A Bruxa-olimpiana. escrita por FuckingKirios


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/120366/chapter/4

            -Pensei em algo como dente de drakon, mas acho que você não vai ter... – mal terminei de falar e Dédalo me deu as costas.

            Bom, não que eu achasse isso um desacato a autoridade real, mas ele nunca havia feito isso.

            Franzi meu cenho.

            Quando o senhor Dédalo voltou, ele tinha nas mãos um pote meio velho com poeira e tudo mais, dentro havia algo como um... dente de drakon.

            -Di Immortales! – Exclamei colocando as mãos em minha própria face.

            Escutei as risadas de Perdiz e Ícaro, mas nem prestei atenção.

            -Um presente – Dédalo disse erguendo o pote, mas depois colocando-o na mesa.

            -Ah, Dédalo! É incrível! – Corri e abracei Dédalo que sorriu, apenas. – Vou chamar Nico para que ele escolha também. Espero que as coisas estejam prontas para o dia.

            -Peço permissão para que possa acelerar o tempo – Dédalo pediu logo após eu abrir a porta para sair.

            -Permissão concedida, soldado Dédalo – eu disse sorrindo, batendo continência e correndo para meu quarto.

            -Logan, Logan, Logan... – disse eu sentando frente ao espelho do meu quarto.

            Logan apareceu de braços cruzados e cara fechada.

            -Posso saber o que aconteceu? – Perguntei.

            -Você vai me deixar, não vai? – ele perguntou baixando o olhar.

            -Não! – gritei. Não que aquilo fizesse alguma diferença, gritei porque Logan era meu melhor amigo mesmo. – Não vou te deixar, você vai comigo lá para aquele colégio. Ah! Sabia que já está tudo pronto?! Não é demais?! Dédalo construirá algumas coisas para mim, outras vou comprar. Essas coisas se compram assim? Tipo, em feira livre?

            -Você está bem animada para isso, não, princesa? – Percebi, então, que Logan estava meio triste.

            -Ah, não posso escolher, minha mãe obrigou. Estou apenas vendo o lado bom. Talvez... talvez minha mão, infelizmente, esteja certa em mandar-me para aquela escola. – Apoiei meu queixo em minha mão. – Penso se vou ser, ahn, excluída...? É, excluída por esse meu jeito de falar, por esse meu jeito de ser.

            -Seu jeito de falar... – começou Logan. – Seu jeito de ser, princesa, é o mais bonito de todos.

            Logan colocou a mão no espelho e eu encostei-me a ela querendo verdadeiramente poder tocar a mão daquele fantasma amigo que ficava dentro do meu espelho.

            -Como eu queria tocar-lhe – Logan soltou.

            -Não tivesse aprontado – cuspi. – É apenas uma punição.

            -A melhor que qualquer um podia receber.

            Revirei meus olhos.

            -Não, Logan, não sou perfeita – eu disse tirando minha mão dali e apoiando meu corpo em cima dela. – Eu queria, mas não sou.

            -É sim! – Logan sussurrou um grito. – A mais bela princesa, a mais bela. Sabe, quando eu era pequeno, achava a Bela Adormecida uma gatinha – fiz careta -, depois fui obrigado a pagar por meus erros e, aqui estou eu, apaixonado.

            -Fantasmas não se apaixonam, Logan – eu disse.

            -Para toda regra há uma exceção...

            -Que você, sei que não é – cortei-o.

            Logan retornou a cruzar os braços.

            -Você não acredita em mim, não é? – Logan perguntou.

            -Lê mentes agora? – isso era um “sim”.

            Pela primeira vez, desde que havia ganhado o espelho com Logan, ele me deu as costas e sumiu.

            Soquei a mesa e então levantei-me indo arrumar minhas coisas.

            Acabei dormindo no chão mesmo.

            -Ah!, querida Hadia. Acorde, temos que ir! – Perséfone me chamava fazendo-me levantar.

            Esfreguei meus olhos. Estava morrendo de sono.

            -Mas nem arrumei minhas coisas... – não consegui completar por causa de um bocejo.

            -Eu arrumei – Perséfone segurou meus pulsos e me chacoalhou.

            Arregalei os olhos e desviei-me de Perséfone para observar minha penteadeira. Lá não estava mais o espelho de Logan.

            Perséfone largou um dos meus pulsos e retirou do bolso de seu lindo vestido cinco Pérolas de Perséfone e colocou em minha mão.

            -Use com sabedoria, sei que vai saber onde usar – Foram as últimas palavras de Perséfone antes de eu descer, pegar minhas coisas e, junto a Nico, comprar o que faltou.

            Comprei tudo num beco famoso onde havia várias pessoas estranhas com vestimentas pretas.

            Cumprimentei algumas que passaram por mim sorrindo e então, quando eu falava meu sobrenome, a pessoa largava minha mão e passava por mim quase que correndo.

            Isso aconteceu umas dez vezes e eu sempre fazia a mesma cara de “nada entendo”, até porque eu não entendia nada mesmo.

            -Quer tomar cerveja amanteigada? – Hades perguntou, sim, fora ele quem me levara para comprar as coisas.

            -O que? Temos idade para isso? – Perguntei surpresa com a capacidade que Hades tinha para perder o juízo.

            -Ah!, é verdade, não têm – Hades chegou nessa conclusão final.

            Nico olhou para mim com seus olhos mortais e então sorriu.

            -Acabou com a graça – ele disse.

            Sorri e o empurrei já que estávamos ficando para trás de Hades.

            -Aqui está bom, estão com suas Pérolas de Perséfone? – Hades perguntou para mim e para Nico que, naquele momento, segurávamos nossas coisas essenciais para Hogwarts.

            Assentimos.

            -Ótimo, pensem então em Hogwarts e para lá vocês irão – Hades disse afastando-se e deixando eu e meu irmão naquele beco escuro.

            Suspirei e olhei para Nico.

            -Pronto para arrasar corações? – Perguntei brincando.         

            -Está pronta para entrar em encrencas? – ele me perguntou.

            -Sim, estou – respondemos juntos.

            Então esmagamos as Pérolas e agarramos nossas coisas para que nada ficasse para trás...

            -Desculpem pelo atraso dos novos alunos – eu conhecia aquela voz. Era de Minerva, eu iria pousar ao lado dela e vi que Nico iria pousar do outro lado.

            Quando toquei meu pé no chão, surgi de fumaça verde em formato de cobra serpenteando até eu aparecer por completo com minhas coisas ali.

            Todos deram um pulo.

            Minerva acenou para um homem baixo e cabeludo e que segurava uma gata de constantes olhos vermelhos, esse homem retirou tudo o que pertencia a mim e a Nico dali.

            Todas as pessoas de uma mesa ao canto, a qual a cor predominante era o verde, comentavam baixo sobre mim e Nico. Alguns garotos riam e olhavam especificamente para mim, já as garotas olhavam para Nico.

            Minerva apoiou a mão em meu ombro, aproximou seus lábios de meu ouvido e sussurrou:

            -Sente no banco e deixe que o chapéu faça o trabalho.

            Assenti. Ela foi falar o mesmo a Nico.

            O banco estava ali, dei meia volta e sentei-me.

            O chapéu estranho arfou enquanto eu observava apenas as pessoas que ali me observavam confusas.

            -Por favor, senhorita, diga-me seu nome completo – o chapéu pediu.

            Olhei para Minerva pedindo permissão para falar e quando ela assentiu, eu voltei a olhar para aqueles alunos que ali estavam na minha frente.

            -Hadia Black Lestrange – eu disse dando uma pausa entre os nomes.

            Muitos olhos arregalados eu pude ver. As pessoas da mesa verde sorriram abertamente enquanto as outras já mostravam repulsa.

            Abaixei a cabeça. Eu queria que desse tudo bem, não que começasse assim.

            -Pode me dizer... quem é seu pai? – o Chapéu perguntou.

            Assenti.

            -Meu pai, e o de Nico di Angelo, - olhei para meu meio-irmão que sorriu por eu lembrar-me dele – é Hades, o deus do mundo inferior.

            Todos se calaram.

            -Só pode estar brincando! – um garoto da segunda mesa do lado esquerdo, a qual a cor era o vermelho, pronunciou-se.

            Olhei para Minerva novamente. Eu confiava nela.

            -Não estou – eu disse.

            Olhei para Nico, um sinal que nós dois combinamos quando era para invocar os mortos. Juntos, eu e Nico batemos o pé direito no chão levemente e ali surgiu uma enorme rachadura que, de dentro dela, saíram soltados esqueletos com armadura grega completa.

            Dei permissão para que eles caminhassem entre os bruxinhos apavorados, mas sem atacar ninguém. Nico fez o mesmo.

            Muitos bruxos gritavam, esperneavam com medo e eu e Nico ríamos sem responsabilidade nenhuma.

            -Por favor, senhores, preciso que acalmem-se. A senhorita Lestrange, juntamente com o di Angelo vão recolher seus exércitos. – Minerva tentou acalmar a todos, mas não deu muito certo.

            Olhei para Nico e, juntos novamente, batemos o pé esquerdo que sugou os esqueletos para dentro da rachadura e a fez fechar.

            Havia um monte de bruxos em pé. Todos olhavam para mim e para Nico assustados.

            -Sonserina! – O Chapéu gritou por fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

mereço reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Bruxa-olimpiana." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.