Segredo escrita por Lully Cvic


Capítulo 13
Desesperado


Notas iniciais do capítulo

Minha prima acha o Gee aqui,um desalmado e sem coração...vocês tbm acham?Kkkk,eu não!



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Desesperado

Quando cheguei em casa,vi Kendra aos prantos,chorando como eu nunca tinha visto.Eu fiz o melhor que pude para confortá-la,mas nessas horas não há muito o que se dizer,nem fazer.

O enterro foi longo e bem deprimente.Eu estava louco pra sair dali e arrastar Kendra junto.Eu respeitava,mas odiava aquela choradeira e aquele cheiro de cemitério.

Eu não derramei lágrimas e nem estava muito sentido,como os outros à minha volta.Eu gostava do meu sogro,mas não o amava.Nada contra,mas não éramos amigos eternos.Apenas nos dávamos bem.E pra me fazer chorar em um enterro de alguém,eu tinha que gostar muito daquela pessoa.

Lamentei,afinal ele foi uma boa pessoa e era pai da minha esposa.Mas eu não podia fazer nada.

Kendra ficou péssima por dias e dias.Ficava com ela o tempo todo,porque ela teve um “surto” e achava que iria me perder a qualquer momento.Tinha medo que eu morresse também e só ficava tranqüila quando me via ali,ao seu lado.Então,sempre que eu podia sair cedo do trabalho,eu saía,pra passar mais tempo com ela.E me matava passar em frente aonde Lola estava e não poder parar pra dizer um “oi”.

Eu sabia que estava sendo um cafajeste durante todo esse tempo,assim como também sabia me controlar e ver que não era o momento pra pensar só nos meus prazeres.

1 mês,4 dias e 8 horas foi o tempo que fiquei sem sequer ouvir a voz de Lola.

Eu já estava louco,arrancando os cabelos,subindo pelas paredes.Ansioso e nervoso todo o tempo.Desesperado,era a palavra certa.Eu notei que eu ficava pior a cada dia que passava e meu humor mudava completamente.Principalmente à noite.Kendra não entendia porquê eu ficava tão diferente e se ela tentava argumentar,acabava escutando algo que eu,no fundo,não queria dizer pra ela.

Eu precisava da Lola.Urgente.

Kendra estava voltando à rotina de trabalho dela e isso me deixou mais aliviado.Quando ela se sentiu mais segura e parou com aquela conversa de morte e abandono,eu corri pra Lola o mais rápido que pude.Eu estava tenso pelo que a morte do pai da minha esposa,tinha causado à ela.Estava tenso com questões do trabalho e tenso por ficar tanto tempo sem a minha vagabunda.

Era uma Quarta à noite,quando decidi ir lá.E pro meu desespero,ela não estava mais lá.Falei com Verônica,mas ela não conversou muito comigo,estava atrasada pra alguma coisa e me mandou falar com Pablo.

–Pablo,como assim?-eu perguntei aflito.Já senti o desespero tomar conta de mim.

–Ela está dando um tempo,só isso.-ele disse calmo demais.

–Tempo de que?

–Tempo...ela precisa de tempo!-ele disse,agoniado.

–Eu não quero saber por quê e sim de que!

–Gerard...Lola está na casinha dela,descansando,logo logo ela volta.

–Por quê?-eu quase gritei.

–Mas que boceta!!!-ele xingou de forma,que me fez rir.

–Só quero saber por quê ela não está aqui...-tentei falar com calma.

–Ela está de T.P.M!E ela não trabalha assim,entendeu agora?Mas que coisa!Que homem mais afobado!-ele disse,cruzando os braços,um pouco irritado.

–Ah,então é isso?-fiquei mais tranqüilo.-E faz muito tempo que ela saiu?

–Não serve outra não,tem que ser a Lola?Olha só quantas tem aqui pra você...

–Não,Pablo,eu não quero mais ninguém!Só a Lola me interessa.Agora,responda!

–Ela volta na sexta.Talvez...

–Sexta...-repeti,pensando.

–É!

–Você me diria aonde ela mora?

–Claro que não!Não posso fazer isso,mesmo que eu te adore.

Eu fiquei chocado com aquela declaração.Dei um passo para trás,o olhando com cautela.

Ele me olhou,como se perguntasse irônicamente,se havia dito algo errado.

–Por favor...eu preciso muito vê-la.

–Eu sei.Ficou séculos sem vir aqui.Mas vai ter que esperar.Afinal,são dois dias!Não pode agüentar?

–Não.Você não sabe o que é ficar sem ela!

Ele me olhou inacreditado.

Pablo não ia me dizer aonde era a casa de Lola,então eu pensei em forçar um choro,fazer toda uma cena.Ele não ia suportar me ver chorar,ainda mais se me adorava.Nenhum gay suportava ver um homem chorando... isso seria fácil.Mas eu desisti quando vi a cara séria dele.

–Nem o telefone?

–Não!Gerard não insista.Eu não posso.Isso é contra os princípios do estabelecimento.É meu dever preservar a identidade das meninas aqui dentro.E outra,só tenho permissão de lhe conceder tais dados,se,a própria Lola em si,me disser para dá-los.-ele disse cheio de si.

–Tá.-eu virei as costas e me lixei pro que ele disse.Deixei ele falando sozinho.

Ele estava certo.Eu era um completo estranho.Eu podia tanto ser bonzinho,quanto ser um psicopata afim de ir na casa dela,matá-la por causa uma transa mal-sucedida eu tive com ela.Ele não sabia,então não arriscaria.Seria pôr a vida de Lola em risco.Havia muita gente doida por aí.

Eu fui pra casa,injuriado e a contra gosto.Estava decepcionado.Era como se eu esperasse comer minha carne favorita na churrascaria e me dissessem que ela tinha acabado e que eu só poderia comê-la na sexta.Que ódio que eu senti!

Não podia transar com Kendra,porque ela estava cheia de não-me-toques.Eu cheguei em casa,desejando que ela não quisesse conversar,porque eu não iria abrir a boca pra dizer nada.Estava puto da vida!Tomei um banho e fui direto dormir.Tentar,pelo menos.Pensei em Lola até dormir.Como eu sentia falta daquela pele macia e daquele cheiro gostoso...o jeito como aquela vadia rebolava no meu colo.Lembrei da conversa com Pablo:se eu a perdesse agora,enlouqueceria.Eu precisava dela.

Era ela quem me deixava mais aliviado,que saciava minhas vontades e me deixava descansado.Depois que transava com Lola,eu podia fazer qualquer coisa,feliz da vida e sem reclamar.Pensei também no que eu poderia fazer para os dias passarem mais rápido.Tive algumas idéias.


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