-Senpai – digo pelas costas de Rui.

Ele aperta ainda mais minha mão enquanto passamos pelos corredores até pararmos na enfermaria onde ele se separa de mim.

-Ken – ele o chama – Cuide de Hana-san.

-Tudo bem – Ken consenti afastando-se com Takuya segurando Hana.

Volto meus olhos para Rui que cuidava de pegar os medicamentos necessários para meus cuidados.

-Senpai não precisa – dispenso gentil – Estou bem.

Giro meu corpo para ver o estado de Hana, mas ele me agarra pela cintura depositando-me na maca.

-Quieta – ele pede delicado afastando-se de mim.

Formo uma carranca antes de me endireitar na maca, para depois vê-lo cuidando do corte que ganhei no rosto. Recuo um segundo devido a ardência, só que ele segura meu rosto com sua mão mantendo-se concentrado no seu serviço.

Fico calada e tento mostrar força enquanto administrava os curativos necessários, mas de certa forma doía.

-Vai ficar bem – ele comenta quando acaba – Não se preocupe que não ficara nenhuma cicatriz.

Dou um sorriso sem humor cogitando se deveria perguntar sobre Hiromi ou não.

-Tem algo para perguntar não? – ele supõe pegando-me surpresa.

-Senpai – digo envergonhada.

-Tudo bem Katherine – ele me conforta – O que quer saber?

-Suzuhara Hiromi parece ser alguém que se importa bastante com você e pelo visto você a acha importante – respondo evitando olhá-lo.

-Não diria importante – ele me corrige – Mas uma amiga talvez.

Olho-o vendo seu semblante sereno.

-Nos conhecemos dois anos atrás – ele continua – Ela é amiga da irmã de Ken acabou que nos conhecemos numa situação inusitada.

-Inusitada? – o interrompo intrigada.

Ele faz que sim com a cabeça.

-A conheci quando ingressei em Housen, no meu primeiro dia ela estava preste a brigar com um homem e acabei me envolvendo nisso – ele esclarece nostálgico.

-Senpai é cavalheiro então – comento brincalhona.

Ele sorri suavemente.

-Por que estuda aqui? – pergunto lentamente fazendo-o me olhar – Senpai não parece ser um retardado.

-Katherine – ele diz solene – Todos que estudam aqui possuem motivos diversos, as brigas são necessárias em pontos, mas considerar alguém um retardado é pra ferir o orgulho de um.

-Desculpe-me – digo não sabendo onde enfiar minha cara.

-Preciso aprender sobre as pessoas, controlar meu temperamento – ele conta sério – Essa escola me fornece isso.

Vejo seu olhar único que transbordava serenidade.

-Senpai é uma pessoa enigmática – comento com um leve sorriso – Suas ações sempre me surpreendem.

-Então ficamos quites Katherine – ele reflete suave.

Olho-o confusa fazendo-o me olhar com um sorriso.

-Você também é uma pessoa enigmática – ele esclarece pausadamente.

Sorrio sendo acompanhada por ele que agora me parecia ser mais interessante do que antes.