The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 37
Capítulo Trinta&Seis - Vida a três


Notas iniciais do capítulo

Gente, sinceramente eu não tenho nem mais cara de pau de pedir desculpa pra vocês. Essa minha demora já tem se tornado algo muito chato, e sei que vocês devem estar muito decepcionadas comigo. Mesmo tendo dito isso mil vezes, eu quero mesmo que me desculpem. Eu estou realmente sem tempo algum para escrever porque meu trabalho exige muito de mim e do meu tempo. Chego sempre muito tarde em casa e todos sabemos que inspiração é algo muito tênue e frágil vem e vai com muita facilidade. Eu também disse que nunca iria abandonar essa fic. E isso é verdade, vocês já sabem que eu vou demorar, só peço que tenham paciência. Quem já leu até aqui e gosta, se quer saber como a história vai terminar, tenham paciência, é só isso que peço. Os reviews do capítulo anterior já estão todos respondidos viu? Quero agradecer infinitamente a todas vocês que me mandaram mensagens perguntando pela volta da fic, vocês são as melhores leitoras! E um abraço mais que especial a joynna_th por lembrar de parabenizar a The World Behind My Wall que completou um ano de existência dia 07/01/2012. Uau, já tem um ano! E eu ainda nao acabei de escrever! Ai gente, sem mais enrolações vamos ao que interessa!



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O amor é a resposta para maioria das perguntas no meu coração
Como, por que estamos aqui? E pra onde nós vamos? E por que é tão difícil?
Nem sempre é fácil e a vida às vezes pode ser decepcionante
Mas vou te dizer uma coisa, é sempre melhor quando estamos juntos.

Jack Johnson – Better Together

Bill’s P.O.V

Acordei de manhã cedo, apesar da insônia da noite anterior. O sol havia nascido, enviando suaves faixas de luz através da cortina branca. Sentei-me na cama esfregando os olhos para enxergar a hora no relógio de cabeceira, eram 8:30. Eu não tinha muita certeza do horário que Louise costumava acordar, já que eu dormia até tarde, mas percebi que não seria má idéia me levantar e voltar para o quarto de hóspedes já que eu estava acordado. Eu não quero que ela tire conclusões precipitadas até que tudo esteja explicado... O que vai ser algo bem interessante.

Eu bocejei, recostando-me sob o travesseiro para coletar meus pensamentos por alguns instantes. Alley se mexeu ligeiramente. Ela estava deitada de bruços, toda esparramada. Seu cabelo estava um desastre cobrindo todas as partes do travesseiro. Ela havia chutado o edredom para baixo em algum momento de seu sono e sua velha camisa dos Rolling Stones estava ligeiramente torcida para cima em torno de sua cintura. Eu olhei para a larga faixa de pele pálida, resistindo à vontade de estender a mão para tocá-la.

– Hmmm... – Ela resmungou contra o travesseiro, me trazendo bruscamente de volta à realidade – Não sei...

Eu bufei, conbrindo minha boca com a mão. Ela tinha tendência de falar enquanto dormia, geralmente murmurando as coisas mais bizarras e incoerentes. Eu achava adorável... e muito hilário.

– Pode ser... frango frito.

Mesmo dormindo ela queria comida. Eu sorri, batendo meus dedos ritmadamente no colchão, antes de decidir me levantar. Eu estava deitado para o lado da parede e Alley virada para a beirada. Eu poderia passar por cima dela, mas decidi sair pelos pés da cama, já que qualquer movimento acidental poderia acordá-la, e a acordando por acidente, eu havia aprendido que era uma idéia muito, muito ruim. Rastejei para fora da cama, fazendo o mínimo de tumulto possível. Eu estava com um pé fora da cama quando sua voz me assustou.

– Hmm... o que você está fazendo?

A princípio, pensei que ela estava resmungando enquanto dormia, de novo. Mas seu braço esquerdo tateou pelo colchão até encontrar ( e quase estrangular ) minha camisa. Ela me pegou de surpresa, e eu tropecei em meus pés antes de cair do lado da cama batendo as costas contra a cadeira.

– Au! – Eu murmurei esfregando minha perna. Alley ainda segurava minha camisa...

– O que você está fazendo? – Ela murmurou com um pouco mais de coerência dessa vez. Levantando um pouco a cabeça e me encarando com seus olhos pesados e levemente inchados antes de tombar o rosto contra o travesseiro novamente.

– Você poderia soltar minha camisa? Assim você vai rasgá-la! – Eu segurei sua mão, forçando seus dedos se abrirem.

– Ah, foi mal... – Sorrindo fracamente ela soltou sa mão da camisa mas a manteve sobre a minha, o que eu, é claro, gostei demais.

– Eu vou para o quarto de hóspedes agora, antes que Louise acorde – Eu disse.

– Agora? Mas por que tão cedo?

– Bem, eu não sei que horas ela vai acordar, então resolvi ir cedo.

– Ah... ok... venha me chamar depois, eu vou voltar a dormir agora – Ela virou a cabeça para trás e soltou minha mão. Eu ri de pé.

– Bons sonhos Alley Kat – Eu disse acariciando suavemente sua cabeça.

– Hummm...

Balançando a cabeça, e sorrindo sai silenciosamente do quarto, andando pelo corredor ouvindo atentamente qualquer sinal que pudesse denunciar que Louise já estivesse de pé, como não tinha nada, deslizei para dentro do quarto de hóspedes fechando a porta atrás de mim. As colchas estravam frias e sem vida. Eu suspirei, desejando que ainda estivesse dormindo na cama quente com Alley. Isso era ridículo! O que eu iria fazer quando voltasse ao normal e tivesse que dormir em meu quarto de novo? Se a noite passada foi uma amostra grátis de como seria num futuro, talvez próximo, então eu me tornaria uma pessoa com insônia profunda... ugh. Bem, talvez depois de as coisas se acertarem com Louise tudo volte ao normal, ou tão normal quanto poderia ser. Rolei na cama pensando em Alley dormindo profundamente no outro quarto. A idéia até que era reconfortante, então consegui encontrar algum descanso em meus sonhos logo depois.

***

Acordei novamente mais tarde, ouvindo água correr pela encanação na parede. Olhei sonolento para o relógio que indicavam ser 11:08 da manhã. Hum, deve ser Louise no banho, Alley não acorda essa hora nem aqui nem na China. Sentei-me esfregando os olhos enquanto me debatia em ir acordá-la ou não. Bem, ela me pediu que fizesse isso certo? Mas o lado mais inteligente do meu cérebro venceu essa disputa. Alley poderia ser facilmente confundida com o demônio se acordada de manhã. Melhor deixar que ela tenha mais algumas horas de sono e que acorde por conta própria.

O chuveiro havia sido desligado. Eu era capaz de ouvir sua movimentação ao redor. Achei melhor esperar antes de me levantar. O que ela havia dito noite passada? Algo como andar por aí inteiramente vestida? Pobre Louise, mal sabe ela que eu provavelmente vi mais coisa do que seu namorado... ou não.

A porta se abriu e eu tive um vislumbre de seu corpo passando pelo corredor... Bem, ela estava vestida e descendo as escadas. Eu me levantei da cama decido a segui-la. Ela provavelmente estava indo para a cozinha preparar o café da manhã, o que não me parecia uma má idéia. Além disso, essa era uma boa oportunidade para que eu pudesse causar uma imprensão melhor nela. Parei primeiro no quarto de Alley procurando entre minhas coisas para encontrar alguma calça. Enfiei-as por cima das boxers enquanto olhava para sua figura na cama. Sua respiração era suave e uniforme e havia uma leve indicação de sorriso em seu rosto... provavelmente um sonho bom. Sim, é melhor deixá-la dormir.

Desci os degraus sem pressa, eu era capaz de ouvir o som de panelas vindos da cozinha acompanhados pela voz de Louise que falava alguma coisa com o gato. Louise estava usando aquele tom infantil e abestalhado que as pessoas geralmente usam para falar com bebês, e nesse caso com um gato obeso gigante.

– O bebê ta com fome, tá? – Ela perguntou e um miado alto e estridente veio em resposta – Awn, quer comer seus biscoitinhos? – Outro miado que podia ser comparado a um rugido emergiu pelo corredor. Eu ri e caminhei lentamente para a cozinha.

– Ele é um comilão né? – Eu disse sorrindo quando Louise olhou para mim. Ela sorriu de volta, mas com um traço de apreensão cravado em seus olhos.

– É, com esse tamanho todo era de se esperar – Ela disse e nós dois rimos. – Então – Louise começou após um breve minuto de silêncio – E você? Está com fome?

– Hum... sim – Admiti, na cara de pau mesmo.

– Ah, vou preparar algo pra você então.

– Não, não precisa... eu mesmo posso fazer – Eu disse – Só preciso de... – Fiz uma pausa no momento que percebi que eu deveria ser menos ‘sabichão’ com as coisas da casa, já que para Louise essa era minha primeira manhã aqui. – Quero dizer... você tem cereal? –Tratei logo de me corrigir.

– Cereal? – Ela repetiu parecendo um pouco revoltada – Não, você não quer comer isso. Eu já ia preparar o café da manhã mesmo então não será nenhum incômodo.

– Ah... tudo bem, já que insiste – Sorri para ela.

– Ovos e bacon?

– Parece ótimo!

Sentei-me a mesa e a observei. Realmente observei. Eu tinha tentado não prestar muita atenção nela no passado, bem, não mais do que o necessário. Porque eu achava que era... errado, sabe como é. Como se eu fosse algum taradão pervertido ou algo assim. Pelo menos agora era uma troca justa, eu supunha já que ambos podiam se ver. Ela virou-se para o armário de onde tirou uma frigideira e a colocou sobre o fogão. Louise realmente era uma mulher muito atraente. Longos cabelos negros, curvas sinuosas, olhos amendoados e puxados em um estilo oriental. Observando-a porém, percebi que embora muito provavelmente ela seria considerada muito mais bonita do que Alley por qualquer indivíduo, não senti nada, nenhuma faísca, nenhum interesse. O que estava acontecendo comigo? Eu pensei ironicamente. Alley você está arruinando minha percepção a outras mulheres...

– Então... – Ela disse enquanto cozinhava – Você e Alley... hum...

Eu sorri, sabendo exatamente onde ela queria chegar.

– Namoro?

– É...

– Não – Infelizmente – Só amigos. Bons amigos.

– Ah... ta. – Ela disse – Desculpe se pareci um pouco intrometida.

– Não, tá tudo bem... eu entendo.

– Então... onde voces se conheceram? – Ela perguntou – Quero dizer, eu não ouvi Alley comentando nada a seu respeito... Meu Deus eu me sinto tão fora de área, acho que é por que eu nunca estou em casa... Nossa, eu sou uma amiga horrível! – Ela sorriu para mim, embora seu tom fosse leve eu desconfiei que ela quis mesmo dizer aquelas palavras.

– Bem... – Comecei e então parei. Eu não tinha muita certeza de como avançar com isso. Como nos conhecemos? Eu poderia facilmente me imaginar explicando tudo isso. “Bem, essa é uma história bem interessante Louise, já que você tocou no assunto me diz aí, você acredita no sobrenatural?” Decidi ser tão vago quanto humanamente me era possivel. – Ela me ajudou uma vez alguns anos atrás, mas desde então nunca mais a vi até nos reencontrarmos e ... ahn... – Eu obrigava meu cérebro a trabalhar para preencher as brechas tentando me livrar de detalhes e tudo mais, Louise me encarava com seu olhar incisivo e inquisidor. Talvez tenha sido uma má idéia ter vindo até aqui, mas poxa vida a comida dela é tão gostosa...

– Aqui está – Ela disse alguns segundos depois me entregando o prato. Fiquei grato por essa distração conveniente e agarrei depressa meu garfo espetando os ovos e dando uma boa mordida... Isso era delicioso, não me admiro o porque de Alley estar sempre falando de comida tendo Louise como sua cozinheira particular VS melhor amiga. Com a boca cheia consegui apenas balançar a cabeça e dizer com uma certa incoerência “delicioso e obrigado”. – De nada.

Eu podia ver que em seu pensamento, corriam perguntas das quais eu não iria querer responder. Decidi cortá-la antes que isso acontecesse, optando por distraí-la de alguma forma.

– Então, há quanto tempo você e Alley se conhecem? – Eu perguntei alegremente. É claro que eu já sabia a resposta, mas pelo menos era um começo. E uma distração...

– Ah... hum... – Ela fez uma pausa, franzindo os lábios em concentração. – Faz muito tempo – Ela sorriu – toda nossa vida praticamente.

– Alguma boa história para me contar sobre ela? – Outra distração, e muito boa só pra constar.

Ela se empertigou mais na cadeira, com um sorriso travesso lentamente se espalhando por seus lábios.

– Meu amor, eu tenho várias!

Dei mais uma garfada em meu café da manhã, sentindo que o mesmo sorriso se formava em meu rosto.

– Ótimo, vamos ouvi-las!

***

Lágrimas rolavam pelo meu rosto. Louise e eu estávamos sentados à mesa a mais de uma hora e nesse espaço de tempo eu havia descoberto praticamente todos os momentos embaraçosos da vida de Alley. Eu estava rindo tanto que não conseguia respirar. Quem diria que uma menina tão pequena e inocente se metesse em tantas confusões? Era hilário!

– Então, depois de correr por três quarteirões com o cachorro em seus calcanhares ela tropeçou no meio fio e se chocou com o policial que caiu na viatura e de alguma forma soltou o freio de mão e fez o carro descer ladeira abaixo com ele com as pernas para o alto e a porta aberta! Eu pensei que fosse morrer de tanto rir! – Louise enxugou os olhos – Pergunta pra ela! Com ela contando é muito mais engraçado!

– Ah... eu vou! – Eu disse – Pode ter certeza que vou querer que ela me conte isso! – Tossi várias vezes e esfreguei os olhos tentando me recompor. Isso era bem divertido para dizer a verdade. Louise era uma garota legal. O que era uma coisa realmente boa já que estariamos condicionados a presença um do outro a partir de agora.

Claro que ela não sabia disso ainda. Até agora eu estava tendo bastante sucesso distraindo-a para que eu não tivesse que transmitir nenhuma informação sobre mim, apesar de saber que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, mas eu havia decidido que Alley lidaria com isso muito melhor do que eu. Ela era muito inteligente, com certeza daria um jeito. Particularmente, eu estava muito feliz por Louise ter desistido de me fazer perguntas... como porque eu estava aqui no Natal e não com minha família, ou o que eu faço pra viver, ou meu sobrenome como ela havia feito noite passada. Eu não tinha certeza de como responder a isso, eu não era bom em mentiras...

Houve um rangido alto na escada e nós dois olhamos para cima. Poucos segundos depois Alley com seus cabelos despenteados esfregando os olhos e bocejando.

– Bom dia, raio de sol – Eu disse alegremente.

– Cala a boca – Ela murmurou sentando-se ao meu lado e sorrindo meio sem vontade. – Cadê o meu? – Ela perguntou virando-se para Louise.

– Bom dia pra você também – Louise disse secamente abrindo a geladeira – O que você vai querer?

– Quero o que vocês estão comendo.

Louise pegou novamente os ingredientes e se ocupou. Voltei minha atenção para ela, sorrindo pela sua cara inchada.

– Então, o que te traz aqui tão cedo? Não são nem duas da tarde ainda!

– Bem, eu estava dormindo até que a risada extremamente histérica de alguém me acordou, tipo assim, no segundo andar da casa! – Ela apontou o dedo para mim – Você parece um gorila tendo um ataque de asma!

– Awwn doce como sempre – Eu disse bagunçando seus cabelos – Desculpe incomodar seu sono da beleza.

– Maldito. Você sabe que eu preciso guardar energia!

– Alley! – Louise e eu suspiramos ao mesmo tempo e ela gemeu.

– Oh não, discurso em dobro!

Louise deu de ombros e voltou sua atenção para a frigideira onde estalavam suculentos ovos com bacon. Alley aproveitou essa oportunidade para me acertar um chute na canela por baixo da mesa.

– Ouch! – Eu assobiei – Pra que isso mulher?

– O que voces estavam fazendo? – Ela perguntou em voz baixa, irritada.

– Nada demais – Eu respondi – Apenas conversando.

– Sobre o que?

– Que isso? Sala de júri? – Eu assobiei – Não se preocupe, ela falou a maior parte do tempo – Sorri – Principalmente sobre você!

– Sobre MIM? – Ela pareceu surpresa – Do que vocês falaram?

– Ah, nada demais – Eu disse um pouco mais alto – Vamos dizer que eu apenas soube de fatos muito interessantes!

– Desembucha! – Ela exigiu.

– Humm... deixe-me pensar sobre isso – Eu disse olhando para o teto com meus dedos tamborilando sobre a mesa, como se estivesse mesmo avaliando. Fiz uma pausa. – Naah! – Sorri – A menos que você queira me dar mais detalhes de quando foi perseguida pelo cachorro e quase acabou matando um policial... Ou quando as alças do seu vestido arrebentaram no meio da sua dança na quarta série e você teve que sair correndo tampando suas roupas de baixo ou-

– LOUISE! – Ela me cortou.

– O que?

– Eu não acredito que vocês estavam falando de mim pelas minhas costas! – Alley declarou irritada.

– Considere isso um elogio – Eu sugeri – Então, vai me contar sobre seu vestido ou não?

– Eu não posso acreditar que você contou essas coisas pra ele Louise! Todos os momentos mais embaraçosos e humilhantes da minha vida que eu estava lutando pra esquecer, e agora você me faz reviver todos eles. Que tipo de amiga você é? – Alley estreitou os olhos e apontou o garfo para Louise ameaçadoramente.

– Ele que perguntou, querida. Eu não tive escolha. – Louise sorriu de volta e colocou o prato em cima da mesa. Alley agarrou e deu uma enorme garfada.

– Sei, aham. É bom saber como as coisas são por aqui. – Ela murmurou com a boca cheia de bacon e logo depois deu um grande gole no suco de laranja. – Apesar de ficar feliz por ver vocês se entenderem.

Eu ri.

– Hey, ela me preparou o café. Como poderíamos não nos entender?

Alley pareceu magoada.

– Eu já cozinhei pra você antes!

– Se é que você pode chamar aquilo de comida! – Eu disse e ela prontamente me deu um soco no braço – Au! Não precisa apelar para a violência!

– Maldito – Ela voltou sua atenção para o prato e permanecemos os três em um silêncio socíavel por alguns minutos enquanto observávamos Alley devorar sua refeição, antes de Louise se levantar.

– Bem, eu odeio ser do tipo, come e foge. Mas eu quero ir ao shopping aproveitar todas aquelas liquidações 50% off!

– Você tá louca! Deve estar um inferno total lá! O Natal foi ontem, imagina o caos que tá aquele lugar! – Alley declarou – De jeito nenhum que eu ponho meu pé fora de casa hoje.

– Sério? – Eu perguntei um pouco decepcionado – Na verdade eu estava querendo ir também.

– Bill, eu juro que você tem mais roupas que...

– Ele pode ir comigo – Louise sugeriu de repente. Alley e eu calamos a boca imediatamente, trocando olhares de pânico.

– Oh, não, não, tá tudo bem – Eu disse ao mesmo tempo que Alley dizia “Eu vou levá-lo, tudo bem”

– Você tem certeza? Pra mim não é nenhum incômodo, seria uma boa companhia – Louise começou.

– NÃO – Alley e eu dissemos ao mesmo tempo.

– Bem... tudo bem então – Louise andou até a sala e pegou sua bolsa – Já vou indo.

– Ah, Louise espera – Alley disse rapidamente – Hum... estávamos querendo sair... comer fora, algo assim, sabe, mais tarde, acho que de noite. E bem, nós queríamos que você fosse também.

– Hum, hoje a noite? Eu não sei... não quero atrapalhar nada e provavelmte vou estar muito cansada.

– Você não vai atrapalhar nada. Vamos lá – Alley bajulou – Mais uma razão que você deve sair pra comer! Dessa forma você não vai precisar cozinhar!

– É Louise! – Eu apoiei.

Louise nos estudou por um segundo, confusa por nossa insistência, antes de suspirar.

– Tudo bem. A que horas vocês estão pensando em ir?

– Por que você não me liga quando tiver acabado com suas compras? Acho que nós não vamos fazer muita coisa hoje.

– Ah... ok.

– Ótimo!

– Vejo vocês mais tarde então – Louise andou em direção a porta – Tchau! – Ela disse por cima do ombro um pouco antes da porta bater anunciando sua saída.

– Tchau – Dissemos em coro um segundo mais tarde e ouvimos a porta do carro bater. Pude ter um vislumbre de seu Corolla preto passar pela rua.

– Muito bem Billl. Você com sua tendência obsessiva-compulsiva por compras quase nos fez entrar em apuros. – Disse Alley, dando em seguida um grande gole esvaziando seu suco de laranja e batendo o copo em cima da mesa, com um sonoro estalo.

– Hey, só porque eu tenho bom gosto...

– BOM GOSTO? HAHA! Sabe, eu não consigo acreditar que você veio pra cá conversar com Louise sem mim.

– Eu sou um homem – Respondi um pouco friamente – Sei me cuidar muito bem sozinho – Seu jeito maternal as vezes era um pouco ofensivo. Eu tinha me saído bem essa manhã, não é? Tive muito sucesso em obter uma conversa amigável com Louise sem ter que falar muito a respeito de mim.

– Ah, certo. Eu me esqueço as vezes – Ela disse sarcasticamente – Você teve é sorte de ela não começar a te bombardear com perguntas. Louise pode ser como um cachorro louco quando se trata desse tipo de coisa... ela poderia ser interrogadora do FBI... Você teve sorte, Bill.

– Sorte? – Eu zombei – Tanto faz. Talvez ela simplesmemte não seja uma intrometida como você. Acho que ela sabe quando tem que se preocupar somente com que é da conta dela – Parei de repente mortificado. Isso era extremamente desnecessário, agora ela vai ficar puta comigo... Parabéns Bill!

Ela olhou pra mim e se levantou, depositando o prato na pia.

– Com licença.

Eu suspirei esfregando minha testa.

– Desculpe, eu não quis dizer isso assim. Dessa maneira rude. Sinto muito.

– É claro que sente – Ela furiosamente lavou o prato antes de colocá-lo para secar.

– Alley – Eu suspirei, caminhando até alcançá-la. Estávamos a beira de uma briga e eu queria puxá-la a beira do precipício antes que isso virasse um inferno. Ela já teve raiva de mim uma vez e isso quase me matou – Não fique brava comigo.

– Eu não estou brava com você – Respondeu deu ela, visivelmente brava.

– Sim, você está.

Ela suspirou pesadamente apoiando os cotovelos no balcão.

– Não estou Billl. Eu só estou... sei lá. Estressada, eu acho. Eu estive pensando nisso tudo e me deixou com uma puta dor de cabeça.

– Eu sei disso – Eu estava atrás dela e descansei meu queixo em seu ombro. Fechei os olhos quando ela recostou-se contra mim. Bom, parece que ela não está mesmo brava. Eu cuidadosamente cruzei o braço em torno de sua cintura e lhe dei um abraço firme.

– Eu não queria me tornar tão chata. Me desculpe por isso – Sua voz era calma, apologética.

– Está tudo bem. Perfeitamente compreensível – Eu disse e beijei sua bochecha – Considerando as circunstâncias, eu diria que você conseguiu colocar o inferno dentro de um potinho.

– Consegui não é? - Ela virou a cabeça para me encarar e sorriu – Eu acho que por você vale a pena.

– Obrigado, eu acho.

Ela riu alto, e foi infinitamente bom ouvir esse som.

– De nada querido. Enfim, se você está querendo ir para o shopping já era para estarmos nos aprontando – Ela fez uma careta – Eu não acredito que estou indo para o shopping hoje!

– Nós não temos que ir.

– Não, na verdade, essa é uma oportunidade perfeita para... hum... realizarmos nosso pequeno experimento. Haverá muita gente por lá. Vamos ver se eles conseguem te ver. Então quando saírmos para encontrar Louise, nós vamos saber o que dizer a ela.

– Ah, é – Eu disse pensativo – Verdade.

– Certo – Ela se virou quebrando meu abraço e me conduziu para fora da cozinha – Vai para o chuveiro e prepare-se.

– E você? – Perguntei insultado – Eu não sou o único aqui que ainda não tomou banho!

– Vou usar o banheiro da Louise. Podemos ficar prontos ao mesmo tempo.

– Touché.

Ela me seguiu até as escadas chegando até o armário de onde tirou toalhas para me entregar enquanto me perguntava em quais lojas eu estava pretendendo passar.

– Ah, eu não sei... Abercrombie, Victor Hugo, Dior... – Comecei despejando lojas, todas quais ela desprezava com vigor.

– Jesus – Ela gemeu alto – Esse vai ser um longo e infernal dia!


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Notas finais do capítulo

Sei que querem arrancar minha cabeça por esse capitulo extremamente sem graça e sem acontecimentos. Mas antes de mais nada vocês bem conhecem meu jeito de escrever, detesto apressar a história, por isso gosto dos detalhes mais simples do cotidiano deles. Acho que ajuda muito o leitor a interagir com o personagem. Bem, é só o que eu acho. Sei que não mereço nenhum review por esse capitulo tosco depois de tanto tempo... mas se quiserem me mandar um sinal de que estão vivas e ainda leem a história, se quiserem criticar, me xingar e tudo o mais já sabem como fazer. Beijos minhas linda inté a próxima, sinto eu que não vai demorar muito dessa vez, já que preparei um cronograma especial para escrever sem que demore tanto para atualizar a história. To sentindo que até semana que vem pinta o próximo por aqui, que tal heim ?
Beijinho doce ;*