Fadas, Fados e Afins... escrita por mycah


Capítulo 1
Fadas, fados e afins


Notas iniciais do capítulo

Fic não betada!

Rosalind e Azula são personagens criadas por mim! Ú.u



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Fadas, fados e afins...

por Mycah-chan

Era uma vez, em um lugar distante, numa noite calma de primavera, um belo bebê de dobrinhas gorduchas e dedinhos fofos, abria os olhos completamente acordado. Desde que ele nascera toda a família entrara em festa, porque aquele bebê, um menino muito esperto, possuía os belos e raros olhos claros de seu pai. Tão claros que chegavam a brilhar como a lua cheia que sorria para ele do céu.

O pequeno, sozinho no berço, parecia saber que tudo ao seu redor estava tranqüilo, seus pais há muito já haviam se recolhido para seu merecido descanso. Quem sabe, foi por isso que ele não chorou, só ergueu um dos bracinhos descoordenadamente e balançou o móbile de brinquedo que pendia sobre o berço. Seu riso foi cristalino, e de repente, do completo e absoluto nada um brilho fugaz surgiu seguido por outro um pouco mais brilhante e travesso.

- Oooooooooooh minhas asas já estavam cansadas! – um pequeno ser, de asas brilhantes em tons de rosa e prata que refulgiam enquanto ela alongava-se sobre o aviãozinho que pendia sorridente do móbile.

- Você se cansa rápido demais. – ralhou o outro ponto luminoso que voava imperturbável ao lado do brinquedo. Suas roupas brilhantes possuíam um tom mais discreto de azul luminoso.

- E você é séria demais, irmã. – a criaturinha rosada fez um bico antes de olhar para o bebê que acompanhava curioso o movimento das duas. – Olhe só que coisinha mais linda! Tão rosadinho com essas bochechas gorduchas! Ooooooooh me apaixonei por ele! Podemos ficar com esse garotão?! – perguntou com os olhinhos róseos brilhantes de expectativa.

A dita séria demais voou ao redor do bebê antes de pousar em sua barriginha coberta por um macacãozinho de listras azuis e brancas. O bebê balbuciou algo inteligível e o pequeno ser franziu o cenho pensativa.

- Aprovo a escolha de cores para ele. – comentou como se a cor de sua indumentária fosse algo indispensável para a decisão. – Porém, ele está com cara de quem aprontou coisas fedidas e de textura duvidável nessa fralda. – a outra fez cara de nojo, mas inalou profundamente para detectar qualquer cheiro indesejável.

- Ele não está premiado, irmã. Não sinto cheiro de caca de criança. – ela voou sobre o rostinho do menino e pousou no narizinho bem feito. – Olhe só que coisa mais adorável! Ele ficou vesgo pra me ver!

- Isso não deve fazer bem, saia já de cima do nariz do menino! – a outra bufou impaciente.

- Aaaaaaaaaah eu quero ficar com esse menino, irmã! Por favor! Diz pra mim! Eu vou cuidar para que ele seja o menino mais feliz do mundo! – ela voava em círculos piscando os olhos e fazendo caras e bocas que eram completamente irresistíveis. – E vou ajudá-lo a encontrar a alma gêmea dele! Ooooooooooh vou fazer com que ele seja tãoooooooooooooo feliz! – continuou empolgada. – E não se esqueça que foi a risada gostosa dele que nos trouxe aqui! – franziu o cenho e apontou o indicador a irmã que ainda olhava pensativa ao bebê.

A outra que já conhecia o quando sua irmã era capaz de fazer para importuná-la suspirou pesadamente antes de concordar.

- Ok, está certo, você será a guardiã desta criança, mas não se esqueça que é um trabalho extremamente importante e não vá falhar com ele! A felicidade futura dele pode estar em suas mãos!

- Sim senhora! – o ser escandalosamente rosa e prateado bateu continência antes de voar rapidamente rindo para o bebê. – Oooooh menino lindo! Eu sou sua fada madrinha, brega o nome né?! Eu sei... Mas fazer o que a chefona lá falou que era pra ser assim, então ficou fada madrinha. – divagou recebendo do bebê um olhar um tanto quanto curioso. – Então eu vou cuidar de você! Vou ajudá-lo a encontrar a menininha que vai fazer seu coração disparar, - ela parou suspirando. – Suas mãos gelarem, e seu rosto corar. – A rosadinha estava suspirando novamente quando a mãozinha descoordenada do bebê tentou segurá-la para quem sabe fazer voar um pouco mais do pó brilhante que desprendia das asas purpurinadas.

A fada riu gostosamente escapando das mãos humanas voou até o rostinho dele e deixou um beijo cálido na bochecha gordinha.

- Estarei sempre por perto meu pequeno Neji.

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Alguns anos se passaram, e o belo e fofo bebê se tornara em um belo e fofo menino de cinco anos. Neji se transformava a cada dia em uma pequena cópia de seu pai, os mesmos cabelos escuros e longos, a mesma pele clara e os olhos que brilhavam inteligentes.

Sua guardiã, rosadinha e purpurinada, continuava fiel ao seu posto, sempre fazendo de tudo para manter o pequeno garoto feliz, contente. Sem deixar de procurar a futura senhora Hyuuga Neji.

Naquele dia em específico, a rosadinha estava pousada em seu ombro, cantarolando tranquilamente enquanto o menino aproveitava o espaço do recreio para descansar um pouco das atenções das menininhas chatas que não saiam de perto dele.

“É... desse jeito meio anti-social será complicado encontrar uma garota bonitinha e gentil para você, Neji! Coopere mais comigo!” – bufou ela em um suspiro meio que resignado.

Já percebera que o garoto era sério e fechado demais quando se misturava as outras crianças, não ria tão solto perto deles, como se achasse que suas brincadeiras eram infantis demais para ele. O pequeno ser rosado coçou a cabeça antes de passar mentalmente todas as menininhas que poderiam ser boas amigas e gentis garotas no futuro.

Ino... A loira era muito bonita e extrovertida, sempre sorrindo confiante, tinha olhos azuis muito belos. Mas... Como sempre havia um “mas”, ela falava demais, e pelo que sabia de Neji, ele gostava de ter alguns momentos silenciosos.

Não, com certeza a loira estava fora de cogitação.

Sakura... Ela gostava da rosada! Afinal a menina sabia usar cores! Era tão rosadinha quanto a pequena fada! Porém, rosa não combinava muito com o garotinho ali, ele precisava de alguém com cores mais vivas... – a fadinha franziu o cenho pequeno. – E também, a menina era meio tímida e já mostrava uma paixonite por outro menino bicudo de olhos escuros. Como as fadas nunca afastavam almas gêmeas, a menina estava completamente fora de sua lista.

Hinata era prima de Neji, e mesmo que não fosse era tímida demais para conseguir chamar atenção do garotinho.

Ela foi fazendo sua listinha mental de todas as garotas ali, e cada uma tinha um defeito que não lhe agradava, umas eram altas demais, outras mimadas demais, algumas choronas demais... a fada ainda divagava quando uma garotinha se aproximou silenciosamente dos dois.

- Nee Neji-kun, você acredita em fadas? - perguntou a pequena menina de grandes olhos castanhos e coques que ele considerava idiotas, quebrando o silêncio que o menino tanto prezava e chamando a atenção da fadinha rosada. 

O menino suspirou pesadamente e absteve-se de responder. Havia saído do parquinho da creche para sentar-se sob a sombra da frondosa cerejeira quieto no seu canto. Não gostava de barulhos irritantes das outras crianças com quem infelizmente tinha que compartilhar a maior parte do seu dia.

Tá certo que ele entendia que não podia ficar em casa sozinho enquanto seus pais saíam para trabalhar, mas não precisava gostar de ficar o tempo todo preso com aquelas crianças irritantemente infantis! Oras ele já era grandinho o suficiente para saber que não existiam essas coisas mágicas, não existia Papai Noel, coelho da páscoa, fadas do dente e qualquer outro tipo de ser afetado que possuísse assas purpurinadas e usasse roupas justas completamente esquisitas.

Por isso mesmo ele restringiu-se a continuar observando as crianças ingenuamente infantis, a distância segura de seu esconderijo e fez pouco caso da menina que sentara-se ao seu lado.

A pequena fada, invisível para os dois ali, voou em direção a menina com os olhos rosados arregalados. Como não pensara naquela pequena e preciosa garotinha?!

“Ooooh Azula vai ficar feliz por eu ter encontrado você para o meu menino!” – cantarolava feliz olhando cada detalhe da garotinha.

A menina juntou as perninhas que tinha esticado a sua frente, dobrando-as antes de se aproximar mais um pouco do amiguinho silencioso.

- Nee, Neji-kun... – ela fez um bico antes de cutucá-lo com o pequeno indicador.

Ele suspirou novamente e virou-se para enfrentá-la, em uma postura tão adulta que surpreendia qualquer pessoa que visse a cena, mas não a garota que o olhava com olhos castanhos tão inocentes.

- O que foi agora Tenten? – questionou num suspiro cansado, realmente não estava com paciência para explicar para a garota porque não acreditava em fadas, fados e afins.

- Ah... – ela sorriu e se aproximou mais um pouco antes de perguntar novamente toda empolgada. – Eu perguntei se você acredita em fadas! Sabe aquelas criaturinhas pequenas bonitinhas que tem asas coloridas brilhantes!

Os olhos dela brilhavam empolgados. E a fadinha deu uma pirueta feliz com o elogio da criança.

- Não. – ele respondeu firme, para completo espanto da fada rosadinha.

- Você não pode falar isso! Uma fadinha acabou de morrer porque você não acredita que elas existam! Que coisa mais malvada Neji-kun! – ela fez um bico de repreensão ao amiguinho que voltou a ficar quieto e observar as crianças que brincavam brincadeiras infantis no parquinho da creche, até que uma pequena explosão de brilho rosado chamou atenção dos dois.

- Você viu isso Neji-kun?! Olhe! – os dois se aproximaram suas cabecinhas do local perto deles de onde viram brilhar.

As cabecinhas das crianças ficaram muito próximas, os dedinhos tensos queriam tocar o ser pequenino e purpurinado que brilhava cada vez menos.

- Olhe só, Neji-kun! É uma fada! E você está matando ela! – a menina exclamou com toda seriedade dos seus cinco anos.

- Isso não é uma fada! – o cenho do garotinho se franziu enquanto ele via o ser purpurinado e rosado engasgar com mais força.

- Olha só Neji. – a voz de Tenten era brava agora. – Ela tem asinhas, ela é pequenininha, brilhante e com orelhas pontudas! É claro que é uma fada! E se você não falar agora, que acredita em fadas, eu juro que nunca mais serei sua amiga!

O menino parou e olhou espantado para a pequena menina morena. Ela estava com as duas mãos na cintura, os olhos brilhavam em aviso e ele sabia que ela falava sério.

Suspirou e franziu o nariz. De todas as crianças infantis e idiotas da escolinha, a única que ele realmente gostava, pelo menos um pouco era Tenten. A garotinha era insistente, mas sabia ficar quieta, era esperta e não ficava se jogando para cima dele. Resumindo, não queria perder sua única amiguinha.

- Eu acredito em fadas, fados e afins. – murmurou entre os dentes terminando em um bico engraçado.

Tenten olhou para ele esperando mais e incentivou.

- Mais alto! Ela nem escutou!

Ele bufou e falou um pouquinho mais alto agora.

- Eu acredito em fadas, fados e afins!

- Ainda não escutei direito... – provocou a menina.

- Eu acredito em fadas! Droga! – a frase saiu quase gritada e a palavra “feia” escapou dos lábios dele tão rápido que não deu para segurar.

- Parabéns, Neji-kun! – a menina elogiou sorrindo do rostinho corado dele.

Ele resmungou qualquer coisa entre os dentes e colocou suas mãozinhas nos bolsos enquanto via o serzinho rosado e purpurinado brilhar com mais força bater as asinhas e sair voando tão rápido que ele piscou os olhos para ter certeza se havia visto o sorriso pequeno que enfeitou as feições dela.

O sinal tocou e num impulso Tenten pegou uma das mãos de Neji e correu com ele para a sala.

- Vamos, Neji-kun! Temos que te ensinar palavras mais bonitas hoje! – riu com gosto.

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No galho da árvore que fazia sombra para o parquinho da escolinha a fada rosadinha sentava ao lado de sua irmã. Sorria alegre e cantarolava feliz.

- Então Rosalind, está feliz por seu protegido quase ter te matado?! – perguntou Azula com tom cético.

- Oras Azula! Estava tudinhoooooooooooo sob controle! – a rosadinha balançava as pernas alegre.

A azulada só levantou uma de suas arqueadas sobrancelhas e esperou a irmã continuar.

- Neji acredita em fadas e eu encontrei a alma gêmea dele! Estou tãooooooooooooooooooo feliz! Tenten é perfeitaaaaaaa pra ele! Ooooooh você viu, irmã?! Viu como ela é perfeita para o meu menininho?!

Azula suspirou e sorriu, lógico que Tenten é perfeita para Neji. Afinal, quem mais poderia ensinar o garotinho a acreditar em “fadas, fados e afins” e ainda por cima tirar uma palavra “feia” de forma completamente espontânea do pequeno gênio?!

A missão das duas estava praticamente no fim, não precisariam interferir na vida de Neji. Ele já sabia quem era seu par. Olhou para o céu e torceu para que dali a alguns anos elas voltassem para visitar outro bebê Hyuuga lindo, mas que de preferência tivesse o sorriso de Tenten. 


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Notas finais do capítulo

é isso aí!^^

espero que vocês tenham gostado!^^

bjinhos

mycah



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