P.O.V. Jacob

– Ei, Loira, vamos fazer um joguinho? – Perguntei

– Claro, Cão – A Loira estreitou os olhos para mim – Em que consiste o jogo?

– É simples, até o seu cérebro devagar entende. – Comecei, mas a Psicopata me interrompeu

– Quem tem cérebro lento aqui, Pulguento? – Ela se levantou rapidamente do sofá, rosnando para mim

– Você. Posso continuar? – Falei simplesmente, e nem dei espaço para ela responde – É um jogo de perguntas. Eu te faço uma pergunta, se você errar, me dá 500 pratas. Se acertar, eu te dou 5. Depois você me faz uma, se eu acertar, você me dá 500 pratas, e se errar, 5 pratas. – Alguém notou a pegadinha? É óbvio que se eu for jogar com a Loira, é para me dar bem!

– Hum, ok... – Ela respondeu, meio desconfiada. Talvez ela tenha desconfiado do pequeno truque, da pequena desvantagem dela. Mas ela era lerda demais para realmente notá-la.

– Vou começar – Falei – O que é gravidade? – Ok, essa é para pegar ela mesmo!

– A gravidade é uma das quatro forças fundamentais da natureza (junto com a força forte, eletromagnetismo e força fraca) em que objetos com massa exercem atração uns sobre os outros. Classicamente, é descrita pela lei de Newton da gravitação universal. Foi entendida primeiramente de modo matemático pelo físico inglês Isaac Newton e desenvolvida e estudada ao longo dos anos.

Albert Einstein descreveu-a como consequência da estrutura geométrica do espaço-tempo.

Do ponto de vista prático, a atração gravitacional da Terra confere peso aos objetos e faz com que caiam ao chão quando são soltos no ar (como a atração é mútua, a Terra também se move em direção aos objetos, mas apenas por uma ínfima fração). Ademais, a gravitação é o motivo pelo qual a Terra, o Sol e outros corpos celestiais existem: sem ela, a matéria não se teria aglutinado para formar aqueles corpos e a vida como a entendemos não teria surgido. A gravidade também é responsável por manter a Terra e os outros planetas em suas respectivas órbitas em torno do Sol e a Lua em órbita em volta da Terra, bem como pela formação das marés e por muitos outros fenômenos naturais. – Ela sorriu diabolicamente. Putz, não é que ela estava certa?! – Passe a droga dos 5 dólares...

– Que porre... – Gemi, caçando 5 pratas nos meus escassos bolsos, tão pobres...

– Você começou um joguinho de perguntas com a pessoa errada, Cãozinho. Tinha mais chances de ganhar se jogasse com o Emmett... – Ela falou, metendo a nota de 5 dólares, quase tudo que eu tinha, de qualquer jeito no bolso do jeans. Esse pessoal não dá valor ao dinheiro, deu para notar? 5 dólares é quase uma fortuna para mim!! – Bem, vamos a minha pergunta: Por que laranja se chama laranja e limão não se chama verde?

Ô Sanguessuga do mal! Eu lá vou saber isso!! Droga, o que faço agora??

– Ok, admito, não sei... – Falei, procurando outros 5 dólares nos meus bolsos. – Mas você, Loira, sabe? – Perguntei, crente que iria pegar ela.

– Claro! Porque laranja vem do árabe “narandja” e limão vem do persa “laimum”: são de origens diferentes. Além do mais, a cor recebeu o nome da fruta e não o contrário. – Ela sorriu – Ou você acha mesmo que eu faria uma pergunta que não sei a resposta?

– Ok, agora é minha vez... – Falei, mas ela me cortou

– Nada disso, a sua vez já foi. Você me perguntou se eu sabia, e eu acertei. – Então ela deu um sorriso muito maligno – Sabe o que está me devendo agora? 500 dólares!

– O quê! – Levantei indignado do sofá – Nada disso, isso é quase um assalto! Eu não tenho toda essa grana!

– Ora, Cachorro, o problema é seu! Se arranje! – Ela falou, levantando do sofá e rumando as escadas – Mas olhe como sou legal, vou deixar você pagar aos poucos. E sem juros! – Ela deu uma risadinha – Deve ser o Natal chegando, o espírito natalino começa a me contagiar...

Que sanguessuga diabólica! Fica com esse papinho de generosidade, mas é um monstro! Ela vai me assaltar! 500 dólares é quase a minha renda mensal! Ah, mas vai ter volta, garanto.

Por que mesmo eu não fiz esse joguinho com o Emmett? Ah é, eu queria humilhar a Loira. Acabou que eu acabei humilhado. E assaltado. Mas como já disse, vai ter volta!