You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 71
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Rose

Eu estava completamente quebrada por dentro. Eu sentia-me em cacos e não conseguia fazer nada para consertar isso. Aquele monstro conseguiu destruir toda a minha força e determinação. Eu sabia que os meus pais vinham aí, mas eu não queria que eles vissem a maneira como eu fiquei, eu não queria que eles sofressem com o meu estado. Eu sabia que eles iriam sofrer por mim e eu não queria isso. Eles não merecem.

- Está tudo bem, Rose? – Perguntou a Alice preocupada quando eu suspirei. Ela era tão preocupada. Se não fosse ela, eu nem sei como estaria. Ela tem sido o meu apoio, quem me tem dado força, o que é um bocado irónico pois foi sempre ao contrário. – Dói-te alguma coisa? – Perguntou acariciando a minha mão.

- Não é isso, Lice. – Respondi simplesmente.

- Então o que foi? – Perguntou ainda um pouco alarmada.

- Os meus pais vêm aí e eu não queria que eles me vissem neste estado.

- Rose, já tivemos esta conversa. Tu precisas deles neste momento, eles vão dar-te tanto apoio.

- Eu sei que sim, eu só não os queria ver sofrer com o meu estado, apenas isso. Eles não merecem, Lice.

- Eu sei que não merecem, Rose. Mas é importante para eles, estarem a apoiar-te num momento como estes. Compreendes?

- Sim, compreendo. – Respondi sinceramente. Eu também queria o apoio dos meus pais. Queria um abraço da minha mãe ou do meu pai para me sentir completamente segura. Queria sentir o amor e o carinho deles, pois neste momento é o que eu mais preciso. Mas eu não sei se isso valia a pena quando percebesse a tristeza nos olhos deles. Ficámos uns minutos em silêncio, até ouvirmos alguém a bater à porta. Olhei nervosamente para a Alice e ela apenas sussurrou um “vai ficar tudo bem, Rose” antes de mandar entrar dentro do quarto quem quer seja que tenha batido à porta. Segundos depois, os meus pais e os meus irmãos entram no quarto. Quando dei por mim, já estava aninhada nos braços da minha mãe. Sentia-me tão bem, tão segura. A Alice tinha razão. Eu precisava disto mais do que eu tinha a noção. O abraço da minha mãe de alguma forma, colou alguns cacos de mim, fazendo o meu sofrimento menor.

- Mãe… - Suspirei já entre soluços. Eu não tinha dado pelo início do meu choro mas agora chorava compulsivamente. Não conseguia parar, mas de certa forma aliviava o meu sofrimento, como se ele saísse do meu corpo através das lágrimas.

- Estou aqui, amor. Eu, agora, estou aqui. Está tudo bem. – Murmurou ela próximo ao meu ouvido. – Estás protegida, agora. Nada mais vai acontecer. – Continuou ela a dizer enquanto eu ainda chorava. Fui acalmando aos poucos nos braços da minha mãe. Ela sabia como reconfortar-me e dar-me segurança. Quando o choro cessou afastei-me um pouco para ver onde estava o meu pai. Deparei-me com ele ao meu lado com um pequeno sorriso no rosto.

- Dói-te alguma coisa, Rosie? – Perguntou ele depois de beijar a minha testa e afastar algumas lágrimas das minhas bochechas. Neguei com a cabeça e abracei-o. O colo do meu pai sempre foi um dos meus lugares preferidos. Ele aconchegou-me a ele e acariciou-me a cabeça. – Vamos para casa, Rosie? A médica já te deu alta.

- Sim, quero ir para casa, mais do que tudo. – Respondi-lhe. Ele apenas sorriu para mim e beijou-me a testa outra vez, com tanto carinho. Levantei-me com cuidado da cama e fui até à casa de banho e vesti a minha roupa. Finalmente, ia para casa. Quando saí da casa de banho, só os meus pais é que estavam no quarto.

- A Alice? – Perguntei. Desde daquela noite que a Alice tem estado ao meu lado e isso é a minha certeza, aquilo que me deixa minimamente segura, ver que ela não estava no quarto, apavorou-me um pouco.

- Foi para casa com os teus irmãos, Rosie. Nós vamos já de seguida, está bem? – Explicou o meu pai. Afirmei com a cabeça e depois saí do quarto com eles. Fomos até ao carro que se encontrava estacionado no parque de estacionamento e depois seguimos para casa. Fomos o caminho em silêncio e quando chegámos a casa a Alice estava à minha espera à entrada. Sorri minimamente para isso. Ela era uma grande amiga e dava tanto apoio. Saí do carro e fui ter com ela. Ela sorriu para mim e puxou-me para dentro de casa. Ela sentou-se no sofá e eu deitei-me com a cabeça apoiada nas pernas dela, enquanto ela me fazia carinho nos meus cabelos.

- Como te sentes, agora? – Perguntou ela numa voz calma, enquanto víamos o nosso programa preferido na televisão.

- Melhor. – Respondi, sorrindo um pouco. – Tinhas razão, a presença dos meus pais, é essencial. Senti-me tão segura com eles.

- Eu sei, Rose, eu sei… - Disse ela vagamente. Pergunto-me como é que ela conseguiu ultrapassar tudo o que ela passou, quando não nos tinha. Deve ter sido tão difícil para ela. Eu sempre soube que ela era uma rapariga forte, por mais que muitas vezes ela parecesse frágil, ela tinha uma força interior enorme, por ter aguentado dezasseis anos sem amor e mesmo assim ser a rapariga maravilhosa que é agora. Eu tinha tanto orgulho nela, em ser amiga dela, em ser irmã dela. Tenho tanta sorte em tê-la ao meu lado. – No que tanto pensas? – Perguntou ela curiosa.

- Eu como tenho orgulho e sorte em ter-te como amiga, como uma irmã. – Respondi sinceramente. Senti o corpo dela a tremer e soube que ela estava a chorar, mesmo não estando a soluçar muito alto. Algo me dizia que ela estava a conter-se. Levantei-me e sentei-me ao lado dela, confirmando que ela estava mesmo a chorar. Ela levou os joelhos ao peito e escondeu o rosto aí. – O que foi, Lice? – Perguntei agora eu preocupada.

- Desculpa, eu não queria chorar à tua frente. – Disse ela entre soluços. – Eu não queria… eu preciso de ser forte para te apoiar… - Disse ela ainda com o rosto escondido.

- Lice, podes chorar à minha frente, eu sei que isto atinge-te quase tão fortemente como a mim. Eu sei que sim, Lice. – Disse-lhe.

- É que eu não queria que sofresses tanto assim, tu não merecias nada disto. Eu só não queria que tu sofresses o que estás a sofrer. Não mereces isso. E eu não consegui fazer nada para impedir esse sofrimento, eu nunca consigo. Enquanto estavas a sofrer, eu estava a divertir-me com o Jasper e eu devia ter estado lá para ti. – Soluçou ela. Eu sabia que ela tinha medo em perder-me, eu perder qualquer um de nós, ela já tinha ficado sem o irmão e ela nunca aguentaria, neste momento, outra perda.

- Tu não poderias fazer nada, Lice. Não estavas lá, não sabia que ia acontecer. Não podias fazer nada para impedir. – Disse-lhe com a voz clara. – Ter-te aqui comigo, a apoiar-me, a ajudar-me em tudo, é muito mais do que eu posso receber neste momento. Tu estás a fazer tanto por mim e não consegues compreender. Eu só tenho que te agradecer por o que tens feito por mim desde que eu entrei desnorteada, em casa. Apenas, isso. Agora, não quero que te culpes nem nada, tira isso da tua cabeça, sim?

- Sim. – Respondeu ela fungando. Sorri um pouco para ela e ela sorriu de volta. Voltei a deitar-me nas pernas dela e ela voltou a fazer carinho no meu cabelo. Ficámos até ser hora de jantar a ver televisão e a falar. Estar com ela, assim, fazia-me esquecer o ocorrido o que era muito bom. Quando a minha mãe nos chamou para jantar, levantámo-nos as duas e fomos ter com eles. Já estavam todos à nossa espera. O jantar foi animado, eu percebi que eles estavam a tentar distrair-me e a tentar fazer-me rir e eu era imensamente agradecida por isso. Depois de jantar, encontrava-me exausta. Sentia o meu corpo dorido ainda, e os olhos estavam pesados. A minha mãe percebeu e depois de mandar o Edward e o Jasper arrumarem tudo, foi comigo para cima para me obrigar a descansar.

- Mãe, queria estar um pouco mais com vocês. – Resmunguei, ainda no corredor do piso de cima.

- Eu sei, querida, mas estás cansadíssima e precisas de descansar, está bem? Amanhã, ficas o dia todo em casa comigo e com o teu pai. – Disse ela fazendo-me sorrir. Saber que os meus pais, não iam trabalhar para ficar um tempo comigo, deixava-me feliz.

- Mãe. – Chamei-a com a voz manhosa.

- Sim, Rosie? – Perguntou ela, já percebendo que eu queria alguma coisa.

- Posso dormir contigo e com o pai? – Perguntei perto de um sussurro. – É que eu tenho medo de ter pesadelos e acordar sozinha. – Expliquei num tom baixo.

- Claro, querida. Anda, vou-me deitar contigo também. Estou cansada. – Respondeu ela com um grande sorriso no rosto. Fomos as duas até ao quarto dela e do meu pai e depois de vestirmos os nossos pijamas, enfiámo-nos dentro da cama. Aconcheguei-me a ela, como fazia quando era mais nova e depois caí num sono profundo. Acordei, levemente, um tempo depois, com o meu pai a deitar-se. Voltei-me para ele e aconcheguei-me, sentindo-me imediatamente segura. Apenas senti um beijo na testa e ele a acariciar um pouco dos meus cabelos, antes de voltar a adormecer. 


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Notas finais do capítulo

Muito atrasada eu sei, mas a minha vida anda tão corrida que eu não tenho conseguido escrever. Vou tentar postar sempre que der mas não prometo que as postagens sejam regulares, espero que compreendam.
O que acharam do capitulo? Espero que tenham gostado, o próximo provavelmente vai continuar a ser POV Rose. Temos que ver como o nosso urso vai reagir ao que aconteceu com a Rose. Esperemos para ver sim? Comentem muito!
Beijinhos
S2



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