Perspectiva escrita por mamita


Capítulo 33
Bond, James Bond.


Notas iniciais do capítulo

Oi Ninas:
Espero que gostem de como Rose fez o convite. Vou deixá-las com o capítulo. Beijos :)



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PDV Rose

Fiquei estática quando vi Edward sentado do outro lado do refeitório. Ele não teria a coragem de fazer o que estou pensando, teria? Emmett me arrastou até nossa mesa e sussurrou em meu ouvido que eu me controlasse. Mas como me controlar? Se agora o leso do meu irmão iria colocar tudo a perder.

A humana entrou no refeitório com uma amiga, olhou para nossa mesa rapidamente para fazer sua contagem mental. Ela não olhava mais que três segundos, apenas contava se havia cinco pessoas como sempre. Mas hoje não, o idiota do meu irmão resolveu brincar com fogo. Não perco meu tempo com humanos, especialmente as que conspiram para destruir minha família, mesmo que de forma inocente. No entanto Alice parecia se importar e disse:

- Ela se decepcionou quando não viu Edward aqui. Será que ela...

- Não devaneia Alice. Deixa eu te lembrar uma coisinha. Da última vez que conferi, ela ainda era humana. Já ouviu falar de incompatibilidade de espécies? Emmett a cortou debochado.

Minha irmã se calou com aquele olhar de que sabia algo que ainda não podia ser revelado. Eu odiava esse olhar. Por uma noite perdi completamente o controle de meu corpo, minha vontade, minha vida. A noite de minha transformação. Depois disso não suporto a idéia de não poder controlar as coisas, então odeio esse olhar de Alice.

A humana continuava na fila com aquela cara de que comeu e não gostou quando a outra lhe mostrou Edward.  Meu irmão deu aquele risinho torto que Esme e Alice tanto falam e gesticulou com os dedos chamando-a para se sentar com ele. Ele realmente acha que isso é sexy? Alguém tem que melhorar o “It” dele.

- Ele quer dizer você? A menina que a acompanhava perguntou incrédula como eu.

Que diabos ele via naquela humana sem graça? Eu não entendia o fascínio que ela exercia sobre ele. Com sorte ela era esperta o suficiente para manter distância de meu irmãozinho. Esperei que ela negasse e reconhecesse que era impossível ele estar convidando-a para se sentar com ele. Mas a humana era difícil, ela mentiu dizendo que Edward precisava de ajuda em um trabalho na aula de biologia e foi se sentar com ele. Atirada!

Ela não se sentou, apenas se encostou na cadeira e o fitou. Ele no entanto continuava brincando com fogo e disse:

- Porque não fica comigo hoje?

Espero que esse “ficar” signifique sentar com ele na hora do almoço. E não a nova conotação que os humanos deram para a palavra, ou logo eles estariam se agarrando no meio do refeitório. Ela se sentou meio absorta, com certeza a atração predatória que exercíamos sobre humanos.

- Isso é diferente. Ela disse e eu não entendi se era ele convidá-la ou a sensação que ele exercia sobre ela.

- Bom. Eu conclui que, já que vou para o inferno, posso muito bem fazer o serviço completo. Ele disse nervoso.

INFERNO. Era isso que ele pensava ao nos expor, que ia para o inferno? Inferno é um lugar bom se comparado a sensação de dor e humilhação que a tortura provoca. Ele teria que encontrar uma palavra nova para descrever o que sentiria quando os Volturi matassem Esme na nossa frente, sob os olhos de Carlisle. Quem ele achava que era para brincar de ser humano na frente da escola inteira?

- Sabe que não faço idéia do que você quer dizer. Ela afirmou o olhando em desafio.

- Eu sei. Acho que seus amigos estão com raiva de mim por ter roubado você. Ele desconversou.

- Eles vão sobreviver. Ela disse sem olhar os amigos, a fingida estava colocando as manguinhas de fora.

- Mas é possível que eu não a devolva. Ele disse com os olhos alterados.

Então era isso? Ele ia seduzi-la e depois se alimentar dela? Mas porque na frente de todos? Será que ele não entendia como isso poderia nos prejudicar? Jasper disse num sussurro:

- Ele está dividido. O homem quer tê-la ao seu lado, se envolver romanticamente. O instinto quer seu sangue. Por isso num lugar público, para manter o instinto sob controle.

- Rose. Ele também tem o direito de amar. Sei que não é ortodoxo, mas pode ser que dê certo. Eu vi algo, algo que vocês ainda não são capazes de compreender. Alice o defendeu.

- Então, ele deveria transformá-la. Pode amá-la sem drenar todo seu sangue. Emmett como sempre foi prático.

Alice o fitou de forma estranha. Será que era isso? Ele ia transformá-la? Eu não podia permitir. Ninguém merece essa vida.

- Ninguém será transformado. Disse de forma severa para Emmett.

Alheios a nossa conversa, os dois continuavam na mesa em seu próprio mundo. Ela o inquiriu dobre o fato de ter se tornado amigável de repente. Mas ele disse apenas que estava desistindo de ser bom. Então a conversa foi parar nas teorias para o que havia acontecido no dia do acidente. E bem, ela me decepcionou. Depois de toda a frieza durante o acidente, eu cheguei a pensar que ela era alguém muito inteligente e fria. Mas suas teorias envolviam aranhas radioativas e criptonita.  Ele pegou a tampinha da garrafa de soda que ela bebia e passou a girá-la entre os dedos.

Antes do sinal bater Emmett me arrastou do refeitório em direção às aulas. Eu queria saber onde a conversa ia dar, já que eles não mostravam sinais de que sairiam dali tão cedo. Mas ele disse que Edward precisava de privacidade. E pronto eu já tinha minha deixa para arrematar com “chave de ouro” meu convite.

- Não me diga que está apoiando essa loucura Emmett McCarthy. Censurei meu marido.

- É uma insanidade amor, eu sei. Mas é a vida dele, temos que respeitar suas escolhas. Ele defendeu o apaixonado.

- Primeiro não estamos mais vivos. O que transforma isso em utopia, não insanidade. Segundo a escolha dele envolve a segurança de nossa família. Achei que me amasse, que se preocupasse comigo.

- Eu te amo. Você sabe disso minha “Cachinhos”.

- Ama é? Mas não se importa dos Volturi aparecerem para nos matar porque Edward está tentando bancar o adolescente humano se apaixonando pela primeira vez.

- Rosie... Ele tentou me alcançar, mas entrei na sala de aula.

Quando as aulas finalmente acabaram, Edward não estava em lugar nenhum. Alice havia dito que em sua aula de biologia haveria tipagem sanguínea e por isso ele mataria aula, mas que ele nos pegaria. Senti que ela sabia algo mais, mas não quis contar. Quando já havíamos desistido de esperara ele apareceu com um sorriso mateiro. Não comentei nada sobre a loucura que ele cometeu, não queria antecipar a batalha que sabia que teríamos um dia.

Emmett tentou me bajular quando cheguei em casa, mas não dei muito bola. Sem querer ele me deu mais um elemento para meu convite ficar bem crível. Quando ele desistiu de me perseguir pela casa, se sentou com Jasper para uma partida de Poker. Alice estava entretida com o novo softwear que Emmett desenvolveu para ela. Ele e Edward eram os que melhor operavam com essas coisas de computador. Ele havia criado um programa que montava virtualmente as criações dela, transformando dados em imagem.

Esme estava em seu ateliê, pelo que entendi ela iria colocar isolamento acústico em todos os cômodos da casa e fazer um revestimento interno de metal para as paredes de vidro (caso os humanos rondem nossa casa em dias de sol). E eu peguei a nova edição da “Car Style” para folhear. Estava lendo sobre os lançamentos da “Maserati” quando o som do piano começou a ecoar pela casa. Não notei nada extraordinário nisto, todos sabíamos que Edward era um excelente pianista. Até que Alice disse:

- Meu Deus! Ele voltou a compor.

Então um rebuliço se formou na sala. Emmett  começou a gozar com Alice por causa da reação dela. Dando pulinhos e batendo as mãos:

- Muito bem Fliper. Emmett disse e ela lhe mostrou a língua.

Esme saiu do ateliê e se dirigiu à sala, colocou-se em pé atrás de Edward e acarinhou seus ombros.

- É linda, querido. O que é?

- Não sei ainda. Mas acho que uma canção de ninar. Ando com a melodia remoendo meus pensamentos há dias.

Eu sabia bem o motivo de ser uma canção de ninar. Afinal de contas suas noites agora eram dedicadas a acompanhar o sono da humana. Pelo menos é o que eu suspeitava, e ele não desmentiu.

Os olhos de Esme se detiveram na tampinha de refrigerante que estava no apoio da partitura. Eu sabia de onde veio. Da garrafa que a humana bebeu hoje no almoço, no momento de paquera dele. Ela sorriu, retirou as mãos dos ombros e afagou seus cabelos, depois depositou um beijo demorado no topo da cabeça. Ele não parou de tocar, mas fechou os olhos, deliciado com o carinho de nossa mãe. Não sei se ele gostou mais do carinho ou do pensamento. Por que ela estava visivelmente feliz pelo fato dele estar enamorado, enfim.

- Tenho certeza que essa canção de ninar vai ficar linda, querido. Tudo que é inspirado por uma musa fica melhor.

Ela tocou na tampinha como se para explicar seu comentário. Então as notas ficaram mais sombrias, mas angustiantes. Esme colocou as mãos sobre as dele, fazendo-o para de tocar.

- Haverá um jeito de dar certo. O destino não pode ser tão cruel e lhe mostrar a felicidade atrás de uma parede de vidro. Lindo de ser ver, impossível de se ter.

- Não foi o que ele fez com você? Edward perguntou, certamente sobre seu filho morto.

- De certa forma. Tinha um marido violento, um bebê sem pai, morava de favor e tinha medo de ser pega em minha mentira. Jamais esquecerei meu bebê, eu o amo tanto mesmo depois de todas essas décadas. Mas ao pensar que havia perdido tudo, encontrei uma felicidade que jamais imaginei. Encontrei um amor para a eternidade e tenho cinco filhos maravilhosos. Nascerá uma luz das trevas, meu filho.

Musa inspiradora! Esme tinha cada uma. Como alguém tão sem graça pode ser musa de alguém? Edward não me quis, ele não quis a mim que sou tão linda. Foi quando senti a primeira pontada do ciúme. Não que eu tivesse qualquer desejo por ele. Para mim ele sempre foi como um irmão, só isso. Mas era difícil admitir que ele pudesse considerar alguém mais desejável e inspirador que eu. Eu sou linda, deslumbrante. Homens, vampiros, todos concordam. Como ele pôde se encantar com aquela humana e me considerar comum? Ele voltou a tocar, agora a “Preferida de Esme”, mas não resistiu e me deu um rabo de olho com sorriso debochado.

Levantei e em um átimo estava sobre ele. Esme nos separando com as mãos:

- Se contar vou te caçar, revirar cada pedra, cada grão e depois que te encontrar... Vou te fazer em pedacinhos e ver queimar cada um deles bem devagar.

- Rose. Chega. Esme me repreendeu.

Mas ele estava relaxado. Ele sabia que eu só estava fazendo aquilo porque a vergonha me esmagava. Como pude deixar que ele me pegasse em um momento tão vulnerável? Ele viu, ele sabe que estou com ciúmes. Ele viu esse meu pensamento bobo.

- O que foi?

Alice que estava emburrada com os comentários de Emmett saiu de sua imobilidade e com olhos curiosos perguntou:

- O que foi? O que ela pensou? Conta Ed, por favor.

Mas Esme a repreendeu:

- Alice! Não. Ele está sendo cavalheiro, não o incite para um briga. Rose já deixou bem claro que não quer que ninguém saiba. Respeite.

Fui até meu quarto e peguei tudo que havia arrumado para o convite. As passagens, as roupas, a reserva do hotel, as fichas do cassino que mandei fazer. Alice entrou afobada e me olhou inquirindo. Peguei o celular e mandei um sms, não queria que Emmett ouvisse nossa conversa:

- Ñ vou contar. Nem ínsita.

- td bem. Vai adiantar o convite?

- sim. Vai me ajudar msm?

- Claro J.

- To saindo. Conta 3 hrs e encena. Vou pegar o Vanquish antigo no depósito em Nevada. Vc confirmou se já chegou?

- Ok, td certo. Boa Sorte.

Desci as escadas reavivando meu lado dramático. Sorri mentalmente e pedi a Edward para não estragara tudo. Eu também tenho direito a momentos românticos e os meus são bem menos perigosos.

- Aonde vai? Esme quis saber.

- Espairecer um pouco, meu dia está sendo péssimo. Respondi.

Emmett se levantou para me acompanhar, mas eu o impedi:

- Vá apoiar as escolhas de Edward. Em parte minha irritação era verdadeira. Apoiar Edward era um loucura.

PDV Alice

Parece que Emmett já estava acostumado a lidar com a irritabilidade de Rose. Por que ele lhe deu o espaço que ela pedia. Apenas me olhou e perguntou:

- Para onde ela vai?

- Para o shopping em Seattle. Chegará lá ao anoitecer, vai levar o carro de Carlisle, é o mais escuro. Menti descaradamente, a essa hora Rose já havia embarcado.

- Carlisle não usou o carro hoje? Jasper perguntou.

- Não. Ele teve um imprevisto e veio em casa enquanto estávamos na escola. Então Esme o levou em seu carro porque ia encomendar algumas coisas para a reforma. Estou certa? Perguntei fingindo que não tinha certeza do que havia dito.

Ela me sorriu benevolente e depois de acariciar meus cabelos disse:

- Como sempre querida. E tenho que buscá-lo. Depois vamos à Portland pegar a encomenda que fiz ao marceneiro. Vou colocar os tacos mais antigos de Emmett em uma moldura. Meu pequeno “reclamão” disse que não se vê representado nas paredes dessa casa.

- Pequeno é bondade de sua parte Esme. Parece impossível, mas ele está cada vez maior. Juro que o último urso que ele caçou era menor que ele. Edward protestou.

- Vê se não deixa aquele um ficar de saliência com a senhora. Se ele quiser para em um hotel diga que não. Que é uma mãe de família e tem filhos para cuidar.

Esme beijou as bochechas de Emmett com carinho e sorriu. Depois quando já havia alcançado a porta disse:

- Na verdade querido fui eu quem reservou o quarto de hotel. Estou indo surpreender Carlisle. Ele não fica de saliência sem motivos. E eu adoro dar motivos a ele.

Eu, Edward e Jasper gargalhamos da expressão de espanto de Emmett. Ele levava mesmo a sério essa coisa de proteger sua preciosa “mamãe”. Vi que Rose precisava de mais meia hora para que Emmett não a alcançasse antes de Vegas. Disfarcei, pisquei para Edward e comecei a fingir que estava incomodada. Quando vi que Rose ia conseguir seguir nosso timing. Fiquei catatônica e disse com os olhos apavorados:

- Rose.

Emmett estava ao meu lado antes que eu pudesse continuar a falar.

- O que foi Alice? Os Volturi? Meu Deus! Bem que ela disse isso hoje.

- Não, humanos. Ela não pode reagir porque eles estão com ela no shopping. Acho que eles querem dinheiro. Estão levando ela para o caixa eletrônico.

- Devia ter insistido em ir com ela. Mas ela estava meio irritada, achei melhor deixar a poeira baixar. Ela sempre briga com Edward. Para onde devo ir Alice.

- Vamos todos. Jasper me ajudou na encenação.

- Edward fica para avisar a Esme e Carlisle. Disse.

Mas pensei:

- Vamos conosco. Não quero que ele se descontrole e estrague tudo. Preciso saber o que ele está pensando.

- Vou com você. Ligamos para eles se não conseguirmos resolver logo. Edward resolveu ajudar, no fundo ele também gostava de Rose. E ainda mais de seu irmão gigante.

Depois que fiz minha encenação em uma perseguição por Seattle disse a Emmett que os homens ficaram admirados por sua beleza e resolveram levá-la ao chefe deles que estava em Las Vegas. A todo tempo ele perguntava:

- Porque ela não reage? Não faz nada?

E eu respondia:

- Eles estão sempre na presença de humanos. Era minha desculpa.

- Como eles a levaram para o aeroporto na presença de humanos?

- Em um táxi. Inventei o melhor que pude.

Só esperava que Rose compensasse o sofrimento de meu pobre irmão e ele esquecesse que eu ajudei nessa armação toda. O Colocamos no primeiro vôo para Las Vegas e eu lhe disse que ela estaria no MGM. Que provavelmente ao ficar a sós com o tal mafioso em um quarto do hotel ela iria reagir. Que já deveria estar a salvo quando ele chegasse. Que ficaríamos para seguir o rastro dos outros bandidos do grupo e impedir novos seqüestros e para acalmar Esme. Ele embarcou completamente inocente.

PDV Rose

O tempo demorava a passar e eu estava no porta malas de um Vanquish. O primeiro Vanquish que Alice deu a Edward como presente de aniversário. O carro emblemático do agente secreto mais cobiçado de todos os tempos. Mandei buscá-lo em um de nossos depósitos assim que meu plano se materializou em minha mente. Tomara que Emmett entenda o espírito da coisa e me perdoe pelos momentos de tensão que fiz com que ele passasse.

Se tudo desse certo ele viria direto para o MGM, seguiria meu cheiro até o quarto 2029 e ao ver a chave do carro viria me procurar no estacionamento. Estava repassando os próximos passos, quando senti seu cheiro. Pronto, era minha deixa. Passei a gritar com a boca amordaçada. Ele abriu o porta-malas sem cerimônia e com o semblante inquisidor me retirou de lá. Antes que ele me perguntasse porque tinha ficado amarrada e amordaçada, mesmo sabendo que poderia facilmente romper as coradas, respirei fundo e tentei não pensar em como seria ridícula a cena que eu faria.

Assim que ele me soltou deu um pulo para trás e perguntei:

- Quem é você?

- Como?

- Quem o mandou? Para quem trabalha? Impossível que ele ainda não tivesse entendido a brincadeira.

- Rose...

Sabia depois de anos de convivência que ele diria: “Rose, sinceramente...”. Então me antecipei.

- Se sabe meu nome de guerra então deve ter sido mandado pela agência. Qual a senha?

Era minha última tentativa, se ele não colaborasse teria que por um fim na brincadeira. E ele parecia furioso por ter percebido que eu o fiz amargar horas de vôo e apreensão por um convite bobo para um baile estudantil. Eu sorri, joguei meu melhor charme para ele. Enfim ele pareceu ceder. Como se ponderasse que a diversão valia o sofrimento. Se aproximou de mim, enlaçou minha cintura e sussurrou:

- “Cachinhos Dourados”.

Então rapidamente desloquei meu quadril para o lado e agachei saindo de seu aperto. Fiquei atrás dele e desci minhas mãos por seu abdômen até o quadril.

- Procurando algo? Ele entrou no jogo.

- Armas. Respondi.

- Não deveria ser eu o preocupado com aramas aqui? Afinal, isso pode ser uma armadilha. Quando há uma inocente donzela a ser resgatada sempre é uma armadilha.

Então ele se virou e com passos fortes me conduziu até a parede mais próxima, encostando-me contra ela. Subiu as mãos desde as panturrilhas até o inicio das coxas, depois ergueu minha perna direita e enganchou nele e sem nenhum pudor passou as mãos na parte interna de minhas coxas. Desci a perna com agilidade passei minhas mãos sobre suas costas até os bolsos de trás das roupas. Depois coloquei minha perna esquerda entre as suas e a pressionei desde o tornozelo até os joelhos.

- Desarmado? Ele perguntou.

Arregalei os olhos quando senti sua virilidade contra minha barriga.

- Isso não é uma arma. Posso garantir. Mas jamais negou fogo.

Virei seu corpo invertendo nossas posições. Agora era ele quem estava contra a parede. No entanto era eu quem já estava subindo pelas paredes. Mas não podia me dar ao luxo de estragar a noite transando com ele logo no primeiro momento. Por isso antes que ele me beijasse disse:

- Agente Rose Cullen.

- Bond. James Bond. Ele respondeu de forma completamente sensual e entregue à brincadeira.

- Eles estavam com as fichas do Bellagio, foram para lá. Parece que vão usar uma partida reservada de Poker para camuflar a negociação. Acho que ainda não conhecem seu rosto. Se se infiltrar pode recuperar os dados. Disse meu texto sem pestanejar.

- Vou me disfarçar. Me encontre no bar do Bellagio em uma hora. Serei a mulher de vermelho. Ah! A agente Brandon disse que encontraria o que precisa no carro. Aliás, adorei o carro. Adoro homens que sabem escolher uma máquina.

Corri para o quarto, não queria que ele me acompanhasse. Liguei para Alice contando que tudo deu certo e que possivelmente ele não ficaria chateado. Coloquei o vestido, a peruca, os sapatos, os brincos. Liguei para o Bellagio confirmando a reserva do quarto e confirmando a liberação do cofre por duas horas. Ainda bem que temos muito dinheiro. Foi difícil conseguir convencê-los a permitir que duas pessoas passassem duas horas em um de seus cofres mais seguros. Esperei a hora certa e desci, peguei um táxi e cheguei ao Bellagio. Emmett estava lindo com seu smoking de corte italiano, pena que em algumas horas ele estaria destruído por minhas unhas e dentes. Fiz que não o conhecia no bar e me aproximei, mantive minha pose de agente e o deixei a par da sala onde o “Jogo criminoso” estava acontecendo. Na verdade paguei uma partida com os melhores jogadores da cidade, dizendo a eles que se tratava de uma fantasia de um cliente meu.

Emmett também estava impecável em seu papel. Fingi que me infiltrei na sala como garçonete para ajudá-lo. Passei o tempo inteiro provocando, alisando suas costas, passando a mão em suas pernas. O jogo foi difícil, mas ele venceu. Jasper iria ouvir a narrativa daquela noite por uma eternidade. Paguei a um funcionário para se fingir de gangster vencido e com certa relutância lhe entregar um código. O código do cofre.

Fomos conduzidos pro um funcionário até o terceiro subsolo e enfim entramos nos cofre. Havia uma mala com um segredo codificado eletronicamente. Ele foi diretamente na mala, mas eu impedi sua mão de tocá-la.

- Se colocarmos o código errado ela explodirá. Dramatizei

- Qual é o código? Ele perguntou ansioso, já querendo chegar aos finalmente.

- Foi por isso que fui mandada. Sou do QG de inteligência. Sorri provocando-o.

- Ainda sou do método mais antigo. Ele disse já sem paciência.

- Vai atirar na mala? Os tiros vão ricochetear e nos matar. Esse cofre é projetado para não absorver os impactos.

- Tudo bem, apenas seja rápida.

Fingi trabalhar na resolução do código por dez minutos, depois não aguentei mais. Abri logo a mala. Ele pegou uma ficha do MGM nas mãos e abriu o envelope que estava junto com ela. Lá estava o convite do Baile dos alunos da Escola Secundária de Forks.

- O que há em Forks? Aliás, que lugar é esse? Perguntei com minha melhor cara de atriz.

- Não sei. Mas espero que seja mandada para essa missão também. Ele disse e guardou a ficha no bolso da calça.

- Eu também. Mas antes de partir. Uma coisa que quero fazer desde que lhe vi naquele estacionamento.

Dizendo isso, deixei toda a excitação que me consumiu desde o momento que ele entrou no clima da brincadeira assumir e o beijei com paixão. Já havia feito amor com Emmett em vários lugares, mas num cofre era a primeira vez. Ele estava ardentemente impossível. Foi um dos sexos mais tórridos que tivemos. Consegui arrastá-lo até o quarto depois de muita insistência. Logo amanheceria e não poderíamos passar pelo Lobby do Hotel. No quarto continuamos a maratona por mais um dia inteiro. Suas mãos estavam em todos os lugares, seus lábios sugavam avidamente minha pele, seu sexo invadia com perícia o meu no conduzindo a uma dança compassada. Então a noite chegou, deixamos o Vanquish no depósito de Nevada para ser levado para o de Chicago. E pegamos um vôo de volta para a realidade.

Assim que entramos em casa Emmett pegou Alice em um abraço esmagador:

- Devia te matar pelo susto que me pregou. Mas vou deixar passar, porque valeu a pena.

- Valeu a pena para mim também. Jasper sorriu para a esposa.

- O que aconteceu? Perguntei.

- Segundo Alice daqui a alguns anos Bond será loiro e perderá o par romântico afogada numa cabine de elevador. Então ela “naufragou uma cabine de elevador” num ponto do Sol Duc mais acima e obrigou o pobrezinho a resgatá-la. Em troca houve saliência e um convite. Edward respondeu sem retirar os olhos do livro que lia.

- É verdade. Você verão.

- Vamos? Edward perguntou a meu marido.

- Para? Emmett perguntou confuso.

- Meu Deus! Deixou o cérebro lá? Ursos. Great Rocks Wilderness, Rainier. Lembra? Meu irmão sorriu quando Emmett bateu com a mão na testa ao se lembrar.

- Sim. Dias de sol. Caçada. Ursos. Clube do bolinha. Disse imitando a flexão de Edward ao falar.

Ele subiu para trocar de roupa quando Carlisle chegou do plantão e sentou ao lado de Esme mimando-a com dengos. Voltou pouco depois com uma blusa que havia lhe dado de presente e uma caixa na mão.

- Como isso foi para em nosso quarto?

- Um agente jamais revela seu segredo. Disse de forma provocativa.

- Procurem um quarto. Alice protestou.

Ele saiu deixando a caixa no sofá. Carlisle, curioso como só a abriu, retirou a ficha do MGM de dentro e leu o bilhete em voz alta:

- Serei a mulher de vermelho.


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Notas finais do capítulo

Fiquei dividida entre seguir o enredo do livro ou do filme. Como siu uma tracinha de biblioteca fiquei com o primeiro.
Então gostaram? Por favor deixem suas impressões. No próximo capítulo, como ela vai lidar com o namoro do irmão e com a noite do salvamento em Portland.