Luce escrita por carlyluna


Capítulo 1
Embaixo da cama


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu espero que gostem!!! Tomara que tenha tantos comentários como a minha outra fic: Relatos de uma repóter chamada alice.
Achei legal escrever um terror... assim que comecei a escrever eu já estava muito amiga da Luce, e eu já me apeguei muito a ela.
Espero que vocês também gostem...



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Bem, a história que eu vou contar hoje não é nada feliz.

Eu vou contar a história de uma garotinha de nove anos, que tinha medo de monstros.

Seu nome é Lucinda Benteville, mas todos a conhecem por Luce.

Ela mora em uma cidade (a qual não é importante citar o nome nesta história) com sua mãe, Linda, seu irmão mais velho, Pedro e seu pai, Paulo.

Ela é uma garota muito meiga e delicada, de olhos azuis e cabelo loiro. Eles se mudaram para aquela casa faz um ano, e Luce até hoje não se acostumou com seu quarto.

Ele é bege claro com uma cama de solteiro no canto. Grandes janelas ficam na parede oeste e há um grande guarda-roupa embutido na parede. Desde quando ela entrou no quarto ela não gostou do guarda-roupa, ela o achou muito sinistro e misterioso.

- Mamãe – ela disse no primeiro dia em que pôs os pés no quarto – posso trocar de quarto com você ou com Pedro?

- Porque meu anjo?

- Porque o guarda-roupa do meu quarto é muito sinistro.

- Luce – sua mãe a repreendeu – o que eu já te disse?

- Você disse... – ela pôs o dedo indicador sobre a boca para pensar – Você disse que não existe essa história de monstros.

Por mais que Luce não quisesse acreditar na mãe, ela teve de concordar para não parecer uma criancinha com medo de um guarda-roupa.

Enfim, já deu para ter uma idéia de que nossa pequena Lucinda já tinha um pequeno sentido sobrenatural... Mas vamos direto para a história.

Tudo começou a realmente mudar quando a mãe e o pai haviam saído e seu irmão estava tomando conta dela. Ela adorava o Pedro, mas o problema é que ele tinha uma namorada agora e ele deixou de dar atenção para ela.

- Querida – seu pai dissera – eu e sua mãe não vamos demorar, ok? Obedeça a seu irmão.

- Sim papai – ele sorriu, não porque ela era uma garota rara que sempre obedece a tudo o que os pais falam, mas ela riu por causa da roupa que ele estava vestindo.

Ele vestia um smoking, uma roupa elegante e cara, mas quando você é uma garota nove anos que tem uma imaginação mega fértil, é de se imaginar que você imaginaria seu próprio pai vestido de pingüim.

- Se comporte – sua mãe disse ao dar um beijo em sua testa – eu quero que vá dormir às nove horas.

- Não pode ser dez horas?

- Nove.

- Nove e meia?

- Está bem, mas não passe disso.

Luce sorriu e olhou a mãe se afastar com o pai descendo a rua. Sua mãe nunca esteve tão elegante!

Trajava um vestido fino verde escuro e sandálias de salto pretas. Seu volumoso e brilhante cabelo loiro estava preso em um elegante coque no alto da cabeça. Enfim, sua mãe se parecia com uma princesa, ao contrario do pai, que se parecia com um imenso pingüim.

Então ela entrou em casa seguida por Pedro. Luce se sentou no sofá e começou a ver TV. Estava passando o filme Encantada no Disney Channel, então ela ficou assistindo.

- Luce – Pedro a chamou – você irá ficar assistindo este filme enquanto o papai e a mamãe estão fora?

- Sim – ela respondeu – por quê?

- Bem – ele fitou o chão de madeira – a Celine me chamou para ir na casa dela hoje...

- E você achou que eu poderia ficar sozinha aqui esta noite para você poder ir à casa da Celine?

- Bem... – ele demorou a responder – sim.

- Pode ir ver sua namorada Pedro. Eu ficarei bem.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Promete não contar nada aos nossos pais?

- Prometo com uma condição.

- Qual? – ele ergueu as sobrancelhas, desconfiado.

- Eu não conto se você sair daqui em um minuto para mim voltar a ver o filme em paz, e se você trouxer para mim um sorvete de morango.

- Onde a senhorita acha que eu vou achar uma sorveteria aberta a essa hora da noite?

- Se vira... – ela sorriu.

Ele abriu a porta e saiu noite adentro.

Celine morava a duas quadras da casa deles, então sempre que dava, Pedro dava uma fugidinha para lá.

- Garotos... – Luce murmurou para si mesma – quando eu for mais velha eu não vou me apaixonar.

Passado algum tempo, o filme já estava na parte em que a bruxa se transforma em dragão no baile. Foi quando ela decidiu ir tomar banho. O irmão estava demorando a chegar e seu pai também então só restou uma alternativa: banho.

Luce desligou a televisão e subiu bem lentamente as escadas. Ela abriu a porta do seu guarda-roupa e pegou seu pijama favorito do Mickey e foi até o banheiro que ela tinha que dividir com Pedro.

Ela ligou o rádio à prova d’água que tinha no chuveiro e o ligou na Jovem Pan. Estava tocando a música Please be mine dos Jonas Brothers. Jonas era a banda favorita de Luce, e o integrante que ela mais gostava era o Nick. Luce começou a cantar acompanhada da voz no Nick e logo ela terminou o banho.

Já passava das nove e meia e Luce ainda não havia ido para a cama como prometera à sua mãe. Então como o coração de uma criança é bem pequeno e não consegue suportar o peso de culpa por desobedecer, ela foi se deitar.

O quarto estava escuro e ela não conseguiu dormir. Foi quando ela ouviu um barulho vindo de debaixo de sua cama. Era um som estranho, diferente de coisas que ela já ouvira, porém, igual a um rosnado. Era mais forte que um rugido do mais perigoso leão, mas também era mais agudo que o assobio de um pássaro. Luce não conseguia ver nada, mas também não tinha coragem de ir até o interruptor acender a luz. Então ela ficou debaixo de sua coberta, esperando que o que fosse decidisse ir embora.

Então ela sentiu como se alguém estivesse puxando aos poucos a coberta que cobria seu corpo. Então ela sentiu algo apertar seu tornozelo com muita força. Era como uma mão, mas as unhas estavam bem afiadas como garras. Luce deu o grito mais forte que sua garganta agüentou e começou a chorar.

Foi então que a luz acendeu e ela sentiu mãos em seus ombros sacudindo-a.

- Luce! – uma voz disse – Luce sou eu! Abra os olhos Lucinda!

Relutante ela abriu os olhos e viu os olhos azuis mais bonitos do mundo a fitando com urgência.

- Pedro! – ela abraçou o irmão com força. – Tive tanto medo! Tem algo no quarto!

- Luce – ele disse pacientemente – neste quarto só estamos nós.

- Mas eu senti algo puxando o cobertor – ela se encolheu nos protetores braços do irmão.

- Luce, eu acabei de chegar e ouvi você gritar. Então subi até aqui e você estava batendo no ar. Foi um pesadelo Luce.

- Como eu posso ter um pesadelo se eu nem cheguei a dormir?

O irmão a olhou preocupado.

- Eu não sei Luce, mas não tem nada.

Então Luce se lembrou no forte aperto em se tornozelo. Ela se afastou rapidamente de Pedro e fitou o tornozelo direto. Lá havia uma marca bem vermelha, quase em um tom vinho, e sangrava onde as garras a haviam perfurado.

- Onde você se machucou desse jeito? – Pedro perguntou.

- Não fui eu Pedro! – ela aumentou a voz – Algo apertou meu tornozelo!

- Luce – ele se levantou indo até a gaveta do banheiro onde a mãe guardava uma caixinha de primeiros socorros – já chega. Eu não quero que invente mais essas coisas e nem quero que você se machuque para tentar provar que era real, porque não era.

Ele começou a limpar o ferimento e pôs uma atadura. Luce não acreditava naquilo. Pedro não acreditava nela, ele não acreditava que não fora ela que havia feito aquilo. Mas como ela iria provar?

- Pedro – ela murmurou.

- Luce – ele a interrompeu – entenda, é para o seu bem, eu não quero que faca uma coisa dessas de novo, entendeu?

- Mas...

Ele não esperou que ela terminasse de falar. Ele pegou a caixa de primeiros socorros e foi até o banheiro guardá-la. Ele voltou ao quarto e apagou a luz.

- Boa noite Luce. – ele disse e se virou fechando a porta.

Sozinha no quarto, Luce se pôs a pensar. Ela tinha de arrumar um jeito de provar a Pedro. Ela tinha de descobrir o que era que só ela via. Ela tinha que descobrir o que estava em baixo da sua cama. Mas como poderia uma garotinha de nove anos enfrentar o próprio medo? Passados alguns minutos ela fechou os olhos e mergulhou em um sono profundo.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom? Bem, o que será que irá acontecer no próximo capítulo???
Luce irá conseguir fazer com que Pedro visse? O que será que puxou seu cobertor e machucou seu tornozelo?
Continuem lendo, deixem rewiews e recomendem!!!
Beijinhos da autora!