Segredo escrita por Lully Cvic


Capítulo 26
Presente


Notas iniciais do capítulo

Não vou falar nada sobre esse cap.

Vou deixar por conta de vocês! ;)

Beijokinhas.


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Na semana seguinte eu já havia assumido a presidência.Alguns ficaram surpresos,mas a maioria não.Até me admiraram e por enquanto,ninguém veio puxar meu saco.A coisa boa disso tudo,é que ninguém mudou comigo.Só passaram a ter mais respeito e uma postura diferente,até.Eu não estava acostumado,mas era bom.Pelos menos as pessoas continuavam gostando de mim.

No meu primeiro dia como presidente,passei pensando na Lola,porque tinha sonhado com ela a noite inteira.Eu sentia tanta saudade que me dava até raiva e às vezes me pegava xingando ela,por pensamento.Meu irmão dizia que eu não devia nem pensar no nome dela,porque ela tinha desgraçado a minha vida.Arruinou meu casamento,me fez perder o emprego e no final de tudo me deixou.E tudo por causa de sexo envolvido na história.

Ele não sabia de nada.Mas por um lado,se Lola não tivesse aparecido,talvez nada disso teria acontecido.Talvez eu não tivesse descoberto tudo o que sei agora.

Pensando nela,fui interrompido por Brad que entrou na minha sala sem bater,com um sorriso mentecapto no rosto.

Que ódio daquele filho da puta!

-Parabéns,Gerard!-ele estendeu a mão por cima da mesa,ainda sorridente.

Como ele se atrevia,depois de tudo?

Eu olhei pra ele,sério e olhei pra placa de metal na mesa,à minha frente.Olhei pra porta e voltei a olhar pra ele.

-Pode me dizer o que diz aqui?-apontei pra placa.

-Gerard Arthur Way,presidente.-ele continuou a sorrir.

-Ah...e como você entra na sala do presidente sem bater,sem avisar...?Onde está o respeito por aqui?

Ele me olhou confuso e recolheu a mão.

-Não estou entendendo porque está me tratando assim.A fama já subiu a sua cabeça?

-Não.Não foi a fama que me subiu a cabeça.-disse,me levantando da cadeira.-Foi o sangue,fervente.

-Continuo a não entender.

-Ah,não?Vou desenhar pra você,você quer?

-Cara,eu não sei o que está acontecendo,mas não estou gostando de ver você agindo assim.

-Cara?Você?Eu devia fazer você sair da sala,bater na porta,ou esperar a recepcionista me interfonar,avisando sobre você.Mas eu não quero perder mais o meu tempo.

-Gerard,por quê isso tudo?O que foi que eu te fiz?

-É muita cara de pau,não?O que foi que você fez?Você me traiu.Você era meu melhor amigo e você agiu pelas minhas costas,levando a minha mulher pra cama!Tendo um caso com ela por quase 1 ano!E fingindo pra mim todos os dias!Sorrindo e dando conselhos,agindo como se não estivesse fazendo nada de errado!-eu gritei.

-Gerard,eu...eu...

-Não gagueja pra mim,porra!Você gaguejava quando comia minha mulher?

Brad me olhava assustado e de branco,ele já estava cinza.

Clarice,a recepcionista,entrou na sala,devagar.Estava assustada com os berros e queria saber se estava tudo bem.

-Vai,Clarice...agora não!-eu gritei pra ela.

Antes de eu terminar de falar,a porta já estava fechada.

-Eu não quero suas desculpas,eu não quero ouvir o que você tem pra dizer.Eu quero que você pegue as suas coisas e saia dessa empresa!

-Por quê?

-Porque eu estou te demitindo!

-Não pode fazer isso!Está misturando as coisas!

-Eu posso sim.Não vou te demitir porque estou com raiva de você por ter transado com a minha mulher,pelas minhas costas esse tempo todo.Mas porque...eu simplesmente acho,que você não se encaixa no perfil do cargo que você ocupa.

-Eu trabalho aqui há 10 anos!Como pode dizer isso?

O Sr.Dawson não acha isso!

-Mas eu acho.E como presidente,estou mandando você cair fora.E se quiser falar com ele,fale.Ele vai me dar razão.Afinal,ele quer o melhor pra empresa,não interessa o quanto isso pode custar.Se a empresa fica melhor,sem 30 funcionários,eu mando os 30 irem embora.Consegue acompanhar o meu raciocínio ou é demais pra você?

Brad me olhava com fúria.Estava inconformado.

-Se você fosse mesmo meu amigo,não faria isso.

-Se você fosse mesmo meu amigo,jamais foderia com a minha esposa!-eu tornei a gritar.

-Qual é o problema?Você não gostava mais dela e ia se divorciar.Estava até transando com uma prostituta?Por quê se importa tanto?

-Isso não te dava o direito de fazer o que fez.Ela podia me trair com qualquer um,menos com você.E você devia,se se dizia tão meu amigo,não se aproximar dela.E o que eu fiz,não interessa à você.Mas vai..fica com aquela vagabunda.Amanhã ela tá trepando com outro e você nem vai saber.Pegue as suas coisas e passe na administração pra acertar seus direitos.Você tem 3 horas pra sair daqui.

Eu saí da sala,afim de não olhar mais a cara dele.

Procurei Clarice,querendo me desculpar.Não queria ter sido grosseiro com ela.

-Clarice!-chamei alto.

-Sim,senhor presidente!

-Ei,calma.-eu sorri,para tranqüilizá-la.

-Eu só fui ao toalete,um minuto...-ela começou a se explicar.

Devia estar com medo que eu gritasse com ela,assim como fiz com o Brad dentro da minha sala.

-Tudo bem.Eu só quero me desculpar,por ter sido grosseiro com você.Eu estava muito nervoso.

-Ah...não,não!Não precisa se preocupar.Eu estou bem.-ela disse nervosa,mas mostrando um breve sorriso.

Fiz um carinho no ombro dela,pra demonstrar algum sentimento.E quando ela ficou mais calma,eu fui até a administração e assinei alguns documentos do Brad sobre a demissão,alguns direitos que ele tinha e o salário dele.

E quando o vi sair daquela empresa para sempre,pena foi tudo o que eu não senti.Pelo contrário!O meu desejo de vingança estava saciado e a minha satisfação era mais alta do que qualquer arranha-céu daquela cidade.Ele me deu a última olhada.Um misto de raiva e decepção.Foda-se ele!

Eu estava bem uns meses depois.Morando em um apartamento do outro lado da cidade,era um pouco mais distante da empresa mas bem longe de Kendra.Não queria ver a cara dela nunca mais.Se pudesse mudaria até de país.Mas não podia fazer isso.

A empresa se tornou a minha vida e eu gostava disso.Mas não deixei minha vida se resumir à isso.Eu fiz tudo o que sempre quis:minhas viagens,minhas saídas pra noite da cidade,realizei vários dos meus planos.E eu amava sentir toda aquela liberdade e não ter que dar satisfação à ninguém,era melhor ainda.

Eu me arrisquei a ter um relacionamento de novo,quando me senti mais seguro pra isso.Tive alguns encontros,mas não deram muito certo.

Eu tinha vários e novos amigos e era divertido tê-los por perto,mas faltava alguma coisa pra mim ainda.E eu sabia o que era.

Podia estar bem,mas era só lembrar dela que perdia todo o bom humor.Sentia saudades dela,aquela falta filha da puta que aquela vadia me fazia,nunca passava.Da última vez que tinha ido até a Réplica,ela ainda não tinha voltado e nem Pablo sabia mais dela.Ele disse que era provável que ela estivesse com os pais,mas ele não sabia nada a respeito.Ele até me deu o número da Lola mas,ela nunca atendia aquele maldito celular.

Eu amava aquela vagabunda e isso era inegável agora.Mas perdi a conta de quantas vezes a xinguei,praguejei por ela ter me deixado depois de tudo.

Não me restava nada a não ser me conformar e aceitar que eu a tinha perdido.Tinha momentos em que lembrava das noites que passei com ela,das discussões,das conversas...lembrei do cheiro dela.

Aquele perfume ninguém tinha igual.E eu fiquei curioso pra saber qual era.Não o senti mais em nenhuma mulher.E eu queria senti-lo de novo.Mas se isso acontecesse,eu o reconheceria na hora.

Não adiantava ficar nesse estado deprimente de lamentação.Então fui pra empresa na manhã seguinte,bem cedo.Estava morrendo de dor de cabeça e ainda tive milhares de reuniões.A parte chata de ser presidente.Fui pra casa mais cedo e quando parei na portaria,o porteiro me chamou.

-Deixaram isso aqui pra você.

Eu olhei estranhando o envelope vermelho na mão dele.Parecia um convite.

-Quem deixou isso aqui?

Ele deu de ombros.

-Me pediram sigilo.

Porra...detestava essas coisas!

Abri o envelope e dentro dele tinha um  cartão branco,com letras pretas que dizia: “Há um presente no 5º andar!”

 Era o meu andar!

Me senti logo naqueles filmes de horror.

Peguei depressa o elevador e subi.Por quê eu nunca estava armado numa hora dessas?


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