Darling escrita por Thaís


Capítulo 4
Remains et Baiser




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Aquele dia parecia não ter fim.

Como se não bastasse o relógio da cozinha marcava 17:15 a uns possíveis quarenta minutos.

O mais novo estava impaciente. Ainda mais impaciente.

Os passos apresados procurando ao certo um caminho naqueles cômodos. Os pensamentos todos enrolados e confusos não o deixavam chegar a uma conclusão ou tomar uma decisão.

Aquilo tudo era muito novo para ele.

Sim, novo.

Novo porque jamais passara por uma situação dessas. Na verdade, jamais seu coração ficara tão aflito e seus pensamentos inacabados.

Entrou na cozinha e se serviu de um copo d’agua fresco. Piscou sentindo um vazio enorme em si até que conseguiu chegar à conclusão de que não havia comido nada o dia todo.

Antes tudo pudesse ser resolvido assim... Comendo. O que seria pra lá de satisfatório.

Suspirou pesadamente. Aquele suspiro de angustia, temor, medo e tudo de ruim que poderia lhe fazer roer as unhas ou querer se enrolar nas cobertas e não sair mais de lá.

É Kaya... Essa não é a melhor situação para se estar. E pensar que você mesmo provocou isso...

A face mais sorridente estava tão fechada... Parecia outra pessoa. E por instantes ele desejou isso mesmo. Parecer outra pessoa. Ser outra pessoa. E estava odiando isso.

Abriu a geladeira.... E nem aquilo o ajuda a pensar direito.

Que confusão. Que confusão...


Passava a desejar também não ter pronunciado aquelas palavras. Aquelas.

Os olhos percorreram pela geladeira e viu a travessa do jantar da noite passada. Quando tudo parecia estar perfeitamente bem. Porém já havia um acumulo significativo sob os ombros de Mana e seus pensamentos sabem? Aquelas palavras.


Sentiu os lábios tremerem e passou os dentes com força. Podia contê-los ali. Mas os olhos começaram a marejar. Não iria comer o que sobrara do jantar... Iria cair em prantos.

Muito menininha Kaya...


Suspirou balançando a cabeça e fechou a geladeira. Foi para os armários e encontrou um macarrão instantâneo. Colocou-o em uma panela com agua no fogo e esperou para se servir.

Assim que sentou a mesa olhou de volta a geladeira. O prato estava diante de si, mas tinha que pegar o suco e isso o faria abrir a geladeira e....

Ah!

Levantou encarando fixamente a porta da geladeira. A mão foi firme a ela e abriu, procurou a jarra e pegou-a. Puxou o copo, despejou o liquido e assim que colocou de volta a jarra fitou a travessa novamente.

Ahhhh! Malditos olhos se movem sem permissão.

Os lábios tremeram de volta e tratou de fechar logo aquele martírio. Voltou à mesa e começou a comer.

A geladeira estava o encarando-o.

Não queria admitir em voz alta, mas estava. Desviava o olhar, que não demorava muito para encontrar de volta aquela... Geladeira.

De volta os lábios e agora os olhos. Mordia a parte inferior e soltou o garfo passou as mãos pelos cabelos. Sentiu uma gota escorrer pelo rosto.

- Que horror... Você está se desfazendo Kaya...

Falava para si mesmo. Nem sequer tinha notado que ficara tanto tempo calado deixando apenas seus pensamentos falarem. Parou de comer. Já não tinha mais aquele tipo de vazio.

Jogou o restante no lixo e bebeu todo do suco. Lavou a louça que sujou e fitou o relógio.

17:35.

Mentira que passou só 20 minutos?


....Os olhos fixos no relógio e o ponteiro quase invisível dos segundos o fez parar e observar o quão aquela peça lembrava Mana.

Não era um relógio de parede qualquer. Estava mais para alguma replica se não algum original com um belo motivo e história para Mana tê-lo ali.

Isso o fez entrar em pensamentos ainda mais profundos... Tudo naquela casa devia ter um bom motivo. Não era simplesmente porque Mana não conseguia se expressar com facilidade que os objetos dali deviam ser superficiais. Tudo devia ter um significado.

Assim era Mana. Um homem que não tomava atitudes sem que tivesse alguma importância, relevância...

Até que se deu conta de que era a primeira vez que estava ali. E por Buda, só agora notara todos os erros que cometera.

A visão ficou embaçada o rosto tremendamente quente. Aquilo estava o engasgando, sufocando, qualquer coisa do gênero. Fechou os olhos saindo da cozinha enquanto sentia as lágrimas escorrerem pelo rosto.

O que mais ele te deu de presente?! O que mais daqui...

Chegou a cogitar o relógio...

Não queria mais aquilo. Sentir-se assim. Estava se torturando e nunca havia gostado de torturas desse tipo.

Foi até o sofá e se sentou. Puxou uma almofada e a abraçou. Até a almofada tinha o cheiro de Mana.  Quantas vezes ele deve ter chego tarde em casa, e pensando em fazer mais alguma coisa do trabalho, escrever ou desenhar, e deve ter vindo até nesse mesmo canto até acabar adormecendo?!

- Estou agindo de uma forma tão patética... Em nenhum outro relacionamento fiquei assim e... É tão triste.

Murmurou para si mesmo. O pior é que não imaginava que ficaria tão assim. Não que pensava que Mana iria magoá-lo... Mas que ficaria balançado em pouco tempo, que se importaria tanto, que outra pessoa fosse incomodá-lo tanto ao ponto de desejar que ela sumisse e que diante desta simplesmente não teria forças para fazer nada.

- As pessoas que entraram em sua vida... Tem uma história com você...

Continuou a murmurar desviando o olhar para as folhas que tinham os traços de novas roupas.

Traços que Mana estava desenhando ontem. Apertou a almofada entre os braços e inspirou o cheiro que ela lhe trazia.

- Queria poder entender as coisas que te aconteceram... Mas mal entendo você...

Ofegou pesadamente passando uma das mãos pelo rosto afastando as lágrimas enquanto pegava com a outra as folhas. Alcançou a caneta e virou uma folha em branco. Apoiou o bloco de folhas na almofada.

Escrever o que sinto. Escrever o que sinto...

É o que costuma fazer para compor. Escrever o que sente e o que entende. Essa é a definição sem aflorar muito. Essa é a definição que existe. Porque quando for cantar, tem que cantar o que sente e entende. Senão... Seria como dar palpite ou falar algo que não sabe.

“Sinto que vou ficar louco com o seu perfume
Que persiste no frio do gelo
Você que está tão longe...

...Alcançado entre frágeis e contraditórias emoções
Eu começo a sufocar... ”*


Largou a caneta e descartou a folha. Levantou-se deixando de lado a almofada, dobrando o papel, notou pela janela que já escurecerá. Mordeu os lábios. Não poderia ficar assim.  O sensato era esperar por Mana e usar esse tempo para pensar. Mas como nem de longe conseguia organizar as ideias e tão pouco aquela espera o ajudaria...

Ia procurar por Mana.


Foi até o quarto, onde despiu a camisa branca que usava, deixou o papel dobrado sobre ela e tomou uma ducha no banheiro. Assim que pôs a cabeça embaixo d’agua voltou a morder os lábios.

Essa é a primeira vez que vem aqui... E veja as coisas que faz...

Saiu logo do banho, enxugou-se e jogou sobre o corpo o vestido vinho que colocara para vim à casa de Mana. Ajeitou os fios molhados resmungando por ter se esquecido de prender o cabelo. Fitou a blusa branca e foi até ela, sobre ela as frases no papel dobrado que escrevera...Pegou-o e colocou no vestido que usava. Suspirou. Podia sentir um pouco do cheiro de Mana em si. Não exatamente dele... Mas o shampoo lhe dava uma leve lembrança.

Sabia onde era a gravadora e a loja. Por uma questão lógica e a qual não entendia ao certo, a loja era mais perto. Então passaria nela primeiro.

Hm... Bom Kaya! Primeiro pensamento completo!


Sorriu fracamente. Os lábios pareciam tão cansados, o sol já se pusera e a brisa que começava a bater no rosto não era das mais confortáveis. Era meio gélida... Quando o que mais queria era algo quente que o envolvesse e murmurasse um “está tudo bem”.

E hm, o murmuro poderia acrescentar um: “ É com você que quero estar. E não abro mão disso.”


Ri em tom de decepção. Não por saber que isso jamais aconteceria. Mas por ter a consciência que sempre soube. Não se arrependia. De jeito algum.

Chegou diante da loja e parou.

Os pensamentos se varriam e já não sabia tanto se queria encontra-lo... Bateu na porta e em seguida tocou a campainha.

Ficou parado um tempo. As luzes da frente estavam todas apagadas. Mas talvez Mana estivesse nos fundos.

Voltou a tocar a campainha.

Esperar nunca fora seu forte mesmo. Tão pouco paciência.

Nada...


Talvez... Ele estivesse ocupado de mais. Cogitou voltar ao apartamento, porém não iria conseguir espera-lo lá. A verdade é que, não tinha nada lá. Iria até Mana.

Mais algumas quadras e ficaria diante da gravadora.

Apertou os passos passando as mãos pelo vestido. A noite caia rápido e parecia mais fria que as anteriores.

Diante da gravadora não só lhe reapareceu a insegurança, um frio na barriga lhe alertava ao de errado. Ignorou aquilo, se desse atenção, já teria deixado de fazer cada coisa... E não estaria ali entre outras coisas.

Antes que pudesse tocar a campainha notou a porta entreaberta. Não perdeu tempo. O coração disparou e um arrepio lhe percorreu o corpo. Entrou e fechou a porta.

A gravadora parecia sozinha. O corredor escuro e apenas uma luz acessa. Era uma das ultimas salas.

Cada passo que dava pelo corredor a respiração ficava mais pesado.

Devia ser tudo da sua cabeça...


Mas era inevitável.

E quando ouviu vozes então... Arregalou os olhos, já bem mais próxima da sala e os passos pararam assim que lhe caia a ficha de quem falava.

Gackt! Gackt realmente estava ali! Estava há muito tempo?!


As perguntaram eram jogadas em sua mente e o mais ridículo era que não teria como as responder.

O que sentia?

Não conseguia descrever. Era passado na sua cabeça um filme, desde o primeiro passo a frente que andou com Mana... Desde o “até mais...”. Encostou-se a parede, quase que de frente para porta. Devia ter tocado a campainha. Devia sair dali agora.

Os pés não obedeciam, não conseguia sair dali e isso o fez passar a ouvir parte daquela desagradável conversa.

 - Eu imploro a você.

O tom era diferente do que ouvira. Gackt soava a mercê de qualquer palavra que Mana falasse. Fechou com os olhos com força.

- ...

- Sei que algo existe de mim em você.  Arrepende-se Mana? Diga-me realmente que se arrepende... É só o que te peço.

Reabriu os olhos, o feixe de claridade o permitia ver Mana encostado na mesa de braços cruzados e nada mais. Gackt provavelmente estaria próximo a sua frente. Ofegou baixinho.

- Não me arrependo. Não me arrependo de ter estado com você assim como não me arrependo de quando acabou. É um passado que faz parte de nós dois e só. A única coisa que nós liga de alguma forma.

- Então... Foi uma ‘coisa’?... Lembra que me disse que conseguiria esquecer? Eu não consegui. Ainda penso em você Mana. Eu estou aqui.

Conseguiu perceber uma mão passar pela cintura de Mana, sobre sue vestido preto.

Ele estava próximo de mais...

- Por uma escolha que fez sem ao menos, me contatar antes.

- Mas você não me responde! Tento há meses falar... Você me ignora, me dá respostas evasivas, se distancia...

Algo parecia errado. Queria ser percebido ao mesmo tempo em que queria ficar invisível diante deles. O rosto novamente esquentava. Levou uma das mãos ao peito e a outra fora para a boca, não queria que nenhum ruído saísse.

- ... ...São as minhas respostas. Não notou?

- ... Sua beleza está presente nos meus sonhos todas as noites...

O rosto de Gackt se curvava, encostava-se ao rosto de Mana.

Sem chão, sem chão...


Mana virou o rosto quebrando aquele contato, o próximo passo foi se distanciar da mão que o tocava. Porém Gackt voltou a segurá-lo e assim que Mana se virou o outro o abraçou com força encostando o rosto em seu pescoço e murmurando algo que Kaya não pode escutar... Bem, Kaya acompanhava a conversa e sentiu sob o corpo todo um peso horrível. Se pudesse concluir alguma coisa sobre o que sentia seria isso.

- Saía.

- De novo?

Mana soltou-se dele virando e encarando-o. Kaya não conseguiria definir ao certo com que olhar, mas Gackt recuou colocando as mãos no bolso e abaixando a cabeça.

-....

- Aquele... É algum tipo de namorado seu?

Palpitações. O quente do rosto se misturava com o gelado das mãos e Kaya conseguira entender perfeitamente de quem “aquele” dito por Gackt era.

- Quero que saía. Agora.

-....

E sem mais palavras Gackt movia-se lentamente para a porta, Kaya não conseguia acompanhar tudo em tempo real, até que o feixe de claridade aumentou e diante de si Gackt o fitava e Mana acompanhou o olhar. Ambos estavam vendo o mais novo.

Kaya abaixou as mãos olhando para Gackt, que lhe lançou um sorriso fraco e indecifrável, caminhou pelo corredor e saiu da gravadora.

Mana ainda o fitava. Esperava alguma ação ou fala de Kaya, que demorou a sair...

- ....E-eu...Perdão Mana-sama... Devia ter tocado... E-eu devia...

Era um tropeço na frente do outro que o mais novo dava. Mana ficara irritado com aquela insistência que tinha, ficava irritado porque era acompanhado de um sorriso o qual lutava para recusar. Ficava irritado não com o outro, mas consigo mesmo... Por ver Kaya o levando e não podendo e tão pouco querendo recua-lo. Jamais falaria algo assim para ele, mas era essa a verdade.

Mana suspirou e foi se aproximando de Kaya. Parado diante dele, o mais novo pode sentir uma mão acariciar seu rosto, fitou o dono dela e teve seus lábios aproximados. Mana lhe dera um beijo no canto dos lábios e afastou-se novamente.

Não sabia como interpretar aquilo. Mas definitivamente não era algo ruim. Agora que não teria palavras mesmo. E não parecia que Mana estava disposto a falar algo, ele simplesmente virou as costas e voltou para a sala começando a ajeitar alguns papeis.

Os pés voltaram a se mover. As pernas foram para frente e o seguira, entrando no escritório. Ali parecia ainda mais frio. Sua cabeça formava novas perguntas e mantinha as que já queria ter feito...  Até as que já haviam sido feitas. Iria se conter.  Mana tinha seu tempo e deveria entendê-lo.

- Já estava terminado... Ia passar naquele restaurante que disse ter uma comida boa e levar...

Piscou confuso. Não era bem o que esperava.

Está agindo como se nada tivesse acontecido? Por que?


Suspirou vendo que não tinha mais nenhum papel sobre a mesa. Estavam guardados em pastas e as pastas eram rapidamente colocadas nas gavetas por Mana.

- ....

-...Ele não estava a muito tempo também. Não sei desde quando estava escutan—

- E-eu não queria.

Ótimo. Agora além de interrompê-lo quando Mana finalmente começava a falar respondera um “eu não queria” e só. Não conseguia continuar. Os lábios se abriam e fechavam, mas a voz não saia. As palpitações estavam presentes há certo tempo já e deixa o peito dolorido.

-...Certo... Seja mais claro Kaya. Não queria o jantar? Não queria estar aqui? Não queria escutá-lo?

- Não queria... Melhor... Eu devia ter tocado antes de entrar... A porta estava aberta e eu precisava falar com você porque eu não aguentava ficar sozinho na sua casa... E também tinha a travessa e o shampoo... A geladeira e a almofada e—

As mãos se moviam, gesticulando nervosamente e o tom de voz parecia tremer acompanhando o nervosismo que se cessou completamente com o indicador de Mana sobre os lábios. Abaixou os braços fitando-o seriamente. Mana deixava um sorriso contraditório surgir nos lábios. Quase como se contivesse um riso.

- A travessa, shampoo, geladeira?

- ... E almofada, sim.

Murmurou ainda com o indicador dele sobre os lábios. Ergueu uma das sobrancelhas vendo o sorriso do outro desaparecendo aos poucos.

- Não quero falar do Gackt. Não agora.

Afirmou com a cabeça e o indicador lhe correu os lábios passando pelo queixo. Os outros dedos tocaram seu rosto e o acariciaram calmamente. Aquilo o tranquilizava.

Cerrou os olhos e teve a boca de Mana próxima, roçando sobre a sua como um aviso. Os lábios se entreabriram e a língua do mais velho passou para a boca, ocupando-a com um beijo. Kaya dera alguns passos conforme Mana o conduzia e parou quando a mesa já bloqueava o caminho.

As mãos do mais novo percorreram o pescoço, pressionava os dedos sobre a nuca o que fazia as bocas carnudas ficarem mais coladas. Para ambos lhes surgia o desejo interrompido da noite passada.

Todas as perguntas que Kaya queria fazer, procurava abandoná-las. Ao menos por enquanto... Não queria estragar aquilo e desejava Mana tanto. A sensação das mãos dele entrando pelo vestido, tocando as coxas, apertando, marcando enquanto as línguas se acariciavam e as salivas se misturavam o aguçava.

Sugou parte da saliva e outra escorrera pelos lábios assim que Mana afastou a boca. A visão do rosto do mais novo era esplêndida. Mordeu o canto dos lábios dele e tirou o excesso de saliva que caíra por ali. A boca tratava de deslizar sobre a pele doce e quente. Kaya também trazia um aroma que em qualquer outra circunstancia afastaria Mana, mas o mais velho se surpreendera com o quanto o gosto e cheiro do outro lhe agradavam. E em momentos como aqueles a boca alcançava o pescoço, mordiscando, lambendo e sugando-o.

Os lábios de Kaya se entreabriam mais, pegava ar, soltava ruídos, múrmuros baixos.

Baixos até que os dedos de Mana o tocaram sobre o sexo, mesmo que por cima da peça intima... Fazia uma leve caricia que provocava ainda mais o mais novo. As mãos que estavam sobre a nuca deslizaram pelo vestido, passando pelos botões pequenos e procurando soltá-los sem longas demoras.

A pele de Mana era fascinante. Na verdade tudo nele era, mas a pele para Kaya lhe refletia todo o resto. O tom, o cheiro, o calor, a intensidade... Tocava em suas costas conforme o despia. Soltou um gemido baixo quando os dentes foram gravados em seu pescoço, o que deve ter marcado a pele. As unhas deslizaram pelo dorsal de Mana, arranhando-o também. Os quadris do mais velho pressionaram-no com força. Outro gemido. Tinha os dois membros já eretos.

Mana levou à outra mão a cintura do mais novo e o empurrou. A mão do membro continuara com aqueles toques e Kaya se pôs a sentar sobre a mesa de trabalho do outro. Ofegou assim que teve os dedos diretos sobre o membro.

Na cintura os dedos de Mana foram à fita cor vinho que prendia o vestido. Soltou-a e desabotoou com tremenda rapidez toda a peça. Kaya reabriu os olhos e Mana ergueu o rosto. O mais novo aproximou-se e subiu as mãos deixando que o vestido de Mana escorregasse pelos braços e corpo. O olhar desceu acompanhando, as mãos passaram pelo tórax dele enquanto podia sentir o olhar de Mana sobre si.

- Devíamos conversar?

O mais velho perguntou enquanto lhe tirava a roupa. Os dedos do membro se afastaram o que fez Kaya curvar os lábios em um bico. Bico que se desfez com o toque dos dedos sobre os mamilos. Arregalou os olhos. Não precisava conversar agora...

-Não!

Mana sorriu inclinando-se e passando a língua por um dos mamilos rosados. Até poderia apostar que o gosto de Kaya era mais concentrado ali. Um gosto tão dele. A língua tocava a ponta enrijecida e os dentes mordiscavam-no.

- Ma-Mana-sama...

Kaya mordera com força os lábios jogando fracamente a cabeça para trás. Mana fez o mesmo ritual no outro mamilo e pegou a faixa vinho em mãos. Ergueu o rosto e sentiu as duas mãos de Kaya acariciando-o. Juntou-as, o que fez o mais novo voltar à cabeça para frente e passou a fita pelos pulsos, amarrando-a.

Mana passara as mãos e unhas pelas coxas dele e puxava a peça intima, o mais novo erguera um pouco o corpo facilitando ainda confuso observando os pulsos amarrados. Sorriu. Voltava a sorrir sem nenhum peso sobre os lábios. Mana notara aquilo e subiu os lábios lhe dando um selinho demorado.

Selinho que se transforara em um novo beijo. Mais intenso, enquanto os pulsos amarrados passavam os braços pelos ombros de Mana. O mais velho tratou de tirar a própria peça. Parecia que seu desejo conduziria e realizaria todos os atos.

Kaya teve de volta a caricia sobre o membro. Membro este que pulsava. Tinha uma excitação que a cada milésimo de segundo disparava. Aquilo tudo era tão provocante. Tão sexy e... Um dedo de Mana era introduzido, enquanto a outra mão tratava de arrancar mais gemidos os lábios que sorriram. O mais novo jogou a cabeça para trás quebrando o beijo, seus dedos se desalinhavam e percorriam os fios do cabelo de Mana. Queria se conter. Queria dar ao outro prazer maior.

O baixo ventre dera os primeiros espasmos e os gemidos ficaram mais altos e agudos. Entre eles, Kaya pronunciava o nome de Mana, como forma de avisá-lo. Porém o outro ignorava prontamente aquilo e ainda continuava com as caricias. Mais um dedo dentro dele. Os lábios de Mana soltaram um ofego e aproximou-os do pescoço. Gostava daquela parte. O corpo do outro passava a transpirar já. A língua passava sobre a pele e sentia o gosto salgado que tinha. Um leve gosto salgado do suor.

Os dois dedos dentro do corpo do mais novo se moviam circularmente, aprofundando aquele contato tão libertino. Um gemido fora escutado e Mana parou os movimentos sobre a glande, apertando-a fracamente.

- Mana-sama.....

- Não quero que nada fique ocupando seus pensamentos quando estamos assim oke?

O sussurro de Mana vinha carregado. Afinal ele também estava excitado. Deixar Kaya a mercê dos seus toques e aquele corpo pedindo-o o agradava tremendamente. Claro que gostava de ser carinhoso. Mas seu dia fora muito tumultuado e várias coisas haviam saído do seu eixo... E Kaya também não parecia desaprová-lo.

Soltou o membro dele e o ouviu soltar um gemido de satisfação. Kaya gozara e parte do sêmen alcançara a barriga de Mana. Os dedos que prendiam o cabelo dele se afrouxaram e sobre a face do mais novo um sorriso límpido e audaz se formava.

Ainda tinha a ereção de Mana.


Kaya reabriu os olhos com a respiração toda descompassada, procurando o rosto de Mana. Queria ter conseguido se segurar mais. No entanto os toques que recebera haviam sido tão estimulantes e incendiários...

Mordeu o lábio inferior vendo o mais velho tirar os dedos de dentro do corpo. Ofegou. Os dedos subiram para a barriga tirando o sêmen dali e voltando para a entrada de Kaya, lhe arrancando mais que ofegos. As mãos tentaram se soltar e voltavam para o pescoço de Mana.

O mais novo fechara os olhos tendo de se acostumar novamente com os dedos, relaxara o corpo sentindo os beijos e lábios o marcando pelo ombro, pescoço até ao pé do seu ouvido.  A mão livre de Mana abrira uma das gavetas da mesa e Kaya abriu os olhos com o barulho, lançando um olhar e vendo tiras de tecidos.  O mais velho notara e introduziu mais um dedo. As mãos de Kaya puxaram os fios do cabelo enquanto os quadris se levantaram. Aquela dor dava sinais de prazer e o membro ia ficando ereto novamente. Afastou as mãos dali novamente, tirando-as do seu pescoço.

Dessa vez, o mais novo não ficou confuso. Assim que viu a mão livre de Mana indo para a gaveta e a impediu segurando-a com as próprias. Aquele ato o fez parar as marcas que fazia e o fez parar os movimentos dos dedos no corpo. Novos ofegos.

Kaya sorriu e Mana o lançou um olhar interrogativo.

- São pedaços que sobram e que me agradavam... Quando estou aqui e começo a desenhar paro para olhá-los...

- Hm...

As mãos presas puxaram uma faixa de um tecido preto. Não saberia dizer que material ao certo ela era, com certeza Mana o contaria sem demora. Mas aquilo não o interessava agora...

-....

- Posso...te pedir que coloque para mim... Em você Mana-sama?

Kaya notou um sorriso nos lábios do outro, aproximou a faixa do rosto dele, a altura dos seus olhos para que o mais velho entendesse perfeitamente onde queria. Gemeu quando teve uma estocada dos dedos e em seguida a retirada deles. Mana ergueu as mãos segurando o tecido e se vendando.

- Fico---

Antes que Kaya pudesse pronunciar qualquer outra coisa, o mais velho afastou-se um pouco da mesa e puxou o corpo do outro. Puxou e virou-o. Kaya dobrou os braços sobre a mesa e virou o rosto para acompanhar e ver o que Mana fazia. O mais velho invadira seu corpo. Agora precisamente como devia.

Corpos se chocando, corpo contra mesa, pele sobre pele, suor com suor e prolongados gemidos. Força, investidas, estímulos. A mão de Mana tocara o membro dele e impulsionava seu corpo enquanto o mais novo jogava os quadris contra aqueles movimentos causando ainda mais impacto.

Barulhos, calor, fortes palpitações, os corpos diante de um prazer cego para um e sem tato para o outro. Aquela era a melhor forma de se entenderem. Kaya tinha Mana o tocando e arranhando com as unhas como podia, onde podia.

Mais algumas estocadas e era atingida a próstata. Mais gemidos altos. Agudos.  Novas investidas naquele ponto e Kaya já podia sentir o pulsar não apenas do seu membro novamente, mas o do membro de Mana. Já havia fechado os olhos. Gostaria de tocado... Gostaria muito de tocá-lo. Gostaria tanto que chegava a ser mais excitante não conseguir tocá-lo.

E ambos atingem o ápice. Os corpos agora entravam em êxtase, a mente esvazia e aquela tensão toda se descarregava. Nenhuma respiração conseguia ser controlada, nenhuma palpitação estava perto do normal e aceitável. Mas assim era maravilhoso.

Mana moveu-se saindo do mais novo, passou a mão pela faixa e a abaixou dos olhos. Ofegava enquanto Kaya se erguia. Passou os dedos pela cintura dele até que estivessem um de frente para o outro. A mão passou pelos pulsos presos e soltou-o. Kaya passou os dedos pelo rosto, ombros corpo ainda durante enlevada sensação. Mana fechou os olhos e acariciou a cintura nua do outro.

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No meio da noite, Mana despertou. Na sua sala da gravadora havia um sofá. Claro que sim... Já havia perdido as contas das noites que dormiu sentado... Então resolvera comprar um sofá há um tempo já. E naquele momento ele acolhia Kaya e a si. Nunca fora de dormir muito... Levantou-se com cuidado.

Suspirou passando uma das mãos pelo rosto de Kaya, afastando alguns fios que caiam sobre seu rosto. Aquela face encantadora... Como não poderia se deixar levar?! Negou com a cabeça afastando-se e recolhendo as peças de roupa do chão. Quando conhecera Kaya, jamais lhe passou pela cabeça que chegaria a esse ponto com ele. A verdade é que pensava e ainda pensa muito diferente do mais novo... Mas não era algo para se entrar em detalhes. Ambos tinham ponto de vistas distinto... E talvez fosse aquilo que os tenha reaproximado.  Para Kaya o diferente o atraia... Para Mana o afastava... Mas o mais velho não afastou. Sabe-se lá o porquê, nem ao menos ele entendera.

Pegou o vestido vinho que Kaya usava e viu um papel dobrado cair dele. Colocou a peça de roupa dobrada sobre a mesa e abaixou-se, pegando o papel e abrindo. Leu rapidamente...

...Ficou um tempo parado com as letras diante dos olhos, relendo-as...

Alcançou uma caneta e colocou o papel sobre a mesa, acrescentando:

"Você foi escolhida para estar neste palco por um golpe do destino..

Por que será que eu fui o seu escolhido nesse mundo?.....

Deixe sua razão livre.

Beije-me.

Siga instintos"**




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Notas finais do capítulo

*Trecho de Ophelia.

** Trecho de Shadow's Templ.

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