Endless Sorrow escrita por Mari Trevisan


Capítulo 1
Imaginary


Notas iniciais do capítulo

Bem, acho que esse capítulo ficou meio grande, e eu ainda não tenho muita certeza do que escrever - mas espero que gostem!
Trilha sonora: Evanescence - Imaginary



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Mall At Millenia, Orlando, Florida

Eu estava em pé na livraria, perto da seção de espiritismo e magia, segurando um livro grosso de aventura, uma história não muito conhecida que se passava na Inglaterra do século XIX. Não tinha nada demais, era apenas mais uma daquelas histórias que caem no esquecimento.

Mas eu estava interessada. De modo que eu estava lá, em pé, no canto da loja, absorvida por aquela história maravilhosa.

Em algum momento, minha visão periférica alertou-me que alguém estava passando por mim. Curiosa, ergui a cabeça, e assim que fiz isso - enquanto fazia - percebi que realmente havia alguém passando, e pelo que pude ver naquela fração de segundo, era um homem alto, que usava um terno preto. Ele também se virou e vi que era um garoto no final da adolescência, devia ter de dezoito a vinte anos. Tinha cabelos pretos, lisos, levemente repicados nas pontas, de tamanho médio, um pouco abaixo da orelha. Seus olhos eram um pouco estreitos, estavam semi-cerrados, cor de âmbar. Ele era alto e magro. Era um lindo garoto, que eu nunca vira antes.

Assim que seus olhos encontraram os meus, porém, ele arregalou os olhos, surpreso, e então tudo ficou escuro.

Levantei-me da cama sobressaltada, como quando temos um pesadelo. Mas aquilo não era um pesadelo, era? Pelo menos não parecia ser...

Bem, olhei meu rádio relógio: três da manhã, e eu tinha aula mais tarde. Então saí do meu quarto, passando por onde outrora fora o quarto dos meus pais, onde agora dormia minha irmã mais velha com o namorado...

Desci a escada do sobradinho que era o meu lar, até chegar à cozinha - completamente escura àquela hora da madrugada.

Era um cômodo grande, lindo, com móveis modernos e todas as paredes brancas. Fiquei com preguiça de acender a luz; deixei que a luz da lua - que entrava por uma das janelas - me guiasse até um dos armários, onde peguei um copo, e depois até o filtro, onde peguei a água.

O filtro e o armário ficavam longe da porta de correr - de modo que não ouvi quando ela se abriu.

Não ouvi o ruído a princípio, de tão absorta que estava, tentando entender o significado do sonho, enquanto o copo transbordava água, molhando a pia e minha mão também.

Não ouvi os passos abafados pela escuridão daquela madrugada, enquanto deviam estar se aproximando de mim.

Só percebi que havia alguém atrás de mim quando ouvi meu nome.

– Lyric Angel! - gritou uma voz preocupada.

Meu coração foi parar na garganta tamanho o susto - como se eu fosse uma criança que havia sido pega aprontando - e deixei o copo cair na pia abruptamente, quebrando-o e cortando a minha mão bem no meio da palma - o caco de vidro estava praticamente enfiado na palma.

A água do filtro chegou à cuba, misturando-se ao meu sangue que jorrava aos montes.

Só me toquei quando o caco começou a me machucar, e virei-me abruptamente para ver quem estivera atrás de mim durante aqueles longos segundos.

Relaxei e respirei fundo ao ver que era apenas minha irmã em sua camisola de seda.

Por um minuto eu pensara que talvez fosse... não, um sonho era apenas um sonho, afinal.


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Notas finais do capítulo

É isso aí, espero que tenham gostado!
Mereço reviews? ;)