-Srta. Krum!

Uma voz me chamava, mas o sono me invadia, estava com muito, muito sono.

-Srta. Krum!

Ouvi a voz me chamando novamente. Quem será que me chamava à uma hora dessas? Poxa devia ser o que... umas... sete da manhã?

Fui me virar na cama e adivinhem. Cai no chão!

-Ai –murmurei, esfregando a cabeça. Ouvi risinhos ao meu redor.

-Srta, Krum! Dormindo durante a aula? –ouvi a voz do nosso professor de Adivinhação- O que sonhou? Pode ser uma premonição! –ele exclamou entusiasmado.

“Sonhei que estava na minha cama, e não em plena sua aula maluca!”

Pois é, foi isso que eu tive vontade de responder, mas apenas me sentei de volta no meu lugar e me ajeitei.

-Desculpe professor, não tenho dormido bem ultimamente –respondi timidamente.

-Qual o motivo? Algum pressentimento? Insônia? Remorso?

De uma coisa eu tinha certeza. Todos os professores de adivinhação devem ser loucos! Esse é louco e obsessivo. Tudo que acontece conosco tem algum motivo. Ele quer saber de tudo, a nossa vida inteirinha!

Sou Thayse Krum. Não tenho amigos aqui em Durmstrang, quero dizer, amigos verdadeiros. Todos que se aproximam de mim é para se aproveitarem da minha posição, afinal, é sempre bom poder contar com a filha do diretor. Sim, sou filha do diretor, Vítor Krum, ex-jogador de quadribol. Meu pai já foi muito famoso, mas depois que parou de jogar resolveu começar uma carreira diferente, foi ai que aproveitou a oportunidade quando o convidaram a se tornar diretor.

Outro ponto importante na minha vida: sou a única garota nesse colégio. Sim, Durmstrang é um colégio só para garotos, mas como eu sou a filha do diretor, e meu pai não queria me mandar para outra escola, acabei ficando aqui. Não é nada legal ser a única garota daqui, até os elfos domésticos daqui são homens!

30 de outubro

Hogwarts

Tiago e Fred arrumavam suas coisas para partirem. Saíram do dormitório em silencio e desceram até o salão comunal.

-Muito bem, muito bem... somente os maiores de 14 anos podem se inscrever! Todos os demais que iram se inscrever devem ir a Durmstrang, mas não se esqueçam, uma vez inscrito, não poderá voltar atrás.

Um amontoado de alunos dos últimos anos seguiu a diretora Minerva pelos jardins. Todos embarcaram nas carruagens com destino a Hogsmeade. De lá, pegariam o expresso para Beauxbatons.

Beauxbatons

-Durmstrang é tão longe assim? –Duda perguntou olhando pela janela, vários pontinhos pretos passavam a quilômetros de distancia abaixo.

-Dizem que fica no norte, mas no norte de onde eu não sei –Kelvin comentou dando de ombros.

-Pode ser no norte da França, no norte da Europa, no norte de outro continente... –comentou Roberta.

-Dizem que é muito frio por lá –Gabi comentou.

-Então o norte pode ser na Antártica! –Duda murmurou.

-A Antártica é no sul –riu Kelvin- no norte é o Ártico.

-Tanto faz, eu não sou obrigada a saber coisas de escolas trouxas, não temos geoglafia em Beauxbatons!  -ela retrucou.

-Geografia! –todos riram.

Durmstrang

-Pai fica calmo! –Thayse murmurou pela quadragésima vez só naquele dia.

-Não tem como eu ficar calmo Thayse! Beauxbatons e Hogwarts estão prestes a chegar aqui, está tudo desorganizado, ninguém está em seus postos e você ainda quer que eu fique calmo?

-Quero –ela respondeu dando de ombros.

Vitor saiu com raiva da sala da direção e se pos rápido em direção ao grande salão de jantar. Chamou a todos os professores e organizou uma reunião com todos os alunos.

“-Como todos sabem, está noite, as escolas Beauxbatons e Hogwarts, chegam a nossa escola. Temos que nos preparar para recebê-los. Temos nossa honra em jogo. E pela primeira vez, podemos provas que nem todos que aqui estudaram, e estudam, mexem com magia negra. Nossa escola por anos foi conhecida por ensinar essa prática. O que fez com que ela quase se fechasse após a queda de Lord Voldemort.  Durmstrang tinha sim bruxos que usaram magia negra, mas essa prática foi proibida dentro desta instituição, e como já sabem, se algum aluno for pego praticando-a, será punido, não só com a expulsão imediata, mas também com uma passagem só de ida para Azkaban. E é isso que devemos mostrar a eles. Durmstrang mudou.

Finalmente tivemos a oportunidade de realizar um evento tão grandioso como o tribruxo. Aquele que representar nossa escola, será grandioso, terá a chance de ter a glória eterna. Mas devo lembrá-los mais uma vez, uma vez inscrito não pode voltar atrás.”

Ele liberou os alunos e foi com os professores a sala de reunião.

-E as instalações –um dos professores perguntou.

-Assim que eles chegarem aqui, veremos as instalações. Se bem conheço Beauxbatons, ficara em sua carruagem, Hogwarts eu não faço à mínima ideia, já que o último torneio, que por acaso eu participei, foi em Hogwarts.

Narração Thayse

Certo, nunca na minha vida eu vi meu pai tão mais tão nervoso quanto ele está agora! Fica gritando com todo mundo pra andarem logo, e isso enche a paciência de qualquer um. Tudo bem que daqui a menos de uma hora as delegações estarão aqui, mas não é pra tanto!

-Vamos vamos vamos! Eles logo estarão aqui! Ei! Você ai! Tire os pés da mesa! Olhe os modos! Não queremos fazer feio! –era isso que eu ouvi, o dia inteiro.

-Meia hora senhor –um dos “assistentes” do meu pai informou.

-Santo Merlim! Meia hora. CORRAM!

Com essa eu tive que rir.

Imaginem todo o salão se levantando e correndo pra arrumar as coisas, parecia até família trouxa arrumando a casa pra uma visita que só avisa que está vindo quando está já na esquina da rua.

O importante é: deu tudo certo no fim. E lá estávamos nós. No frio. Esperando o povo chegar.

E adivinhem? Eu já estava congelando.

E eles não chegavam.

Não chegavam.

Não chegavam.

Acho que se eu ficar mais um minuto aqui fora eu congelo!

Foi com esse pensamento que ouvimos um ruído.

-ESTÃO VINDO! –ouvimos alguém exclamar.

-Finalmente –murmurei.

-É Beauxbatons! –ouvi papai exclamar.

Narração Autoras

A carruagem de Beauxbatons pousou finalmente em Durmstrang. Vítor Krum aproximou-se da carruagem e esperou a saída dos alunos. Cumprimentou Madame Maxime e começou a caminhar junto dela para dentro do castelo.

“Aposto que todos estão pensando agora ‘UAU! É Vítor Krum’ é sempre assim” Thayse pensou.

“Nossa! É Vítor Krum! O ex-famoso jogador de quadribol!” pensou Alex.

“Ah, é aquele tal de Krum, que perdeu no torneio tribruxo pra um garoto de 14 anos, ou melhor, pro meu tio Harry” Duda pensou rindo.

“Legal! Uma escola só de garotos!” pensaram Berta, Gabi e Kelvin.

“Argh, que frio! Não tem nenhum cavalheiro ai pra me trazer um casaco?” Sthepanie se perguntava com raiva.

-HOGWARTS ESTÁ CHEGANDO! –mais alguém exclamou.

Realmente, era muito notável que Hogwarts estava chegando:

1° Muita fumaça;

2° Barulho de trem

3° Acho que já é bem claro nos dois primeiros, mas só pra completar:

-O que está acontecendo com a floresta? As árvores estão sumindo! –ouviram exclamações.

Mas não, as árvores não estavam sumindo, e sim pulando para os lados e dando espaço para o grande e vermelho Expresso de Hogwarts. Ele se movia sem trilhos, somente sobre a grama verdinha. Todas as arvores se afastaram e deram passagem ao expresso. Quando o mesmo parou, Minerva foi a primeira a sair.

-Minerva –Vítor cumprimentou beijando-lhe a mão.

-Vitor –retribui Minerva sorrindo- Vejo que chegamos por ultimo.

-Do mesmo jeito ainda chegaram na hora –Krum sorriu.

-Meus alunos –Minerva indicou os alunos que saiam do expresso.

-Vamos entrando, Maxime já deve ter se acomodado.

Krum e Minerva foram à frente, seguidos pelos alunos de Hogwarts e os garotos de Durmstrang.

Os alunos de Beauxbatons já estavam sentados na mesa reservada para eles no grande salão. Duda começou a quicar no banco assim que viu Tiago e Fred entrando no salão, começou a acenar até que os dois olhassem, quando o mesmo aconteceu eles murmuraram um incrédulo “Duda?” e suas bocas se escancararam.

Duda só parou de quicar depois que Berta e Kelvin ameaçaram colocar cola na saia dela e colá-la no banco.

Na mesa do corpo docente [na: Algumas coisas nunca mudam] estavam Vitor Krum no centro, do lado esquerdo, Maxime, e no lado direito, Minerva. Vitor se levantou, pedindo silencio, o salão se calou no mesmo segundo.

-Sejam todos muito bem vindos! –ele exclamou sorrindo- Quero dar as boas vindas também ao aqui presente, Ministro da Magia, da Inglaterra, Sr. Percy Weasley.

Uma salva de palmas preencheu o salão.

Percy era até então, um dos melhores ministros da magia, recebeu até um premio por isso.

Ele se dirigiu a mesa principal, e sentou-se ao lado de Minerva. Krum continuou o discurso.

-Como sabem, a pouco mais de vinte anos, aconteceu o ultimo torneio tribruxo. Esse ano, depois de muito se debater, teremos um novo torneio. Peço ao Ministro que explique as regras a vocês, ministro.

-O Torneio Tribruxo terá algumas modificações, para a própria segurança de todos vocês. Primeiramente, ainda serão três tarefas a serem cumpridas, segundo, somente jovens acima dos 14 anos podem se inscrever, e terceiro, vocês já devem ter ouvido muito isso, mas é necessário repetir, somente se inscrevam se tiverem certeza, porque um vez inscrito...

-Não pode voltar atrás –todos repetiram entediados.

-Exato –Percy murmurou, ele retirou um belo pano de ceda que cobria um escrínio. Ele bateu com a varinha três vezes. A tampa se abriu lentamente com um rangido. Lá de dentro, ele retirou um grande cálice de madeira. Era cheio até a borda com chamas branco-azuladas, que pareciam dançar.

Ele colocou o cálice cuidadosamente na mesa, e voltou a falar:

-Quem quiser se candidatar, deve escrever seu nome e escola em um pedaço de pergaminho, e colocá-lo no cálice. Vocês têm vinte e quatro horas. Amanhã, na festa de dia das bruxas, o cálice escolherá os campeões, quem ele julga mais dignos de representar sua escola. Ele ficará aqui, e podem vir a qualquer hora aqui colocar seu nome.

“Como podem ver, ao redor do cálice a uma linha etária, é para garantir que ninguém que não tenha ao menos quatorze anos possa colocar seu nome no cálice.”

Percy sentou-se novamente.

-Um bom jantar a todos – desejou Vitor.

No mesmo instante elfos domésticos entraram no salão trazendo muitas bandejas cheias de comida.

Narração Thayse

E a luta começou. Ta não começou realmente, ainda falta acabar o jantar para que o pessoal comece a colocar os nomes, mas vocês entenderam.

O que meu pai faria se soubesse que quero me inscrever?

O que é isso Thayse! Você se inscreveu? Sabe o perigo que é participar desse torneio? O que seria de mim se te perdesse? Considere-se de castigo pela eternidade mocinha! ...

E isso iria longe...

Por isso resolvi não contar a ele, ou melhor, não contar a ninguém.

Estou sentada na mesa de Dumstrang. Como já falei, sou a única garota da escola, e sendo a única em uma escola só para garotos, digamos que não é difícil ser a mais popular daqui.

O grupinho com quem eu mais ando pelo colégio, sim eu conheço muuuita gente aqui, mas esses oito eram... especiais, como se fossem meus irmãos que eu nunca tive.

Jared é viciado em quadribol e todo tipo de esportes que tenhamos que nos movimentar, como já devem imaginar o tipo físico dele é... uau.

Charles detesta esportes que não tenham mulheres em campo pra ele ficar olhando. Ele é um tremendo galinha.

Ian, parece até irmão mental de Charles, mas ele não só olha pras garotas, como também age, ele é do tipo safado de ser. Sempre com as palavras certas pra fazer qualquer um fazer o que ele quer.

Nate é muito diferente dos outros garotos. Ele é super ultra mega powermente tímido. Quase nunca fala.  Na verdade só ouvi ele dizer uma palavra até hoje “Prazer” quando me cumprimentou no dia que nos conhecemos, porque quem fez as apresentações do “Oi eu sou Jensen, esse aqui é o Nate...” foi ninguém mais ninguém menos que, Jensen.

Jensen era um garoto... estranho, com um jeito estranho, hábitos estranhos, em fim, uma vida estranha. Ele falava coisas sem sentido em horas erradas. Ele ria na hora errada, chorava na hora errada, aplaudia na hora errada... só tinha uma coisa que ele era craque: ser sem noção. Nunca tinha visto alguém tão sem noção quanto ele. Vivia no mundo da lua, avoando ele sempre diz isso por ai. Mesmo assim ele consegue ser um cara engraçado, gentil e simpático.

Taylor é o cara mais inteligente que eu conheço, juro. Acho que se eu perguntasse alguma coisa sobre algo nem um pouco conhecido no mundo bruxo, ele saberia me responder.

Ben é um cara super sensível, e o mais próximo de mim. Vivo consolando ele a não fazer as besteiras que ele sempre quer. Uma vez ele tentou se matar, pulando do muro da escola, sorte que um professor estava passando e viu ele se jogando, com um feitiço o imobilizou no ar e o desceu em segurança até o chão, depois desse episodio, nunca deixamos ele sozinho por ai. Ele vive dizendo que a vida não tem sentindo, e que queria acabar com ela a qualquer momento, é nessa hora que ele leva um tapa na cabeça e eu sempre digo: “Cala a boca e como essa torrada Barnes!”

E por ultimo, e muito menos importante: Lucas Waldorf.

Eita garoto que gosta de me estressar!

Ele é um grande machista, preconceituoso, idiota, canalha...

Preciso continuar? Ótimo.

-Ei, o que acham de irmos jogar quadribol mais tarde? Jared perguntou- estamos dispensados a andar pelo castelo mesmo...

-Que tal darmos uma volta, sozinhos, pelo castelo Thay? –Ian me perguntou todo cheio de segundas intenções.

-Nem vem! Você vai comigo né Thay? –Charles olhando para mim.

Eu só ria dos dois.

-Será que existem E.T’s em Marte? –Jensen perguntou do nada.

-Sabe alguns cientistas já comprovaram que... –começou a explicar Taylor.

-Posso me matar? –na maioria das vezes eu riria quando alguém falasse isso, mas vindo de ninguém menos que Ben, isso era coisa séria.

-Não! Agora cala a boca e come a sobremesa! –eu retruquei enfiando um pote cheio de coisas na frente dele.

-Todos me deixaram no vácuo, de novo – reclamou Jared emburrado.

-Eu gostei da ideia – murmurei em resposta.

-De deixar ele no vácuo? –Jensen perguntou meio perdido na conversa.

-Não, de jogarmos quadribol – retruquei paciente.

-Você? Jogando quadribol? –Lucas me perguntou.

-É, por quê? –retruquei.

-Você é uma garota. Não serve pra jogar – ele respondeu com olhar de desprezo.

-Pois fique sabendo que os jogadores que estão melhores nessa temporada são duas mulheres –Jared retrucou em minha defesa- Gina Weasley e Angelina Johnson.

-HÁ! PONTO PRA MIM! –exclamei feliz da vida, enquanto os outros riam da cara do Lucas.