Capitulo quarenta e sete: (POV Vampiros)

POV Jasper:

Senti o cheiro de Bella retornando à sala e decidi voltar também, apesar de não estar no mesmo ambiente que Alice conseguia sentir sua aflição por ter saído de modo inesperado. Bella carregava mais duas taças e dessa vez havia trazido uma garrafa junto. Não sabia o que ela estava tentando fazer, talvez matar Carlisle ou Esme de aflição, ou Edward por arrependimento.

O Thomas, ele havia pedido para nós o chamarmos de Tom, porém, como prefiro não ter intimidade com nenhum Volturi, continuei a chamá-lo pelo seu nome. Sem apelidos. Bella ficou surpresa ao ver ele achar o sangue de uma das taças o melhor de todos, porém ela não demonstrou seus sentimentos, como vem fazendo desde que voltamos ou, como eu temo, desde que a deixamos. Ela sequer reconhecia suas emoções para poder demonstrá-las, a única que se sobressaia era a raiva, por isso, qualquer outro sentimento que ela estivesse tendo acabaria em uma raiva sem explicação.

Após Bella sair desfilando com suas roupas nada apropriadas, Thomas degustou do resto do sangue de sua taça e fez menção para seguir Bella com um pequeno pedido de licença. Fui o primeiro a oferecer resistência em seu caminho, com a minha família se juntando a mim assim que notaram meu objetivo.

Uma pequena confusão se armou e, na distração de todos, eu sai de lá indo atrás de Bella. Ouvi-a suspirar por de trás da porta e ficar alerta no segundo seguinte, provavelmente havia sentido meu cheiro.

- já está vestida Bella? – perguntei antes de entrar.

- sim, mas estou bem, por favor, não entre. – conseguia perceber o desespero em sua voz, o que significava que ela não estava bem.

- eu ainda consigo sentir seus sentimentos Bella – girei a maçaneta e entrei no quarto. – ele era em estilo antigo como o resto da casa. Notei-a no canto do quarto com a cabeça apoiada no armário enquanto respirava com dificuldade. Suas mãos estavam fechadas, fazendo com que fosse possível ver suas veias saltadas em seu braço e em seus pescoço. – Bella?! – exclamei espantado – o que está acontecendo? – dei um passo a frente um pouco receoso.

- não se aproxime. – ela disse dura.

- o que está acontecendo. – perguntei curioso, porém obedecendo-a e ficando no meu lugar.

- algo que não poderia acontecer aqui, não imaginei que fossem vocês quando Tom disse que vampiros viriam visitá-lo. – ela estava prestes a chorar, sentia suas saudades da proximidade que ela tinha com nossa família, mas seu corpo não estava processando corretamente, ou seja, raiva e arrependimento, era tudo o que chegava a seu cérebro.

- o que não poderia estar acontecendo Bella? – diferentemente de todas as vezes, não estava conseguindo chegar ao ponto.

- eu estou na casa de um vampiro com oito dentro, mais dois do lado de fora. – uma luz acendeu em minha cabeça e fiz todas as minhas forças para não pensar no que eu queria pensar.  – você sabe das minhas necessidades.

- deixe-me te ajudar Bella – falei me aproximando dela e virando-a para me olhar.

- não faça isso Jasper! Por favor vai embora. – ela dizia raivosa olhando para o chão. Fiz menção de levantar sua cabeça e ela explodiu, não era comum ela fazer isso perto de mim. – Não me toque! Você está louco?! – ela se moveu para o outro lado do quarto, mas olhou para mim dessa vez. Suas pupilas estavam super dilatadas e quase não era possível ver a cor de seus olhos.

- seus olhos – disse espantado, abaixei meu olhar para qualquer coisa que não fosse seu rosto. As veias de seu pescoço pareciam prestes a explodir. – suas veias. – ela rosnou levemente para mim, seu desejo estava deixando-a descontrolada. O rosnado, somado a toda confusão que Bella estava fazendo chamou a atenção dos outros Cullens. Em poucos segundos todos estavam na porta do quarto. Sentindo o cheiro que eles emanavam Bella apertou os olhos com mais agonia ainda. Edward e Alice foram para o seu lado com a intenção de confortá-la. Tirei Alice do lado de Bella sem pensar duas vezes.

- o que está fazendo Jasper? – Alice me perguntou sem entender.

- deixem que ela saia daqui, Edward saia de perto dela. – aconselhei-o, porém ele não me ouviu.

POV Edward:

Ouvimos os gritos de Bella e um rosnado logo em seguida, olhamos uns para os outros desesperados, Jasper não estava ali na sala, era com ele que Bella gritava. Corremos em nossa maior velocidade para cima e encontramos Bella, com olhos fechados e cara de dor,  e Jasper, no outro canto no quarto, olhando-a desesperado.

Corri para o lado de Bella, esperando ter que defender qualquer atitude Jasper contra ela, Alice também se postou ao seu lado, sendo tirada dali no segundo seguinte por Jasper.

- o que está fazendo Jasper? – Alice não entendia porque Jasper havia feito aquilo.

- deixem que ela saia daqui, Edward saia de perto dela – Jasper dizia o que eu tinha que fazer. Tentei olhar em sua mente para ver o motivo de sua reação, tudo em branco. Ouvi um gemido vindo de Bella, quando ia perguntar a ela o que estava acontecendo ela se retraiu, abriu os olhos e prendendo a respiração saiu do quarto sem olhar para trás.

Poucos segundos após a sua partida os pensamentos de Jasper se tornaram novamente legiveis. Segundo seu poder, os sentimentos de Bella eram traduzidos pela sua mente em pura raiva e dor. Iria seguí-la para garantir a sua segurança, porém fui impedido por Jasper.

- primeiro reflita, aceite o que ela é e depois terá o direito de seguí-la, e depois terá uma nova chance com ela.

POV Carmen

A casa dos Cullen não ficava muito mais longe de onde eu me encontrava, Esme estava precisando de apoio e esperava que ela gostasse da surpresa que seria minha visita surpresa. Havia acabado de atravessar uma rodovia quando ouvi choros vindo do meio da floresta, imaginei que fosse uma criança perdida, mesmo estranhando o horário para isso, porém quando me aproximei, notei que o choro não era por desespero e sim por dor, tritesa, talvez até arrependimento.

- por que eles tinham que voltar?! Estava tudo tão bem! – uma menina de cabelos castanhos, que aparentava ser muito bonita, socou o chão, notei uma leve depressão se formando no local, temi me aproximar, não sabia o que essa menina estava fazendo ali, não poderia me arriscar e sair machucada, porém meu instinto maternal impediu-me de seguir reto e ignorar a garota.

Senti o cheiro de um outro vampiro a rodeando. Não poderia deixar que ela saísse machucada. Ela era uma menina inocente, não sabia dos perigos que uma floresta poderia reservar.

Pulei da árvore fazendo uma barulho audível e caminhei a leves passos até ela, com um sorriso preocupado no rosto.

- o que faz aqui minha querida? – olhei, mais uma vez preocupada, para o outro vampiro em cima da árvore. Ele parecia prestes a atacá-la. Me postei a frente da menina de forma que para chegar até ela ele teria que passar por mim, ela percebeu meus movimentosse colocando em posição de ataque, ele iria se aproveitar da guarda baixa da menina, eu havia atrapalhado os seus planos.

O vampiro pulou da árvore em movimentos graciosos e se aproximou com passos lentos, ficando a, aproximadamente, dez passos de distância. A menina de cabelos castanhos cheirou o ar discretamente e soltou um pequeno gemido.

- se é agora que eu te encontrei sozinha e indefesa, não será uma mera vampira vegetariana que impedirá meu trabalho – o vampiro de feições chinesas e corpo pouco musculoso disse se colocando em posição de ataque.

- você é o vampiro que vem me seguindo? – a bela menina falou pela primeira vez a inocência em sua voz não combinava com o seu conhecimento. Como ela poderia saber de nossa existência e ainda ser humana?

- sim, e é hoje que você não voltará para casa. – ele abriu um sorriso cínico e avançou sobre nós.

Me coloquei na frente impedindo que a menina fosse atingida, não era boa em lutas, mas não poderia deixar a pobre adolescente sem proteção. O vampiros chinês honrava sua descendência quando setratava de luta. Ele sabia algum tipo de artes marciais que o deixava em vantagem.

Em um momento eu lutava pela sobrevivência no outro eu esperava pela morte. Minha cabeça estava entre as mãos do desconhecido e a qualquer momentos elas seriam separadas, brutalmente, do meu corpo. Porém milagrosamente num piscar de olhos eu me encontrava tacada no chão da floresta.

Olhei em volta procurando a menina ou o outro vampiro. Os dois se encontravam lutando em uma perfeita coreografia. A menina levava vantagem e, em poucos segundos, o vampiro estava tacado no chão sendo preso pelo pé da garota.

- não me mate, eu só estava recebendo ordens! – ele disse desesperado. – você era para ser humana e não oferecer maior perigo!

- ordens de quem?

- do seu mais novo cliente. – a menina de olhos castanhos e pupilas dilatadas olhou para mim conferindo se eu estava bem. O homem em baixo do seu pé aproveitou da distração para reverter o jogo e de quebra morder a menina. Dessa vez essa não teve piedade e arrancou a cabeça do vampiro fora.

 Dei dois passos para trás com a cena, temia que a doce menina fizesse o mesmo comigo, pelo visto, ela não era tão doce nem inocente. Sem se importar com suas roupas a menina rasgou um pedaço do pano e usou-o para iniciar uma fogueira.

- obrigada – ela disse se virando para mim. – e não precisa se preocupar, não irei te fazer nada, já estou melhor. Pode ir emobora se quiser. – sua voz se assemelhava a de um vampiro, como se fosse um canto de um passarinho.

- você foi mordida. – afirmei me aproximando.

- oh, não é nada, ele não chegou a injetar veneno, então, não corro perigo. – ela desdenhou o ferimento de seu ombro.

- tome, você deve estar com frio – tirei minha jaqueta e dei para ela, um sorriso agradecido brotou em seus lábios. – acho melhor você ser analisada só por precaução, conheço alguém que poderia fazer isso sem maiores problemas, ele é médico, chama-se Carlisle – ela engoliu seco.

- você conhece Carlisle?! – sua voz  beirava o desespero.

- somos amigos, foi ele quem apresentou a mim e a minha família a dieta vegetariana, estava indo visitá-lo quando te vi aqui. Qual é o seu nome a propósito? Chamo-me Carmem

- Bella. – uma luz acendeu dentro de minha cabeça. – por favor, você não pode contar nada disso para ele ou para qualquer outeo dos Cullens, nada do que você viu aqui, sequer pode pensar sobre isso, ou acreditar que isso realmente aconteceu. – Bella implorava e por pouco não ficou de joelhos.

- se você está pedindo minha querida. Desculpe minha indelicadeza, mas seria você a namorada do Edward? – perguntei um pouco envergonhada.

- ex – ela disse dura.

- entendo, venha vamos voltando para Forks enquanto você me conta o porquê de ainda não terem voltado. – ela olhou para mim um pouco receosa – prometo que não contarei a ninguém o que vi aqui, ou sobre o que iremos conversar.