You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 36
Afraid




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A semana seguinte correu muito melhor que a que tinha passado. A minha amizade com a Rose tinha voltado ao que era e eu estava a amar isso. Eu adorava ter a Rose como minha amiga e ela portava-se como minha irmã mais velha. Ela continuava a esconder o meu segredo. Ninguém poderia saber que eu morava sozinha. Eu não queria que me levassem dali. Aqui, é onde estão as pessoas que eu amo. A Rose deixou de se dar com a Helena. Praticamente mais ninguém se dava com a Helena. Ela já não comia connosco aos almoços e normalmente só a via nas aulas de matemática. Sim, eu voltei a almoçar com eles, por insistência da Rose. Eu não queria ver o Jasper. Magoava olhar para ele. Sentia tantas saudades de estar com ele.
- Olá. – Cumprimentei-os quando me sentei à mesa do almoço. Eles já estavam todos lá.
- Olá, Alice. – Cumprimentaram-me todos.
- É amanhã que vais tirar os pontos? – Perguntou a Rose baixinho só para eu ouvir. Amanhã era Sábado, fazia uma semana que me tinham suturado o pulso, por isso, era amanhã que eu tinha que tirar os pontos. Eu já estava farta de hospitais.
- Sim, é amanhã.
- Queres que eu vá contigo? – Perguntou a Rose.
- Quero. – Respondi sorrindo tímido.
- Está bem, depois de almoço vou ter contigo e levo-te.
- Obrigada, Rose.
Depois de termos todos acabado de comer, fomos cada um para a sua aula. Depois da aula fui para a loja trabalhar. Estava a adorar trabalhar lá. A Beth era muito simpática, o que contribuía. Trabalhei até às oito, acabando por chegar a casa apenas às oito e meia. Tomei um banho rápido e depois fui jantar. Depois do jantar, fui dar os retoques finais no meu projecto para a aula de desenho. Ele tinha que ser entregue a próxima semana. Não demorei muito tempo para acabar, já faltava muito pouco. Mal acabei o projecto, guardei-o e depois fui dormir.
Acordei na manhã seguinte, por volta do meio-dia. Fui preparar o meu almoço e depois de comer, fui-me vestir. Acabei por ficar a ver televisão, à espera da Rose. Íamos ao hospital para eu tirar os pontos. Ela apareceu por volta das três da tarde e fomos logo para o hospital, para não apanharmos o turno do Carlisle. Acabei por ser atendida pelo mesmo médico que me suturou. Ele tirou os pontos num instante e depois fomos embora. Decidimos ir dar uma volta ao shopping para espairecer um bocado. Estava quase na época de testes, o que queria dizer que tínhamos de passar muito tempo a estudar. Ao fim da tarde, a Rose levou-me a casa e foi para a dela.
A noite foi uma noite, parecida a muitas outras. Jantei e depois de me cansar de ver televisão, fui-me deitar. Eram onze da manhã, quando acordei com a alguém a tocar à campainha. Levantei-me sobressaltada e fui atender a porta.
- Bom dia. – Disse uma senhora muito bem vestida.
- Bom dia. – Cumprimentei-a um pouco confusa. – O que a senhora deseja? – Perguntei. Só poderia ser engano.
- Recebemos um telefonema de uma pessoa que disse que vives aqui sozinha e és menor. É verdade? – Perguntou ela. Entrei em choque. Eu não sabia o que haveria de dizer. Mentia? Dizia a verdade? E se mentisse e ela pedisse o número do meu tutor? Eu não tinha o número da Ellen e muito menos sabia onde ela se encontrava. – Pois, bem me parecia. – Respondeu ela. – Sabes que é ilegal, uma menor viver sozinha? – Continuava sem dizer nada, eu não sabia o que haveria de dizer. – Porque não falas? Estás com medo de alguma coisa? – Perguntou a senhora amavelmente.
- Não me leve, por favor. Eu não quero sair desta cidade.
- Tem de ser, querida. Eu sei que tens aqui pessoas de que quem gostas, mas aqui não há mais nenhuma instituição ou orfanato. Se nenhum família de adoptar, tens de ir para um desses sítios até fazeres dezoito anos.
- Eu não quero ir embora. Por favor, não me leve. – Supliquei quase a chorar. Eu não podia ir embora. Eu não queria afastar-me da Rose, nem da Esme, nem mesmo do Jasper.
- Desculpa, mas tem de ser. – Disse ela. – Vai arrumar as tuas coisas. Tenho de te levar. – Deixei cair algumas lágrimas mas conti-me logo. Não queria chorar mais. Deixei a senhora entrar na instituição e fui até ao meu quarto para arrumar as coisas. Vesti-me primeiro e depois arrumei as minhas roupas dentro de uma mala e as minhas coisas da escola e outros pertences na minha mochila. Não tinha muitas coisas, por isso não levou muito tempo. Quando estava despachada, fui ter com a senhora à sala que me esperava e depois fomos as duas para o carro dela.
- Não te posso já levar à instituição. Ainda tenho que passar pelo meu escritório, não te importas de ir comigo? – Perguntou a senhora simpaticamente. Neguei com a cabeça. Tinha mais tempo para me habituar à ideia de ir para outra instituição. Eu não queria. Ela conduziu até Port Angeles e parou em frente a um edifício onde ela trabalhava.
- Podes deixar as tuas malas aqui.
- Está bem. – Murmurei. Subimos para o terceiro piso e depois entrámos no seu escritório.
- Fica à vontade. – Disse ela. – Podes te sentar. – Havia um sofá preto na sala dela. Andei lentamente até ele e sentei-me, encostado a cabeça a uma almofada. – A instituição não é assim tão má. Não gostavas da instituição em que andavas? – Perguntou.
- Não. – Respondi baixinho.
- O que se passou? Porque estavas a viver ali sozinha? – Perguntou sentando-se ao meu lado. Fechei os olhos e suspirei. Eu não me queria recordar.
- Depois de os meus pais me abandonarem, quem ficou com a minha guarda foi a minha tia Ellen, que tinha aquela instituição. Eu não sabia que ela era minha tia. Só soube disso há duas semanas, quando ela me avisou que se ia embora.
- Porque é que ela não te deixou em nenhuma instituição ou orfanato?
- Acho que ninguém me aceitou por eu ter já 17 anos.
- Então, deixou-te sozinha? – Confirmei com a cabeça. A senhora ficou calada por algum tempo. – Como chamas?
- Alice. – Respondi simplesmente.
- Não tens mais familiares? – Perguntou.
- Tenho um irmão mais velho mas para além de não saber onde ele se encontra, ele nunca quereria ficar comigo. – Ela suspirou tristemente e levantou-se do sofá indo para a sua mesa. Ela embrenhou no trabalho e eu fiquei sentada no sofá. Passado uma hora e tal de ela estar a trabalhar, veio outra vez para o pé de mim.
- Queres ligar para alguém? – Perguntou-me amavelmente. Lembrei-me da Rose instantaneamente. Ela sabia do meu segredo. Afirmei com a cabeça. – Eu vou buscar algo para comermos e enquanto isso, podes usar o meu telefone. Está bem?
- Está bem. – Respondi sorrindo fraco. Ela passou-me o telefone do escritório para a mão e saiu da sala, dando-me privacidade. Marquei o número de telemóvel da Rose e fiquei à espera que ela atendesse.
- Estou? – Perguntou a Rose, quando atendeu o telemóvel.
- Rose, é a Alice. Descobriram. – Disse apenas.
- O quê? Onde estás? – Perguntou-me.
- Em Port Angeles, no escritório da assistente social. Ela levou-me hoje de manhã e vai-me levar para uma instituição.
- Quando, Alice? – Perguntou a Rose alarmada.
- Não sei. – Respondi. – Eu não quero ir para outra instituição, Rose. – Desabafei à beira do choro. – Eu nem sei onde essa instituição fica. – Continuei. – Estou com medo.
- Calma, Alice. Consegues dizer-me onde estás? – Perguntou.
- É aquele edifício novo, todo branco que fica perto do shopping.
- Sim, sei qual é. E como é que se chama a assistente social que está contigo?
- Mary Brennan. – Respondi, lendo a plaquinha que estava em cima da secretária dela.
- Vou para aí agora, Alice. Fica calma. – Avisou a Rose.
- Está bem.
- Até já.
- Até já.

Esme
Estava sentada no sofá da sala a ler uma revista de decoração. A Rose estava ao meu lado mas estava a ver um filme que estava a passar na televisão. E o Carlisle estava na poltrona a ler um livro. Os meus outros filhos não estavam em casa.
- Estou? – Disse a Rose para quem lhe tinha ligado. Pela maneira que ela estava a falar, ela não sabia quem era.
- O quê? – Disse ela de repente. - Onde estás? – Perguntou para quem estava a falar com ela. Fiquei intrigada com a conversa por isso deixei de ler a revista e fiquei a ouvir o que ela dizia. Ela estava com uma cara preocupada.
- Quando, Alice? – Perguntou a Rose alarmada. O que é que se estava a passar com a Alice? Agora, sim fiquei preocupada. A Alice era como uma filha para mim.
- Calma, Alice. Consegues dizer-me onde estás? – Perguntou a Rose. Olhei para ela preocupada, mas ela disse para eu esperar.
- Sim, sei qual é. E como é que se chama a assistente social que está contigo? – Assistente social? Olhei ainda mais preocupada para a Rose. Porque é que a Alice estava com uma assistente social?
- Vou para aí agora, Alice. Fica calma. – Avisou-lhe a Rose. - Até já. – Despediu-se, desligando o telemóvel de seguida.
- Querida, o que se passa? – Perguntei preocupada. – Porque é que a Alice está com uma assistente social?
- Eu preciso que vocês venham comigo, explico tudo no carro. – Pediu ela. Eu e o Carlisle levantámo-nos e fomos com ela até à garagem. Entrámos no carro e a Rose pediu para o Carlisle conduzir até Port Angeles.
- Então querida? – Perguntei cada vez mais preocupada.
- Não fiquem chateados comigo, eu não disse nada com medo que uma coisa deste género acontecesse. – Começou ela por dizer. – A Ellen deixou a instituição. Ela mandou todas as crianças para outras instituições ou orfanatos, menos a Alice. A Alice contou-me que ela não estava na instituição como as outras crianças, ela é sobrinha da Ellen, por isso é que estava lá. Ela só soube isso no dia em que a Ellen a deixou.
- A deixou? Como assim, querida? – Perguntei horrorizada.
- Foi embora e deixou a Alice sozinha, na instituição. Como a Alice ainda é menor, se a descobrissem, levavam-na para outro lado. A Alice não queria isso, então pediu para eu manter segredo. Só que houve alguém que deve ter descoberto e disse à assistente social e foram busca-la, hoje de manhã. – Acabou por explicar. – Ela está com tanto medo, mãe. – Desabafou a Rose. Olhei para o Carlisle e percebi que ele estava tão horrorizado quanto eu. Como é que a Ellen, sendo tia da Alice poderia abandoná-la? Ela deve ter ficado tão mal. Os pais já a tinham abandonado e agora a tia.
- Fica descansada, Rose. Vamos até lá, e vemos o que podemos fazer para a ajudar. – Disse o Carlisle para tranquilizar a Rose.
- Obrigada, pai.
Fomos o resto do caminho em silêncio. Estávamos todos preocupados com a Alice. Eu não queria que ela fosse para longe de nós. Quando entrámos em Port Angeles, a Rose deu as direcções para o sítio onde a Alice estava. O Carlisle estacionou o carro e depois entrámos os três dentro do edifício. O Carlisle perguntou pela assistente social a uma rapariga que devia ser recepcionista e ela indicou-nos a sala e disse para batermos à porta.


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Notas finais do capítulo

Olá gente! Tudo bem? Espero que sim! (: O que acharam do capitulo? O que acham que vai acontecer? Espero os vossos comentários!
Beijinhos
S2