Moonlight escrita por Ukisame


Capítulo 5
Extra - Crimson Evening I




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Que típico! Esqueci o comentário inicial da fanfic e postei totalmente random aehuehuhae
Enfim, peço desculpas pela falta de informação, então para não receber mais MP desavisados, vou dar uma explicadinha.
A história central terminou no capítulo anterior. Crimson Evening terá duas partes, e é um extra da fanfic. Eu precisei escrever sobre os dois personagens que criei, pois eles vão estar na minha próxima fanfic, e ficaria ainda mais random se eu simplesmente os jogasse sem uma prévia explicação.

E sim, eu pretendo continuar a Moonlight. Gostei muito dos reviews que recebi e isso me fez abrir o Word novamente e recomeçar. Então assim que eu terminar de postar a segunda parte da Crimson Evening, posto também o primeiro capítulo da nova fanfic, que como a anterior, vai centralizar no Jake e na Nessie. xD

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Capítulo 5 - Crimson Evening I

Inglaterra, 1850

"A morte é calma.
É indolor. É intransponível. É inatingível.
A morte é o último sono, o último beijo."


Isso foi o que ouvi de meu confessor particular, que vinha todas as semanas ler a Bíblia. Porém, até àquele sábado, eu era totalmente ignorante em relação à morte.

Minha família era o que chamaríamos hoje de "tradicional".
Meu bisavô fora um daqueles visionários que decidiram apostar na novidade de sua época: a máquina a vapor. O resultado? Nem em dez gerações minha família perderia o status e a condição social. Entretanto, isso foi em uma outra época. Não havia cinemas ou parques temáticos. Internet ou DJs. Sendo assim, apreciar a arte e as novidades literárias era o que me minha mãe mais apostava seu dinheiro, e isso era algo que ela se esforçava para me passar. Seu maior objetivo era fazer de mim um pequeno Lorde. Eu tinha nove anos na época, mas possuía tarefas de adultos, me vestia como adulto. Eu odiava tudo aquilo.

Não havia muitos vizinhos onde morávamos. A enorme mansão, com seu largo jardim, tornava intransponível o mundo lá fora. Eu me sentia preso em minha Versalhes particular, e foi esse o motivo que me fez, naquela noite de segunda-feira - desafiando a sagrada hora de dormir - deixar meu quarto, no seguro segundo andar da casa, para sair pela porta da cozinha vestindo nada mais do que meus pijamas e um chinelo de seda. Arrependi-me logo que abri a porta. Estava tão frio quanto deveria estar o mês de Dezembro, e o vento entrou pelo fino pijama que usava, me fazendo tremer dos pés à cabeça. Mas eu estava decidido.

Particularmente não recordo o “real” motivo (excetuando-se a Versalhes particular) para ter deixado meu quente dormitório para me enveredar jardim afora. Provavelmente era apenas a necessidade de quebrar as regras, desafiar minha mãe ou simplesmente eu tinha de sair, pois se não o tivesse feito, não o teria visto.

Cruzei as primeiras árvores sem grandes dificuldades. Eu conhecia o jardim, bem, isso na teoria e quando estava claro. Mas durante a noite, aquilo parecia ser um outro mundo. Sabia que se seguisse reto logo chegaria às roseiras e ai teria de virar a direita e encontrar o caminho de pedra, pois se alguma rosa fosse ferida na minha tentativa pessoal de aventura, o jardineiro estaria em maus lençóis quando o Sol iluminasse o jardim. Com esse mapa mental, segui devagar pela grama, evitando pisar forte. Avistei as roseiras e respirei fundo. O ar entrou cortando meus pulmões. Se eu não estivesse tão preocupado com a grama que pisava e as rosas que “não deveria" pisar, teria lembrado que John havia regado o jardim, e que provavelmente ele ainda estaria úmido. Esse fato havia passado despercebido até então, mas foi impossível não recordar quando meus chinelos deslizaram ao pisarem em cheio na pequena, mas certeira, poça de lama. As rosas se tornaram um borrão, assim como o tronco da árvore e um par de olhos vermelhos.

Senti o quadril batendo no chão, e não pude esconder um gemido.
Quando meus olhos se abriram, a primeira coisa que vi foram duas longas pernas, vestindo uma calça escura. Acima das pernas havia um colete branco, amarrotado e visivelmente manchado. Sob o colete uma espécie de paletó, muito envelhecidos, assim como seus sapatos. O dono daquela moda estranha, por sua vez, era o ser humano mais belo que eu havia visto em minha curta existência. Meus olhos se arregalaram em uma espécie de transe. Estava completamente absorto em sua pele incrivelmente pálida. Seus cabelos longos e negros, que emolduravam aquele rosto como folhas. Os traços de seu rosto eram fortes, e duas coisas chamaram automaticamente minha atenção: os lábios em um largo sorriso, e os olhos vermelhos.

Fiquei observando aquele homem por um bom tempo, e teria permanecido se meus dedos não sentissem o frio por terem se molhado, e isso me trouxesse de volta a realidade como se tivesse levado um tapa. Ali estava eu, após ter fugido escondido, entrado no jardim e caído no chão, encarando um homem desconhecido. Quantas regras eu não havia quebrado naqueles dez ou vinte minutos? Levantei-me às pressas, apenas para constatar o que eu desconfiava: minhas vestes estavam imundas, e eu precisava de uma boa explicação para aquilo.

"Você está com problemas, garotinho."

Uma voz rouca. Cantante. Aveludada.
Enquanto eu mirava minhas roupas, eu havia esquecido do homem ali, parado. Ele tinha a mesma posição e a mesma expressão, como se fosse uma estátua naquele jardim. Abri a boca para dizer algo, mas nada parecia sair. Eu precisava retornar ao meu quarto, mas ainda não tinha uma desculpa sobre as roupas, e sobre aquele homem.

"Tire-as e as jogue pela janela", o homem dizia devagar. Havia algo diferente na maneira como ele falava, talvez fosse à entonação, ou em como as palavras pareciam cantar em seus lábios. Duvidei que talvez ele não fosse inglês. "Eu as trarei limpas antes que todos acordem."

"Mas como?". Eu tinha nove anos de idade. Minha maior preocupação era a bronca de meus pais e não o fato de que um completo estranho me oferecia ajuda.

"Eu darei um jeito, agora vá", ele fez um gesto com as mãos. "Uma garota está procurando por você. Ela está na biblioteca com uma vela na mão."

"Maggie!"

A menção de minha irmã fez com que minhas pernas ganhassem novamente as forças.
Em minutos eu estava cruzando o jardim e retornando pela entrada lateral, evitando a biblioteca. Margareth realmente estava me procurando. Pude ver pela chama bruxuleante da vela, logo que subi ao segundo andar, entrando as pressas em meu quarto, começando a tirar as roupas. Havia lençóis no baú ao pé da cama, e agarrei o primeiro que achei, embrulhando o pijama e os chinelos. A grande janela tremia pelo vento, e não foi difícil abri-la. Lá embaixo não havia nada, somente o escuro e uma sombra diferente, próximo aos arbustos.

"Não pise nas rosas", disse antes de jogar a trouxa feita com o lençol.

O lençol branco caiu verticalmente, mas não chegou a atingir o chão.
Cocei os olhos várias vezes, pois achava que certamente aquilo era efeito do sono. Não havia como o embrulho ter cruzado o jardim em menos de um minuto.

 

Na manhã seguinte, acordei com o barulho de passos em meu quarto, e logo que abri meus olhos, dei de cara com os grandes olhos negros de minha irmã. Margareth era quatro anos mais velha, e era minha "pessoa" favorita. Todas as manhãs ela me acordava do mesmo jeito: escalando minha cama e colocando alguma coisa estranha próximo ao meu rosto. O escolhido daquele dia era um besouro morto, que teria me feito companhia no travesseiro, se eu não tivesse acordado antes.

"Você trapaceou", Margareth soltou um muxoxo ao ver-me sentar na cama.

"Quando você vai se comportar como uma dama, Maggie? Besouros não são para garotas."

Maggie mostrou a língua antes de sair de cima da cama.
Seus cabelos longos e negros estavam presos em uma trança, e eu a segui com os olhos até a janela, onde ela abriu e jogou o inseto, limpando as mãos no próprio vestido, me fazendo revirar os olhos.

"O café da manhã está sendo servido, tire o pijama e desça."

Eu coçava os olhos enquanto ela saia, mas parei ao analisar o que ela havia dito. Levantei-me e caminhei em direção ao grande espelho que ficava encostado em uma das paredes, arregalando os olhos. O garoto do espelho estava ali: branco, os cabelos louros bagunçados e vestido o pijama azul claro da noite anterior. Eu havia ido dormir apenas de roupa debaixo, mas acordara perfeitamente vestido. Virei o rosto e levei a mão até a boca, ao encarar meu par de chinelos ao lado da cama, perfeitamente limpos, assim como o pijama. Não era possível.
Corri até a janela e abri as cortinas. O parapeito, a dobra da janela, o tapete dentro do quarto. Nada, nada parecia ter sido forçado ou pisado. Não havia marcas de lama ou de que alguém havia invadido o quarto. Apertei os olhos na direção do jardim, mas não conseguia enxergar perfeitamente o chão. Só havia uma maneira de comprovar.

Deixei o quarto vestindo o pijama e descalço, descendo a escadaria principal às pressas. Três empregados me perguntaram o que havia acontecido, mas eu os ignorei. Não tinha tempo para respostas.
Quando abri a porta principal, avistei John não muito longe, ajoelhado em frente a um arbusto. O chão estava frio, ainda úmido pelo orvalho da noite anterior.

"John", me aproximei do velho senhor que trabalhava conosco há anos, respirando fundo quando terminei a corrida.

"Bom dia, senhorzinho", John me deu um sorriso de canto, limpando a testa com a manga da blusa.

Acenei com a cabeça, passando por ele e seguindo para a lateral da casa, olhando para cima. Minha janela estava exatamente naquela direção, mas não havia sinal algum no chão. A grama estava do mesmo jeito, e até mesmo a terra não possuía marcas de sapatos.
Se ele não tinha entrado pela janela, só restava a porta. Aquele pensamento me encheu de pavor pela primeira vez. E se ele fosse um ladrão? Eu havia deixado um total desconhecido entrar em minha própria casa, sem nem ao menos pensar no que poderia acontecer. A primeira pessoa que me veio em mente foi Maggie, e foi pensando nela que me afastei do jardim, entrando novamente na Mansão, apenas para ter certeza de que ela estava bem. Abri a porta da sala de jantar, respirando aliviado ao vê-la sentada no lugar de sempre, junto com meus pais.

"Onde estão suas vestes, Vincent?", meu pai apenas me olhou de relance, voltando a encarar o jornal.

"Sua irmã não lhe disse para descer vestido? Quer que Lucy o ajude?", minha mãe tinha uma expressão aborrecida em seu rosto. Aquela expressão estava aparecendo com mais freqüência nos últimos dias.

"D-Desculpe", disse com metade do corpo fora do cômodo, antes de fechar a porta.

Passei o restante do dia pensando no que acontecera.
Nem mesmo as brincadeiras de Maggie me eram convidativas naquele momento. Declinei duas vezes os convites para explorar o jardim com minha irmã, para ser chamado de "fracote" na terceira vez. Normalmente eu teria perseguido Maggie por todo o jardim por causa do insulto, mas não naquele dia.
Minha mãe comentou sobre um passeio que faríamos no final da semana até Londres. Haveria uma peça de teatro que ela havia comprado entradas há semanas, e esse era um dos eventos em que a família toda deixava a Mansão para passar o fim de semana. A idéia me pareceu excelente para o momento. Quanto mais longe ficássemos, menos perigo passaríamos com o ladrão rondando a casa. O problema é que ainda era terça-feira, e até o sábado eu teria quatro dias para me preocupar.

Fui o primeiro a descer para o jantar, e praticamente o último a subir.
Segui Margareth até seu quarto, e permaneci na porta por alguns minutos, antes de seguir para meu próprio dormitório. Eu passara o dia bolando pequenos estratagemas, como verificar as portas duas vezes depois que os empregados se retirassem, dar uma volta na casa pela lateral, e ver se meus pais e Maggie estavam realmente bem.

Todo esse plano fazia meu corpo ficar agitado, como se corresse adrenalina pura por minhas veias. Eu me sentia responsável por protegê-los, como se eu mesmo tivesse colocado aquele estranho homem dentro de casa, e agora precisasse pegá-lo de qualquer forma.

Porém, eu não precisaria ir tão longe.
Quando abri a porta de meu quarto para trocar de roupa, ele estava lá. As mesmas vestes da noite anterior, o mesmo sorriso nos lábios. Parado em frente à cama, o homem virou-se na minha direção, e ambos permanecemos em silêncio. Eu apertava forte a maçaneta da porta, entrando no quarto devagar, fechando a porta atrás de mim. Ao contrário do que imaginava, eu não estava com medo. Enquanto arquitetava o plano, eu tentei lembrar de seu rosto, de sua expressão, de como havia me sentido ao vê-lo, mas tudo parecia longe, borrado. Mas ele estava ali, dentro do meu quarto, dentro da minha casa, e eu não conseguia sentir o medo que achava que sentiria ao reencontrá-lo. Talvez porque eu era uma criança. Talvez por eu não tivesse um forte senso de perigo, ou simplesmente porque desde o começo eu sabia que ele nunca me faria mal.

"Você...", caminhei em direção a ele, enfiando as mãos dentro dos bolsos da calça.

"Boa Noite!"

A voz aveludada estava de volta, e conforme eu me aproximava conseguia ver seu rosto graças a iluminação do quarto. Eu lembrava daqueles traços, daquela beleza. Ele era perfeito, exatamente como os anjos que conhecia graças às histórias.

"Como você entrou aqui?", parei próximo a ele, erguendo a cabeça para poder vê-lo. Ele era alto.

"Pela janela."

"Como pegou a escada? John nunca deixa a escada à vista."

"Eu não usei a escada."

"Então como subiu aqui?"

"Eu escalei sua janela."

"Mas é o segundo andar."

"Eu sei."

Naquele momento havia dois Vincents: o garoto de nove anos que temia pela segurança da família, e que sabia que devia avisar o pai sobre o que estava acontecendo. E o outro, que estava fascinado por aquele homem, a ponto de negligenciar o primeiro Vincent, praticamente calando-o a força.

"Então você entrou aqui de manhã sem que ninguém notasse, e me vestiu com o pijama limpo?"

"Sim."

"Isso é errado."

"Eu sei."

Honestamente, eu não lembro o que disse em seguida.
Perguntei meia dúzia de coisas para ele, todas relacionadas ao jardim e as rosas, e ele me garantiu que não havia pisado em nenhuma delas. Ele disse várias vezes que não era um ladrão, e que não tinha a intenção de levar nada da casa, mas que gostaria que conversássemos novamente. Eu aceitei a idéia de imediato, completamente absorto na possibilidade de conhecer alguém além daqueles portões, alguém do "mundo", e não daquela pequena bolha que era minha vida. Ele disse que viria na noite seguinte, e o fez. E na noite seguinte, e na seguinte, e na seguinte da seguinte

Por quatro noites ele apareceu, e durante essas quatro noites eu ouvira as mais fantásticas e inacreditáveis histórias que um garoto de nove anos poderia ouvir. Ele me contou sobre coisas que eu só ouvira falar, pessoas que ele conhecera, notícias além dos portos. Todas essas noites ele permanecia sentado em uma das cadeiras, as pernas elegantemente cruzadas, as costas eretas. Seus modos e seus gestos contrastavam totalmente com suas vestes. Ele provavelmente as tinha por opção, pois alguém com aquele conhecimento e porte, provavelmente possuía certa fortuna. Eu ouvia tudo aquilo fascinado. Ele alimentava aquela chama que eu tinha dentro de mim, e quando me deixava, na maioria das vezes porque eu caia no sono, tudo o que eu lembrava era de suas vestes quando ele pulava a janela.

Na noite de sexta eu precisava ir cedo para cama.
Na manhã seguinte seguiríamos para Londres, e eu sabia que se não descansasse minha mãe perceberia isso logo de manhã. Entretanto, eu caminhava apreensivo de um lado para o outro do quarto, mirando o relógio. Ele estava atrasado, e isso era estranho.

"Você vai afundar o chão se continuar andando de um lado para o outro."

Ouvi sua voz rouca e me virei, quase que automaticamente.
Ele estava sentado na cadeira de sempre, mas havia algo de diferente. O sorriso continuava ali, mas algo não estava certo. Eu podia sentir.

"Então você vai ao teatro amanhã?", sua iniciativa para um diálogo deixava tudo ainda mais suspeito. Eu perguntava e ele respondia, nunca o contrário.

"Idéia de minha mãe, mas sim, vou", caminhei até ele, mas parei. Ele levantou-se antes que eu desse o quarto passo. "Você não vai ficar hoje à noite?", dei mais um passo para frente. Ele deu um para trás.

"Eu tenho algumas coisas para resolver, vim apenas desejar uma boa viagem."

"Eu agradeceria se parasse de fugir, eu não vou machucá-lo", ergui as mãos e sorri. A ironia da situação tornava tudo cômico.

"E eu agradeceria se parasse de tentar se aproximar. A distância é necessária, Vincent."

"Você sabe meu nome", o olhei surpresa. Nesses quatro dias nós nos referíamos um ao outro por "você". Em nenhum momento falamos sobre nomes.

"Sim, eu sei", ele sorriu abrindo a janela, sentando-se no parapeito. "Um passo e eu vou embora", ele ergueu um delgado dedo e eu parei. Tratante!

"Então como devo chamá-lo?", dei de ombros, derrotado.

O sorriso de seus lábios sumira. No lugar estava uma fina linha, que ele mordiscou levemente com os dentes, brancos e perfeitos. Durante um bom tempo ele parecia pensar, ponderar o que havia ouvido, e eu esperei pacientemente que seu raciocínio terminasse. Queria sua companhia pelo máximo de tempo possível, mesmo que ele se mantivesse calado.

"Eu não tenho um nome", disse por final, com uma expressão que parecia pedir desculpas.

"Seus pais não lhe deram um nome?", eu estava boquiaberto.

Ele apenas balançou a cabeça em negativa, e deu de ombros.

"Se eu lhe der um nome, posso dar cinco passos? Ou melhor", ergui uma sobrancelha. "Eu vou dar cinco passos e então direi o nome que pensei para você."

"Isso é uma ordem?", ele riu. Parecia música.

"Sim, é uma ordem."

Eu havia calculado mentalmente os passos necessários para que eu me aproximasse o suficiente para vê-lo de perto. Ainda estaríamos longe um do outro, mas eu poderia usar a claridade da lua e a iluminação do quarto para ver seu rosto o mais próximo que fosse possível. Cinco passos era a distância ideal.
Ele permaneceu calado enquanto eu caminhava, mas senti que prendeu a respiração quando eu me aproximei. Ergui meus olhos na sua direção e contemplei a face mais bela que meus olhos veriam durante todos os anos que se seguiriam. Até hoje não consigo compará-lo com ninguém.

"Neil. A partir de agora você se chamará Neil", eu disse como havíamos combinado. "Você pode respirar agora."

Ele olhou-me e sorriu, apenas acenando com a cabeça.
Em seguida, jogou-se para trás e desapareceu na noite. Corri para o parapeito da janela, mas ele havia partido.
Permaneci observando a noite por mais tempo do que podia, lembrando do passeio quando já havia passado em muito de minha hora de dormir.
Naquela noite eu tive meu último sonho. Tudo o que viria em seguida eram apenas pesadelos.

 

Continua...

 


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