Youre The Only One Who Can Save Me escrita por itsClaraMalik


Capítulo 17
Guess Who Came To Dinner - Part II


Notas iniciais do capítulo

OI, nem demorei, viram?
Eu to conseguindo postar em um espaço de tempo melhor pra mim, primeiro porque eu recebo mais reviews e segundo porque tenho mais tempo pra escrever.
Mas sério, eu escrevi 20% do capítulo, não tava conseguindo nada então pedi pra Mariia_T again, pra me ajudar.
E ela só fica feliz se eu agradeço, então OBRIGADA ♥
ok, parando de enrolar vocês, aproveitem (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/122933/chapter/17

Kristin xx

- Vamos, Becca! Estamos atrasadas. – falei pela vigésima vez e Rebecca não saía do banheiro.

- Já to terminando, só cinco minutos! – ela falou de dentro do banheiro.

Revirei os olhos e sentei na cama, observando a porta do banheiro.

Já eram quase nove da noite, e a festa da Caitlin começava ás oito.

- Tudo bem, apenas uma horinha depois do começo da festa não mata ninguém. – falei pra mim mesma.

Então a porta do banheiro se abriu e Rebecca saiu de lá, com uma maquiagem um tanto extravagante e um penteado maravilhoso.

- Então, como estou? – ela perguntou dando uma voltinha.

- Bonita. Agora vamos, estamos atrasadas. – reclamei mais uma vez e ia levantando quando ela voltou pro banheiro.

- Kristin, você não vai assim, tem que se arrumar. – ela falou voltando para o quarto com sua bolsa de maquiagem.

- Mas... – tentei falar.

- Mas nada. Você está muito normal, tem que mudar um pouco. – ela riu.

- Ok, mas faz isso rápido. – falei concordando.

Ela assentiu e então começou a me maquiar e arrumar o meu cabelo.

- Pronto. – ela falou sorrindo com orgulho de si mesma.

Eu ri e fui até o espelho. É, eu não estava nada mal mesmo.

- Obrigada, Becky. – agradeci sorrindo e a abraçando.

- Que isso. Você já é linda naturalmente, só dei uma retocada. – ela piscou para mim.

 - Tudo bem, podemos ir agora? – pedi, já fazendo cara feia.

  - Ok, ok. Vamos então, apressadinha. – ela pegou sua bolsinha e saiu do quarto. Segui ela, aliviada.

  Becca pegou a chave do carro e enfim nós fomos para a festa.

  - Uau. Espero que eu não esteja simples demais para essa festa. – comentou, quando chegamos à rua da casa da Caitlin.

  Revirei os olhos. Ela nunca estaria simples demais nem aqui nem no Grammy. Ela estacionou numa fileira de carros que estavam estacionados no meio fio. Alguns impedindo a saída dos carros das outras casas. Alguém ia levar uma boa multa.

  - Ei? Kris! – Rebecca falou, quase gritou.

  - O que foi? – perguntei, meio aérea ainda.

  - Vamos? – Becca me olhou como se eu fosse uma deficiente mental.

  - Ah, claro. Foi mal. – saí do carro um pouco relutante.

  A casa era enorme. Com um portão enorme e um jardim enorme. Não precisei me aproximar muito da casa para ver o Chris na frente da casa, falando com algumas pessoas, mas sempre olhando para os lados. Ele abriu um sorriso enorme quando me viu.

  - Kris! Achei que não vinha mais. – ele veio falar comigo.

  - Mas eu vim. Essa é a Rebecca, minha amiga. – apresentei os dois.             

  - Prazer. Vem! Quero te mostrar algumas pessoas. – ele me puxou pela mão. Sorri para Becca, que apenas nos seguiu, olhando as pessoas em volta.

Fomos em direção ao grupo de adolescentes que ele estava antes de me ver.

- Essa aqui é a Payton, e essa é a minha irmã, Caitlin. – ele falou apontando pra uma garota loira e uma morena. – Garotas, essas são Kristin e Rebecca. – ele sorriu.

- Nossa, você é bem mais bonita do que o Chris falou. – Caitlin riu. Eu sorri sem graça e abaixei a cabeça corada.

- Prazer, meninas. – a tal da Payton apertou minha mão e a de Rebecca.

- Igualmente. – falei sorrindo pra ela.

- Prazer. – Rebecca falou também sorrindo.

- Bom, agora que vocês já se conhecem, me deixem apresentar vocês pra outras pessoas. – Chris falou me puxando novamente, Rebecca veio logo atrás.

Passamos pelo jardim e fomos para uma espécie de quintal, tinha uma enorme piscina lá e muitos adolescentes dançando ao redor.

- Ei, Ryan! – Chris falou andando até um menino loiro. Ele estava de costas, mas assim que ouviu seu nome se virou.

- O que foi Chris? – ele perguntou olhando pra Rebecca.

- Só queria te apresentar as minhas amigas. – Chris respondeu com um sorrisinho e Ryan riu. – Essa é a Kristin e essa é Rebecca, amiga da Kris. – ele falou apontando para nós duas.

Ryan sorriu e acenou com a cabeça.

Sorrimos como resposta.

- Onde estão o Chaz e o Justin? – Chris perguntou pro outro garoto, Ryan.

Justin. Esse nome fez meu coração bater três vezes mais rápido. Rebecca lançou um sorriso pra mim, sorri fraco.

- Devem estar lá dentro. Pra falar a verdade, eu vim aqui pra fora ver se eu encontrava alguma gatinha, mas vejo que já encontrei. – Ryan respondeu, dando uma piscada para Becca. Ela corou imediatamente.

- Bom, eu vou lá, tenho que apresentar as meninas á eles, se quiser ir junto... – Chris falou segurando minha mão e indo pra dentro da casa.

Rebecca e Ryan estavam atrás. Ele tentava cantar ela, mas ela sempre o cortava, o que provocava risos em mim e no Chris.

Entramos pelo que eu diria que é uma porta dos fundos, passamos por uma sala com algumas pessoas e chegamos a uma sala bem maior, onde a música estava alta e tinham muito mais pessoas do que do lado de fora, algumas conversavam, algumas estavam ao redor de uma mesa com aperitivos e as outras simplesmente dançavam.

De repente a música mudou de agitada para lenta. Eu só desejei que uma pessoa estivesse ali.  A mesma pessoa que neste momento tomava conta dos meus pensamentos.

- Justin! – alguém gritou por cima da música que continuava alta.  – Até que enfim te achamos. – era Ryan falando. Me virei e dei de encontro com aquele mesmo garoto de alguns dias atrás, naquela chuva, o garoto que me salvou. Ele estava lindo, como sempre e tinha um lindo sorriso nos lábios. – Essas são Kristin e Rebecca.

- Kristin? – ele perguntou quando me viu. O sorriso que tinha nos lábios desapareceu, fazendo com que sua expressão ficasse séria. Ele parecia estar surpreso, assim como eu.

Antes que pudesse falar qualquer coisa, Rebecca gritou.

Olhei-a assustada, assim como os outros. O único que não pareceu se assustar foi Justin, que agora parecia confuso.

- AI, MEU DEUS! VOCÊ É O JUSTIN BIEBER! – Rebecca gritou e o abraçou. – Eu amo o seu trabalho, suas músicas, tudo! Você é bem mais bonito pessoalmente. Você está mesmo namorando a Selena Gomez? – ela falou assim que o soltou, Justin me olhou e em seguida sorriu pra Rebecca.

Namorando? Músicas? Como ela o conhecia?

- O quê? – perguntei confusa.

- Vocês já se conhecem? – Chris me perguntou, também confuso.

Assenti.

- Vocês já se conhecem?! – Rebecca me olhou surpresa.

- Sim. Mas não sabia que vocês o conheciam. – falei com o mesmo tom de surpresa.

- Como assim? O mundo inteiro conhece O Justin Bieber, qual é. – Ryan riu.

Justin Bieber... O cantor. Claro, por isso me soava tão familiar.

Arregalei os olhos e olhei pra Justin. Ele estava encarando seu tênis.

O lugar pareceu ficar menor, o ar pareceu faltar, era como se agora tudo fizesse sentido.

E aquele garoto por quem eu me apaixonei era um mentiroso.

Saí de lá deixando os quatro para trás.

Algumas lágrimas insistiam em cair, meu coração se apertava cada vez mais.

Como eu me deixei ser enganada desse jeito?

Já estava indo para o jardim da casa quando senti dois braços me segurarem pelo ombro.

Nem precisei me virar pra saber quem era.

- Quando pretendia me contar? – perguntei segurando o choro.

Ele me soltou e ficou de frente pra mim.

Suspirou pesadamente e abaixou o olhar.

- Eu... Não sei. – admitiu, me olhando triste.

- Não pretendia, estou certa? – perguntei fria.

- Sim. – falou voltando a fitar seu tênis preto.

- Por que não me contou? O que achou que eu faria? Achou que eu ia me aproveitar da sua fama? – perguntei com a voz falhando.

Ele ficou calado.

- Imaginei. – falei com um sorriso sarcástico. – E ainda por cima tem namorada. Por que me usou desse jeito? – perguntei seca.

- Eu não... – tentou se defender, mas eu o interrompi.

- Acha que é legal brincar com os sentimentos das pessoas, Justin? – perguntei mais uma vez tentando segurar as lágrimas que tentavam cair.

Ele negou com a cabeça.

- Tem certeza? Porque se você realmente não achasse, não brincaria com os meus. – falei. Algumas lágrimas caíram.

- Kris... Me desculpa. – ele falou, levantando a cabeça.

- Desculpar? Eu poderia te desculpar, Justin. Mas se eu fizesse isso, você me usaria de novo. – respondi o olhando nos olhos.

- Eu só queria ter certeza que... – ele parou.

Ficou calado, somente me olhando.

- Que eu não gostava de você só porque você é famoso? – ri sem humor algum.

- É. – respondeu. – Mas, eu me arrependo de não ter te contado. E muito.

- Arrependimento não vai mudar o que você fez. – falei.

- Eu sei, mas... Eu tinha medo. – ele falou baixo.

- Medo de quê? Medo de a sua namorada acabar descobrindo? – falei jogando minha cabeça pra trás, fechei os olhos por alguns segundos e voltei a encará-lo.

- Não, Kris. Medo de te magoar. – ele falou tocando minhas mãos.

Puxei minhas mãos.

- Engraçado, porque você me magoou, sim. E bastante. – falei chateada.

Ele abriu a boca pra falar algo, mas alguém o chamou.

Me virei rapidamente e vi uma garota se aproximando.

- Então essa é a sua namorada? – perguntei pra ele.

- Não, Kris. Eu não tenho namorada! Eu gosto de você. – ele falou se aproximando de mim, recuei.

- Jus, quem é a sua amiga? – a garota falou quando estava ao lado de Justin.

- Eu sou só uma fã. – forcei um sorriso pra garota que me encarava de um modo estranho. – Obrigada pela foto, Jus. – fingi e saí de lá.

Rebecca estava observando de longe, Chris estava do seu lado junto de Ryan.

- Vamos embora, por favor? – perguntei abraçando Becca. Ela assentiu e se despediu dos meninos.

- Desculpa, Chris. – falei dando um abraço no pequeno que de repente parecia triste.

- Tudo bem, Kris. Qualquer coisa, se precisar de mim, é só me ligar. – ele sorriu.

Sorri de volta e dei um beijo na sua bochecha.

- Tchau, Ryan. Foi um prazer te conhecer. – falei sorrindo pra ele.

- Digo o mesmo. – ele sorriu de volta.

Então eu e Rebecca fomos para o carro. Entrei e fechei meus olhos. Rebecca entrou logo em seguida.

- Quer conversar sobre? – ela falou, abri os olhos e olhei de relance pro jardim.

- Não foi nada, vai passar. – falei sorrindo fraco.

Ela me lançou um olhar de reprovação.

- Não, não vai passar. Para com isso, garota! Eu sou a sua melhor amiga e mesmo assim você me trata como uma completa estranha. Como você acha que vai passar se não deixa ninguém te ajudar?! – Rebecca gritou, o que me fez sentir mal.

- Promete que não vai me julgar e nem falar que eu sou uma desinformada? – perguntei sorrindo, apesar das lágrimas rolando em meu rosto.

- Me deixaeu adivinhar... Você tá apaixonada pelo Justin? – ela sorriu também.

- É, também. Mas não é só isso. – falei encostando minha cabeça no banco.

- Hm... Você não sabia que ele era o Justin Bieber, certo? – ela riu. – Não, espera. Isso é impossível. – riu mais ainda da ideia que teve.

A olhei séria e logo ela parou de rir.

- Sério? – perguntou.

Assenti ligando o som, tocava a mesma música da tarde de ontem. A música do Justin.

Desliguei o som imediatamente.

- Kris, eu sei que eu prometi, mas... Como assim você não conhecia ele? Ele é tipo, o maior cantor da atualidade! – Becca riu.

Virei meu rosto pro outro lado, emburrada. Nem minha melhor amiga me entendia.

- Me deixa em casa, por favor. – pedi pra Becca, ainda sem olhá-la.

- Ai, Kris. Sinceramente, para de criancice. – ela reclamou. – Parece uma velha chata!

Não aguentava mais ter que ouvir aqueles comentários, estava quase explodindo.

O carro parou e eu vi que estávamos na minha rua, saí do carro rapidamente, dizendo somente um tchau.

Abri a porta de casa e entrei. Acendi as luzes da sala e encostei-me na porta, fui descendo até estar sentada.

Apoiei a cabeça sob os joelhos e deixei que as lágrimas que eu tanto segurava caíssem.

Passei alguns minutos ali, chorando. Agora tudo estava desmoronando, mesmo quando eu tinha esperanças de que as coisas melhorassem.

Levantei, sequei as lágrimas e fui pro meu quarto.

Tomei uma ducha quente pra ver se melhorava um pouco, coloquei um pijama e deitei, não sei se ia conseguir dormir logo, mas era melhor tentar.

Não consegui dormir, mas também não queria levantar de jeito nenhum. Me revirei pela cama algumas vezes, fechei os olhos e fiquei ouvindo o barulho da chuva se chocando com o telhado.

xx Justin xx

Certo, eu era o maior idiota do mundo. Fechei as mãos em punho e respirei fundo. Selena ainda estava ao meu lado, olhando a garota que se afastava com a amiga.

  - Que fã mais estranha. Ela não parecia muito feliz. Não deu um beijo nela, como todas sempre pedem? – ela riu.  – Coitadinha, ela não pode fazer isso.

Selena puxou meu rosto e encostou nossos lábios, mas eu não estava com ânimo para aquilo e muito menos gostei da piadinha, por isso recuei.

  - Sel, agora não, ok? – pedi, me afastando.

  - O que foi? Foi algo que eu fiz?

- Não, Selena, não foi você, fui eu. – soltei uma risada seca, como se aquilo de alguma forma fosse engraçado.

  - Justin! – Ryan me chamou, vindo em minha direção junto com Chris, que não parecia nada feliz.

 - Vou deixar vocês conversarem... – Selena disse, revirando os olhos e depois nos deixando.

  Esperei os dois me alcançarem.

  - O que você fez? – Chris perguntou mal humorado.

  - Eu? – me fiz de desentendido. Não queria ficar discutindo com eles sobre o quanto eu fui idiota.

- Sim, Mané, você. O que você fez para que a Rebecca... E a Kris, claro, fossem embora daquele jeito? – Ryan se intrometeu.

  - Eu... Eu fiz a maior besteira do mundo em não contar que...

  - Espera! Era ela? Era dessa garota que você estava falando?! – Ryan perguntou, incrédulo.

  - Que garota? – perguntou Chris, confuso.

  - Uma garota que ele conheceu e não sabia se contava para ela ou não que ele era o Justin Bieber. Ele não contou e... Deu no que deu. – Ry resumiu a estória para ele.

  - Então você enganou ela?

  - Eu? Não! De forma alguma. Só não conte que eu era famoso e essas coisas. – me defendi.

  - Omissão é traição, Jus.

- Quer parar de fazer a coisa parecer pior do que está? – pedi, levantando as mãos para o alto, exasperado.

  - Talvez eu pare, mas só quando a situação esteja realmente melhor do que está. – falou ele, chateado.

  - Eu vou para casa, ok? Depois a gente se fala...

  - E vai deixar aquela menina aí? A Cait vai adorar saber que a Selena está desprotegida.

  - Ah, é. Vou levá-la para casa. – mudei de direção e entrei na casa de novo.

  Procurei Selena até cansar. Onde aquela criatura havia se escondido?

  - Ah, dane-se. – praguejei baixo, e peguei o celular para mandar uma mensagem.

  - Dane-se o que? – Selena apareceu na minha frente, sorridente, como se tivesse ganhado um prêmio. – O menino disse que você estava me procurando. Nós já vamos?

- Já. Estou passando mal.

  - Tadinho. Quer que eu cuide de você? – ela ofereceu, ainda sorrindo. Aquilo não era engraçado. Tinha certeza de que se ficasse mais um segundo ali dentro, vomitaria todos aqueles canapés que a Selena não gostara de ver na bandeja e muito menos depois que saíssem de mim.

  - Vamos embora, Sel. – pedi.

  - Nossa, você realmente parece péssimo. – ela deu um meio sorriso.

  Acenei de longe para Caitlin, que me lançou um sorriso de como quem sente muito. Ótimo, alguém já havia deixado ela “por dentro” do assunto.

  O caminho todo para a casa dela foi silencioso. Selena parecia tão mergulhada em pensamentos quanto eu.

  E o pior de tudo era que eu havia tentado tentar. Se talvez ela soubesse que eu não contei porque só de vê-la naquele dia me fez esquecer tudo o que eu havia passado horas e horas pensando.  Mas ela não me escutaria. De forma alguma iria me perdoar.

Acho que nem eu mesmo me perdoaria se estivesse no lugar dela. Mas eu daria uma chance para ouvir a explicação. Todo mundo merece uma segunda chance. Isso mesmo, todo mundo merece uma segunda chance!

  - Hein? – Selena perguntou. Acho que eu falei aquilo alto.

  - Nada não. – limpei a garganta rapidamente.

Depois disso, as únicas palavras que trocamos foram dois rápidos “tchau” e ela entrou em casa.

Estava no caminho de casa e meu celular tocou, olhei no visor e era a Jasmine.

- Oi. – falei quando atendi o telefone.

- Oi, Jus. Você nem falou comigo hoje na festa da Cait. – ela riu.

- É, algumas coisas aconteceram. Desculpa. – falei sem graça.

- Tá tudo bem, a Caitlin me contou o que aconteceu. Precisamos conversar, Justin. – ela falou com a voz preocupada. Revirei os olhos.

- Jas, me desculpa mesmo. Mas eu acho que eu não quero que vocês fiquem se metendo na minha vida. – falei tentando ser o menos grosso possível.

- Justin, nós não estamos nos metendo na sua vida. Somos seus amigos. Nós somos parte da sua vida.

Bufei.

- Ok. Não quero palpites. Só quero ficar sozinho. Só hoje, tudo bem? Amanhã vocês podem me encher do jeito que quiserem, mas só hoje, me deixem sozinho. – implorei.

- Só... Só uma coisa. Por que levou Selena hoje?

- Queria... Não sei.

- Você está estranho, Jus. E isso já vem acontecendo desde que você começou a falar com ela. Você dava mais valor aos seus amigos.

- Não, Jasmine. Eu não estou diferente. Eu não mudei! Para de ficar falando isso! – quase gritei, mas logo me recompus, vendo que fui pego em minha própria mentira. – Desculpe, eu...

- Tudo bem. Até amanhã, Justin. – ela desligou, a voz um tanto triste.

Suspirei e joguei o celular no banco do passageiro. Talvez eu estivesse um pouco diferente, mas nada muito significante. Eu ainda era o bom e velho Justin... Não era? Talvez ela estivesse certa. Mas eu não acho que a culpa seja de Selena. Não mesmo.

Cheguei em casa sentindo o peso do mundo nas minhas costas. Para piorar as coisas, minha mãe me viu.

- Eu não... Não quero conversar, ok? Só me deixa deitar na minha cama e dormir. Boa noite. – subi as escadas sem o menor ânimo e desabei em minha cama.

Me remexi na cama, sem conseguir dormir. A noite ficava se repetindo em minha mente. Idiota. Peguei o celular e mesmo sem saber o que faria a seguir, liguei para a Kristin.

- Oi! Aqui é a Kris, deixe seu recado, depois eu te retorno. – o bip tocou alto.

- Ahn, Kris... Eu sei... Eu sei que eu não tenho o direito de pedir isso... Mas me dá só mais uma chance. Só mais uma e eu conserto tudo isso. Eu juro...

- Me dá um bom motivo para que eu te desculpe, Justin Bieber. – Sua voz me interrompeu e, mesmo ela estando um poço de ódio por minha causa, eu sorri.

- Eu... Eu não tenho um bom motivo. Parece que agora tudo o que vem de mim não é bom o bastante para você.

- É, você acertou. Já que não tem um bom motivo...

- Espera! Deixa eu te contar uma coisa. – Levantei da cama correndo, quase tropecei quando desci as escadas, saí de casa e entrei no carro. – Eu conheci uma garota de um jeito meio inusitado.

- Sim, e daí? – Ela perguntou. Sorri de novo, agora as coisas da rua passavam como um borrão por mim.

- Bom, no início, eu só queria ajudar. Sabe, o que eu costumo fazer... Como Justin Bieber, eu gosto muito de ajudar as pessoas...

- Quer dizer que eu fui só uma caridade?

- Eu não disse que era você. Mas você se identificou? Então termina de ouvir o que eu tenho para te dizer. Inesperadamente, com ela foi diferente. Primeiro, ela me conquistou com seu sorriso. Depois com sua voz. E logo eu estava completamente perdido dentro daqueles olhos verdes. E me sentia o maior bobo quando sorria só de ouvir o nome dela. – Estacionei o carro uma casa antes da dela e saí.

A chuva atrapalhava um pouco, mas eu ignorei.

- Que barulho é esse? – perguntou ela, provavelmente se referindo ao barulho da chuva no celular.

- Mas sabe – ignorei a pergunta dela e continuei –, eu ainda fui mais idiota de cometer um grande erro. Eu decidi, depois de muito pensar, decidi contar tudo, dizer tudo de uma vez, contar toda a verdade. Mas quando eu a vi... Eu esqueci tudo. Nenhuma palavra saiu da minha boca e eu fiquei lá, olhando aquela garota linda e maravilhosa. Mas, agora que ela descobriu toda a verdade de uma forma horrível... Eu tenho que dizer... Só um minuto. – afastei o celular e toquei a campainha e coloquei o celular no ouvido de novo. Ela abriu a porta, estava de pijama, tinha no rosto alguns traços restantes de um sorriso provavelmente recente, o telefone na mão. – Eu tenho que dizer a essa garota: me perdoa? Não posso viver pensando que poderia ter sido diferente, não posso passar o resto da minha vida perguntando “e se”.

- Jus... Eu... – ela deu um passo para frente e eu dei outro, involuntário. – Eu não sei se posso fazer isso... Sou esse tipo de pessoa que não sabe se consegue agüentar se for deixada duas vezes. – uma lágrima infeliz riscou seu rosto.

- E eu sou esse tipo de pessoa que não comete o mesmo erro duas vezes. Por favor... – toquei sua mão livre e logo depois segurando-a. – Me perdoe. É tudo o que eu te peço.

- Eu... – interrompi-a com um rápido beijo. – Não pode interromper uma pessoa com um beijo, ainda mais quando está tentando se desculpar com ela.

- Me disseram que eu não podia fazer muita coisa.

- Mas olha para você. É o Justin Bieber...

- Então... Estou perdoado? – perguntei, fazendo uma carinha de pidão.

- É, Justin Bieber, você me deu um bom motivo para eu te perdoar.

Abri um sorriso e fitei-a. Ela pareceu se dar conta de alguma coisa.

- Ah, meu Deus. Entre. Deve estar frio... Vou pegar algumas toalhas. – ela me puxou para dentro da casa. E até então eu nem havia me dado conta de que ainda estava na chuva. Rezei internamente para que eu não pegasse uma gripe.

 Fechei a porta e esperei ela voltar. Era tão estranho entrar naquela casa sendo o Justin Bieber e não somente o Justin.

- Aqui. Sente-se, vou fazer um chocolate quente para você. – ela me obrigou a sentar no sofá e depois correu para a cozinha.

Enrolei-me nas toalhas, sentindo muito frio. Olhei para o sofá e depois para uma cadeira de madeira que estava no canto da sala. Levantei e fui sentar lá.

- Ei, o que está fazendo aí? – perguntou ela, depois de voltar da cozinha com a xícara em mãos.

- Não quero... Não quero molhar o sofá... – meu queixo tremia. Eu devia estar parecendo um idiota.

- Deixa de besteira. Vem. – ela me puxou de volta para o sofá. – Toma. Ai, Justin, você não precisava ter feito isso!

- Isso o quê?

- Ter saído na chuva para vir aqui falar comigo. – falou enquanto colocava um cobertor em volta de mim, como se as toalhas não fossem suficientes.

- Eu fiz isso porque eu gosto de você. De verdade. – confessei, olhando em seus olhos.

- Eu percebi. – ela sorriu e depois corou.

- E você não precisa fazer isso. – falei, abrindo um meio sorriso.

- Fazer o quê?

- Cuidar de mim, não estou doente...

- Mas pode acabar ficando! E, aliás, eu me importo se você está bem ou não. - ela deu um sorrisinho.

Sorri também, era bom estar com ela e era melhor ainda com ela cuidando de mim.

- Obrigada. – falei. Ela me olhou e deu mais um de seus sorrisos lindos.

- Não é nada, Jus. Eu só estou... – a interrompi.

- Não é por isso. Obrigada por me perdoar, eu não sei o que eu faria se te perdesse. – falei sorrindo. Ela abaixou a cabeça, corando.

- Você nunca vai me perder. – ela falou, seu sorriso aumentou, junto com o rubor em suas bochechas.

Abracei-a, quase que involuntariamente. Ela retribuía o abraço com força, como se não quisesse me soltar e eu fazia o mesmo, sentindo o cheiro doce do perfume dela. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, queria pedir muitos reviews, esse foi o MAIOR capítulo que ~eu~ já escrevi. Talvez até algumas recomendações, não dói, né gente. E queria que as leitoras fantasmas aparecessem (:
Beijos ;*