Justin PDV

- Justin, abre a porta, por favor! – Chris pedia pela milésima vez.

- ME DEIXA EM PAZ CHRISTIAN! – gritei jogando o caderninho de músicas na porta.

Eu sou um idiota, imbecil, filho da mãe, traidor, canalha, babaca, tapado etc...

Minha Aly tinha ido embora. Minha pequena. Meu mundo. Eu não tinha forças pra nada. Nunca senti tanta dor como agora. Minha vida tinha partido. Suas palavras ecoavam em minha mente: “Nunca mais quero te ver”. Eu não ia viver com isso! Não conseguiria!

- Justin – uma voz feminina, Luh.

Levantei devagar e cambaleei até a porta para destrancá-la. Voltei para cama enquanto Luh entrava e me seguia.

- Você precisa parar com isso! Ficar preso aqui dentro não vai fazer ela voltar! – ela disse se sentando na cama, ao meu lado.

- Ela não quer mais me ver. Deixou isso bem claro! Não posso fazer nada – falei com a voz rouca.

- Ela quer te ver. Ela tá... Bom, pior que você impossível, mas ela tá mal!

- Tá dizendo isso só pra me fazer sair daqui – disse enterrando a cabeça no travesseiro. Tinha o cheiro dos cabelos da Aly.

- Também, mas é verdade! Justin, faz quantos dias que você não sai daqui? – perguntou preocupada.

- Desde que eu entrei pela última vez – murmurei.

- Você comeu alguma coisa?

- Comi.

- O que?

- Aqueles canudinhos que a Aly adora – falei voltando a chorar.

- Ai Santo! – ela revirou os olhos – Justin, uma semana comendo só aqueles canudinhos?

- Foi só uma semana? Parecem anos! – falei limpando as lágrimas que escorriam.

- Ela disse a mesma coisa – murmurou baixo – Olha, que tal se você tomar uma banho, arrumar o cabelo, comer alguma coisa...Eu te levo lá no hotel que ela tá! – sorriu pra mim.

- Ela disse que não queria mais me ver. Não vou fazer algo que vai aborrecê-la! Já fiz merda demais!

- Desisto! – suspirou se levantando e saindo do quarto.

A dor em meu coração era grande. Eu não conseguia parar de pensar nela. Como fazia falta! Seus beijos, seu toque, seu sorriso, seu olhar, sua voz, seu cheiro, a carinha que ela faz quando vê um doce... Tudo nela faz falta!

Queria ela aqui ao meu lado novamente. Que ficasse falando bobagens até ficar com sono e seus olhinhos começarem a se fechar. Queria que ela me abraçasse e dissesse que me amava novamente e dar um beijo no meu pescoço, como ela fazia, antes de adormecer.

Peguei o celular na mesinha de cabeceira e disquei seu número. Eu era teimoso. Sabia que ela não iria atender como fez das outras vezes, mas eu continuaria tentando até tê-la de volta.

- Você leva a sério o lance de Never Say Never – falou rindo sem humor.

- Aly? – NÃO SEU IDIOTA! É O CHUCK NORRIS!

- Esperava outra pessoa? – perguntou sarcástica.

- Não, eu só... Aly, como bom ouvir sua voz de novo – falei e ela resmungou alguma coisa.

- Para com isso, o que você quer comigo?

- Seu beijo, seu abraço, eu quero você! Por favor, volta! – pedi sentindo o nó em minha garganta se formar.

- Já disse que não vou voltar! Você não entende! Juramos que nunca iríamos magoar um ao outro. Você sabe porque! E você me magoou Justin, me fez sofrer... de novo! Não vou aguentar uma terceira vez. – sua voz tremia. Queria estar ao seu lado e abraçá-la para dizer que ia ficar tudo bem, mas não podia.

- Não vou te magoar outra vez! Desculpe! Me dê só uma última chance! Eu te amo – disse com esperança – Eu sinto sua falta minha pequena.

- Eu não ligo. Tchau – aquilo doeu mais do que tudo.

Joguei o celular na parede e vi as peças caindo.

- Idiota! – falei pra mim mesmo, como se ofender a mim mesmo amenizasse a situação.