- Sra. Cole, que bebê é aquele que está no nosso berçário? Não me lembro de nenhum Tom Riddle – a diretora do Wool's fez uma careta e inclinou-se levemente para pegar o colar que havia caído segundos antes.  

- Ah, Martha, perdoe-me – Cole disse tristemente – Alexier, o cozinheiro, encontrou a mãe dele caída em um beco aqui perto, acho que esqueci de lhe contar – a mulher não conseguiu disfarçar a sua tristeza. Martha, apesar de não entender o motivo, sentiu-se triste também, afinal, ela gostava de Cole e não quera ver sua infelicidade.

- Por que esta triste, Sra Cole? - ela perguntou, arrumando os bagunçados cabelos grisalhos que estavam por cima de sua touquinha de cabelo. Cole não hesitou em responder.

- A Mãe desse garoto morreu no parto, bem na hora que a moça parou de gritar, ele riu e pareceu se divertir com aquilo - Cole estava fascinada com o pequeno Tom, mesmo que ele tivesse apenas um dia de vida - A única coisa que ela disse ao ver seu filho foi “Tom Marvolo Riddle”... e morreu, aparentando estar – ela fez uma pausa tristemente – Feliz – ela terminou, estava mais alegre. Martha deu um sorriso, provavelmente estando no mundo da lua. Pensando no jovem Tom, lembrou-se de sua pele extremamente branca e pálida, em contraste com seus cabelos pretos e em seus olhos verde esmeralda. Para ela, Tom Riddle era a perfeição em pessoa, ou bebê.

- Ele é lindo – murmurou – Perfeito, mesmo sendo um bebê, tão simpático, tão quieto, tão... Especial – completou a frase com um brilho nos olhos. Tom era a perfeição, ela o vira somente por alguns segundos e já gostava dele.

- Sim, Martha, realmente é – Cole terminou desanimada, mas ao mesmo tempo rindo de sua amiga - Vamos vê-lo? – sugeriu.

A companheira sorriu e assentiu. As duas subiram as escadas devagar, andaram pouco, enquanto observavam os quadros dos antigos diretores do orfanato. Cole temia acabar ali junto com os outros. Passaram pela biblioteca, as duas nem sabiam que ali seria o local que Tom Riddle mais ficaria em todo o orfanato quando crescesse.

Não demorou muito até que chegassem ao berçário. O lugar parecia velho, mas bem limpo. Havia um casal de enfermeiros brincando com o jovem Tom e pareciam se divertir, assim como o bebê. Martha praticamente correu até o berço, pedindo docemente para vê-lo. Ela passou as mãos de leve em suas lindas e macias bochechas rosadas e ele pareceu gostar, já que riu e fez alguns barulhos incompreensíveis. Todos no cômodo riram. Ela mexeu um pouco em suas mãos, ele sorriu e, novamente, balbuciou algo sem sentido... Parecia até que Tom tinha algo para dizer a ela, algo importante.

Tom sorriu. Martha realmente gostava dele