You Have Me escrita por Nyh_Cah
No dia seguinte, por volta da hora do almoço, voltei para a instituição. Ninguém me veio buscar, tive de ir de táxi e foi o Dr. Cullen que me deu o dinheiro. Mais tarde tinha que lhe pagar. Quando cheguei à instituição estavam todos a ouvir a história que a Esme estava a contar. Espreitei um pouco e fiquei a ouvir um pouco. A voz da Esme transmitia tanto amor, tanto carinho. Sei que não era direccionado para mim mas podia aproveitar um bocadinho. Antes que alguém me apanhasse fui para o meu quarto. Comecei a fazer alguns exercícios de matemática da matéria que o Jasper me tinha ensinado. Consegui fazer alguns mas outros eram muito difíceis e não consegui faze-los. Tinha de lhe pedir ajuda. Quando os pulsos começaram-me a doer, parei e fui deitar-me um bocado. Dormitei um bocado mas voltei a acordar com alguém a bater-me à porta.
- Entre. – Disse.
- Olá. – Disse o Jasper a entrar no quarto.
- Olá. – Disse ainda meio ensonada. Ele olhou para a minha secretária e viu que eu tinha feito exercícios de matemática.
- Tiveste a estudar. – Constatou ele.
- Tem de ser. A Ellen disse que agora tenho de estar sempre a estudar para subir as notas.
- Mas ainda tens os pulsos ligados. Não precisas de começar já. Quanto aposto que neste momento, os pulsos ardem-te. – Disse ele. E era verdade. Os pulsos ardiam-me por eu ter estado a escrever por algum tempo.
- É verdade… - Disse olhando para baixo.
- Queres que eu veja se estão certos? – Perguntou.
- Pode ser.
Ele foi buscar o meu caderno e o meu livro e veio sentar-se ao meu lado e teve a corrigir os exercícios. Quando havia algo errado, ele dizia-me como havia de fazer. Ficámos assim até à hora de jantar.
- Vamos jantar? – Perguntou.
- Sim. – Respondi. Já estava a ficar com fome.
Saímos os dois do quarto e fomos comer. Eu pus comida no meu prato e fui comer para a sala. Quando entrei na sala onde os outros comiam, as outras crianças já estavam a olhar-me de lado e ocuparam logo o lugar que estava vazio. Quando o Jasper chegou ao pé da mesa, eles deram-lhe espaço. Assim, fui parar à sala. Os meus pulsos doíam quando eu cortava a comida e levava o garfo à boca. Devido a isso, comi muito pouco. Quando já não aguentava as dores deixei a comida de lado.
- Porque não foste comer connosco, lá dentro? – Perguntou o Jasper.
- Nunca como com eles. – Respondi.
- Porquê? – Perguntou intrigado.
- Porque eles não me deixam e eu não quero criar confusões, então como aqui. Também é mais sossegado do que lá dentro. Nem me importo muito. – Expliquei. Peguei no meu prato, muito a custo, e levei-o lá para dentro. Meti-o na máquina de lavar loiça e de seguida fui para o meu quarto. O Jasper ficou com as crianças. Acabei por adormecer, em cima da cama.
Acordei na manhã seguinte para ir para a escola. Vesti-me e dirigi-me para a escola a pé. Era a única maneira que eu tinha de ir para a escola. Nas aulas, tentei estar o mais atenta possível para perceber a matéria. Consegui perceber mais ou menos da maior parte das disciplinas mas de matemática, como sempre não percebia grande coisa. À tarde fui para casa, tinha que ir estudar. Quando cheguei a casa, o resto das crianças já lá estavam, estavam a ouvir a Esme a contar uma história. Eu sentei-me nas escadas a ouvir, visto que nenhuma das crianças me desejava lá dentro. Fiquei um pouco a ouvir. Eu gostava de ouvir a Esme a contar histórias. Fazia-me lembrar uma mãe, algo que eu nunca tive. Percebia porque é que as crianças gostavam tanto dela.
- O que estás aqui a fazer? – Perguntou a Ellen. Era a primeira vez que ela falava comigo, desde que eu tinha vindo do hospital.
- Desculpe, estava já a ir para o meu quarto.
- Espero bem que sim. Tens de estudar, quero as tuas notas todas positivas. – Disse ela duramente. Ela estava muito chateada com o que eu tinha feito. – Da próxima vez que fizeres algo parecido com o que fizeste no outro dia, expulso-te daqui. Não podes destabilizar o resto das crianças. – Disse ela rudemente. Afirmei para ela e fiquei a encara-la. – Levanta-te daí! – Disse ela puxando-me por um pulso, onde me aleijou, mesmo muito. Conti um grito na minha garganta e conti as lágrimas para ela não ver que me tinha aleijado. Desenvencilhei-me da mão dela e fui a correr para o meu quarto. Quando entrei no quarto, as lágrimas já me escorriam pela face. Ela tinha-me aleijado e nem sequer deu por isso. A ligadura que envolvia o meu pulso estava a ficar vermelha. Não sabia o que fazer. – Começa a estudar! – Ordenou ela da porta do meu quarto, fechando-a de seguida. Abri os livros e comecei a estudar mas as dores no pulso não me deixavam concentrar. As lágrimas ainda escorriam e a ligadura cada vez ficava mais vermelha. O sangue não para de escorrer. Tentei fazer vários exercícios mas não me saiu nada bem.
- Alice? – Perguntou o Jasper entrando no meu quarto. Limpei as lágrimas automaticamente para ele não ver que eu estava a chorar. – Posso entrar? – Perguntou ainda só na entrada do meu quarto.
- Podes. – Disse contendo os soluços.
- O que se passa? Dói-te alguma coisa? Estás bem? – Perguntou alarmado. Ele tinha percebido que eu estava a conter o choro.
- Não se passa nada. – Tentei mentir.
- Não me parece. Alice, olha para mim. – Disse ele. Demorei-me um pouco a virar-me. Ele percebeu que eu tinha estado a chorar, durante algum tempo e depois olhou para os meus pulsos. Quando viu que uma das ligaduras estava embebida em sangue, arregalou os olhos e veio a correr para o pé de mim. – Alice, o que se passou? Quem te fez isto? Foi alguma das crianças? – Perguntou. Neguei com a cabeça. – Foste tu? – Continuei.
- Não, não fui eu. Juro que não fui eu. – Disse-lhe desesperada. Queria que ele acreditasse em mim.
- Ok, eu acredito, Alice. Quem foi? – Perguntou mais calmo.
- Não vala pena, dizer. Essa pessoa não fez de propósito, nem sequer reparou que me fez isto.
- Ok, podes não contar, mas tens que ir para o hospital. Os pontos devem ter rebentado. – Disse ele. Fiquei apreensiva. – Anda, não vai acontecer nada, o meu pai deve estar lá. – Continuou ele.
- Ok. – Disse vencida. Ele levou-me para o carro dele e conduziu o mais rápido que pôde para o hospital. Quando lá chegámos, fomos directos para a recepção e chamámos pelo Dr. Cullen. Quando ele soube que era eu, veio a correr ver o que se passava. Eu estava a sentir-me fraca. Já tinha perdido uma quantidade significativa de sangue. – Jasper, preciso de me sentar. – Disse fraca.
- Ok, anda Alice. – Disse ele, apoiando-me para eu ir para uma cadeira. Sentei-me e ele sentou-se ao meu lado. Passado uns minutos, o Dr. Cullen apareceu e o Jasper explicou o que pôde para o Dr. Cullen. O Jasper levou-me ao colo para dentro do consultório e o Dr. Cullen tratou de mim. Depois de ter suturado de novo o meu pulso, pôs-me num quarto a receber uma transfusão de sangue. O Jasper ficou o tempo todo comigo.
- Jasper, podes ir para casa. Eu fico bem. – Disse-lhe.
- Mas eu quero ficar contigo, aqui. Não vais ficar sozinha.
- Eu já estou sozinha, não tenho ninguém. – Disse-lhe.
- Não, estás enganada. – Disse-me ele. – Tens me a mim. - Disse, envolvendo a minha mão. Sorri para ele. – Dorme, precisas de descansar, vou passar a noite aqui contigo. – Disse ele.
- Obrigada, Jasper.
- Pelo quê? – Perguntou.
- Por tudo, por me teres salvo na outra noite e por me teres salvo, hoje. Por estares disposto a ajudar-me. – Disse-lhe.
- Não é preciso agradeceres. Vá, dorme. – Disse ele carinhosamente. Fechei os olhos e adormeci. Dormi como nunca antes dormira. Dormi um sono pesado e sem sonhos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
A Ellen foi mesmo má para a Alice! Espero que tenham gostado do capitulo e continuem a gostar da fic! (: (:
Fico à espera dos vosos comentários!
Beijinhos
S2