Tudo é Real escrita por Lita Black


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Minhas queridas leitoras! Obrigada pelos reviews! E obrigada pelo MP laanny!

Eu acabei este capítulo a fazer os trabalhos de casa! Portanto se houver alguma coisa sobre fósseis ou capitais da Europa, a culpa não é minha.

Ainda estamos na introdução da história, mas falta pouco para o nosso lindo Jake aparecer.

Espero que gostem!
Boa leitura!



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-Qual é o problema? -a minha mãe perguntou. -Ninguém te vai atacar. -ela disse a rir. Como é que ela pode estar a rir? Isto é horrível!

-Mas eu estou perfeitamente bem aqui. E para onde é que nós nos vamos mudar? -perguntei, levantando a sobrancelha.

-Para Forks, Washington. -ela respondeu. -É nos Estados Unidos.

-Mãe, eu sei onde é que fica Washington. -disse com uma voz irritada. Não acredito! Eu ia lá uma semana todos os Verões. O meu pai nasceu lá. Aquilo tem mais água, do que o quando tomamos banho. -E quando é que vamos? -perguntei com uma cara aborrecida.

-Amanhã. -ela respondeu calmamente.

-AMANHÃ??? Quando é que planeavas me contar? -perguntei. -Quando estivéssemos dentro do avião?

-Não. Quando chegasses a casa. Vais gostar querida. Tenho a certeza! -ela disse com um sorriso.

-Tudo bem. -disse vencida. -O que é que preciso fazer? -perguntei.

-Só arrumares as tuas malas com roupa e as coisas que queres levar ao teu lado no avião. -ela respondeu.

-E quando é que vamos para o aeroporto? -perguntei.

-Às quatro da manhã. -ela respondeu, tranquilamente.

-ÁS QUATRO??? Mas eu hoje vou a uma festa! E como é que vou me despedir das minhas amigas? -perguntei nervosa. E estava. Muito!

-Não vais. E podes ligar às tuas amigas e despedires-te. -ela disse com um sorriso. A minha mãe tem sempre solução para tudo.

-Ok! -murmurei e subi as escadas. Entrei no quarto, peguei nas minhas malas e comecei a arrumar a minha roupa lá dentro. Estava super chateada! Eu adorava a França. Este país tem tudo a ver comigo. Totalmente! E agora tenho que ir para aquele fim de mundo. Sinceramente! Não havia mais sítios aborrecidos para se morar!?

Passei uma hora e arrumar tudo nas malas. Tenho muita roupa! Depois peguei numa mochila e coloquei um casaco branco, uma garrafa de água, umas pastilhas, uma escova e o mp4. Tinha que estar pronta para a viagem.

Peguei no telemóvel e liguei para a Natalie. Após tocar três vezes, eu ouvi a sua voz.

-Olá! -ela disse.

-Olá Natalie. Sou a Daniela. -disse.

-Daniela… Já devias estar aqui! Aconteceu alguma coisa? -perguntou.

-Sim… Eu vou-me mudar e o voo é amanhã cedo. Não vou poder ir à festa. -respondi, com uma voz triste.

-A sério? Estou super triste. Vou sentir saudades tuas. -ela disse. -Eu daqui a bocadinho passo aí. -ela disse.

-Isso era super fixe. Eu ia ficar muito feliz. -eu disse animada.

-Até daqui a bocadinho. -ela disse.

-Até logo. -eu despedi-me.

Desci as escadas e fui para a cozinha, onde a minha mãe estava. Ela estava a cortar um pedaço de carne, provavelmente para o jantar.

-Isso é o jantar? -perguntei.

-Sim. Bife com batatas fritas. -ela respondeu serenamente. A minha mãe é sempre um amor de pessoa. Compreende tudo o que se passa comigo e tenta sempre ajudar-me. Mas neste caso da mudança, não me parece que ela esteja a ajudar.

-Estão a obrigar-me a mudar! Pelo menos podias fazer lasanha. Talvez assim eu ficasse mais contente, não achas? -perguntei a brincar. Mas para falar a verdade, uma lasanha iria cair mesmo bem!

-Era o que tínhamos. -respondeu. -Mas talvez quando chegarmos à nossa casa nova, eu faça lasanha. -propôs.

-Prometes? -fiz um beicinho.

-Prometo. -respondeu. -Agora podes colocar a mesa! -mandou. Fui até ao armário, peguei nos pratos e nos copos. Dirigi-me até à sala de jantar e coloquei-os nos respectivos lugares. Voltei para a cozinha, peguei nos talheres e nos guardanapos.

Cheguei à sala de jantar e coloquei tudo.

-A mesa já está posta. -anunciei à minha mãe. Ouvi a campainha tocar e fui atender. Era a Natalie, a Mizé e a Elyane.

-A sério que te vais embora? -a Mizé perguntou, com uma voz super triste.

-Sim. É verdade. Eu também estou super triste. -disse e demos um abraço colectivo. -Mas prometam-me que vamos continuar a falar. Por telefone e computador. -disse.

-Claro. -as três confirmaram e abraçaram-me novamente.

-Vamos sentir a tua falta. -a Elyane disse.

-E eu a vossa. Mas eu vou dando notícias. Ok? -perguntei, forçando um sorriso.

-Promete. -a Natalie estendeu a mão. É uma coisa nossa. Quando prometemos alguma coisa para alguma das outras, temos que lhe apertar a mão. Como um sinal de honra. Eu apertei a mão dela e dei-lhes mais um abraço. A Mizé já tinha começado a chorar.

-Não começas a chorar Mizé, por favor. Assim eu também me vou desmanchar em lágrimas. -eu pedi.

-Mas é a…-ela começou mas os soluços logo começaram a sair da sua garganta. -… despedida. Eu v-vo-u sentir a tua falta. -ela terminou, a chorar.

-E não vai ser só a Mizé a sentir a tua falta. -a Natalie começou. -Todas nós vamos sentir. E vamos querer saber sobre tudo na tua nova vida. -ela completou.

-Fiquem descansadas que eu vou-vos manter informadas sobre tudo. -garanti com um sorriso.

-DANIELA ANDA JANTAR! -ouvi a voz da minha mãe gritar de lá dentro.

-Tenho de ir meninas. Adeus! E não se esqueçam que vos adoro. -eu disse a sorrir.

-Nós também. -disseram em coro. Ela dirigiram-se para o carro. Acenaram mais uma vez e foram embora.

Voltei para dentro de casa. Caminhei até à sala de jantar e sentei-me à mesa.

-O teu pai está quase a chegar. -a minha mãe avisou-me. -Mas podemos começar a comer. É que ainda pode demorar. -ela disse. A relação entre a minha mãe e o meu pai não é a melhor. Eles têm tido algumas discussões e o ambiente em casa é de cortar à faca. Agora comportam-se como nem sequer se conhecessem, apesar de partilharem o mesmo quarto. Eu não estou muito contente com a situação. Eu cresci a vê-los sempre agarrados um ao outro, dizendo juras de amor, entre beijos. Agora a última jura que eu ouvi é que se o meu pai estiver a trair a minha mãe, vai se arrepender. Que jura tão bonita! Eu sei!

-Então como é que correu o último dia de aulas? -a minha mãe perguntou, a tentar puxar conversa.

-Normal. Posso fazer uma pergunta? -ela assentiu. -Os meses de férias daqui são diferentes de lá. Neste altura eles vão começar a escola certo. -a minha mãe assentiu. -Então não vou ter férias e começo logo na Forks University. -ela assentiu novamente. Boa! Ia ficar sem férias!

-Vais ficar sem férias. -avisou. Acho que vou dar em maluca! Sem férias!? Confirmo. Vou ficar maluca!

-Tudo bem. Não tenho outra hipótese. -disse, dando de ombros. Começamos a comer tranquilamente e conversamos sobre o lugar. Pelos vistos é pior do que eu imaginava! É só chuva! Acho que vou ficar mais pequena com tanta água!

Quando estávamos a levantar os pratos, ouvimos a porta a abrir-se e o meu pai a entrar com uma cara mal-humorada.

-Bom noite. -disse, tentando parecer calmo. -Sobrou alguma coisa? -perguntou.

-Claro que sim querido. Está tudo na mesa. -a minha mãe respondeu. O meu pai sentou-se e começou a comer. A minha mãe puxou uma cadeira e fez-lhe companhia. Eu subi as escadas e para o banheiro arranjar-me para dormir. Vesti um pijama de manga curta, escovei o cabelo e lavei os dentes.

Dirigi-me para o meu quarto e deitei-me. Como estava com tanto sono acabei por adormecer.

Acordo às onze da noite a ouvir gemidos. E passado um bocado gritos. E logo vi que os meus pais estavam a aproveitar a noite, se me percebem. Mesmo com uma adolescente que aprende tudo o que vê e ouve em casa, eles não se importam e continuam.  Será que não podem dormir como pessoas normais!?

Passei o resto do tempo acordada a ouvir os meus pais. Se vocês acham que ver os vossos pais a beijarem-se é mau, imaginem a gemerem e a gritarem no quarto ao lado. É extremamente assustador!

Quando eram horas de me levantar, peguei numas calças, uma blusa com mangas e gola alta e dirigi-me para o banheiro. Tomei um banho refrescante e com água fria para tentar ver se o sono passa. Acho que fiquei traumatizada! Como é que vou falar com os meus pais hoje? Como? Chego lá e digo “Da próxima vez não gritem tanto” ou então, “Pai, não faças a mãe gozar tantas vezes, ela grita muito.” Não me parece!

Desci as escadas e ainda não estava lá ninguém mas dava para ouvir a torneira do banho aberta. Eles já se deviam estar a despachar. E espero que não estejam a fazer mais nada!

Peguei numa caneca, coloquei-lhe leite e comecei a bebe-lo, acompanhado por bolachas. Quando terminei já eram duas e meia da manhã. E nenhum sinal dos meus pais. Só podem estar a gozar comigo! Subi as escadas e fui-lhes bater à porta.

-Mãe! Pai! São horas! -disse, com uma voz alta o suficiente para eles me ouvirem.

Senti a porta a ser aberta e eles saírem lá de dentro.

-Desculpa o atraso querida. Mas estávamos a… arrumar o resto das coisas. -a minha mãe disse. Era impressão minha ou ela tinha hesitado um pouco antes de dizer o que estavam a fazer.

-Vamos. -eu disse e desci escada abaixo, pegando na minha mochila e calçando as minhas botas. Os meus pais já estavam atrás de mim. Saímos de casa e entrámos no carro.

Passei o caminho todo a ouvir Paramore e Muse. Eu adoro! Mas o problema foi que apanhamos um trânsito enorme. A minha mãe passou o tempo todo a mandar os franceses irem para um sítio, digamos nada bonito.

Chegamos ao aeroporto e só tivemos tempo para fazer o check-in, despachar as bagagens, passar naqueles radares todos, vá que éramos terroristas, e embarcar.

Ficámos na fila do meio e quando coloquei o cinto, já estava tão cansada que não aguentei e adormeci.

Abri lentamente os olhos e voltei à realidade. Estava no avião. Grande novidade Daniela!

Peguei na minha mochila e tirei o mp4. Comecei a ouvir Miley Cyrus. Também a adoro! Passei mais uma hora a ouvir música. Que seca! Não há nada de engraçado para se fazer no raio do avião! Olhei para o meu lado e os meus pais estavam agarradinhos um ao outro, a dormir. Também pudera! Passaram a noite toda a gemer e a gritar. Não deixaram ninguém dormir. Chiça!

Olhei para o lado e percebi que um rapaz estava-me a olhar, de uma forma nada apropriada! Sou o quê!? Algum bombom!? Algum bocado de carne!? Meu Deus!

Passei mais meia hora a ouvir música e reparei que o rapaz não parava de olhar para mim. Estive quase a ir lá e perguntar se ele queria uma fotografia! Quase! Mais não ia ser mal-educada. Pelo menos só faltavam vinte minutos para aterrarmos.

-O que é que se passa? Pareces nervosa. -a minha mãe perguntou, fazendo-me olhar para ela.

-Aquele rapaz não pára de olhar para mim. É esquisito. Não me sinto muito confortável. -respondi. E ainda por cima ele é bem feio.

-Não ligues. -a minha mãe disse. -Estamos quase a chegar. Pelo menos isso.

Passámos o resto do tempo a falar sobre a nossa nova vida. E visto pelos olhos da minha mãe até parece ser engraçado. Mas ainda não estou convencida!

Aterrámos e saímos do avião. Estava um frio enorme! Vesti logo o meu casaco. Passámos novamente por todos aqueles radares e pegámos as nossas malas.

Quando saímos do aeroporto já estava lá um carro à nossa espera. Pelo menos não tivemos que andar muito!

Entrámos e eu enfiei os fones nas orelhas, novamente. Passei o resto do caminho a olhar para o visor e a ouvir música.

Quando senti o carro parar, olhei para o lado e vi uma casa branca.

Olá nova vida!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

COMENTEM!
Beijos!