Lua e Sol escrita por Tina Granger


Capítulo 12
Capítulo 12




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Capitulo 12

-Senhorita, por favor, acalme-se!

-Eu vou me acalmar! Depois que tiver terminado com esse pervertido!- Saori soltou o braço.

-Saori,largue essa frigideira imediatamente! – Tomoyo teve que gritar, mas Saori a ignorou, erguendo-a novamente... E baixando na parte que mais perto estava de si. A cabeça de Maito Gai.

O ninja de Konoha tentou escapar, mas a garota que o agredia, o segurou por um dos braços.

-Acha que vai escapar tão fácil assim? – a garota o chutou, erguendo a frigideira novamente. Tomoyo fechou os olhos, pensando no melhor argumento que faria Saori largar a frigideira.

-Saori – Tomoyo começou a falar calmamente. – Se você não parar de bater nesse homem com a frigideira, você vai quebra-la!

Nem bem Tomoyo terminara a sentença, Saori largara Gai e se abraçara a frigideira, como se ela fosse um urso.

-Machuquei você, bebê? Mamãe não queria amassar você, eu só queria dar uma lição nesse...

-Saori,vá colocar suas roupas. – Tomoyo mandou, antes que a irmã lhe mostrasse a língua.

-Ao contrario de você, eu estou perfeitamente aceitável para ir a qualquer lugar.

-S – A – O – R – I. – quando escutou as letras de seu nome, separadas, Saori assentiu com a cabeça. Nem dois segundos depois, Gai não tinha visão da garota que estava lhe batendo.

-Perdoe Saori, por favor. – Tomoyo curvou-se, indiferente ao fato que estava enrolada em uma toalha. Embora suas bochechas estivessem rubras, ela continuou a falar. – Estávamos tomando banho, quando escutamos uma risada, alem de folhas sendo amassadas. Saori... Bem, ela gosta dessa frigideira e tem ela sempre meio a mão...

Tomoyo piscou os olhos, quando Gai sentou-se.

-Saori não acredita em argumentos racionais. – Tomoyo aproximou-se dele. –Conheço a força dela. O senhor aceita que eu tente minimizar um pouco a dor que ela causou? – Tomoyo o encarou com indecisão.

Gai ergueu a cabeça, engolindo em seco.

-Senhorita, juro que estou bem.  – a visão que ele encontrava era a bainha da toalha, que sustentava os seios da jovem. Gai fechou os olhos, pois seria constrangedor se a garota...

-Fique quietinho, por favor. – Tomoyo prendeu a toalha firmemente, antes de dar um passo na direção de Gai. – fique de olhos fechados.

Gai tentou levantar-se, mas o toque de dedos suaves o deteve. Encarou-a. Ela tinha os olhos mais negros que ele já havia visto, o cabelo negro ultrapassando os ombros. Se os olhos fossem claros, passaria facilmente por uma Hyuuga.

-Se Saori o machucou, tenho a obrigação de lhe curar. – embora as palavras fossem proferidas com suavidade, Gai pode perceber uma imensa força nelas.

-Senhorita, embora eu compreenda seu ponto de vista...

-Sente-se e feche os olhos. Por favor, não me obrigue a chamar Saori para pedir que ela o faça sentar.

Gai sentiu um arrepio, imaginando a jovem loira voltando ali.

-Não prefere colocar alguma roupa?

Tomoyo o encarou, parecendo não entender.

-Quanto antes eu ver o que está machucado, além de seu orgulho, mais rapidamente consigo achar o remédio para curá-lo.

Gai sentou-se, constrangido. Ela terminou de aproximar-se, antes de pedir-lhe novamente que fechasse os olhos. Quando o fez, Gai sentiu seu cabelo ser afastado do rosto com cautela.

-Senhorita... – Abriu os olhos, ao perceber que ela encostara a palma de sua mão na testa dele.

-Shhhh... – ela fez, com os olhos fechados. Gai sentiu um calor espalhando-se por seu corpo, a partir do toque suave dela. Começou a relaxar, enquanto as batidas de seu coração começaram a ecoar em seus ouvidos.

-Hei, Tomoyo, o que... – A voz de Saori fez que Gai acordasse daquela espécie de transe. – Estou atrapalhando? – a malicia era extremamente palpável.

Tomoyo deu um passo para trás, assustada.

-Por que atrapalharia? – a morena pareceu se recuperar. Olhou para Gai, enquanto falava. – Seu ombro está deslocado, mas não parece coisa recente. Saori, por favor, fique com ele até eu voltar.

-Um bom motivo para mim fazer isso?

-Eu estou pedindo? – Gai não percebeu a morena erguer a sobrancelha para a loira, que franziu a testa, extremamente contrariada.

-Depois disso, só falta você me dizer para não bater nele por ser um pervertido que estava nos espionando!

-A propósito, não bata nele, pois ele não estava nos espionando. – Tomoyo virou-se para Gai, fazendo uma ligeira reverencia. – volto em um instante.

Gai nem percebeu a saída dela, mais interessado nas roupas que Saori estava usando. Sapatilhas brancas, com uma calça que terminava logo antes dos tornozelos, em um punho, sendo antes folgadas, também branca. Na parte de cima do corpo, usava um quimono, que terminava pouco antes dos quadris. Ele tinha faixas laranjas, sendo amarrado por um obito dessa cor.

Na parte direita do corpo, estava estampada uma cerejeira florida, contrastando com o verde escuro do quimono.

-Não adianta olhar. – Saori chamou-lhe a atenção. – para conseguir usar uma coisa assim, no mínimo tem que nascer mulher.

-O que? – Gai surpreendeu-se. Embora não tivesse falado com o tom estridente de antes, nem demonstrasse frieza,  Saori, pelo nome que a outra a chamava, o olhava como se o analisasse.

-Minhas roupas. – ela continuou a falar naquele tom. – não é para elas que estava olhando?

Gai podia não entender de tecidos, mas mesmo a distancia que estava, percebia que não eram roupas de tecido ordinário.

-Senhorita Saori, eu não sei o que determinou nosso encontro, mas espero que...

-Destino. – Ela o interrompeu. – Estava determinado pelo destino esse encontro. Embora eu não goste disso, acho que... – ela suspirou. – Espero sinceramente estar errada. – resmungou, quando escutou os passos de Tomoyo que retornava.

-Saori, você pode me fazer um favor? – ela usava roupas semelhantes às de Saori, mas ao invés da roupa ser verde e laranja, era azul escuro e as faixas, rosa claro.

-Se eu disser que não, você vai me dar àquela encarada que faz até a Riko correr de medo. E daí vai dizer, que está mandando e com isso vai me obrigar a fazer o que você quer que eu faça.

Tomoyo, que encarava Gai, virou-se devagar para Saori, que se levantou tremendo.

-Era disso que eu estava falando! O que você quer que eu busque?

Depois de escutar o nome das ervas, Saori desapareceu em um piscar de olhos.

-Essas ervas servem exatamente para o que?

-Fazer Saori desaparecer. – deu um sorriso, envergonhada. – Saori não calaria a boca, não permitindo que eu me concentrasse o suficiente para curar seu ombro e... – Tomoyo fechou os olhos, dando a volta onde Gai estava,ficando atrás dele.

-Senhorita, vamos combinar uma coisa...

-O senhor pode gritar o quanto quiser que eu não vou escutar. – Tomoyo colocou a mão novamente na cabeça de Gai, em seguida, deslizou-a até o ombro deslocado. Pegou o braço que estava fora do lugar. Quando Gai percebeu... Ela tinha quase virado seu braço do avesso, antes de ajeitá-lo novamente no lugar.

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Gai piscou os olhos. Estava quase dormindo. Embora Saori discordasse abertamente, Tomoyo havia sido firme. Por alguns dias, ele viveria entre um anjo moreno e um demônio loiro.

Um cheiro peculiar o fez erguer a cabeça. Pegou as shurikens, olhando ao redor com cautela. Ele podia ouvir os roncos de Saori como se ela estivesse ao seu lado.

Amêndoas doces. Por mais que sua boca se enchesse de água ele precisava estar preparado para lutar.

A sensação de sono aumentou. Que ninja usava o sono para...

Antes que Gai tivesse percebido, ele caia, os olhos fechados, em um sono profundo.

Uma pequena névoa formou-se ao lado da fogueira, dando em seguida lugar a uma mulher jovem. Ela encarou Gai com o cenho franzido, antes de ir até onde Saori dormia. Ajoelhou-se, colocando a mão esquerda rapidamente no coração dela, que parou de roncar.

-Saori, acorde. – ela chamou a loira, que fez um muxoxo.

-Não quero. – Saori resmungou de volta.

-O Servo está perto.

Saori levantou-se imediatamente. Não havia nenhum vestígio de sono em seu rosto.

-Onde? – Tirou o pequeno punhal que estava escondido em sua calca, enquanto olhava ao redor. Ao avistar Gai, virou-se irritada para quem lhe acordara- Quem está ali, não é o servo. É o tio pervertido, Riko.

-Sua mãe mandou uma mensagem ao templo. – Riko não deixou enveredar-se pelas palavras de Saori. – A velha guardiã e ela sentem uma grande energia espiritual vinda de um homem.

Um grande formigamento tomou conta do corpo de saori.

-Isso quer dizer que vou ter que voltar ao vilarejo. – Abaixou o rosto. - Tomei minha decisão, Riko. Depois que matar o servo, não vou voltar ao templo.

-A mãe nunca achou que você fosse voltar. Não antes de cumprir sua real missão.

-Minha real missão?

-Dar amor. Ensinar amor. E trabalhar o seu real dom.

-Andou assaltando o vinho da mãe?

Riko ergueu-se.

-Vou mandá-la o mais perto que consigo. Não esqueça, Saori, que eu não possuo poder suficiente para...

-E Tomoyo?

-Ela cumprirá a missão dela. Quando vocês encontrarem-se novamente, já deverão ter aprendido a viver uma sem a outra.

-Como assim... – Saori adormeceu, ao sentir o aroma de amêndoas doces. Riko sorriu, ao perceber os tesouros de suas irmãs.

Riko ergueu as palmas para o céu, fechando os olhos. As mãos dela começaram a brilhar, os objetos de cada uma começaram a se juntar aos pés da dona.

Riko mexeu levemente a mão direita e o arco de Saori foi parar nos pés de Tomoyo. Fez o mesmo movimento com a mão esquerda e uma mochila gasta de Tomoyo, foi parar nos pés de Saori.

-Uma será a guardiã do coração da outra. – falou para as duas, como se estivessem lhe escutando.

-Saori, que Kami da boa-venturança lhe coloque a mão sobre sua cabeça.

As mãos de Riko brilharam com muita forca. Uma nevoa envolveu Saori. Quando finalmente essa nevoa se dissipou, Saori e seus pertences haviam desaparecido. Riko aproximou-se de Tomoyo, tocou-lhe o coração com a mão esquerda e levantou-se rapidamente.

-Sua energia emana de dentro do coração dele, Tomoyo. – encarou Gai novamente. – Saori vai ficar mais insuportável com suas brincadeiras. – sorriu levemente. - Minha irmã, que o kami da bondade abra os corações de quem irá conhecer.

Riko voltou seu olhar para a morena antes de sorrir mais abertamente.

-Protegerei os sonhos de minhas irmãs com minha alma.

Riko fechou os olhos, erguendo as mãos. Novamente um brilho intenso... A nevoa... Restando apenas o cheiro de amêndoas doces.


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