Alvo a Abater escrita por AnaTheresaC
Capítulo 31 – Narrado por Bella Swan
Saímos da floresta e corremos até há pensão, para buscar os nossos carros e tratar de ir buscar as nossas coisas. Eu, a Nessie e o Jacob ficámos encarregues disso. Despachámo-nos imediatamente, também graças há ajuda de James que ia levando as coisas para os carros. A minha mãe continuava desmaiada e Rosalie já não respondia.
Despedimo-nos de James e corremos para os carros. Fui no jipe, com Edward a conduzir e Emmett e Rosalie no banco de trás. Durante todo o caminho até Port Angels, não parei de me virar para trás, pensando sempre que no segundo a seguir, Rosalie iria morrer, e por isso, queria guardar uma recordação dela. A minha irmã. Nós não nos dávamos muito bem, mas ela era minha irmã e eu recusava-me a perdê-la. Daria o meu coração por ela.
Quando chegámos ao hospital, entrámos logo e fui eu quem preencheu os dados da Rosalie, enquanto Nessie preenchia os dados da Vanessa, e o Embry, os de Alice. Nessie estava a chorar, mas por vezes disfarçava e limpava as lágrimas discretamente. Nada a faria sofrer mais do que perder Rosalie e a nossa mãe. Nessie e Rosalie eram muito unidas, davam-se muito bem. Eram uma espécie de BFF.
Jacob estava ao lado dela, a tratar também de uns papéis. As nossas baixas tinham sido muito e muito fortes. Se Rosalie morresse…
-Nessie, vai ficar tudo bem – falou Jacob baixinho, mas eu consegui ouvir porque estava perto. – Tem calma, meu amor.
-Como Jacob? A minha irmã… - disse ela sem conseguir terminar a frase.
-Eu sei, Nessie. Mas a Rosalie é forte.
-Tenho medo – admitiu ela.
-Todos nós temos. Mas só somos corajosos, se os enfrentarmos.
-Não quero ser corajosa, Jacob. Não neste momento – falou ela.
-Então não sejas. Ninguém te está a pedir isso.
Nessie abraçou-se a Jacob e fechou os olhos.
-Acho que ela adormeceu – falou Jacob passados uns minutos.
-É possível. A Nessie está muito cansada – disse Embry. – Eu levo-a para o carro.
Edward apareceu no meu campo de visão e eu entreguei rapidamente os papéis há enfermeira que estava na recepção. Virei-me para ele e abracei-o fortemente. O seu cheiro a menta acalmou-me e relaxei imediatamente.
-Ainda bem que ficou tudo bem contigo. Não suportaria perder-te – falei ao seu ouvido.
-Se morreres, vou junto contigo. Por isso, não era a nossa hora. Ainda.
Estremeci levemente com as palavras que ele tinha dito. Não queria encarar aquela verdade, que também funcionava ao contrário. Não a queria encarar, mas era a verdade.
-Isabella Swan?
Afastei-me do abraço dele e encarei o médico que me tinha chamado. Tinha olhos azuis profundos e cabelos brancos já um pouco grisalhos.
-Sou eu – respondi.
-A sua irmã acaba de entrar na sala de operações.
-A Rosalie?
-Sim, exactamente, a Rosalie Swan.
-Obrigada, doutor – falei.
O médico sorriu brevemente, num sorriso triste. Com aquela atitude, não resisti a perguntar:
-Doutor, há alguma esperança de ela sobreviver?
O médico fitou-me com os seus olhos azuis profundo e sábios.
-Muito pouca. Mas como é uma pessoa saudável, é possível que consiga sobreviver. A cirurgia que está a ser feita é de extremo risco. Um passo em falso e pode correr tudo mal. Lamento imenso que as notícias não sejam animadoras, mas é a verdade.
As minhas pernas tremeram e se não fosse Edward a segurar-me, eu teria caído.
-Muito obrigada, senhor doutor – disse Edward por mim.
-Com licença.
-Vamos sentar-nos – disse Edward e levou-me para a sala de espera. – Jacob, trás um cobertor que está no nosso carro. A noite vai ser longa.
Jacob desapareceu e encostei-me ao ombro de Edward, tentando controlar o desejo de chorar. Como é que isto era possível ter acontecido? Nós éramos os melhores agentes do FBI e da CIA, isto não nos devia ter acontecido. Devíamos de ter sido fortes. Um erro como estes, não era suposto ter acontecido. Mas infelizmente aconteceu mesmo.
Fechei os olhos e deixei-me embalar pelo cansaço que me preenchia o corpo. Quando acordei, a luz do sol incidia sobre mim, encadeando-me quase imediatamente. Ao meu lado estava Edward, com a cabeça a pender para o lado (N/A: Edward quando a Bella está no hospital toda partida. Se não se lembram, revejam o Twilight). O seu rosto estava sereno, como se nada se estivesse a passar.
-Bom dia, Bella.
Olhei o lado e Embry sorriu levemente.
-Bom dia, Embry. Como está a Rose?
-Saiu da cirurgia a meio da noite. – respondeu ele. – Estavas a dormir tão bem, que decidimos não acordar-te.
Acenei com a cabeça, ainda um pouco ensonada. A informação do Embry estava a custar entrar no cérebro. Mesmo assim, decidi fazer mais um esforço:
-E a Vanessa e a Alice. Já saíram?
-Sim e foram para casa com a Nessie e o Jacob.
Acenei com a cabeça e olhei para a parede há minha frente. Era branca, sem vida. Tal como eu me sentia. Enquanto não visse Rosalie, não iria descansar, iria ficar como aquela parede: sem vida, porque tinha que ver que a minha irmã estava bem.
-Bom dia – falou Edward ao meu lado. – Dormiste bem?
-Sim, e tu? – falei.
-Também – respondeu ele.
-Talvez fosse melhor ires andando para Seattle, Bella – disse Embry ponderadamente.
-O quê? – perguntei furiosa. Como é que ele era capaz de me pedir isso?
-Sim, Bella. Tu devias de ir. Já estão todas lá. Eu fico cá com a nossa mãe.
-Não! – voltei a gritar. A ideia de me afastar dali era horrível, sentia-me presa, por Rosalie estar ali.
-Bella… - começou Edward.
-Não! – exclamei levantando-me e encarando-os. – Eu não saio daqui enquanto a Rosalie não sair! Ela é minha irmã!
-Bella, é o melhor.
-Não, não é! – discordei. – É o melhor para ti, não para mim. Já agora, sendo que és mais novo, tu é que devias de ir, não é?!
Embry enrijeceu automaticamente. Ele não gostava que falássemos da idade dele.
-Não estás a ser coerente – rosnou ele.
-E não tenho de estar! É a minha irmã que está ali! Tu nem te dás bem com ela! – argumentei.
-E que eu saiba tu também não! – gritou ele saltando da cadeira e quase atirando-se a mim. Apesar de ele ser uns vinte centímetros mais alto do que eu, e estar quase em cima de mim, eu não senti medo. Não tenho medo dele, mas meteu respeito.
-Ela é minha irmã.
-E também é minha – completou ele.
-Tu não fazes parte da família – rosnei furiosa. No segundo a seguir, arrependi-me de ter dito o que disse. Os seus olhos mostraram-se magoados, sentidos e começaram a lacrimejar.
-Não precisavas de ser cruel, Bella – disse Edward, segurando pelos ombros. – E está decidido. Tu vais para Seattle comigo. Este ambiente está a deixar-te fora de raciocínio.
Levou-me lá para fora, e encontrámos Emmett a beber um café bem negro, com o tempo nublado de Port Angels.
-Bom dia, Emmett – disse Edward. – Jasper trouxe o meu carro?
-Sim, trouxe. Está no parque. Queres a chave? – falou Emmett com uma voz completa inexpressiva, fitando o nada.
-Por favor.
Edward aproximou-se do irmão e este entregou-lhe as chaves. Não consegui resistir, e também me aproximando de Emmett, ajoelhando-me ao lado dele. Ele devia de estar a sofrer muito por causa da minha irmã.
-Ela vai ficar bem – menti. Acho que ele notou a minha incerteza, porque soltou um meio riso irónico.
-Obrigada pela ironia, Bella. Fizeste-me alargar os lábios neste momento.
Não me fitou, nem ao Edward. Emmett fitava o vazio. Não conseguia distinguir em que direcção se dirigia o seu olhar.
-A Rosalie é uma das melhores agentes do FBI: brilhante, linda, invejada, corajosa, inteligente e forte. Se ela aguentou outras, vai aguentar esta, de certeza – disse-lhe, tentando encorajá-lo.
-Será mesmo, Bella?
-Eu não te posso garantir nada, Emmett, mas uma coisa te posso garantir: ela só vai parar de lutar, quando a sua alma estiver a subir para os céus. Ela luta, e muito bem, Emmett, tenho a certeza que ela está neste momento a lutar, porque não te quer deixar.
-Obrigada pelas tuas palavras, Bella. Aliviaram um pouco a minha dor. Mas não a minha culpa – disse ele.
-Foi um acidente. Podia ter acontecido a qualquer um.
-Mas aconteceu a mim. E a ela.
-Está na hora de irmos, Bella – falou Edward.
-Ela vai recuperar, Emmett. Tenho um palpite que sim – finalizei a conversa. Levantei-me e segui Edward para o seu carro prata.
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