You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 33
Desperate and Alone




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As lágrimas voltaram. Não sei de onde é que eu ia busca-las. Eu sabia que ela gostava dele. Como eu gostava de estar enganada em relação a isso. Como eu queria que a Rose tivesse certa, eu só não queria ter assistido a este momento. Foi tão doloroso. Nunca pensei que doesse tanto. Os meus soluços devem ter-se tornado audíveis porque eles pararam de se beijar e viraram-se para mim. A Helena tentou esconder um sorriso e o Jasper olhou-me em choque. Ele não estava à espera que eu estivesse aqui.
- Porquê? – Perguntei entre soluços. – Se não me queria mais, bastava deixares-me como toda a gente faz, não era preciso teres feito isto. – Disse.
- Alice, calma, vamos conversar. – Pediu ele.
- Não, Jasper. Eu estou farta de conversas. Estou farta delas, elas acabam sempre na mesma situação. Não vale a pena conversarmos para me dizeres que vais me deixar. Já tive demasiadas conversas dessas nestes dias. – Respondi chorando ainda mais. Eu não queria ouvi-lo dizer que não me queria mais. Eu não iria aguentar. A dor do afastamento da Rose ainda era presente, o sentimento de abandono por a minha tia me ter deixado ainda era bastante presente. Eu neste momento não queria enfrentar a realidade. Não queria ouvi-lo, queria apenas ir embora.
- Do que é que estás a falar? – Perguntou ele confuso.
- Deixa Jasper. – Respondi tentando parar as lágrimas. - Não precisas de te explicar, eu vou-me embora, desculpa se vos interrompi. – Falei ainda chorando. Virei as costas e sai dali a correr. Entrei na instituição e corri para o meu quarto. A minha cabeça estava uma confusão e os meus sentimentos também. Eu não conseguia pensar com coerência. Porque é que o Jasper me tinha feito isto? Seria menos doloroso ele dizer que não me queria mais. A imagem deles a beijarem-se não me saía da cabeça. Eu só queria um pouco de descanso. Só queria parar de sofrer por um bocadinho. Porque é que tudo tinha que acontecer ao mesmo tempo?
- Porquê? – Gritei, atirando a escova do cabelo contra o pequeno espelho que tinha no quarto. O espelho partiu-se e os bocados espalharam-se por todo o quarto. Sentei-me no chão ainda a chorar. Porque é que ele me fez isto? Porquê? Eu pensava que ele me amava, pensava mesmo. A minha mente estava tão confusa. Eu não sabia o que pensar. Dentro de mim parecia uma guerra. Eram tantos sentimentos juntos que eu não conseguia lidar com nenhum deles. Tantos. Sabia que não devia fazer isto. Não outra vez, mas eu queria apenas aliviar a confusão de sentimentos que está dentro de mim. Peguei num bocado de vidro maior e encostei-o à pele do meu pulso. Eu só queria fugir dos sentimentos, apenas isso. Fiz um corte superficial, pouco profundo e concentrei-me nessa dor. Neste momento, a dor física era menor que a dor emocional, por isso senti-me um pouco aliviada. Levantei-me calmamente e deitei-me na cama a chorar. Sentia o sangue quente a escorrer pelo meu pulso mas eu não me importei. Eu só queria concentrar-me na dor física. Consegui adormecer ao fim de um bocado, consegui fugir um pouco da realidade. O sono não foi agradável mas era um pouco melhor que a realidade. Não me sentia tão confusa e com tantos sentimentos no sono, sentia-me mais leve, mesmo com os pesadelos porque neste momento, a realidade era o meu maior pesadelo. Acordei de madrugada sobressaltada. Senti o pulso a arder. Olhei para ele e tinha um corte nele. Já não sangrava, mas a cama estava com uma mancha de sangue. Fui até à casa de banho e desinfectei o corto e meti uma ligadura à volta do pulso. Eu não devia ter voltado a fazer isso. Era perigoso. Era irresponsável e imprudente. Dirigi-me à cozinha e bebi um pouco de água. Estava toda suada e sentia-me cansada. Voltei para a cama e tentei voltar para o sono. Consegui por volta das cinco da manhã. Claro que o sono foi repleto de pesadelos e eu acordei várias vezes mas voltava a adormecer de seguida devido ao cansaço, tanto físico como emocional. Voltei a acordar às onze da manhã. Não tinha acordado a horas de ir para a escola, mas também não me estava a apetecer ir para lá. Não ia hoje. Precisa de organizar os meus pensamentos e estar um pouco sozinha. Fui até à cozinha e bebi um copo de leite. Estava sem fome. Voltei outra vez para a cama. Não me apetecia fazer nada, mesmo. Fechei os olhos. Ia aproveitar o dia para descansar um pouco. Dormi mais um pouco mas depois levantei-me. Ia ao centro de Forks. Eu teria que arranjar um emprego em part-time. Não sabia se o dinheiro que a Ellen ia mandar seria o suficiente ou não. Tinha que arranjar qualquer coisa. Fui até à casa de banho e tomei um banho rápido. Depois, vesti-me e sai da instituição. Dirigi-me até ao centro de Forks a pé e andei a perguntar em algumas lojas se precisavam de alguém em part-time. Mas deram-me todos, respostas negativas. Ia tentar mais uma loja e se não conseguisse, desistia. Entrei numa loja de decoração. Havia apenas uma pessoa a tomar conta da loja.
- Olá. – Cumprimentei quando me cheguei ao balcão.
- Boa tarde. Em que posso ajuda-la? – Disse a rapariga simpaticamente. Ela tinha os cabelos castanhos-claros, muito próximos do loiro e os olhos castanho amêndoa. Era muito bonita.
- Queria perguntar se estão à procura de alguém para trabalhar em part-time. – Expliquei.
- Que horário é que querias? – Perguntou ainda sorrindo.
- Eu saio da escola às quatro, podia trabalhar o resto da tarde. – Disse.
- Bem, eu realmente preciso de alguém aqui na loja para me ajudar. Já alguma vez trabalhaste numa loja? – Perguntou.
- Não, mas eu prometo que vou fazer um bom trabalho. Eu preciso mesmo de um emprego.
- Está bem. Amanhã, vens à experiência e eu depois decido se te contracto ou não. Está bem?
- Está bem. – Respondi sorrindo. – A que horas é que começo?
- Quatro e meia e sais às oito e meia que é quando a loja fecha. – Informou-me ela. Sorri para ela e agradeci. Depois saí da loja e fui para a instituição. Na instituição, fiz alguns trabalhos de casa em atraso e depois concentrei-me no projecto para a aula de desenho. Desenhar sempre me trazia um pouco de paz. Fiquei embrenhada a colorir o meu projecto que nem dei pelas horas passar. Quando reparei, já era quase dez da noite. Deixei o projecto de lado e fui buscar algo para comer, para depois ir dormir. Amanhã, tinha que ir à escola, não poderia faltar.  Mal acabei de comer, vesti o pijama e pus-me na cama. Ainda não tinha visto quanto dinheiro é que a Ellen me tinha deixado. Trataria disso amanhã, não queria me preocupar com mais nada hoje. Adormeci com uma leve ardência no pulso.
Acordei na manhã seguinte, cedo, a tempo de ir para a escola. Fui até à casa de banho e tirei a ligadura do meu pulso. Ela tinha um pouco de sangue. Desinfectei o corte de novo e pus uma ligadura nova. O corte ainda estava aberto e doía. Fui-me vestir e depois comer qualquer coisa. De seguida, fui para a escola. Ainda era cedo, por isso, não era preciso ir com pressa. Quando cheguei lá, fui até à sala onde ia ter aulas e sentei-me no meu lugar. Fiquei à espera que fosse horas de a aula começar.
Passei a manhã toda dentro de salas de aula. Mal uma aula acabava eu ia para a outra. Eu não me queria encontrar nem com o Jasper nem com a Rose. Ainda bem que eu hoje não tinha matemática. Quando tocou para a hora de almoço, andei calmamente até ao refeitório e pus-me na fila para ir buscar a minha comida. Eles já estavam sentados e a comer. Já os tinha visto, quando entrei no refeitório. Tentei não olhar para eles. Era mais doloroso. A Helena ainda estava com eles. Sem mesmo saber, ela fez com que a minha vida se desmoronasse. Eles estavam a conversar animadamente e a rir. Quando chegou a minha vez, tirei uma peça de fruta e uma garrafa de água e fui comer lá para fora. Não estava muito bom tempo, mas eu preferia comer lá fora sozinha, do que no refeitório com eles lá. Sabia que ia passar a refeição toda a olhar para eles. Sentei-me e comi calmamente. Nem tinha grande fome. Quando acabei de comer a minha maçã, bebi um pouco de água e depois dirigi-me lá para dentro. No meio do caminho, fui interceptada pelo Jasper. Eu não queria falar com ele, não agora. A minha cabeça ainda estava uma confusão enorme e eu não sabia o que lhe dizer.
- Alice. – Chamou ele. Olhei para ele mas não disse nada. – Precisamos de falar. – Disse ele sério.
- Jasper, por favor. – Pedi. – Eu não quero conversar. Não agora.
- Mas tu percebeste mal as coisas.
- Jasper, eu sei o que vi. Sei que ela te beijou e sei que tu correspondeste o beijo. Não precisas de me explicar mais nada. – Disse tentando conter o choro e indo embora.
- Alice… - Voltou a chamar.
- Jasper, a sério, pára! – Disse saindo dali a correr fazendo um esforço enorme para não chorar à frente dele. Eu não queria sentir mais dor do que estava a sentir. Só queria adormecer por uns tempos e voltar a acordar para ver se a dor desapareceria. Ele não veio atrás de mim. Corri para a casa de banho. A esta hora devia estar vazia. Estavam todos a ir para as salas de aula. Peguei num bocado de papel e limpei as lágrimas que conseguiram escapar enquanto corria. Eu não queria que ele me visse chorar. Não queria mostrar o quão fraca eu era. Quando já estava bastante mais calma, decidi sair da casa de banho. Mal abri a porta, deparei-me com a Helena, a Rose e a Bella. Elas calaram-se quando me viram e ficaram a olhar para mim. Fugi dali o mais rápido que pude. Ter falado com o Jasper, já tinha sido demais para mim. Dirigi-me para a última aula e esperei que passasse rápido. Depois iria para a loja de decoração. Ia trabalhar à experiência. Tinha que dar o meu máximo, eu queria mesmo aquele emprego.
Quando tocou para sair, eu arrumei as minhas coisas o mais rápido que pude e dirigi-me para a loja. Cheguei lá mais cedo do que devia, mas não devia fazer mal. A Beth, a dona da loja, explicou-me tudo e depois eu comecei a trabalhar. Atendi vários clientes e até achei que me sai muito bem. Quando o relógio marcou oito e meia, a Beth veio ter comigo para me dizer se me dava o trabalho ou não.
- Bem, gostei muito do teu trabalho, hoje. Trabalhaste muito bem. Espero que seja assim, daqui em diante.
- Vai me dar o emprego? – Perguntei entusiasmada.
- Sim, vou. – Respondeu ela sorrindo.
- Muito obrigada. – Agradeci. – Vemo-nos amanhã. – Despedi-me saindo da loja. Andei até à instituição. Fui preparar algo para jantar. Já estava com fome. Depois de comer, fui fazer os trabalhos de casa e depois fui para a cama. Na manhã seguinte, acordei cedo. Ainda tinha que ir à biblioteca para imprimir o meu trabalho de matemática. Era hoje que o tínhamos de entregar. Tomei um banho rápido, vesti-me e fui tomar o pequeno-almoço. Depois disso, fui até à biblioteca da escola e imprimi o trabalho. Quando deu o toque de entrada, fui até à sala o mais rápido possível. Não queria chegar atrasada. Quando entrei na sala, ela já estava cheia. Fui até ao meu lugar e sentei-me à espera que o professor chegasse. Olhei para a mesa do Jasper e da Helena. Ela estava quase em cima dele. Estava a sorrir e a falar com ele. O Jasper também falava um pouco mas conseguia perceber que ele estava distante, não estava a prestar muita atenção ao que ela dizia. Desviei o olhar e pus-me a ler o trabalho para ver se tinha algum erro. O professor acabou por chegar um pouco atrasado. Entregámos todos os trabalhos e depois a aula passou-se normalmente. O resto do dia também. O Jasper não voltou a tentar falar comigo, o que foi de certa forma uma coisa positiva. Claro que eu ainda o amava e queria estar com ele, mas eu tinha medo que se ele viesse falar comigo me magoasse ainda mais. Eu não conseguia perceber o que ele sentia, não sabia se ele ainda gostava de mim ou não. Depois das aulas fui para a loja.
O dia seguinte, também tudo correu normalmente, apenas tive a leve impressão que a Rose queria dizer-me alguma coisa mas não tinha coragem. Por várias vezes, vi-a dirigir-se a mim mas a meio do caminho ela mudava de direcção. Ela estava triste, conseguia perceber isso. Alguma coisa deve ter-se passado.
Depois de ter chegado à hora de me ir embora da loja, despedi-me da Beth e dirigi-me para a instituição. Estava cheia de fome. Mal cheguei, tomei um banho rápido, vesti o pijama e depois fui cozinhar uma coisa rápida para eu comer. Depois de jantar, fui para a sala e passei a noite a ver televisão. Acabei por adormecer no sofá, mas acordei um pouco mais tarde e fui para a cama. Acordei na manhã, sobressaltada, primeiro porque estava a ter um pesadelo e depois porque a campainha tocou. Não fazia a mínima ideia de quem poderia ser. Levantei-me ainda um pouco ensonada e olhei para o relógio. Eram quase três da tarde. Tinha dormido imenso. Andei até à porta e abri-a.


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Notas finais do capítulo

Oláa, gente!! Eu sei que demorei mais um dia para postar mas eu não consegui mesmo, postar ontem. Estava mesmo muito cansada para escrever! :p Espero mesmo que compreendam.
O que acharam do capitulo? Espero que tenham gostado. Para o próximo vem uma versão da Rose. Espero os vossos comentários e recomendações! *.*
Beijinhos
S2