Observei o céu, enquanto davas pequenos passos até Edward, acima de toda campina, poucas nuvens se espalhavam entre as estrelas, e a lua,ainda cheia, já pairava no horizonte.Imediatamente,relembrei do dia em que Renesmee perguntará sobre as estrelas:

Ela estava deitada observando o céu, com seus braços cruzados, e com suas mãos servindo de apoio para sua cabeça.Uma brisa leve tocava em meu rosto, tirando alguns fios dos seus devidos lugares,Edward,- sentado na areia ao meu lado- havia se concentrado em colocá-los no lugar toda vez em que o vento insistisse em bagunçá-los.Eu,por minha vez, mantinha-me ocupada olhando o movimento incessante das ondas que quebravam na costa.

O brusco movimento que Renesmee fizera ao sentar-se, fez nossos olhares se voltarem a ela.Nessie alisou a areia à sua frente,quando falou, sua voz era suave. “Mamãe, estou com fome!” Rapidamente levantei-me,limpei a areia de minha roupa. “Imaginei que estivesse com fome, buscarei algo para comer.Não demoro.” Disse, e logo Renesmee sorriu.

Mesmo já relativamente distante dali pude ouvir sua doce voz. “Papai”.Após uma longa pausa,ela indagou “Você sabe quantas estrelas existem no céu?” Não pude me conter,por tanto, virei minha cabeça para traz para ver a reação de Edward.Nessie abraçou os joelhos esperando sua resposta.Ele riu. “Sinceramente...eu não sei.”Ele riu novamente,e logo após sugeriu. “Vamos contar e descobrir.” Os dois riram juntos.Posso afirmar que aquilo fora, sem sombra de dúvidas, o som mais harmonioso e prazeroso que já ouvirá em toda minha vida,sorri ao sentir meus ouvidos serem acariciados pelo soar das suas risadas contagiantes.Apresei meu passo até chegar a cozinha,e rapidamente preparei um sanduíche,e peguei um copo de suco para Renesmee.

Enquanto voltava para a beira do mar, ouvi Edward interromper a contagem,então parei aonde estava e me encolhi atrás de uma árvore para vê-los conversar. “O céu é lindo, não  acha?” Ele sussurrou.Renesmee demorou um pouco a responder. “E imenso também,papai,do tamanho do meu amor por você” disse ela.Tentei imaginar a expressão dos dois, mas era algo impossível,mas mesmo assim estava grata - ouvir dois anjos conversando,para algumas pessoas  não era algo muito comum-.Da onde estava pude ver o brilho da Lua refletido nos dentes brancos- e quase tão brilhantes como a luz da lua refletida na água salgada do oceano- de Edward quando ele abriu um imenso sorriso.“Você gosta sua mãe também, Renesmee...”Não era uma pergunta, nem mesmo tinha soado como uma pergunta, mas mesmo assim ela fizera questão de responder a ele. “Eu a amo”. Queria sair correndo dali e abraçá-la,apertá-la e nunca mais a soltar,mas não o fiz,do contrario preferi observá-los por mais um tempo. “Então diga isso a ela”. Nessie assentiu,e recomeçou a contar a estrelas de onde havia parado.

Evidentemente, ao perceber que eu avançava lentamente sobre a areia, Edward perceberá minha intenção, e elevou seu tom de voz enquanto contava com Renesmee,no intuito de  distraída, para que eu pudesse assim, realizar o que planejará com sucesso.

Eles já estavam na 30ª, quando eu, finalmente, estava perto o suficiente para dar um susto em nossa filha. Então cuidadosamente deixei o lanche que preparará sobre minha toalha na areia, me abaixei a fim de ficar ao seu tamanho e pousei minha mãos nos ombros de Renesmee, enquanto eu emitia um típico “Bú”. O pulo que dera,seguido por sua risada melodiosa, contagiou a mim e a seu pai, que logo jogou-se em cima dela. Seus dedos percorriam, agilmente,pelos seu corpinho, lhe fazendo cócegas. Nessie caiu na brincadeira, tamborilando seus pequenos dedos em mim.Não pude me render,então também comecei a brincar.E continuamos por bastante tempo, até Renesmee parar, fazendo Edward parar no mesmo instante, ela olhou para ele como se procurasse uma resposta,ele fez um sinal para que prosseguisse, então ela inclinou-se sobre mim.“Mamãe” Enquanto falava, ela recolhia punhados de areia e os deixava escapar por dentre os dedos,concentrada em sua escolha de palavras,ligeiramente esfregou suas mãos umas nas outras a fim de limpa-las, pôs as mesmas em meu rosto, e prosseguiu “Não importa quantas estrelas têm no céu,por maior que seja o número,ele nunca será maior que meu amor por você, nem mesmo se o multiplicassemos.” Com suas –retas,perfeitas e extremante brancas- fileiras de dentes de leite a mostra,seu sorriso era quase capaz de atravessar- lado a lado de- seu rosto, e encostar em suas duas orelhas.Em seus olhos havia um brilho indescritível.

-Bella...- Edward falou finalmente, me trazendo de volta para a realidade.

-Desculpe. –balancei minha cabeça com muito esforço para livrar-me da extraordinária lembrança.

-Por favor, não vá.- ele colocou suas mãos em meus rosto,seus olhos eram profundos,negros.

Suspirei,mais uma vez.Era tão difícil continuar persistindo naquela escolha,com Edward suplicando a minha frente,com nossa filha aparentemente morta em seus braços,e como se não fosse o suficiente,até mesmo em minha mente trazia lembranças me faziam querer ficar.

Sem ter com o que argumentar,decidi me manter quieta.

-Por favor...

-Edward, é a única forma,se eu não for, o que será de Renesmee? O que será de nós? Eles não nos deixaram em paz até levar alg...

-Não é a única forma, Bella! -interrompeu

-É sim.- ele bufou.

-...Eu vou com você.

-O quê?- levantei uma de minhas sobrancelhas,confusa- Que diabos está falando?

-Eu vou junto. –ele falou pausadamente,como se estivesse falando com uma criança.

-Não...- não sei com o que ele estava na cabeça –NÃO!- gritei- E quanto a Renesmee?

-Ela irá também.

-Você está maluco? Ela não vai!

-Porque?

-Por que é perigoso.

-Por que é perigoso ?! Então você sabe que é perigoso.–ele sorriu triunfante.

-Que inferno,Edward.

-Está bem,ela fica aqui,com Jacob,Rosalie..Será bem cuidada.Mas eu vou com você.

-Não,eu já falei que não.

-Você vê..Do mesmo modo que você não quer que eu vá,eu não quero que você vá.

Sinceramente,naquele momento eu não sabia o que passava na cabeça de Edward,sei que ele estava sofrendo ao me ver partir, mas principalmente por me ver sofrer por dentro, e por me ver estar sofrendo mais ainda por ter de camuflar minha dor, e manter-me inflexível.Mas nada explicava sua reação,nada explicava aquelas palavras sem sentido que acabará de me dizer.

Tive me concentrar para escolher as palavras certas para usar naquele momento, todas elas porém pareciam grossas de mais,e suficientes para lhe machucar mais ainda,mas toda minha concentração pareceu em vão quando palavras inadequadas saltaram de minha boca por impulso:

-Não ,você não vai Edward.Não quero saber o que você está pensando sobre isso. Eu vou, e vou sozinha.Nada que for falar ou fazer vai mudar isso.-gritei.

Aquelas palavras saíram como laminas pelos meus lábios. A cada frase,um pedaço de meu coração despedaçava-se.Arisquei-me ao olhar em seus olhos, e aquela foi,sem duvidas, a pior coisa que fiz aquele dia.Seus olhos e seu rosto estavam dor e sofrimento como nunca haviam estampado,aquilo me corroeu por dentro.

Edward entregou Renesmee à Rosalie e ligeiramente,ele pegou um de meus braços de certa forma, que,se tivesse adicionado um pouco mais de força,seria capaz de machucá-lo.

-Edward,o que você está fazendo?

Logo já estávamos distantes da campina,no centro da floresta.

-Você não vai desistir não é ?

Balancei minha cabeça negativamente,e só então murmurei:

-Não.

-Então,me diga o porque.

-Eu já falei,mas eu repito,sem problemas.Estou indo para salvá-los.E vou repetir mais uma coisa que acredito não ficou muito clara pra você: NADA, nada do que fizer ou falar vai me fazer mudar de idéia. – falar aquilo doía,mas era necessário.

-Você não entende Bella! –fui capaz ouvir seu grito ecoar pela floresta.Ele cerrou suas mãos em punho,enquanto rugia pude ver seus nervos dilatarem-se.Ele socou uma arvore fazendo-a cair,recuei.

-Edward...

Ele não me escutou,ao contrário,avançou.Arrancando uma árvore pela raiz e a jogando-a para trás.

-Edward -gritei- Pare! –ousei aproximar-me dele.Ele parou,olhou para mim com seus olhos negros e arregalados.