de sua mãe e então finalmente...

 -Jorge Weasley, eu sei o que vai fazer e acho melhor você desistir se não perderá a sua preciosa varinha por isso!

 -Mãe eu... Eu não...

 -Quieto! E todos vocês, subam já, e parem com essa brincadeirinha tola!

 -Eu tentei! – Jorge disse dando de ombros aos sussurros ao se virar para subir as escadas.

 Todos subiram as escadas, correndo é lógico, estavam com medo que Molly mudasse de idéia e resolvesse dar um castigo severo a todos, todos falavam sem parar, eles mal podiam entender o que falavam, era confuso, mas não paravam.

-EI PESSOAL! – Todos olharam para Gina que estava em cima da cama com a varinha no pescoço, provavelmente usara o feitiço Sonorus porque ela quase ensurdeceu a todos. –Quietus, bem, agora que me deram atenção... Jorge não cumpriu a pena dele! Vou ter que te dar outro castigo. – Ela deu uma piscadela para Jorge, ele sabia que estava ferrado.

Mas ao contrario do que todos pensavam Gina estava sem idéias, a única que ela tinha pensado tinha sido aquela e infelizmente sua mãe, que era uma ótima mãe, sempre sabia quando algo iria sair do controle, o que sempre acabava com a diversão dos filhos e com todos sentados em suas camas pensando em uma maneira de driblar a sensitiva bruxa-mãe. Todos se sentaram em roda novamente e ficaram olhando para Gina esperando a sua sentença de morte numero dois para Jorge, ela parecia um tanto confusa e pensativa, nem notara todos os olhares em cima dela.

-Então Gina, não tem mais idéias? – Jorge falava como se acabasse de vencer a segunda guerra mundial.

Gina pensou durante alguns segundos e finalmente deu veredito:

-Na verdade... – Ela então se direcionou a bolsa de Hermione e depois de alguns minutos tirou la de dentro uma caixinha de onde tirou o vira-tempo que a Professora Mcgonagall dera a Hermione no terceiro ano. – Você voltará no tempo, uns 3 dias e fará com que AQUILO não se repita!

Somente Gina, Fred e Jorge sabiam do que Gina falava, e como as regras do jogo são bastante claras ele não ia poder cumprir essa pena, a brincadeira já estava ficando boba e sem graça, afinal Gina não conseguia pensar em nada mais para Jorge fazer. Todos decidiram então encerrar por ali e deixar a brincadeira para uma hora mais criativa.

-Hermione...? – Harry e Hermione estavam no quarto de hospedes deitados em suas camas, Harry relia as cartas de Sirius e Hermione os livros que seriam usados nesse ano.

-Harry! – Ela olhou para o garoto com um sorriso no rosto pálido.

-Você por um acaso não teria uma irmã ou talvez uma prima que seja bruxa não é?

-Hã? Por que quer saber? – Hermione parecia um tanto perturbada agora, porque Harry queria saber sobre sua família?

-Hoje, la no beco diagonal eu vi uma garota saindo la loja de uniformes, com uma sacola de Hogwarts na mão, e ela era muito, realmente muito parecida com você, os olhos, o nariz, a boca, até o formato o formato do rosto, só que os cabelos dela eram lisos e muito loiros, se eu não soubesse que o vira-tempo estava na mala juraria que você tinha o usado, mas eu nunca a vi em Hogwarts antes, e tenho certeza de que ela deve estar no quinto ano como nós!

-O que? Essa não. Arabella não pode ir para Hogwarts, não pode! – Hermione falou em um sussurro baixo, tão baixo que se ela abaixasse um pouco mais o tom ficaria inaudível.

-O que disse Mione?

-Nada, e... Bem, Harry, você deve ter visto errado, se nunca a vimos na escola antes, provavelmente ela deve ser de Beauxbatons, e todos, até mesmo Hogwarts é severa em relação a transições de alunos, e além de que Olivia ficaria louca em transferir uma de suas preciosas princesinhas para um lugar como Hogwarts, onde meninos e meninas são tratados igualmente...

-É você tem razão eu devo ter me enganado.

Eles voltaram a fazer o que estavam fazendo, Harry lendo as antigas cartas de Sirius e Hermione os livros da escola, já era noite e eles já tinham comido os deliciosos muffins de Molly, os garotos já haviam jogado uma pequena partida de Quadribol e as garotas, Hermione e Gina, posto suas fofocas em dia, e agora estavam todos em seus aposentos esperando pelo jantar.

Fred, Jorge, Rony e Gina estavam no quarto, Fred e Jorge estavam falando novamente sobre a loja de doces que queriam abrir, tudo em segredo como sempre, Rony estava roncando e Gina escrevendo em seu diário que já havia sido roubado varias vezes pelos gêmeos Weasley.

-Garotos, venham jantar!

Ao ouvir a voz de Molly e sentir o cheiro delicioso da comida caseira, Harry e Hermione praticamente voaram para o andar de baixo, Rony acordou, os gêmeos Weasley encerraram o assunto e Gina escondeu seu diário onde ela julgou que os irmãos nunca o encontrariam, mas eles sempre encontravam, o que era uma lastima para ela.

Ao descerem se depararam com um banquete e toda a família Weasley reunida, Arthur, Molly, Gui, Carlinhos, Fred, Jorge, Rony, Gina e a noiva de Gui, Fleur, o único não presente ali era Percy, fazia meses que ele havia virado as costas para família e os amigos, ele deixou Hogwarts, esta no ministério agora, tentando ser rico e bem sucedido. Harry e Hermione cumprimentaram Gui, Carlinhos e Fleur, assim como Fred, Jorge, Gina e Ron.

-E então Hermione... Interessada em alguém da família? – Fleur foi muito direta, ela praticamente apontou para Rony quando disse “alguém da família”. Parecia que todos já desconfiavam até mesmo a mais nova integrante da família Weasley.

-Como? – Hermione tentara parecer surpresa, mas não conseguiu. – Eu não... Quero dizer... Gosto de todos aqui, são todos meus amigos.

-Você sabe o que eu quero dizer Mione. Quero saber se tem algum interesse especial em algum dos garotos Weasley, ficara somente entre nós prometo. – Fleur picou para Hermione.

“Ora, francamente, eu não estou interessada em Ronald se quer realmente saber, na verdade, se todos aqui querem realmente saber, eu sou AMIGA de Rony e nada mais, NADA mais!” – Hermione realmente pensou em dizer essas palavras duras e nada maduras, nada Hermione, ela se acalmou, olhou para Fleur e após engolir o purê de batatas que mastigava finalmente falou algo:

-Fleur, é sério, não encaro ninguém aqui como um futuro namorado, eles são apenas meus amigos, todos eles, não é que eu não cofie em você, mas, não tenho nada o que contar, e pode deixar que se um dia eu tiver, eu contarei. – Ela piscou para Fleur que retribui com um sorriso nada satisfeito, como se esperasse mais.

O assunto foi encerrado por ali, já que Hermione se negara a falar sobre isso novamente, todos comiam, conversavam e riam, estava tudo bem, tudo normal, Harry se sentia perfeitamente confortável ali, a família de Rony era tudo o que ele tinha além de Sirius, era como se a família de Rony fosse sua também, e ele os amava como uma família.

Depois de comer todos jogaram um jogo de tabuleiro-bruxo, era realmente divertido, todos riam, estavam todos felizes, pelo menos aparentavam isso, apesar de Harry, Hermione e Rony estarem perdidos em pensamentos, pensamentos completamente distintos, mas não podiam evitar. Todos estavam realmente exaustos do dia que tiveram e dirigiram-se para seus quartos. Cada um deitou-se em sua cama e cada um perdeu-se em seus pensamentos novamente...

  Harry não parava de pensar na garota do Beco Diagonal e nos múrmuros e na cara de espanto de Hermione ao falar sobre aquela garota, ele sabia, ele sentia que ela escondia algo dele, mas não sabia ao certo o que era. Hermione sempre foi muito fiel aos amigos, eles já sabiam tudo sobre ela e sobre sua família, não havia nada, realmente nada que eles já não conhecessem ou soubessem até mesmo Rony já havia ido à casa de Hermione, ele e Harry, mas porque esse espanto todo em falar em uma garota que poderia ser sua irmã? Harry não tinha idéia, mas com certeza faria o possível para descobrir.

Hermione estava perdida em um pensamento muito pessoal, muito profundo e muito atraente em sua opinião, mas ela negava com toda sua alma que aquilo fosse real, o sorriso, o olhar, o jeito de falar, até mesmo quando a tratava mal, o que ocorria desde o primeiro ano, ela não conseguia parar de pensar nele, ela não entendia porque isso acontecia, mas ela sentia.

Rony simplesmente não tirava da cabeça as perguntas constantes que faziam para Hermione sobre ele, porque aquilo tudo? Não era novidade para ninguém ali que eles eram só amigos, apesar de um beijo já ter ocorrido entre os dois...

Flashback:

Hermione caminhava de um lado para o outro, completamente preocupada, ela não tirava a cena da cabeça, quando Harry caiu da vassoura e o levaram para enfermaria, e a vassoura completamente destruída pelo salgueiro lutador, Harry ficaria arrasado por isso.

-Hermione... Fica calma, Harry esta bem, Madame Pomfrey já nos disse isso, não sei por que ainda esta tão nervosa!

-Como porque Ron? Harry esta na enfermaria, apesar dela ter dito que ele ficara bem ela também disse que é provável que ele só acorde na semana que vem!

-Hermione, “semana que vem” é daqui a dois dias, Harry só passara o fim de semana la, não é nada grave comparado ao tempo que outros jogadores de Quadribol já ficaram em uma enfermaria.

-Não me interessa Ronald, é por isso que eu O-D-E-I-O Quadribol, é um jogo perigoso, é praticamente mortal, principalmente com esses dementadores nojentos soltos por aqui, eles deviam ter cancelado os jogos, por Merlin, onde Dumbledore estava com a cabeça em deixar os jogos ocorrerem!

Hermione sentou-se ao lado de Rony que a abraçou, ele também estava preocupado com Harry, apesar de querer parecer ser forte para não deixar Hermione ainda mais preocupada, eles ficaram ali, sozinhos, abraçados, Hermione arriscou olhar para cima ao mesmo tempo em que Rony arriscou olhar para baixo, nesse momento eles ficaram extremamente perto um do outro, perto o suficiente para sentir o hálito um do outro em seus rostos, involuntariamente eles foram se aproximando e em menos de dois segundos seus lábios estavam em perfeita sincronia.

Flashback off.

Ao se lembrar disso Rony sentiu um arrepio na espinha o que o fez se enrolar ainda mais no cobertor de lã de camelo escocês, mas mesmo assim ele não parou de pensar nela, nas perguntas, no beijo.

Depois de algumas horas revirando-se na cama e distraídos em pensamentos, pegaram no sono.

Passos, gotas de água caindo no chão, algo sendo arrastado e alguém falando em língua de cobra, o lugar era escuro, mas algo o iluminou, talvez magia, e Harry reconheceu o lugar era a câmara secreta, e la estava Bartolomeu Crouch Junior no chão, em estado de “entre a vida e a morte”, ele olhou diretamente para Harry e seu olhar penetrante lhe fez cair ao chão.

-Harry! Harry...

-HARRY! ACORDA! – Era Hermione ela o sacudia e ele estava completamente suado e assustado. – Você teve outro daqueles pesadelos com Voldemort não teve? – Ela parecia um tanto preocupada.

-Sim, mas já estou bem. Não precisa se preocupar ok?!

-Tudo bem então, se você está dizendo eu acredito, vem, vamos tomar café da manhã, nós vamos assistir ao jogo de Quadribol hoje, lembra? – Hermione olhava para Harry um tanto incrédula, como ele poderia ter se esquecido do pequeno passeio que iriam fazer hoje, sendo que Quadribol era uma das coisas mais importantes para Harry.

-Claro que não esqueci, só estou um pouco cansado, a noite foi turbulenta hoje.

Eles desceram as escadas para tomar café, o cheiro estava ótimo, com certeza eram muffins de chocolate, todos se sentaram a mesa para tomar o café da manhã e começaram a comer os muffins, os pães, as tortas, as geléias e queijos que a Sra. Weasley fazia muito bem.

-Garotos? Todos já comeram? – Todos ainda tinham as bocas tomadas por muffins, que estavam realmente gostosos e por isso acenaram positivamente com a cabeça. – Então vão se aprontar para irmos ao campo de Quadribol de Princeton.

Todos se levantaram e foram subindo as escadas, Rony como sempre com os bolsos tomados pelos muffins que tinham sobrado na bandeja. Depois que todos estavam prontos desceram as escadas apresados, Harry conversava animadamente com os Gêmeos, Gui e Carlinhos, enquanto Gina conversava com Fleur, Hermione vinha logo atrás, ela tinha se atrasado um pouco.

-Hey, Hermione, espera ai, quero falar com você. - Hermione olhou instintivamente para trás e viu Rony parado no topo da escada. – Vem aqui, quero garantir que nenhum intrometido nos escute.

Hermione subiu as escadas e Rony a puxou para o banheiro, ele trancou a porta e colocou Hermione sentada em cima da privada.

-O que foi Rony? Porque tanto mistério? – Ela estava um pouco assustada, Rony nunca tinha agido assim antes.

-Bem, é que, eu andei pensando sobre tudo...

-Tudo o que?

-Sobre as perguntas, sobre mim, sobe você, sobre... nós. O beijo que demos no terceiro ano...

Hermione ficou sem fala, ela não sabia o que dizer o que diabos Rony estava fazendo, ela só sentiu corar violentamente e imaginou que estivesse pior que a cor de tomate que ela geralmente ficava.

-Bem, então, eu queria saber... – Rony continuava a falar agora ele tinha o rosto da cor de seus cabelos evidenciando ainda mais os olhos verdes que ele tinha.

-Queria saber o que? – Ela falou gaguejando e quase sem ar.

Num gesto completamente impensado Rony se aproximou de Hermione, que agora não se encontra mais sentada na privada, estava de pé, e a proximidade que eles ficaram foi tanta que eles podiam sentir a respiração um do outro entrando por suas narinas, Rony passou a mão pelo pescoço de Hermione e a puxou com delicadeza o que fez seus lábios se encostarem e como da primeira vez teve uma perfeita sincronia com seus lábios, corpos e línguas, como se um pudesse ler os pensamentos do outro, fazendo exatamente o que queriam de forma delicada e sincronizada, como se tivessem treinado durante dias, como uma dança romântica, foi perfeito, sem nenhuma falha.

-RONALD WEASLEY E HERMIONE GRANGER, ONDE VOCÊS ESTAM, ESTAMOS PARTINDO! – Era Molly, como grito vinha distante Rony supôs que ela estava no andar de baixo, ele então destrancou a porta e Hermione e ele desceram de mãos dadas o que surpreendeu a todos.

-Eu sabia vocês estavam juntos, e ai quando vão oficializar? – Fred e Jorge falaram sincronizados.

-Oficializar? Nós oficializarmos? Bem, não sabemos. – Hermione falou gaguejando outra vez e olhando para Rony, ela tinha as bochechas extremamente vermelhas.

E novamente Rony a beijou, não foi um beijo de língua como o de antes, foi apenas um selinho demorado seguido de um beijo na testa.

-Vamos garotos? – Era o Sr. Weasley entrando pela porta da frente. – O carro voador está pronto para levarmos para a chave de portal.

Todos foram para o carro voador, Harry o achou extremamente pequeno, mas sabia que com certeza eles tinham usado um feitiço para aumentá-lo por dentro sem aparentar por fora, ao entrarem no carro ele parecia uma van de excursão, tinha geladeira e tudo mais, era praticamente um trailer, era magnífico o que a magia podia fazer.

Harry sentou-se com Gina, Fleur com Gui, Fred com Jorge e Hermione com Rony, os pais de Rony foram na frente no banco de motorista e passageiro, a viagem até Princeton foi bastante animada, todos cantavam e conversavam alegres como sempre estavam. Embora a viajem estivesse sendo longa, havia sido boa.

-Pessoal, chegamos, estamos em Princeton, no campo de Quadribol, espero que se divirtam, os jogos começam a meia-noite, terão bastante tempo para se divertirem e explorarem o acampamento.

Todos desceram em fila indiana do carro enfeitiçado, o Sr. Weasley estacionou o carro juntamente com a Sra. Weasley, todos se reuniram em uma roda, com exceção dos pais Weasley que encontraram alguns amigos, todos conversavam animadamente e Gina sentiu um cutuco em seu ombro, ao se virar...

-Neville! Não sabia que você viria. – Gina estava abraçada em Neville e lhe deu um beijo no canto da boca, havia algum tempo que eles estavam juntos, apesar de isso causar um ciúme enorme em seus irmãos Gina não se importava, na verdade estava muito feliz.  Com um aceno simpático se despediu de todos e foi caminhar com Neville pela extensa propriedade.

-Não sabia que ela e Neville estavam juntos. – Harry estava muito surpreso, mas sempre achou que eles combinavam perfeitamente.

-Estão, fazem apenas uns dois meses, eles começaram a trocar corujas depois que acabaram as aulas, e simplesmente Gina o levou para casa e disse que estavam juntos. – Fred sempre fazia brincadeiras de mau gosto com a amizade que Neville e Gina tinham, e se surpreendeu quando ele apareceu de mãos dadas com Gina. – Bem, eu vou ver se acho Luna, quero levar ela na loja de doces que tem aqui, la tem um tipo de pudim diferente que com toda a certeza ela vai gostar. – Fred e Luna estavam juntos dês do terceiro ano, que foi quando se conheceram, combinando a loucura da garota com as doideiras dele eles faziam um par perfeito.

Fred foi procurar Luna enquanto Jorge já estava bem longe dali junto com Rachel, deixando apenas Harry, Rony e Hermione parados ali, o que acabou deixando o clima, que sempre fora bom entre eles, extremamente tenso por causa do recente namoro de Rony e Hermione.

-E ai? Que vocês querem fazer? – Harry deu um sorriso amarelo sem saber o que fazer chutou uma idéia do que eles queriam fazer. – Vocês querem ficar sozinhos não querem?

-Não Harry, vamos dar uma volta, somos seus amigos, não vamos deixar você sozinho por ai. – Rony era firme no que dizia, mas Harry não deu muita credibilidade á suas palavras.

-Ta bem não precisa mentir sabia? Eu vou dar uma volta, sozinho pra colocar algumas idéias no lugar e ver se encontro Dino ou Simas por ai, eles nunca perdem um jogo de Quadribol, tenho certeza de que estão aqui para torcer pelos Chudley Cannons.

Harry saiu deixando Hermione e Rony sozinhos fazia um tempo que Harry havia notado que os dois eram grudados de mais, o que antes não acontecia pois Rony e Hermione sempre se tratavam com indiferença e viviam brigando, Harry estava tão perdido em pensamentos que até mesmo esqueceu de procurar por Dino e Simas, e quando finalmente ergueu a cabeça para ver se via um dos dois se deparou com a garota do Beco Diagonal, ela estava caminhando com a irmã de Draco, a nojenta Daniry Malfoy, ela sempre encarou muito Harry, ela tinha os mesmos cabelos loiros platinados de Draco e Lucius, tinha os olhos azuis acinzentados como os de Draco, ela era praticamente uma cópia dele, tirando as expressões femininas que ela tinha, ela era muito bonita mas Harry não se interessava por ela, principalmente por ela ser uma Malfoy, quando Harry viu que a garota do Beco andava com ela logo presumiu que devia ser uma “sangue-puro” sonserina e que devia ser nojenta da mesma forma, talvez tenha sido por isso que Hermione evitou falar sobre ela, mas mesmo assim não hesitou em segui-la.

Elas pareciam conversar animadamente e nem se quer perceberam que Harry as seguia, ele estava sendo realmente cauteloso em relação a ser percebido.

-Como vai Potter! Seguindo meninas indefesas agora? – Harry reconhecera aquela voz, era Draco.

-Malfoy. Não estou perseguindo ninguém ao contrario de sua família nojenta. – Harry falava com desgosto aparente na voz.

-Ao contrario do que pensa Potter, não estou mais com aquilo que eu costumava a chamar de família, nem eu e nem Daniry, fugimos há alguns meses nós estamos escondidos, fora do alcance de Snape, Lucius, ou qualquer comensal da morte.

-Porque mudaram de idéia? – Harry estava confuso.

-Eu não queria fazer nada daquilo e ver Dani sendo forçada a fazer coisas... – Harry percebeu uma lagrima escorrer pelo rosto de Draco. – Eu decidi então que estava na hora de fugir disso tudo. Daniry sofria mais do que eu e isso tava se tornando um peso em minha consciência, ela não queria nada daquilo e muito menos eu. – Draco parecia um tanto relutante em falar alguma coisa. – Bem... Potter... Eu gostaria de... de... de te pedir desculpas. – Draco estendeu a mão para Harry que hesitou em apertá-la, mas em fim apertou.

-Ta perdoado Draco.

Os dois seguiram quietos uma boa parte do caminho, até que Harry se lembrou da garota do Beco e resolveu perguntar a Draco quem era.

-Draco?

-Potter!

-Quem era a garota que estava com Daniry?

-Ela é Arabella, Arabella Dhonasy Granger. Estamos na casa dela, ela era da Beauxbatons, mas foi transferida, os motivos a gente ainda não sabe, ela guarda muitos segredos, mas confiamos nela, do mesmo modo em que confiou em nós.

-Granger? – Harry sabia, Hermione estava lhe escondendo algo, e escondia uma prima, Harry sabia que era uma prima por causa do sobrenome, Hermione não tinha nenhum “Dhonasy” no seu, ela tinha Jean apenas.

-Você não sabia? Bem... Ao contrario do que pensava Hermione não é completamente mestiça, toda a família dela é sangue-puro, ou melhor, eram, antes de serem exterminados por Você-sabe-quem, a família dela foi completamente morta por ele, tirando a mãe de Bella e o pai de Hermione que fugiram para o mundo trouxa, o único membro da família que não é bruxo é o pai de Hermione, por algum motivo ele não foi aceito em nenhuma das escolas de magia. Hermione sempre soube da existência do mundo da Magia, ela com certeza já tinha reservada uma vaga em Hogwarts dês de que nasceu, ela é completamente mágica.

-Mione nunca nos contou isso antes. Que estranho.

-Devia falar com ela Potter, ela é sua amiga afinal de contas e tenho certeza de que ela contara tudo a você e ao Weasley, a Granger não esconderia nada assim de vocês se vocês a questionassem. Granger é boa de mais para ser má. – A última frase saiu como um sussurro da boca de Draco, e um brilho estranho surgiu em seu olhar.

-Como disse Malfoy? Você...

-Nada Potter.

Dali em diante nenhuma palavra mais foi dita, Harry e Draco caminhavam em silêncio perdidos em seus próprios pensamentos, em suas ilusões, tão perdidos que nem ao menos notaram quando Dani e Bella vieram em sua direção em vassouras completamente desgovernadas.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, SAIAM, SAIAAAAM, AAAAAAAAAAAAAAH. – Elas gritavam desesperadas e penduradas em duas vassouras desgovernadas. Os dois simplesmente desviaram.

-Malfoy, não é a sua irmã?

-É sim... – Eles estavam tão perdidos que não se deram conta do que acontecia, até que Draco saiu de seus próprios pensamentos. – POTTER, ME AJUDA A PEGAR ELAS, ELAS VÃO CAIR.

Eles saíram correndo atrás das vassouras desgovernadas para tentar ajudá-las, Harry então puxou a varinha seguido por Draco.

-Quais as vassouras que elas estão usando? – Harry perguntava a Draco sem olhar para ele, com os olhos fixos nas garotas.

-Provavelmente Firebolt’s!

-Sabe o que fazer? – Draco acenou positivamente com a cabeça e juntos pronunciaram: - Accio Firebolt. - As duas vassouras foram em direção de Harry e Draco que novamente falaram juntos. – Larguem, nós pegaremos vocês!

As garotas largaram das vassouras desgovernadas sendo pegas por Draco e Harry, melhor dizendo, tendo a queda amortecida por Draco e Harry, os dois não agüentaram o “peso” das garotas e acabaram caindo com elas no colo.

-Você esta bem? – Harry disse rapidamente antes mesmo de ver que a garota que caíra em seus braços era Daniry, a garota que ele mais desprezava na escola, a pessoa que ele mais tinha repudio depois de Voldemort e Draco.

A garota lhe olhou com a face avermelhada e seus olhos azuis acinzentados penetrantes foram de encontro aos de Harry, a garota saiu de cima dele continuando sentada no chão, ela acenou positivamente com a cabeça e murmurou um “sim” baixo, Harry levantou-se limpando as mãos sujas de terra na calça, estendeu a mão para a garota que a segurou firmemente, o contato de suas mãos fez com que Harry ficasse arrepiado, ela tinha a pele ligeiramente fria e suas mãos estavam suadas, Harry nunca tinha notado como ela era bonita, os cabelos loiros platinados escorrendo pela face alva, os olhos azuis acinzentados penetrantes, os lábios bem delineados e levemente carnudos, ela se levantou e ficando novamente conectada com aqueles olhos realmente azuis que Harry tinha ficou um pouco mais tímida do que já estava, deixando isso transparecer por entre suas bochechas agora ainda mais vermelhas.

-Obrigada Potter. – Ela tinha a mesma mania irritante de Draco de chamar as pessoas pelo sobrenome. Ela então foi até o irmão que conversava com Arabella, lhe deu um soco fraco no braço e lhe deu um abraço apertado. – Valeu seu loiro de farmácia.

-De nada cabeça branca.

Harry nunca tinha visto os Malfoy’s tão felizes assim, era estranho, os dois eram loiros naturais, mas pareciam querer se provocar a todo custo, e apesar de Harry saber que aquilo era uma coisa que irmãos faziam, experiência com a família de Rony,  ele sabia que era da natureza Malfoy provocar os outros constantemente.

-Pelo que ouvi Dani falar você é Potter, digo, Harry Potter, estou certa? – Arabella lhe olhava questionativa.

Agora que estava ainda mais perto, Harry pode perceber que ela era ainda mais parecida com Hermione do que ele tinha percebido antes, a única diferença entre elas, eram os olhos, que eram extremamente verdes, o que os ressaltavam ainda mais era o contorno preto que fora feito com maquiagem por entre a linha d’água da garota e também seus cabelos loiros.

-Sou sim, e pelo que Draco me falou você é Granger, digo, Arabella Granger...

-Sou sim, Harry.

Eles apertaram as mãos de forma amigável, Harry sentia uma tremenda coseria psicológica na língua para lhe perguntar sobre Hermione, e antes mesmo que pudesse perceber já tinha lhe perguntado.

-Hermione? Hermione Jean Granger? – Harry acenou positivamente com a cabeça. – Claro que conheço, ela é minha prima, somos estranhamente parecidas, tirando os olhos é claro, os meus são visivelmente verdes enquanto os dela são castanhos e também os cabelos, sabe sou loira e ela morena. Faz um tempo que não a vejo, sinto falta dela, nunca soube se ela havia se tornado uma bruxa, apesar de ter pensado ter visto ela em Hogwarts ano passado no torneio tribruxo... – Ela pareceu pensativa por uns dois segundos e finalmente completou a frase. – Com você Harry. E um garoto Ruivo, que depois veio pedir para ir ao baile com Fleur, ela ficou chocada com a maneira que ele a pediu e com a maneira que ele fora embora rapidamente, quase que se matando eu diria.

-Ron, ele se arrepende desse dia até hoje, principalmente porque ela é noiva de seu irmão Gui agora.

-Fleur esta muito feliz pelo o que eu soube, e considerando isso nada mais importa.

Harry realmente começou a gostar da tal Arabella, ela era realmente simpática e tinha os mesmo princípios que ele, pelo que notara, ela sorria muito, e apesar de ela ser praticamente gêmea de Hermione ele estava realmente atraído por sua beleza e seu sorriso branco perfeitamente alinhado.

-Ron eu... Eu não sei o que dizer sobre... Nós?!! – Hermione e Ron caminhavam um ao lado do outro por entre as arvores, por mais que gostassem de estarem juntos, e dos beijos um do outro, eles não se encaravam como namorados, simplesmente como “amigos coloridos”, saberiam que quando estivesse com vontade de dar um beijo poderiam recorrer um ao outro, mas não conseguiam, simplesmente não conseguiam ficara juntos como namorados. – Eu gosto de estar com você, mas não assim.

Rony deu um suspiro de alivio e quando retomou a fala disse algo que aliviou também a Hermione:

-Que bom que disse isso Mione, também não acho que devíamos ficar oficialmente juntos, curto você, mas não o suficiente para assumir algo oficialmente. Acho que devíamos ser somente amigos, e quando estivermos carentes recorrermos um ao outro.

-Perfeito.

Os dois se abraçaram e deram um último beijo e seguiram conversando e caminhando.

-Aquele não é...?

-Harry? Com o...

-DRACO?!!? – Os dois falaram juntos apavorados, o que Harry e Draco faziam juntos? Conversando? Civilizadamente? Essas perguntas rondavam as cabeças de Rony e Hermione. Eles não tinham idéia de porque Harry Tiago Potter e Draco Black Malfoy estavam tendo uma conversa civilizada sem nem ao menos trocarem um insulto, e ainda pareciam sorrir.

  Até então eles não tinham notado a presença das duas garotas que estavam com eles, e quando Rony notou a garota extremamente parecida com Hermione, a menina que ele havia beijado em menos de dez minutos, Ron sentiu sua cabeça girar, ele olhava de Hermione para a garota constantemente e quando notou que Hermione estava saindo de fininho ele a pegou pelo braço.

-O que foi Ronald? – Ela olhava para Ron assustada, ela queria sair o mais rápido possível dali, não queria olhar para Arabella, e muito menos dar explicações para Harry e Ron.

-Você tem uma irmã gêmea?

-Não!

-Então quem é ela? – Ron apontou para Arabella e Hermione arregalou ainda mais seus olhos cor de mel, ele ficou esperando ela responder, mas nada ela dizia. – Quem é ela Hermione?

-Ara... Arabella Dhonasy Granger, minha prima, e por favor, não faça mais perguntas.

Hermione desvencilhou-se da mão de Ron que lhe segurava o braço e saiu correndo.

-Que diabos deu nela? – Harry estava parado na frente de Rony olhando, assim como ele, Hermione se afastar depressa deles.

-Sei la. – Rony pareceu pensar por uns instantes e finalmente disse algo para quebrar o silencio entre eles. – E que diabos deu em você Harry?

-Como? – Harry pareceu ainda mais surpreso do que antes.

-Em você e no Draco! Porque estavam conversando?

-Ah, por isso, bem é uma longa historia, vem e veja com seus próprios olhos.

Harry e Ron se aproximaram na pequena rodinha feita por Draco, Dani e Bella.

-Ronald! – Quando o nome de Rony saiu pela boca de Malfoy ao invés de seu sobrenome, Rony quase caiu no chão de tão surpreso.

-Draco?! – Ele ainda estava com os olhos levemente arregalados.

-Como anda a família? – Os olhos se arregalaram ainda mais. “Não, esse não é Draco Malfoy, não pode ser, ele esta sendo... GENTIL! COMIGO! E COM HARRY! Parece que tudo esta ainda mais louco do que pensei, Luna e Fred juntos, Jorge com uma sonserina, Neville e Gina, Gui e Fleur, eu e Hermione começamos e terminamos no mesmo dia pela segunda vez, onde esse mundo vai parar hein?!” Rony estava pensando e quase se escondeu de responder.

-Bem?! E a sua?

-Na verdade... Espero que bem mal, não sei sobre eles faz algum tempo, e prefiro não falar muito sobre isso. – Rony ficou ainda mais surpreso com as palavras de Draco e ele realmente esperava que Harry lhe explicasse tudo depois.

-Prazer, eu sou Arabella, já que ninguém fez o favor de nos apresentar eu me apresento. – A prima de Hermione estendeu-lhe a mão e ele a apertou.

-Ronald Weasley.

Talvez fosse ali o inicio de uma nova amizade, por mais estranho que podia parecer, Harry, Rony, Draco, Dani e Bella, estavam certos de que seriam bons amigos dali por diante, eles conversavam animadamente sobre Quadribol sentados no gramado extremamente verde, Harry e Ron nunca puderam conversar com Hermione sobre Quadribol, a garota detestava o jogo, e já com Bella e Dani era diferente, elas amavam Quadribol e sabiam todas as regras, nomes de jogadores, nomes dos times, realmente tudo de cor e salteado, pareciam até Hermione quando se perguntava qualquer coisa sobre qualquer assunto referente à magia.

A noite não demorou muito a chegar, todos estavam cientes de que deveriam seguir para seus Trailers e barracas para de aprontarem para a noite, com uma despedida amigável todos partiram e combinaram de se encontrarem na frente do “ginásio” onde ocorreriam os jogos.

-Será mesmo que Draco mudou?

-Acho que sim, pelo o que ele me disse ele não estava nada contente com o rumo que a sua vida estava tomando.

Harry contou tudo o que Malfoy lhe dissera mais cedo, Rony ficou realmente surpreso concluindo que Draco Black Malfoy realmente havia mudado.