Dammit, I Love You. escrita por Giii_Poynter


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpa a demora. Mas, aí está:



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Sexta-Feira. Feriado. Ou seja, o dia todo livre. Muitos adolescentes da nossa idade estariam com ressaca da noite de quinta-feira e se preparando para outra festa àquela hora. E adivinha o que nós estávamos fazendo?

“Penny, Penny, Penny, Penny, Penny, Penny, Penny, Penny...” Sheldon batia na porta de Penny feito um louco com sua fantasia de Flash.

- Eu amo esse episódio... – Helena comentou.

Estava eu, Helena e Joanna no sofá. Gabe lia sua Teen Vogue importada em uma poltrona e Rafa tentava montar um rap na outra. Todos no maior tédio.

11:00hs

- Pronto. Acabou The Big Bang Theory. – Helena reclamou.

- Ok. Muda pra Sony. Ta passando Ghost Whisperer. – Joanna falou.

- Sempre que eu vejo Ghost Whisperer me lembro de Scooby-Doo O Filme. – Comentei.

12:00hs

- Acabou Ghost Whisperer. Alguém ta com fome? – Joanna perguntou.

- Ainda to cheio do café da manhã. – Gabe comentou.

- Idem. – Todos concordaram.

- Então o que a gente vai fazer? – Helena perguntou.

- Ta passando Two And A Half Men na Warner. – Rafa comentou.

- Oba! – Peguei o controle e mudei de canal.

13:00hs

- Fome? – Perguntei.

- Nenhuma. – Todo mundo respondeu.

- AI MEU DEUS, TA PASSANDO GLEE NA FOX. – Gritei.

- E TA PASSANDO FRIENDS NA WARNER. – Helena gritou.

Nós nos encaramos com os olhos arregalados. Nós duas gostávamos de ambas as séries. O que faríamos agora?

- Glee ou Friends? – Joanna perguntou.

- Que dilema, hein... – Rafa comentou.

- Já sei! – Gabe falou. – Vocês podem escolher um programa pra ver primeiro aí quando der o comercial, vocês mudam para o outro programa. E assim por diante.

Ele sorriu.

- Gabe, você é um gênio! – Sorri.

- Eu sei disso, querida. – Ele se gabou.

14:00hs

- Ok, não tem mais nenhum programa bom pra gente ver. – Helena enterrou seu corpo no sofá.

Ouvimos a porta do quarto de Romeu se abrir e viramos a cabeça para olhar.

- Me liga, hein. – Uma garota magra e com o cabelo tingido todo bagunçado saiu de lá.

- Claro... Alice? – Romeu perguntou.

- Amanda. – Ela revirou os olhos e foi embora.

Romeu se espreguiçou e se sentou com a gente.

- Taí um cara que sabe curtir a noite. – Rafa murmurou. Mas, Romeu não ouviu.

- Por que essa cara de tédio, minha gente? – Ele perguntou.

- Não temos nada para fazer nesse fim de semana. – Joanna respondeu.

- Como assim nada? – Romeu perguntou.

- Nós não somos tão populares como você, Romeu. – Gabe disse, ainda lendo sua revista.

- EI! A gente pode fazer uma festa amanhã! – Romeu pulou, animado.

- Aqui? – Perguntei.

- Não, na praça aqui em frente. – Ele ironizou e eu revirei os olhos. – É claro que é aqui. Temos espaço o suficiente e eu tenho contatos.

- É... Eu acho uma boa ideia. – Joanna disse.

- Temos que fazer o que? – Helena perguntou.

- Eu vou ligar para as pessoas agora e depois a gente vai ao supermercado. – Ele sorriu e pegou o celular.

No supermercado...

- UHUUUUL! – Joanna gritava dentro de um carrinho de compras enquanto Rafa a empurrava em todo o supermercado.

- A GENTE VEIO AQUI PRA COMPRAR E NÃO SE DIVERTIR. PAREM COM ISSO SE NÃO VAMOS SER EXPULSOS DAQUI! – Gritei.

- Nossa, pareceu até que você é mãe deles. – Helena comentou.

- Bom, eles estão agindo como duas crianças, não é? – Falei.

Helena lia um livro enquanto acompanhava a gente. Ou seja, sem prestar atenção nenhuma aonde pisava, por isso uma hora ela tropeçou em uma caixa de leite que estava jogada no chão.

Eu estava com a lista de compras na mão e pegando o que precisávamos e Romeu me ajudava a botar as coisas no carrinho. Acho que era a primeira vez em que fazíamos algo juntos sem discutir.

Eu analisava a lista quando esbarrei em Gabe. Ele analisava vários produtos para cabelo.

- Gabe, a gente está aqui pra comprar coisas pra festa e não produtos de cabelo. – Romeu reclamou.

- Bom, eu vou passar produtos de cabelo para a festa, então... – Gabe sorriu, botando um creme de cabelo no carrinho.

Eu e Romeu andamos tanto analisando a lista que quando eu percebi estávamos sozinhos.

- Ahn... Acabou o sabão em pó lá de casa. – Comentei para acabar com o silêncio e apontei para a pilha de sabão em pó na nossa frente.

Romeu calmamente foi pegar o sabão em pó do meio.

- Eu acho melhor você pegar o de cima... – Comentei, mas ele já tinha puxado o do meio e tudo caiu em cima da gente.

Caí de bunda no chão e olhei para Romeu na mesma situação que eu. Começamos a rir demais.

- Eu avisei pra você... – Falei, ainda rindo.

- Ei, vocês estão bem? – Helena apareceu com todo mundo atrás dela.

- Ouvi um barulho e imaginei que vocês teriam feito merda. – Rafa comentou.

Paramos de rir e nos levantamos.

- É... Temos que pegar as cervejas. – Romeu comentou enquanto se ajeitava.

- Skol. – Falei.

- Brahma. – Ele falou. Nos encaramos, irritados.

- Afe, deixem de ser pobres. – Helena falou, pegando várias Heinekeins.

Levantei minha sobrancelha pra ela.

- Que foi? Eu posso ser nerd e essas coisas, mas eu entendo de cerveja. Mais do que vocês, aparentemente. – Ela se justificou.

No dia seguinte, a festa começou às 22:00hs e ia até a madrugada. Ainda bem que não tínhamos vizinhos chatos, então podemos continuar a festa.

Estava lotado. Provavelmente Romeu havia convidado quase o colégio inteiro.

- HELENA! – Gritei no meio da multidão. Para achar Helena ali seria difícil.

- O QUE? – Ela gritou de algum lugar no norte.

- CADÊ VOCÊ? – Perguntei.

- PERTO DAS BEBIDAS.

Fui andando no meio das pessoas e finalmente achei Helena. Ela estava sentada no chão perto das bebidas com uma Heineken na mão. Acho que era a primeira vez que eu a via beber.

- Ta acabando. – Ela apontou para a cozinha.

- Tudo bem, vou comprar mais. – Falei.

Fui ao supermercado e pedi para entregarem as 30 caixas de cerveja depois, porque eu não agüentaria aquele peso de jeito nenhum. Quando voltei para casa, a situação estava pior. Havia muita gente bêbada e Helena já não estava mais perto das bebidas, ela estava dançando com um jogador de futebol com uma cerveja na mão. Sim, você leu certo. Helena, a nerd da escola estava bêbada nos braços de um jogador de futebol.

O entregador do supermercado chegou e um monte de gente começou a atacar as cervejas. Dei de ombros e peguei uma cerveja também. Era o único jeito para aturar aquele bando de bêbados se pegando.

Fui para a pista de dança e me mexi um pouco ao som de Firework da Katy Perry.

Eu sei, dançar sozinha era triste, mas o que eu poderia fazer? Não sou uma pessoa que curte festas.

Avistei Gabe sentado em uma poltrona lendo uma revista de moda, como sempre. Caminhei até ele e perguntei:

- Ei, como você consegue ler com essa música alta?

- Para a moda não precisa de concentração e sim, devoção. – Ele falou. Achei aquilo estranho, mas insisti:

- Vem curtir a festa.

- Eu não gosto de festas. Elas só significam duas coisas: Bebedeira e pegação.

- Isso não é verdade. – Falei. – As pessoas dançam também.

- Eu não vou dançar. Dançar é para idiotas. – Ele falou, sem tirar os olhos da revista.

Olhei para o meu corpo se mexendo ao som da música e parei. Achava melhor eu ficar só na bebida mesmo.

Eu estava muito, muito bêbada. Sério, eu nunca havia ficado assim. E o pior é que eu não conseguia largar a garrafa.

Eu já estava morrendo de dor de cabeça por causa daquela música alta, então resolvi ir para o meu quarto (Que eu havia deixado trancado no caso de alguém resolver ir lá e vomitar no meu edredom).

Eu tava meio tonta, por isso sentei no chão mesmo. Encostei a cabeça na parede, fechei os olhos e bebi mais um pouco.

Ouvi um barulho de porta abrindo e me assustei pensando que era algum casal querendo fazer coisas indecentes no meu lindo edredom... Mas era só o Romeu também com uma garrafa de cerveja na mão.

- Ahn, desculpe, eu não sabia que você estava aqui. – Ele falou.

- Bom, esse é meu quarto. Então, eu estou sempre aqui. – Ironizei. Ele riu e se sentou do meu lado.

- Minha cabeça ta doendo demais... – Ele comentou.

- Somos dois. – Falei. - Eu nunca vi tanto bêbado junto na minha vida.

- Bom, pelo menos essa festa vai ser comentada pelo resto da semana. Festa boa é assim, inesquecível. Aí talvez vocês percam a fama de perdedores.

- Eu acho que nem assim. – Eu ri.

- Quem liga? Às vezes eu queria ser como vocês, sabia? Ter um pouco de paz. Ser popular traz muita pressão na gente... Não podemos fazer uma coisa errada que a escola inteira já fica sabendo e começa a te olhar torto. – Ele desabafou. – Mas, a escola é uma fase muito importante na sua vida e eu não quero contar para os meus filhos que eu era um insignificante na escola... Ok, isso soou mal, desculpe.

- Não precisa se desculpar. Eu sei disso. – Falei.

- É por isso que eu fico zoando vocês, sabia? Para os caras me aceitarem. Mas, às vezes eu queria simplesmente ser eu mesmo...

- Ok, vamos parar de falar sobre escola. Vamos falar sobre outra coisa. – Sugeri. – Hmmm... Você viu a Helena por aí? Ela sumiu.

- A última vez que eu a vi ela estava caída no sofá com uma garrafa na mão.

- Eu não sabia que ela ficava bêbada tão fácil.

- Ahh, ela fica. Acredite. A última vez que ela ficou assim foi nas bodas de ouro dos nossos avós. Ela dançou com o garçom e beijou o barman. Foi uma vergonha. – Ele falou e nós rimos.

- Sabe, você está bem legal hoje. – Comentei.

- Hoje, é? Então será que hoje eu posso fazer isso? – Ele perguntou e quando me deparei, ele estava se aproximando do meu rosto.

Meu coração disparou e, de repente, seus lábios estavam nos meus. Começou com um beijo carinhoso, mas depois ele se aprofundou e quando nossas línguas tocaram, um choque percorreu meu corpo. Eu sei que beijar com bafo de cerveja não era muito bom, mas mesmo assim, aquele havia sido o melhor beijo da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Acredite, a manhã de tédio deles é baseada na minha manhã de sexta-feira. E essas não são nem metade das séries que eu vejo RS. E aí, gostaram da festa? Da Helena bêbada? Do beijo...? Quero reviews, hein.