Vida Cruzada escrita por Razi
Notas iniciais do capítulo
Yo,
Olha quem voltou...
Chego em casa colocando minhas coisas na cômoda antes de ir pra cozinha encontrando o velho Takada preparando o jantar.
O cabelo ainda existia em sua cabeça apesar de pouco, devido ao tamanho de sobrecarga que teve antes e ainda tem era espantoso ver os fios negros. O rosto com sinais da idade, a pele parda, os olhos negros e o corpo meio definido com estatura média.
Esse é o meu pai.
-Cheguei – anuncio da porta.
-Vá se lavar e desça para o jantar junto com seu irmão – ele instrui – Como foi o colégio?
-Turbulento – respondo simplesmente – Já retorno.
Passo pelo quarto de Allan vendo-o deitado ouvindo música.
-Katherine – ele me chama.
Ponho parte do meu corpo dentro de seu quarto.
-O que foi? – pergunto amarga, ainda estava meio zangada com ele.
-Quer ir ao cinema conosco junto com Tora? – ele pergunta meio sem jeito.
-Conosco? – sibilo confusa – Um encontro de casais?
-É – ele confirma olhando para o lado.
-Vou sair co a Hana – aviso já saindo de seu quarto – Bom filme.
Eu é que não levaria Tora para sair com ele e a Sasuka, nem hoje e nem nunca.
Entro no meu quarto vendo que havia algumas mensagens no meu celular. Uma da Hana confirmando horário e local outra da Uruha comentando sobre o dia de hoje e me desejando uma boa noite e por fim uma de Tora dizendo que tudo estava acabado entre nós.
Deixo meu celular deslizar das minhas mãos enquanto pisco assimilando a noticia de que ele tinha terminado comigo.
Por mais surpreendente que a noticia tenha sido, fico aliviada de não ter mais sua figura ao meu lado.
Só que custava falar pessoalmente?
Ou isso era tão impossível assim?
Na verdade queria saber o motivo do término isso sim.
Pego meu celular mandando-lhe uma mensagem perguntando o motivo daquilo tudo e desejando que encontrasse outra pessoa para ser feliz, apesar de ter pena da garota em namorá-lo ou não.
Ponho-o em cima da escrivaninha e vou para meu guarda-roupa atrás de um look para o passeio com Hana que andava muito colada com Hideki que estou começando a achar que daqui a pouco estarão namorando por mais surreal que seja.
Ajeito meu cabelo que agora estava curto, repicado e com uma franja longa. Pego minhas coisas vendo que Tora ainda não tinha respondido.
Reviro os olhos procurando esquecer aquele acontecimento que poderia estragar minha noite certamente.
Encontro papai e Allan na cozinha iniciando a refeição.
-Irei com Hana ao shopping – aviso vendo os olhares de curiosidade dele – Volto daqui a pouco.
Papai assenti enquanto Allan dá seu rápido sorriso. Aceno pra eles saindo em seguida erguendo a gola do meu casaco.
A noite estava um tanto gélida além de ter uma beleza traiçoeira.
Sinto meu celular tocar, retiro-o de dentro da minha bolsa vendo a foto da Hana no visor.
-Já sai de casa...
-Vamos primeiro ao karaokê – ela me corta suave – No mesmo lugar de sempre.
Nem consigo esboçar minha opinião já que desliga antes.
Guardo meu celular mudando minha rota até que encontro à rua para o metrô movimentada como sempre, tal como vejo pelo retrovisor de uma moto que deveria ser peça de museu que estava sendo seguida ou tive essa impressão, em todo caso é melhor tirar essa pedra do meu sapato.
Sigo pela direita indo em direção a um restaurante onde entro deparando-me com o requinte á lá moda japonesa.
Divisórias entre cada mesa, garçonetes vestindo quimonos vermelhos decorados com flores de cerejeiras amarelas, maquilagem trabalhada e o cabelo bastante esquisito.
Uma delas aproxima-se de mim fazendo uma reverência que retribuo. Olho por entre as divisórias e me arrisco em uma onde havia uma pessoa, especificamente um homem com cabelo tingido de branco sendo que ergue seus olhos únicos para me olhar.
A intrusa que reconhece o cara de hoje mais cedo.
O salvador de garotas indefesas.
-Quem é você? – ele pergunta pondo sua tigela na mesa junto com os palitos.
-Apenas alguém que estava sendo seguida – respondo meio atrapalhada.
-Quem é você? – ele repete olhando-me atentamente.
-Katherine – respondo fazendo a velha reverência – Desculpe a invasão.
Ele ri suavemente antes de apoiar o rosto na palma da mão.
-Katherine Takada? – ele conjetura dando ênfase na última palavra.
Assento com a cabeça fazendo-o rir um pouco mais, o que me faz arquear uma sobrancelha.
-Desculpe – ele diz deixando seus olhos sobre mim – Mas é muito engraçado conhecer a irmã de Allan-senpai assim.
-Que coisa não – satirizo tamborilando meus dedos na mesa.
-Se sair agora seus companheiros estarão te esperando – ele alerta – Apesar de achar que pode cuidar deles.
Dou um sorriso sem humor.
-Novidade – digo fitando-o – Não gosto de brigas.
-Verdade? – ele indaga retórico – Não me pareceu isso no primeiro dia de aula.
-Tive motivos para brigar com Serizawa – explico serena.
-Ele te paquerou? – ele indaga curioso.
-Longe disso – nego dando um meio sorriso – Temos uma ampla história juntos.
-Foram namorados? – ele chuta meio surpreso.
-Somos velhos amigos – esclareço para que não pense mais asneiras – Ele sumiu sem me dar explicações então despejei tudo quando o vi apesar de aquilo ter sido uma revanche.
Ele me olha alarmado fazendo-me rir, afinal de contas havia algo nele que transmitia mistério misturado com alegria.
Simplesmente não sei o que pensar.
-Está com fome? – ele indaga prestativo.
Meneio a cabeça negativamente, mas ele chama uma mulher e pede por uma refeição deixando-me constrangida para não dizer o mínimo.
-Pode me agradecer depois que estiver satisfeita – ele diz com um meio sorriso.
Acabo sorrindo também.
Não sabia o que pensar dele já que toda vez que olhava seu rosto era uma emoção diferente, um detalhe novo.
Realmente desnorteante.
Sobressalto-me com meu celular tocando ainda mais sob o olhar daquele jovem que, aliás, nem sabia seu nome. Peço desculpas e pego meu celular vendo que Tora tinha respondido minha mensagem.
-Se encheu? – indago um pouco alto demais.
Meu acompanhante me olha num misto de surpresa e curiosidade.
-Desculpe – digo sem jeito – Acabo de receber uma mensagem nem um pouco agradável.
Ele faz uma cara pensativa antes de me encarar com os olhos brilhantes.
-Tem algum lugar para ir? – ele indaga um tanto agitado.
-Por que? – pergunto desconfiada.
-Não seria muito bom ir encontrar com sua amiga, presumo, se não está se sentindo bem – ele respondeu solene.
-Não me conhece e está sendo tão prestativo – dou um sorriso sem humor – É incomum.
-Você é irmã de Allan-senpai – ele diz suave – Conheço-a então.
Pisco meio surpresa.
-Obrigada – agradeço já me erguendo – Só que é melhor eu ir andando.
-Se assim deseja – ele consente na sua voz suave.
Faço a reverência pra ele, mas antes de me afastar volto-me para vê-lo.
-Licença – digo receosa – Mas qual o seu nome?
-Acho que alguém deve ter dito á você – ele responde num tom misterioso.
Franzo a testa, mas me despeço dele saindo do restaurante pensando naquele cara de cabelo branco.
Enquanto seguia para o encontro com Hana, meu celular novamente toca ao pegá-lo vejo sua foto no visor.
-Não sei o que te impediu de ir – ela diz quando atendo – Mas melhor que volte pra casa.
-Pode me desculpar, Hana?
-Claro – ela diz automática – Te mato amanhã de qualquer forma.
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Chega de fazer suspense sobre o nome dessa criatura certo?
Próximo cap. será revelado tal como um pouco de confusão também.
Até lá.
o/