You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 62
Knowing The Family - Parte 1




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- Querido, não te explicaste como deve de ser. A Alice é nossa filha. Nós decidimos adotá-la há alguns meses. – Explicou a Esme. A sala continuava extremamente silenciosa. Apertei a mão do Jasper e ele apertou de volta como uma maneira de me transmitir segurança. Estava cada vez mais nervosa e aquele silêncio não estava a ajudar em nada. Até que de repente, senti uns braços a rodear-me. Consegui perceber que era a mulher loira que estava a falar com a Esme anteriormente.
- Bem-vinda à família, Alice. – Disse ela enquanto me abraçava. – Sou a tua tia Carlie, irmã do Carlisle. – Disse ela carinhosamente. Sorri ainda tímida, mas sorri verdadeiramente. – Anda, vou-te apresentar ao resto da família. – Comentou ela puxando pela minha mão em direção às pessoas que ainda me observavam. Nos minutos seguintes, fui apresentada a várias pessoas. Eu tentava decorar o nome delas todas, mas era um pouco difícil. Algumas receberam-me bastante bem, abraçaram-me calorosamente ou beijaram-me a bochecha como uma espécie de boas-vindas. Outros, eram mais contidos, apenas se apresentavam e diziam um “bem-vinda”. No geral, até correu bem, que eu tenha percebido ninguém me rejeitou ou não gostou da ideia de eu fazer parte da família. Mas ainda era cedo para tirar conclusões, iriam ser precipitadas. A tia Carlie, como ela queria que eu lhe chamasse, foi a que me recebeu melhor e eu gostei muito dela. Ela era bastante simpática e muito divertida, o que tornou mais fácil conhecer toda a gente.
- Ah! Querida, ainda não te fui apresentar à minha mãe. – Disse ela para mim assim que acabámos de falar com uma das tias da Esme. Eu já conhecia a mãe dela, ela é que não sabia disso, mas decidi não dizer nada. Tinha que ir falar à senhora na mesma. Segui-a até ao sofá que ficava no centro da sala e depois sentei-me nele. – Bem, mãe, venho-te apresentar a Alice. – Disse a tia Carlie como se fosse a coisa mais simples do mundo. Não duvidava que aos olhos dela, a minha adoção, fosse algo banal e simples, como se fosse natural.
- Eu já conheço a Alice, Carlie. Não sabia era da parte da adoção mas isso não vai mudar em nada, a consideração que eu tenho por ela. – Disse a mãe do Carlisle carinhosamente, sorrindo para mim carinhosamente.
- Já a conheces? Como? – Perguntou a tia Carlie curiosa. No físico, a tia Carlie era muito parecida com o Carlisle. Os cabelos loiros eram do mesmo tom, certas expressões, o tom dos olhos, o tom claro da pele. Mas a Carlie era mais extrovertida e espontânea que o Carlisle. Ele era um pouco mais reservado.
- Ela passou o Natal connosco. Se bem me lembro, ainda estavas na instituição mas estavas lá sozinha e ias passar o Natal sozinha. – Comentou ela. Afirmei com a cabeça e baixei os olhos para as minhas mãos. – E como está tudo, desde daí? – Perguntou ela levantando-me a cabeça levemente.
- Bem. Pioraram um pouco depois do Natal mas agora está tudo muito bem. – Respondi à senhora, sorrindo tímido.
- Fico feliz, querida. E bem-vinda à família. – Disse ela beijando a minha testa ternamente. – Não vou mais empatar o teu tempo, deves querer ir fazer outras coisas. – Comentou ela risonha.
- Sim, Alice. Já estás dispensada, já conheceste a família toda. – Disse a tia Carlie divertida.
- Obrigada. – Comentei olhando diretamente para os olhos da tia Carlie. Ela tinha sido uma grande ajuda nisto das apresentações. Seria muito mais difícil se tivesse que me chegar ao pé das pessoas sozinha, sem ter a companhia divertida da tia Carlie para descontrair o ambiente. Ela apenas afirmou com a cabeça compreendendo porque lhe agradeci. Levantei-me e fui até à mesa que tinha uns aperitivos para comer. Já estava com um pouco de fome. Cheguei-me ao pé da mesa e fiquei a ver o que havia.
- Olá, Alice. – Cumprimentou-me uma voz que eu não reconhecia. Virei-me calmamente e dei de caras com um rapaz que deveria ter aproximadamente a minha idade, mas era bastante alto. Tinhas os cabelos castanhos-claros e um tom escuro nos olhos e um rosto infantil, sendo realçado pelo seu sorriso.
- Olá… - Disse deixando arrastar um pouco, visto que não me lembrava do nome dele.
- Hugh. – Disse ele sorrindo.
- Olá, Hugh. – Cumprimentei-o sorrindo envergonhada.
- Como correu o resto da apresentação com a família? – Perguntou ele enquanto eu tirava algo da mesa para comer.
- Bem. Estava à espera de reações piores. – Respondi sinceramente.
- Sinceramente, eu também. Depois do que a prima Esme e o primo Carlisle comunicaram, estava à espera de um escândalo ou algo do género, principalmente vindo do meu tio-avó, pai da prima Esme. Ele é meio conservativo e isso, mas até que reagiu bem, a meu ver. – Comentou ele descontraído.
- Obrigada pela sinceridade. – Disse rindo um pouco. – Que idade tens? – Perguntei.
- Dezassete e tu?
- Quase dezassete, falta apenas uns meses. – Disse sorrindo um pouco. Não que desse grande relevância ao meu aniversário, sempre foi um dia como outro qualquer. Continuámos mais um pouco numa conversa trivial. Ele apenas me estava a conhecer e ajudou-me um pouco com os nomes de todos quando lhe confessei que não tinha decorado mais de metade deles.
- Alice! – Ouvi a Rose chamar. Olhei para ela, instantaneamente e ela fez um gesto que pelo que percebi, queria que eu fosse falar com ela. Disse ao Hugh que ia ter com a Rose e ele apenas sorriu e foi ter com outros familiares. De seguida fui até à Rose. – Então? Está tudo bem? – Perguntou ela com um tom um pouco preocupado.
- Sim. – Respondi sinceramente. – Estava à espera de pior, Rose. Até que não me receberam assim tão mal. – Comentei.
- Isso é bom. – Disse ela um pouco mais aliviada. – E o que achaste do Hugh? – Perguntou ela agora com um sorriso mais despreocupado no rosto.
- Simpático e engraçado. – Respondi simplesmente.
- O Jasper está ruído de ciúmes mas tenta disfarçar. – Comentou a Rose rindo.
- Sério? – Perguntei surpreendida, não tinha conhecimento de um lado ciumento no Jasper.
- Sim! Quando estavas a conversar com o Hugh, ele não parava de olhar para vocês. – Explicou ela rindo. – Nem sei como é que ele se controlou, estava mesmo à espera do momento em que ele te ia resgatar para não te ver mais com o Hugh.
- Rose, és mesmo idiota. – Respondi rindo.
- É verdade! – Disse ela. – Mas pronto, ele daqui nada já deve vir falar contigo. Deve estar preso numa conversa! – Explicou ela. – Já agora, esse vestido ficou-te mesmo bem. Estás linda, Alice! – Comentou ela sorrindo para mim.  
- Obrigada, Rose. Também estás linda! – Disse-lhe. Ela estava num vestido azul. Era caicai e chegava-lhe acima dos joelhos. O cabelo dela estava solto como o meu.
- O que achaste da tia Carlie? – Perguntou a Rose. – Ela é bastante maluca e divertida. – Comentou.
- Gostei imenso dela. Ela ajudou-me muito com as apresentações. Se não fosse ela, eu não saberia o que fazer, Rose.
- Ela é assim, mesmo. E é uma pena não poderes conhecer os filhos dela, nossos primos. São os melhores primos que temos. Ela tem dois, uma menina e um menino. A Marie Ann e o Josh. Só que eles estão os dois na universidade e não conseguiram vir.
- Haverá outras oportunidades para os conhecer. – Disse.
- É verdade! – Disse ela feliz.
- Como estão as meninas mais bonitas da festa? – Perguntou Edward quando se chegou ao pé de nós, dando um beijo na testa de cada uma.
- Bem! – Respondemos eu e a Rose em uníssono.
- Mesmo? – Perguntou ele agora, dirigindo-se a mim.
- Mesmo. – Respondi convicta. – Não precisas de te preocupar, Ed. Eu estou bem.
- Está bem, pequena. – Respondeu ele sorrindo. – O que achaste da família? – Perguntou de seguida.
- Gostei, mas ainda não conheci muita gente. – Respondi.
- E já conseguiste decorar os nomes de toda a gente?
- Não! O Hugh esteve a ajudar-me mas mesmo assim, não consegui decorar todos. É muita gente! – Comentei.
- Está descansada. Até eu, que convivo com eles desde que nasci, às vezes troco os nomes, por isso, não te preocupes. – Disse o Edward. Apenas sorri para ele. – Bem, só vim ver como vocês estavam, tenho que ir ajudar o pai no churrasco. – Disse. Só quando ele disse isto é que eu reparei que a maior parte das pessoas já se tinha dirigido para o jardim.
- Nós vamos contigo, Edward! – Disse a Rose.
- Vão vocês à frente, tenho de ir à casa de banho. Já vou ter com vocês – Informei-os. Eles apenas afirmaram com a cabeça e dirigiram-se lá fora. Eu fui em direção à casa de banho, acabando por passar próximo da cozinha. Achei estanho a porta da cozinha estar quase fechada, ela encontrava-se sempre aberta. À medida que me aproximava, comecei a ouvir vozes.
- Queres tornar esta casa numa creche, Esme! Já não te bastava três filhos, tinhas que ir adotar outra! – Disse um homem um pouco exaltado. Não sabia bem quem era, não conseguia reconhecer a voz e não o conseguia ver. – Havia a necessidade de ires adotar um adolescente?
- Não é haver necessidade, pai. A Alice precisava de nós. Nós somos as únicas pessoas que ela tem e eu amo-a como se ela fosse minha filha. Porque é que não compreendes?
- Porque não consigo compreender! Já tens três filhos para tomar conta!
- A Alice também é minha filha, pai! – Disse a Esme, séria. Conseguia perceber isso devido ao seu tom de voz!
- Eu não concordo com esta adoção, Esme. Espero que saibas disso e que leves em consideração a minha opinião, sou teu pai! – Disse ele, frio. – É só a meteres numa instituição, ela está quase a fazer dezoito anos, não falta muito. Quando ela fizer dezoito anos, sai da instituição. – Disse ele. Ele não gostou mesmo de mim. Não tinha tido esta noção, quando mo apresentaram. Ele foi educado, não foi dos que me recebeu melhor, mas não me recebeu mal. A cozinha ficou em silêncio e o medo de a Esme estar a ponderar o que o pai dela, lhe tinha dito, começou a apoderar-me. Decidi sair dali e ir para a casa de banho. Sentia as lágrimas a querer escorrer pelos olhos, mas eu não ia chorar. Sentei-me no chão da casa de banho, encostada à porta.
- A Esme disse que a decisão dela não iria mudar. – Disse baixinho para mim mesmo como se fosse uma mantra. Acalmava um pouco o meu medo, sabia que a Esme cumpria aquilo que dizia e eu acreditei nela quando disse que a decisão estava mudada e que eles só iam comunicar a notícia. Mas, e se ela decidir mudar de opinião por causa do pai? Afinal é pai dela. – A Esme não vai mudar a decisão! Ela disse que não ia. – Disse outra vez quando o medo voltou.


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam? O almoço ainda não acabou por isso, espera mais situações! (: Só digo que não é possivel agradar a toda a gente e o pai da Esme foi um desses. Vamos ver o que irá acontecer. O almoço irá continuar no próximo capitulo! Espero que tenham gostado!
Beijinhos
S2



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