Lies escrita por San Costa


Capítulo 28
Capítulo 29 - O circulo dos cinco elementos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/123382/chapter/28

O circulo dos cinco elementos

Ness

           Tia Alice e minha vó Bella colocaram as velas no chão, fazendo um circulo. As velas verde, vermelha, azul e amarela estavam em cada extremidade do circulo, leste, sul, oeste e norte.

           Tio Emmett colocou o corpo de Arthur no meio do circulo de velas, e depois os Cullen e Quiluetes ali presentes formaram um circulo em volta das velas, eu me coloquei automaticamente no meio dos meus pais. Luc estava vestido com uma calça caqui e uma blusa solta branca, ele se abaixou próximo a Arthur e sussurrou – Tudo vai ficar bem. - Duda e Kauã rapidamente acenderam todas as velas e Luc então se colocou de pé. Com uma voz profunda Luc falou.

           - Do leste eu invoco o elemento do ar e peço que ele traga para nosso circulo o dom do conhecimento, que nos guarde com seus ventos. Venha para mim ar!

           Então eu pude sentir uma brisa tranqüila tocando meu rosto, balançando meus cabelos, eu olhei em volta e vi que a mesma brisa tocava a todos, menos Luc, Luc parecia estar no meio de um vendaval, Seus cabelos estavam jogados pra cima, sua blusa voando alto. Porem ele continuava com seu olhar calmo e o mesmo ar de seriedade.

           - Do sul o invoco o fogo, peço que queime brilhantemente aqui com a luz da força e da paixão, trazendo guarda e nos cuidando. Venha ate mim fogo!      

           Eu comecei a sentir um calor percorrer todo o meu corpo, quando eu olhei pro Luc eu fiquei boquiaberto, correntes de fogo percorria toda a sua pele, sem realmente tocá-lo.

           - Do oeste eu chamo a água, peço que limpe esse circulo em compaixão, que nos guarde com seu oceano de mistérios e majestade, nos nutra com sua chuva. Que com a luz da lua cheia possa ser usada para conceder a cura. Venha até mim água!

           Eu comecei a ouvir o som das águas, como se o rio próximo a nós agora estivesse ao nosso redor. E novamente em Luc era mais intenso, no chão ao seu redor as águas dançavam, como se fosse um oceano se balançando com o vento.

           - Do norte eu chamo a terra, peço que você nos guarde com sua força de pedra e a riqueza que enche seus campos. Venha pra mim terra!

           Eu podia sentir o cheiro da terra, ouvir o canto dos pássaros. No centro a terra se levantou, rodando em volta de Luc.

           - Finalmente eu chamo o espírito, peço que se junte a nós trazendo sabedoria e verdade com você. Venha ate mim espírito.

           Uma luz intensa nos envolveu, em um fio prateado de luz. Os quatro elementos estavam ao redor de Luc e ao nosso redor e uma paz imensa me invadiu, me dando vontade de começar a sorrir ou dançar. Luc acendeu o ramo de eucalipto e salva, o deixou queimar um pouco e logo depois o apagou, a fumaça trouxe o cheiro do eucalipto e da salva ate nós. Luc fechou os olhos e começou a falar em uma língua que eu não conhecia.

           O tempo passava e Arthur não se movia e um sentimento triste começou a crescer dentro de mim, e então eu soube.

           - Ele não esta conseguindo achar o caminho.

            Eu sussurrei minha voz mais baixa que o sussurrar do vento, porem todos ali viraram o rosto pra mim, ate mesmo Luc. E foi olhando dentro dos olhos de Luc que eu soube o que eu tinha que fazer. Ignorando todos os olhos em mim fechei meus olhos e concentrei, senti meu corpo amolecer e ser amparado pelos braços do meu pai antes que eu caísse no chão, e então eu podia me ver, eu via a todos, como se eu fosse outra pessoa, porem ninguém podia me ver. Eu vi uma luz forte dentro da floresta e ouvi um canto lindo, instantaneamente eu comecei a ir em direção aquela voz. Quando eu entrei na floresta ela não era a mesma que meu pai me mostrou há dois dias atrás. Tinha uma grama rasteira de um verde vivo, varias arvores com frutos, maças, peras entre outros. Eu vi uma entrada de uma gruta, percebi que o som se intensificava ali, caminhei lentamente em direção a entrada e quando a alcancei eu pude ver uma cachoeira de água branquíssima, eu podia ouvir varias vozes ao fundo, sussurrando, conversando, mas o som mais claro era a musica, eu dei dois passos entrando na gruta e senti meu peito arfara.

           - Arthur. – Um nó se formou na minha garganta e eu senti as lagrimas rolando por meu rosto. Tantos sentimentos vieram à tona, saudade, amor, arrependimento pelo que tinha feito com ele, felicidade. Eu me joguei pelo espaço que tinha entre nós e me joguei nos seus braços. – Arthur. – Repeti envolvendo sua cintura com meus braços.

           - Ness. – Sua voz era um sussurro fraco. Então eu percebi que ele estava mais pálido que o normal, sua luz estava fraca e ele estava mais magro.

           - Qual o seu problema?

           - Eu me esforcei mais que o devia, recentemente. – Eu me lembrei do que me contaram sobre quando JP morreu e afirmei com a cabeça. – E também já estou aqui a muito tempo.

           - Oh! Vem... Eu vim te buscar. Luc esta fazendo um ritual pra te tirar daqui.

           - Luc? – Arthur me olhou arqueando a sobrancelha.

           - Não faz diferença agora, vamos sair daqui. – Arthur começou a andar comigo.

           - Realmente eu senti como se alguma coisa me puxasse, mas eu estou tão fra... – Ele não terminou a frase. Como se ele tivesse lembrado de algo, Arthur parou me olhou e me puxou pros seus braços, sua boca buscou a minha com urgência, nossas línguas se tocando. Eu senti meu corpo se aquecer e não queria acabar com esse momento nunca mais. Seu toque era quente em mim, como se fossemos da mesma matéria, porem pensando bem nós realmente éramos da mesma matéria. – Eu não sei se eu serei capaz de voltar. – Ele falou quando nos separamos. Eu senti um aperto no peito.

           - Eu vou te ajudar. – Eu não sabia como, mas eu iria.

           Nós voltamos pra campina com a grama verde, e eu nem acreditei o quão longe eu tinha ido. Quando chegamos à entrada da floresta Arthur parou, ele sorriu. – Eu posso senti-lo.

           - Sim. Olha. – Arthur acompanhou meu olhar e viu o circulo com a minha família, alguns estavam próximo ao meu corpo caído, no centro estavam Luc e ele. Ele sorriu e tocou meu rosto.

           - Agora eu vou sozinho, vai lá. – Ele tocou meus lábios com ternura. – Eu te amo.

           - Eu te amo. – Falei de volta. Eu me concentrei no meu corpo e senti quando meu espírito voltava pra ele, eu podia ouvir o choro baixo da minha mãe ao meu lado. Cravei minha unha na palma da minha mão com força, pra que a dor me trouxesse de volta e senti meu corpo começar a reagir, lentamente eu abri meus olhos. Imediatamente eu senti os braços dos meus pais me envolverem, eu fiz força pra ficar de pé, mas eles me seguraram.

           - Não se mexa ainda. – Emmy falou suavemente, tocando minha mão. Eu fiquei onde estava e olhei pro centro do circulo, todos seguiram meu olhar e então o vento aumentou fazendo a terra girar ao redor de Luc e Arthur, o fogo se intensificou não impedindo que a água formasse ondas envolta deles. Luc ergueu as mãos e a luz prateada brilhou e eu fui a primeira a ver Arthur se mexendo.

           - Arthur. – Eu arfei em um sussurro. E então ele abriu os olhos, lentamente ele olhou pro meu lado e eu finalmente vi seus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem. Comentem