Enfrentaria tudo, atravessaria todas as monções, cruzaria mil vastos oceanos, mesmo se o mundo viesse abaixo e o ultimo dia chegasse; eu persistiria contra tudo, porque nem o infinito parece tão distante quando há um objetivo, quando se é um humanóide você só quer se sentir vivo, então você corre, coloca muros a baixo, coloca-se de pé e faz barulho.
   De alguma forma, algo maior e mais forte dentro de mim me guiaria até meus semelhantes e quando eu os encontrasse mostraria as marcas de todo trajeto e como um ato pouco conhecido sorriria; eu os mostraria que esperança era a ultima crença humana que me ensinaram e que por isso eu continuaria, sangrando, tentando, tentando.  Então eu os diria que de onde vim há muitos como eu, humanóides, sonhadores desejando poder se sentir vivos mais uma vez. Como se fosse uma história eu contaria como os dias tem sido maiores desde o primeiro encontro, transmitiria cada sentimento e talvez, surpreendentemente deixasse uma lágrima cair ao dizer, que quando as luzes se apagaram agarramos a felicidade e a guardamos, como algo importante e que gostaríamos de sentir sempre. Olharia para Bill, Gustav, Georg e Tom e contaria dos sonhadores que ainda precisam voltar à vida, dos humanóides que assim como eu gritam, mostram que se importam, derrubam muros, que não desistem, que continuam tentando; e eu sei que eles fariam todo trajeto de volta, atravessariam as monções, os mil vastos oceanos, até que a chuva não caísse mais, porque também são humanóides e querem sempre mais.