Vida Cruzada escrita por Razi


Capítulo 10
Noite


Notas iniciais do capítulo

Yo,
Olha quem voltou...



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Chego em casa colocando minhas coisas na cômoda antes de ir pra cozinha encontrando o velho Takada preparando o jantar.

O cabelo ainda existia em sua cabeça apesar de pouco, devido ao tamanho de sobrecarga que teve antes e ainda tem era espantoso ver os fios negros. O rosto com sinais da idade, a pele parda, os olhos negros e o corpo meio definido com estatura média.

Esse é o meu pai.

-Cheguei – anuncio da porta.

-Vá se lavar e desça para o jantar junto com seu irmão – ele instrui – Como foi o colégio?

-Turbulento – respondo simplesmente – Já retorno.

Passo pelo quarto de Allan vendo-o deitado ouvindo música.

-Katherine – ele me chama.

Ponho parte do meu corpo dentro de seu quarto.

-O que foi? – pergunto amarga, ainda estava meio zangada com ele.

-Quer ir ao cinema conosco junto com Tora? – ele pergunta meio sem jeito.

-Conosco? – sibilo confusa – Um encontro de casais?

-É – ele confirma olhando para o lado.

-Vou sair co a Hana – aviso já saindo de seu quarto – Bom filme.

Eu é que não levaria Tora para sair com ele e a Sasuka, nem hoje e nem nunca.

Entro no meu quarto vendo que havia algumas mensagens no meu celular. Uma da Hana confirmando horário e local outra da Uruha comentando sobre o dia de hoje e me desejando uma boa noite e por fim uma de Tora dizendo que tudo estava acabado entre nós.

Deixo meu celular deslizar das minhas mãos enquanto pisco assimilando a noticia de que ele tinha terminado comigo.

Por mais surpreendente que a noticia tenha sido, fico aliviada de não ter mais sua figura ao meu lado.

Só que custava falar pessoalmente?
Ou isso era tão impossível assim?

Na verdade queria saber o motivo do término isso sim.

Pego meu celular mandando-lhe uma mensagem perguntando o motivo daquilo tudo e desejando que encontrasse outra pessoa para ser feliz, apesar de ter pena da garota em namorá-lo ou não.

Ponho-o em cima da escrivaninha e vou para meu guarda-roupa atrás de um look para o passeio com Hana que andava muito colada com Hideki que estou começando a achar que daqui a pouco estarão namorando por mais surreal que seja.

Ajeito meu cabelo que agora estava curto, repicado e com uma franja longa. Pego minhas coisas vendo que Tora ainda não tinha respondido.

Reviro os olhos procurando esquecer aquele acontecimento que poderia estragar minha noite certamente.

Encontro papai e Allan na cozinha iniciando a refeição.

-Irei com Hana ao shopping – aviso vendo os olhares de curiosidade dele – Volto daqui a pouco.

Papai assenti enquanto Allan dá seu rápido sorriso. Aceno pra eles saindo em seguida erguendo a gola do meu casaco.

A noite estava um tanto gélida além de ter uma beleza traiçoeira.

Sinto meu celular tocar, retiro-o de dentro da minha bolsa vendo a foto da Hana no visor.

-Já sai de casa...

-Vamos primeiro ao karaokê – ela me corta suave – No mesmo lugar de sempre.

Nem consigo esboçar minha opinião já que desliga antes.

Guardo meu celular mudando minha rota até que encontro à rua para o metrô movimentada como sempre, tal como vejo pelo retrovisor de uma moto que deveria ser peça de museu que estava sendo seguida ou tive essa impressão, em todo caso é melhor tirar essa pedra do meu sapato.

Sigo pela direita indo em direção a um restaurante onde entro deparando-me com o requinte á lá moda japonesa.

Divisórias entre cada mesa, garçonetes vestindo quimonos vermelhos decorados com flores de cerejeiras amarelas, maquilagem trabalhada e o cabelo bastante esquisito.

Uma delas aproxima-se de mim fazendo uma reverência que retribuo. Olho por entre as divisórias e me arrisco em uma onde havia uma pessoa, especificamente um homem com cabelo tingido de branco sendo que ergue seus olhos únicos para me olhar.

A intrusa que reconhece o cara de hoje mais cedo.

O salvador de garotas indefesas.

-Quem é você? – ele pergunta pondo sua tigela na mesa junto com os palitos.

-Apenas alguém que estava sendo seguida – respondo meio atrapalhada.

-Quem é você? – ele repete olhando-me atentamente.

-Katherine – respondo fazendo a velha reverência – Desculpe a invasão.

Ele ri suavemente antes de apoiar o rosto na palma da mão.

-Katherine Takada? – ele conjetura dando ênfase na última palavra.

Assento com a cabeça fazendo-o rir um pouco mais, o que me faz arquear uma sobrancelha.

-Desculpe – ele diz deixando seus olhos sobre mim – Mas é muito engraçado conhecer a irmã de Allan-senpai assim.

-Que coisa não – satirizo tamborilando meus dedos na mesa.

-Se sair agora seus companheiros estarão te esperando – ele alerta – Apesar de achar que pode cuidar deles.

Dou um sorriso sem humor.

-Novidade – digo fitando-o – Não gosto de brigas.

-Verdade? – ele indaga retórico – Não me pareceu isso no primeiro dia de aula.

-Tive motivos para brigar com Serizawa – explico serena.

-Ele te paquerou? – ele indaga curioso.

-Longe disso – nego dando um meio sorriso – Temos uma ampla história juntos.

-Foram namorados? – ele chuta meio surpreso.

-Somos velhos amigos – esclareço para que não pense mais asneiras – Ele sumiu sem me dar explicações então despejei tudo quando o vi apesar de aquilo ter sido uma revanche.

Ele me olha alarmado fazendo-me rir, afinal de contas havia algo nele que transmitia mistério misturado com alegria.

Simplesmente não sei o que pensar.

-Está com fome? – ele indaga prestativo.

Meneio a cabeça negativamente, mas ele chama uma mulher e pede por uma refeição deixando-me constrangida para não dizer o mínimo.

-Pode me agradecer depois que estiver satisfeita – ele diz com um meio sorriso.

Acabo sorrindo também.

Não sabia o que pensar dele já que toda vez que olhava seu rosto era uma emoção diferente, um detalhe novo.

Realmente desnorteante.

Sobressalto-me com meu celular tocando ainda mais sob o olhar daquele jovem que, aliás, nem sabia seu nome. Peço desculpas e pego meu celular vendo que Tora tinha respondido minha mensagem.

-Se encheu? – indago um pouco alto demais.

Meu acompanhante me olha num misto de surpresa e curiosidade.

-Desculpe – digo sem jeito – Acabo de receber uma mensagem nem um pouco agradável.

Ele faz uma cara pensativa antes de me encarar com os olhos brilhantes.

-Tem algum lugar para ir? – ele indaga um tanto agitado.

-Por que? – pergunto desconfiada.

-Não seria muito bom ir encontrar com sua amiga, presumo, se não está se sentindo bem – ele respondeu solene.

-Não me conhece e está sendo tão prestativo – dou um sorriso sem humor – É incomum.

-Você é irmã de Allan-senpai – ele diz suave – Conheço-a então.

Pisco meio surpresa.

-Obrigada – agradeço já me erguendo – Só que é melhor eu ir andando.

-Se assim deseja – ele consente na sua voz suave.

Faço a reverência pra ele, mas antes de me afastar volto-me para vê-lo.

-Licença – digo receosa – Mas qual o seu nome?

-Acho que alguém deve ter dito á você – ele responde num tom misterioso.

Franzo a testa, mas me despeço dele saindo do restaurante pensando naquele cara de cabelo branco.

Enquanto seguia para o encontro com Hana, meu celular novamente toca ao pegá-lo vejo sua foto no visor.

-Não sei o que te impediu de ir – ela diz quando atendo – Mas melhor que volte pra casa.

-Pode me desculpar, Hana?

-Claro – ela diz automática – Te mato amanhã de qualquer forma.


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Notas finais do capítulo

Chega de fazer suspense sobre o nome dessa criatura certo?
Próximo cap. será revelado tal como um pouco de confusão também.
Até lá.
o/