Olor escrita por Nara


Capítulo 7
Quinto Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas! Como estão?
Em homenagem à estréia de Amanhecer nas telonas, trago mais um capítulo (depois de muito tempo, por sinal) para vocês.
Mais uma vez, desculpem a demora. Enjoy!



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Capítulo 5

Olor havia nascido para vencer. Ela já havia conquistado inúmeros homens durante sua existência. Entrava em uma briga para sair vitoriosa e se por um acaso percebesse que não tinha chances – o que era muito pouco provável –, usava todas as suas armas para se sair bem sucedida. O único problema agora era que ao utilizar as táticas que estava usando em Edward – seu encanto – a própria tinha medo me se envolver por aquele belo ser que tanto a cativava.

Edward tinha um charme que Olor nunca tinha visto em toda a sua existência. Sua essência era inebriante, cativante. Verdadeiramente um homem. Homem esse que a estava deixando balançada.

Por esse motivo, e também porque não podia fraquejar em sua encenação, interrompeu o beijo, um pouco sem fôlego.

Olor olhou para baixo como se não conseguisse o encarar. Edward, por sua vez, encarou aquela atitude como se Olor estivesse arrependida e ele tivesse tomado decisões precipitadas. Chutava-se internamente por ter sido tão grosseiro com uma dama como ela.

“Cisne, eu... Eu imploro que me perdoe. Eu não deveria ter feito isso. Não sei o que lhe dizer. Estou muito envergonhado...” Tratou logo de pedir desculpas.

Com a já habitual falsidade, encenando muito bem, Olor prosseguiu.

“Não, Edward. A culpa não foi sua, foi minha. Eu não devia ter me prestado a isso... Eu não estava pensando direito... Eu... Eu sin...to...” Novamente estavam se aproximando, tornando difícil a fala.

Logo seus corpos estavam tão próximos que a química que emanava dos dois era demasiadamente intensa, não podendo mais ser ignorada. Edward passou as costas de uma de suas mãos pela face de Olor e a outra levou até a silhueta da moça.

“Eu sei que estou sendo grosseiro, que não estou lhe dando o devido respeito. Sei que isso não deveria estar acontecendo, pois de certo modo é errado, mas eu não posso evitar. Para mim, parece tão certo.” Utilizando a mão que estava pousada na cintura dela, Edward puxou-a de encontro a seu corpo.

Ainda que estivesse dentro de uma encenação, Olor não pôde deixar de arfar com aquele movimento. Nunca havia estado com nenhum homem como aquele que agora a tinha nos braços. Tanta masculinidade, mas andando de mãos dadas com um incomparável cavalheirismo. Não podia resistir.

Sua sorte é que tinha Edward em suas mãos. Podia se aproveitar um pouquinho mais, então. Já que não estava sendo uma boa moça, poderia então fazer direito.

Olhou para baixo e logo subiu seu olhar, novamente de encontro ao de Edward. Fez a sua melhor expressão sedutora. Passou suas mãos espalmadas pelo peitoral dele e mordeu seu lábio inferior, fazendo com que Edward chegasse à beira da loucura.

“Eu também acho que isso é mais do que certo”, sussurrou.

Foi o bastante para que Edward se deixasse levar pelo encanto daquela pequena misteriosa. Colou ainda mais seus corpos – como se quisesse acoplá-los – e tomou novamente seus lábios em um beijo intenso.

Encantar não era nenhum problema para Olor. Se quisesse, ela podia agora mesmo usar e abusar de Edward sem ele ao menos perceber, e ainda deixá-lo pensar que estava tirando alguma vantagem. Em contrapartida, Edward sabia levar uma mulher à insanidade com apenas alguns toques e fazê-las pedir por mais. Era isso que enfraquecia a mentira da cigana e fazia com que ela não resistisse ao charme dele.

Edward a queria tanto quanto ela o queria. Logo, ele a teria de uma forma ou de outra.

Tão absortos naquele beijo – que já estava se tornando mais do que apenas beijo – nem se deram conta de uma presença no corredor, que observava a cena de boca aberta.

Tão rápido quanto chegou, Rosalie se foi sem fazer alarde. Desceu as escadas correndo em sua velocidade vampírica e passou pela sala transtornada. Ela nem sequer atendeu ao chamado de seu marido, que estava preocupado com ela. Só parou quando alcançou a varanda.

Olhando o horizonte, lembrou-se de todos os momentos que havia passado ao lado de seu irmão. Seu primeiro irmão. A forma como ele, juntamente com seu pai e Esme, a acolheram. Como formaram uma família verdadeira – e não só de aparência – quando ela mais precisou. Lembrou-se também das brigas e discussões, que apesar de tudo, eram inevitáveis entre dois irmãos. Às vezes em que os dois se divertiam juntos, seja arrumando carros ou simplesmente assistindo televisão. A gratidão que sentia por seu irmão, por ele ser o único que sabia de todos os seus segredos – pelo fato de poder ler sua mente – e ainda assim, nunca lhe julgar. Muito pelo contrário – até lhe dar conselhos.

Como Edward, um homem tão inteligente, podia estar sendo enganado por uma mulher tão misteriosa quanto Olor, uma desconhecida?, era a pergunta que Rosalie fazia a si mesma. Certo que aquela mulher era extremante cativante, mas ainda assim, será mesmo que Edward iria se deixar levar somente por um par de pernas bonitas?

O que Rosalie não levava em consideração era que Edward era homem. Para ela seria muito mais fácil enxergar que Olor realmente era uma mentirosa do que para ele, que estava ‘encantado’.

Jasper chegou à surdina e parou ao lado de Rosalie.

“Você também está preocupada, não é?” Perguntou, olhando na mesma direção que Rosalie.

Rosalie deu uma risadinha cínica que já lhe era habitual. “Pensei que todos os homens da família estivessem encantados pela misteriosa herdeira da residência”, debochou

“Não tire conclusões precipitadas.” Ele riu. “Ao que me parece, Edward é o único que não está com um pé atrás, apesar de que Carlisle e Esme a estão defendendo bastante.”

“Hum... Não estar com um pé atrás chega a ser um eufemismo...”

“O que quer dizer com isso? Não me diga que Edward já está ainda mais caído na dela?”

Rosalie ergueu uma sobrancelha. “Eu notei que ela não é nada burra. Por que Esme e Carlisle? Porque ela sabe que se eles disserem que algo é A, nós não poderemos dizer que é B. E por que Edward? Primeiro, ela não quer criar guerra. Poderia ter sido você ou Emmett, ou até mesmo Carlisle, mas não, com Edward seria mais fácil”, deduziu brilhantemente.

“Você quer dizer que... talvez essa mulher possa ser uma golpista?” Jasper indagou, ingênuo.

“Não, golpista não. Tenho certeza de que ela sabe que não somos uma família normal. Essa garota quer mais, muito mais. Não percebeu como ela é esquisita?”

“Para falar a verdade, sim, eu percebi desde que botei os olhos nela. Tenho que te falar, eu tenho certeza que ela não é uma humana normal. Estou disposto a descobrir o que essa estranha é. Precisamos livrar nossa família disso. E se é tão grave quanto parece ser, tem que ser logo.”


Edward estava perdendo a noção do tempo e do espaço. A única coisa que conseguia pensar era em ter sua Cisne. Já a mente de Olor, corria a mil.

“Vem cá”, conseguiu dizer em meio ao beijo e a falta de ar.

Puxando a mão de Edward, conseguiu arrastá-lo para o canto do quarto onde havia a passagem para o subterrâneo. Os dois desceram as escadas, apressados. Logo estavam em frente àquela porta, que há pouco causava curiosidade a Edward. As luzes das tochas já tinham se apagado, mas a escuridão não causava incomodo algum a nenhum dos dois.

Rapidamente, muito afobados, passaram pela porta e Edward a fechou atrás de si. Logo prensou Olor nela e tomou seus lábios.

Que homem, pensava Olor.

“Edward, talvez... talvez nós estejamos indo rápido demais...” Olor ofegou.

Edward congelou. Quebrou o beijo e passou a olhá-la com os olhos arregalados.

Na realidade, sim, eles estavam indo mais do que rápido, mas, naquele momento, aquilo era tudo o que Edward mais queria. Como poderia abrir mão disso agora, sendo ele o homem que era?

Mas se pensasse bem, valeria muito mais a pena ser cavalheiro do que ser um louco ninfomaníaco como estava sendo.

Ele descolou seus corpos e respirou fundo.

“Sim, talvez você esteja certa...” Fez uma expressão decepcionada e triste.

Claro, ele caiu como um patinho. “Edward, não fique triste, é só que... Bem, eu não quero que aconteça dessa maneira. Eu sei que sou uma boba, mas eu... eu sou tão romântica. Você deve estar me achando uma idiota”, mentiu descaradamente.

“Não, é claro que eu não te acho uma idiota. Muito pelo contrário, você está certíssima. Você acaba de entrar em minha vida, mas já é tão importante. Não quero tratá-la como qualquer uma. Você é especial, portanto, terá que ser especial.” Deu-lhe um selinho tão delicado nos lábios que, se Olor não fosse quem ela era, ela estaria derretendo agora mesmo.

“Desculpe-me, mais uma vez”, Edward pediu. Olor então tomou seu rosto entre suas mãos e o fez olhar em seus olhos.

“Eu já disse para você parar de se culpar. Bem, nenhum de nós dois estava pensando direito, foi apenas um impulso, mas não há problema nenhum, afinal de contas, nós conseguimos nos controlar. Ninguém tem culpa, certo?” Falou tudo isso olhando nos olhos de Edward.

O melhor mentiroso é aquele que olha em seus olhos.

“Você é tão doce, tão meiga. Prometa que nunca mais sairá de minha vida.” Edward abraçou-a

“Eu seria incapaz de fazer uma coisa dessas, querido. Você já é tão importante para mim.”

“Você é verdadeiramente um anjo que caiu do céu. Temo por não ser merecedor de sua presença.”

“Eu é que não sou merecedora de uma pessoa tão maravilhosa quanto você... Meu amor.” Sorriu de forma extremamente carinhosa.

Com aquelas palavras, Edward sentiu que seu coração havia voltado a bater.

“Vamos arrumar minhas coisas antes que a gente se perca no tempo”, esquivou-se.

Edward não queria soltar Olor de seus braços, mas não havia nada que pudesse fazer. Deixou-a passar.

“Querido, você tem algo com que possamos acender as tochas? Está meio escuro...” ...para um humano. Completou mentalmente.

“Claro”, Edward afirmou, já pegando um isqueiro de seu bolso. Rapidamente acendeu as tochas e iluminou o local.

Ali havia diversos objetos de imensa importância. Começaria a retirar seus pertences por ali.

“Edward, onde eu posso colocar os objetos?”

“Bem, devia ter pegado algumas caixas. Importa-se de ficar sozinha por alguns minutinhos?”

“De forma alguma, querido”

“Já volto.” E andou em direção à estreita escadaria.

Quando Olor ficou sozinha no cômodo, dirigiu-se imediatamente a sua mesinha, que há muito não era usada. Pegou sua bolsa e seus escritos. Segurou-os como se fossem a ultima coisa que lhe restara. De certa forma, ali continham as memórias das únicas coisas que realmente lhe importou.


Edward dirigia-se à garagem onde havia algumas caixas que haviam restado da mudança. Pegou algumas delas e rumou novamente para seu quarto. No caminho, deu de cara com Rosalie que o olhava com uma expressão não muito agradável.

“E então... onde está sua Cisne?” Perguntou com desdém.

Edward não gostou nada daquele tom. “Minha Cisne está arrumando suas coisas lá em cima, por quê, quer fazer amizade?” Perguntou em contra partida.

Rosalie soltou uma risada carregada de deboche. “Eu? Fazer amizade com a ‘sua’ Cisne? Por que eu iria querer isso?” Riu novamente.

Edward estava ficando possesso com aquela situação. Em sua mente, não compreendia como Rosalie, por mais antipática que fosse, não havia se encantado por uma pessoa tão doce e meiga como Olor.

“Permita-me fazer uma pergunta...”, começou. “Por um acaso você sabe se sua bela Cisne tem a mais remota ideia do que nós somos de verdade?” Perguntou cinicamente.

Essa pergunta fez Edward meio que cair na real. Não havia pensado nisso ainda. Bem, não teria como Olor saber a verdade, afinal de contas, ela era apenas uma humana.

“Ele é apenas uma humana, não é?” Rosalie disse como se pudesse ler os pensamentos dele. Logo os papéis se inverteram.

E se inverteram novamente quando Edward passou a então ler a mente de Rosalie. Ela pensava no diálogo que teve com Jasper, ainda há pouco.

Ele havia contado a ela como tinham encontrado Olor. Adormecida, em um local completamente esquisito. E quando ela acordou, meio perdida, sem mal saber onde estava e como estava perdida no tempo.

Realmente isso não fazia muito sentido. Uma humana normal não dormiria tanto tempo a ponto de se perder no tempo.

Porém, nada disso adiantava.

Nem os pensamentos de Rosalie, nem as opiniões de Jasper o fariam mudar a imagem que havia acabado de adquiri de Olor. Edward já a amava, mais do que tudo nesse mundo. Queria estar com ela independentemente de qualquer coisa. Não seria a ‘torcida contra’ de sua família que faria com que ele mudasse de opinião... Infelizmente.

Porém, um pensamento de Rosalie o fez com que paralisar:

“Será que sua Cisne vai te amar tanto quanto ela ama, quando souber que você, assim como toda a família Cullen, não passa de uma bando de sanguessugas?

Ou será que ela já não sabe?”

Será que ela já não sabe...?


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Notas finais do capítulo

Nota da Beta:
Nossa bruxinha está de volta, aêê! Que saudade eu estava dessa fiction! E a senhora, Dona Autora, tente não nos abandonar mais! u-u
Nota da Autora:
Olá caras leitoras! (Ou leitor se tiver algum rsrs)
Estava com tanta saudade de todos vocês, mas infelizmente não consegui concluir os capítulos. Mas não se preocupem, pois vou fazer o que a Nat falou e não vou mais abandonar nenhum de vocês.
Queria agradecer a todos que ainda lêem a fanfic (e espero que continuem lendo) e aquelas que mandaram lindos reviews.
Beijos... Nara Rosa