Thief Of Lives escrita por Mona


Capítulo 10
O Controlador de Vidas


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpa pela demora (de novo hehe) mas eu realmente estava com dificuldades de escrever e me veio uma luz nesse cap. (aleluia). Feliz Natal atrasado e feliz Ano Novo!



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–O que você pretende que eu faça com um monte de maçanetas numa parede gigante? Quer que eu as teste para você?

Tentei falar com deboche, mas não sou muita boa com sarcasmo. Além de que eu tremia sem conseguir me controlar. Ele deu uma risada, se divertindo com minha tentativa.

–Judith, minha cara Judith, eu te conheço melhor do que imagina. Não tente gracinhas comigo –e apertou minha bochecha. -Primeiro, você precisa tirar essa imagem de parede cheia de maçanetas da sua cabeça.

–Como que você quer que eu faça isso se é uma parede cheia de maçanetas?

Ele não gostou da firmeza em minha voz. Com uma expressão irritada, se virou bruscamente para mim sorrindo de um jeito forçado.

–Olha aqui, Judith –disse meu nome com desprezo, pronunciando cada sílaba. -A ideia não foi minha. Eu estou tentando te ajudar, com uma máquina que vai fazer com que todos comam na sua mão! –o volume de sua voz foi aumentando. -Então me deixe falar para que esse negócio serve e para que eu estou aqui antes que ele chegue!

Eu queria perguntar “a ideia foi dele?” e “quem é ele?”. Observando seu rosto de raiva, porém (além da curiosidade de saber o que era aquela parede cheia de maçanetas, já que não era uma parede cheia de maçanetas), deixei as perguntas para depois.

–Como eu estava dizendo, -prosseguiu o homem- aquilo é o Controlador de Vidas.

Eu comecei uma pergunta, mas ele gesticulou, ainda irritado, com a mão e resolvi me calar.

–Como o nome diz: ele controla vidas –ele sorriu rapidamente para mim. -E é isso o que você, Judith meu bem, vai fazer daqui em diante: -ele caminhou até a minha frente erguendo os braços- controlar... –ele virou para a parede- vidas!

Voltou-se para mim, com um sorriso de satisfação no rosto e os braços atrás do corpo. Perguntei-me se ele já tinha acabado e eu poderia falar sem ele me esfaquear ou coisa assim. Mad Shadow pareceu ler meus pensamentos.

–Pode perguntar minha cara.

–Como que maçanetas podem controlar vidas? E quais vidas? E quem era...

–Ei! Ei! Ei! –ele fez um sinal para que eu parasse- Uma pergunta de cada vez!

– Como que maçanetas podem controlar vidas? –repeti.

–Ora, simples. Você gira a maçaneta até um destino que a satisfaça –o olhei um pouco confusa. -Observe.

Ele foi até a parede e tocou em uma das maçanetas, sorrindo estranhamente para mim. Depois, girou-a várias vezes enquanto palavras iam passando em um vão, acima da mão de Shadow. Eu reparei que havia uma pequena placa com um nome, como que identificando a maçaneta. Forcei a vista e consegui ler “Gerard Dyson Hills”. Eu conhecia alguém chamado assim, era o diretor franzino da minha escola. Ele era bem velho e quase nem enxergava direito.

Eu fiquei encarando o nome até perceber que Mad Shadow já havia parado de girar a maçaneta e uma palavra estava definida no vão abaixo do nome. Ele deu um sorriso cruel e roçou o dedo indicador em meu queixo. Eu estava meio assustada com a palavra que ele escolheu. “Acidente” estava escrito.

“Acidente” com certeza não é uma das minhas palavras favoritas.

–O... –minha voz saiu fraca- o que significa essa palavra? –ele riu.

–Eu acho que você sabe muito bem o que significa –olhei para seu rosto, estava com uma expressão assustadora, no entanto, não deixava de ser encantador.- Posso?

Mad Shadow apontava para a maçaneta, que se abriu, revelando um botão vermelho. Lembrei o que os filmes sempre diziam: “Nunca aperte o botão vermelho”. Mas sempre tinha alguém teimoso que o apertava e acabava quase matando os outros. Meu cérebro dizia: “Não aperte o botão vermelho, não seja a pessoa que quase mata a si próprio e aos amigos”.

Achei graça daquilo que meu cérebro dizia. Cérebro bobo. Então fiz que sim com a cabeça e o alto e elegante homem ao meu lado apertou com vontade o botão.

Um estranho barulho pairou no ar, o mesmo de quando a parede veio. Afastei-me das maçanetas, deduzindo o que ia acontecer. Ela se recolheu para o mesmo lado de onde havia aparecido.

–Eu ia te perguntar aquela hora, antes de você mexer na maçaneta –ele se virou para mim. -Quais as vidas que essa parede controla?

–Não é qualquer parede, é uma máquina. Ou magia, você decide –franzi os cenhos, tentando entender. -Ela pode controlar qualquer vida, em qualquer lugar do mundo. Todos os humanos existentes estão aí, cada um com sua maçaneta. É só você dizer o nome de quem quiser que a “parede” te mostra. Você viu a quem pertencia o destino que eu mudei?

–Era o meu diretor.

–Exatamente.

–E o que vai acontecer? Você escolheu a palavra “acidente”. Isso significa que ele vai sofrer algum tipo de acidente? Ou que alguém vai causar um acidente por causa dele? Ele vai morrer por causa desse acidente?

–Perguntas, perguntas e mais perguntas. Judith, querida, eu sei que sua cabecinha está cheia delas. Mas, acredite em mim, todas vão ser respondidas com o tempo.

Comecei a ficar realmente preocupada e, aos poucos, me desesperar. Será que ele ia realmente morrer? Minha respiração ficou acelerada e eu olhei para Mad Shadow, que sorria tranquilamente para mim. Ele parecia reconfortante. Se ele era mesmo meu amigo imaginário, não iria fazer uma coisa dessas. Matar alguém. Sorri para mim mesma. Não, ele não faria isso.

Mad Shadow foi chegando cada vez mais perto de mim, seu rosto próximo ao meu cabelo. Ele me deu um beijo demorado na testa.

–Boa noite, querida Judith. –sussurrou encantador ao meu ouvido.

Não tive tempo de responder. Acordei em meu quarto, suando e com o coração acelerado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e eu quero reviews como presente de Natal hein? Tchau :)



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