The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 36
Capítulo Trinta&Cinco - É ruim dormir só


Notas iniciais do capítulo

Aeeee galerinha da pesada!!
Quero agradecer muuuuuito a deineLiebe pela recomedação, sua linda!
Vamos ver qual vai ser a reação da Louise nesse capítulo :DD



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Eu estou parado à porta quebrada.
Não há nada mais aqui.
Meu quarto está frio e isso está me deixando louco.
Eu estive esperando aqui por tanto tempo

Tokio Hotel - Monsoon

Alley’s P.O.V

– Aprsentar... o quê?

Eu estava boquiaberta com meu olhar que encarava Louise. E então Bill. E então Louise. E então Bill de novo. Mas que diabos? Eu consegui soltar algumas risadas pedindo a Deus que soassem naturais.

– Do que você está falando? – Eu tossi.

– Vamos lá Alley, eu tenho certeza de que seu pai te deu uma educação melhor que esta. – Ela disse olhando-me incisivamente.

– O quê?

Ela suspirou exasperada, antes de andar na direção de Bill e estender-lhe a mão.

– Oi, meu nome é Louise e eu sou amiga da Alley, nós moramos juntas.

Durante nossa breve conversa, Bill permaneceu encarando Louise com a boca aberta. Quando ela estendeu a mão, Bill pela primeira vez conseguiu desviar o olhar para mim, num pedido de ajuda silencioso. Quando percebeu que eu não sabia o que diabos fazer ele voltou seu olhar para a mão dela, ele não aceitou apenas encarava como se Louise estivesse segurando algum animal peçonhento. Depois de alguns segundos ela recolheu a mão, dando de ombros, mas com um olhar fulminante no rosto.

– Tudo bem então... – Ela disse.

Eu precisava dizer algo, qualquer coisa...

– Você... você pode vê-lo?

– O quê?

– Você pode vê-lo! – Eu repeti incrédula.

– Claro que eu posso vê-lo! – Ela me encarou com desconfiança depois voltou seu olhar para Bill – Vocês saíram pra beber?

– Não! – Bill e eu respondemos ao mesmo tempo.

Louise riu novamente, batendo palmas.

– Ah, então ele fala!

– Sim – Murmurei sob minha respiração acelerada – Mais do que o necessário às vezes – Bill lançou-me um olhar assassino.

– Certo... – Ela disse lentamente – Então...

Era óbvio que ela estava esperando algum tipo de introdução formal... Bem era hora de começar a explicar as coisas, ou melhor tentar explicar. Eu cruzei o espaço que me separava de Bill e parei ao lado dele, eu me sentia mais segura com ele por perto.

– Louise... – Eu disse com cuidado – Esse é o Bill – Disse cutucando ele com o braço.

– Olá – Ele disse suavemente estendendo sua mão para ela (ah que ótimo agora ele faz isso!). Revirei os olhos para sua saudação fraca, em pensar que há poucos minutos eles estava usando essa mesma mão para esmagar meu pulso.

– Olá – Respondeu Louise apertando sua mão (ainda bem que ela não é vingativa... eu acho) e virando levemente a cabeça para o lado estudando com cuidado suas feições. – Não nos conhecemos antes? Você me é familiar... – Ela disse eu eu bufei alto assustando os dois.

– A não ser que você tenha uma coleguinha de catorze anos. – Eu murmurei e Bill prontamente me deu um soco no braço.

– Isso nem sequer faz sentindo – Ele assobiou.

– Au! – Eu resmunguei esfregando meu braço, carrancuda.

– Hã? – Louise disse confusa. Aé, ela ainda estava esperando por explicações. Eu debati mentalmente pensando em inventar algum sobrenome falso para Bill, mas a essa altura era melhor partir logo para a verdade.

– Esse é Bill Kaulitz – Eu disse numa voz firme.

Louise ficou em silêncio por um segundo, com os olhos abertos de incredulidade após um momento ela explodiu numa risada.

– Oh meu Deus, Alley eu juro...

– Que foi? É verdade! – Eu exigi e ela ainda rindo revirou os olhos.

– Eu admito, você é bem parecido com ele com o cabelo comprido e tudo o mais... Caramba, onde você achou ele Alley? – Ela balançou a cabeça rindo – Mas falando sério, como você se chama?

– Bill Kaulitz – Ele disse simplesmente.

Louise suspirou com exasperação.

– Tudo bem, eu estou cansada demais para lidar com suas travessuras agora Alley – Sacudindo a cabeça em desaprovação para mim e para minha “piada de mal gosto”, Louise nos deu as costas indo em direção as escadas, deixando Bill e a mim a sós. Nós nos encaramos de braços cruzados, totalmente boquiabertos... Finalmente, eu decidi falar.

– Bem, isso foi interessante - Eu disse lentamente – Isso aconteceu mesmo ou eu estava sonhando?

Ele balançou lentamente a cabeça com um meio sorriso no rosto.

– Não sei o que pensar...

Levantei minha mão para acariciar seu cabelo sedoso.

– Mais real...

– Gostaria de saber o por quê – Ele disse em voz baixa colocando sua mão sobre a minha. Seu sorriso tinha sumido e sua expressão tinha adotado um ar preocupado, apertei sua mão de forma tranquilizadora mordiscando levemente minha boca, cuidadosamente pensando em minha resposta. Eu havia aprendido que dizer a primeira coisa que me vinha à mente não era uma boa idéia.

– Eu gostaria de saber muitas coisas. Se todo mundo é capaz de te ver agora, ou se é só ela... Se você está acordando... E porque diabos isso tudo ta acontecendo, em primeiro lugar!

– Bem – Ele disse após uma longa pausa – É Natal! – Ele encontrou meus olhos e ambos riram, aliviando a tensão da sala. Um milagre de Natal? Eu sorri.

– Bem... acho que você está certo. Pelo menos agora poderemos ficar mais a vontade, sem ter que ficar nos escondendo o tempo todo, e você vai poder praticar seu canto agora sem interrupções. – Eu disse e ele balançou a cabeça rindo.

– É verdade, eu não tinha pensado nisso – Ele me puxou para perto e me abraçou fortemente, sussurrando baixinho em meu ouvido – Obrigado novamente Alley, de verdade...

– De nada, Bill – Consegui murmurar de volta com o rosto enterrado em seu peito, serpenteando meus braços em torno de suas costas. É melhor ele não me fazer chorar, se não quiser lágrimas empapando sua camisa... Felizmente, ele mudou de assunto.

– Então... – Ele sussurrou – E agora?

Suspirei, apreciando o calor que emanava de seu peito. Mesmo que fosse magrinho, minha cabeça se encaixava com perfeição abaixo de seu ombro. Eu me perguntava se meus braços eram capaz de dar duas voltas em torno de suas costas.

– Bem, eu acho que a primeira coisa que devemos fazer é descobrir sua contagem de visibilidade atual. – Eu senti o estrondo de vibrações de sua risada quando ele respondeu.

– Contagem de visibilidade? – Ele repetiu rindo.

– Sim. É assim que vou me referir a isso a partir de agora. Parece bem oficial, não é? – Eu ri – Uma hora atrás a contagem de visibilidade eram duas. Eu e Chester, agora parece que são três, possivelmente mais.

– Ah, entendo – Ele disse arrepiando meus cabelos, ainda me segurando em seus braços – Então, qual é o plano?

– O que faz você pensar que eu tenho um plano?

– Você sempre tem. Você é cheia de idéias nesse cérebro de lebre.

Eu protestei, cutucando suas costelas lhe fazendo cócegas.

– Tudo bem... eu estava pensando – Tive de fazer uma pausa para ele se afastar de mim rindo e me xingando – Temos que descobrir a contagem antes de tentar explicar algo para Louise... porque você sabe, se todos puderem te ver agora ela não vai acreditar em nada.

– Ok... mas nós já dissemos quem eu sou pra ela...

– É, mas ela acha que nós estamos brincando. Então nós temos que ir em um lugar público, onde as pessoas são obrigadas a te ver, como um restaurante, por exemplo. Então se alguém vir você então saberemos. Se não, podemos mostrar a Louise em primeira mão a situação, mais ou menos como você fez comigo quando chegou.

– Ah certo – Ele concordou – Parece plausível o suficiente para mim. Então, quando é que isso vai acontecer?

– Hummm – Eu parei, pensando. Tinha que acontecer rápido, mas eu não tinha certeza de quando. Um barulho estrondoso através das paredes nos anunciou que Louise estava voltando a descer as escadas, pouco depois ela apareceu na sala nos oferecendo um sorriso que me fez corar um pouco eu mantive minha posição firme, de frente para ela enquanto ela adentrava no lugar para se sentar no sofá, dei-lhe um enorme sorriso na esperança de fazê-la sorrir de volta mais uma vez, mas isso só serviu para atiçar sua desconfiança.

– O que foi? – Ela perguntou ao ver que nós dois a encarávamos.

– Nada! – Bill e eu respondemos em uníssono e ela revirou os olhos.

– Então... – Ela me deu um olhar estranho antes de terminar seu pensamento – Será que ele vai ficar aqui essa noite? – Eu gragalhei um pouco antes de responder.

– Ahn... é... – Assim como ele ficou nos últimos seis meses Louise. Bill e eu trocamos olhares.

– Bem, eu fiquei curiosa... Você não mencionou que teria companhia – Ela sorriu ao mecher nos cabelos – Eu só queria me certificar de andar... você sabe... totalmente vestida pela casa. – Ela disse me dando uma piscadela.

Mordi o lábio tentando não rir, mas Bill riu.

– Tarde demais Louise, nada do que eu já não tenha visto antes – Ele assobiou.

Pisei em seu pé, apreciando a forma que ele lutava para segurar o grito. Felizmente, ela não ouviu seu comentário.

– Bem, eu já vou para a cama – Louise declarou – Bem... nos vemos de manhã, boa noite – Ela disse e eu notei um tom um tanto malicioso em sua voz e me ofereceu um pequeno sorriso antes de sair da sala.

– Boa noite – Eu disse um segundo tarde demais e voltei meu olhar para Bill – Amanhã... tentaremos o plano amanhã, certo? Eu tive emoções demais por uma noite.

– Certo – Ele sorriu – Eu também.

– Agora, vamos descansar um pouco, pois certamente vamos precisar de energia amanhã – Parei – Ahn... você terá que dormir no quarto de hóspedes agora – Eu disse e seu sorriso murchou um pouco.

– Sim, você está certa. Pode parecer meio estranho se dormirmos juntos.

– Ok, se você acordar antes de mim, vá até o meu quarto e me acorde – Eu o instruí enquanto subíamos as escadas e o conduzia para o quarto de hóspedes. Peguei um grosso cobertor do armário e o sacudi antes de colocá-lo sobre a cama. – E lembre-se que ela pode vê-lo agora, então certifique-se de não ficar andando por aí com suas boxers ou pelado...

Ele revirou os olhos bufando

– Eu nunca andei nu, nem mesmo de boxer pra começo de conversa.

– Bem, há uma primeira vez pra tudo... – Eu disse alegremente e ele riu.

– Você é tão... – Bill parou, balançando a cabeça ligeiramente. Eu não tinha certeza se queria ouvir o final da frase ou não – Boa noite, Alley – Ele deslizou sob o edredom e se recostou nos travesseiros.

– Boa noite – Eu me inclinei sobre a cama e dei-lhe um beijo carinhoso no alto da cabeça antes de sair do quarto.

Andei pelo corredor, apagando todas as luzes até chegar ao meu quarto. Uma vez lá dentro, pulei sobre minha cama e enrosquei em meu edredom saboreando todo o espaço extra que sobrara só para mim. Finalmente eu teria uma noite sem ser chutada na canela ou levar uma cotovelada no nariz! Me espreguicei antes de apagar a luz de meu abajour me preparando para a noite de sono mais relaxante que eu teria desde que Bill veio parar aqui.

****

Podia ser tudo... menos relaxante. Eu me revirava na cama, com a mente viva apesar do corpo estar exausto. Eu não conseguia parar de pensar nos eventos que haviam acabado de acontecer... O que aconteceu nas últimas 24 horas para fazer que Louise fosse capaz de ver e sentir Bill tanto quanto eu? Também gostaria de saber como ele estava, se estava dormindo bem no quarto de hóspedes...

Olhei para o relógio durante toda a noite e sempre resmungava ao ver que uma hora havia se passado. Caramba, eu preciso do meu descanso! Eu moro nessa casa e sempre dormi sozinha por dois anos, sem nenhum problema... então por que o quarto de repente me parecia enorme e tão vazio?

Sentei-me em minha cama e acendi o abajour por volta de 4:15 sentindo-me derrotada. Suspirando, esfreguei minhas têmporas... eu estava começando a ter dor de cabeça.

– Por favor... – Eu murmurei baixinho – Por favor, Deus, deixe-me dormir um pouco – Se o dia seguinte for da forma como eu estou pensando, vou precisar de toda energia extra que conseguir acumular. Nervosa, levantei-me da cama e fui até o banheiro molhar um pouco o rosto antes de voltar para o quarto e sentar-me novamente na cama encarando a parede oposta inexpressivamente analisando meus pôsters.

– Alley? – Uma voz suave surgiu em meu quarto e olhei assutada para o lado para ver Bill de pé na porta com um olhar tímido em seu rosto.

– Eu te acordei? – Sussurrei no escuro – Me desculpe.

– Não, não... eu... eu não estava conseguindo dormir – Ele respondeu em voz baixa – Então, ouvi que você tinha levantado.

– Ah... eu também não consegui dormir – Respondi no mesmo tom.

– Ahn...

Ficamos em silêncio por alguns momentos, os dois querendo sugerir, mas ambos muito envergonhados para fazê-lo. Por fim, decidi ser o melhor homem... ou mulher se for o caso. Sentindo um blush quente se espalhar por todo meu rosto.

– Você quer dormir aqui? – Perguntei delicadamente – Com... comigo?

O alívio brilhou em sou rosto.

– Sim...

Ele rapidamente fechou a porta e eu sorri enquanto chegava para o lado abrindo espaço para ele passar. Bill subiu na cama e eu senti as molas vibrarem sob o peso de seu corpo magro. Ele rastejou por baixo das cobertas e se deitou ao meu lado, sorrindo para mim.

– Desculpe, Alley – Ele disse e eu ri.

– Eu não sei o que vou fazer quando você não estiver mais aqui. Parece que estamos condicionados a presença do outro.

– Acho que vou ter que vir te visitar – Ele disse ainda em seu tom quente e calmo – E poderemos ter turnos de descanço – Bill acrescentou a última parte dando um falsete dramático.

– Isso parece tão divertido! – Combinei ao seu tom de voz e rimos por uns instantes. Então, afaguei seus cabelos antes de me aconchegar em meu travesseiro – Boa noite, Bill.

– Boa noite, doces sonhos.

Eu relaxei do meu lado da cama, de costas para Bill para que ele não pudesse ver meu sorriso. Poucos minutos depois, conforme sua sugestão eu deslizei no mundo dos meus sonhos sem dificuldades.


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Notas finais do capítulo

Bem, bem... vocês me conhecem, adoro deixar algo no ar. Não dava pra chegar e resolver tudo de cara né? Que graça teria? E o gostinho de quero mais?



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